Saltar para o conteúdo

Cemitério dos Aflitos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Cemitério dos Aflitos, denominado também de Cemitério dos Enforcados, construído entre 1774 e 1775,[1] mas aberto para sepultamento em 1779. Localizava-se no atual bairro da Liberdade (bairro de São Paulo), aproximadamente no quarteirão hoje compreendido entre Rua dos Estudantes, a Rua Galvão Bueno, a Rua da Glória e a Radial Leste, tendo sido preservada sua antiga capela, conhecida como Capela dos Aflitos, na Rua dos Aflitos, também remanescente desse cemitério.[2] Esteve sob a supervisão da Cúria da Igreja Católica; portanto nunca foi um cemitério público. Foi desativado após a inauguração do cemitério da Consolação em 1858, demolido em 1883, e é considerado o primeiro cemitério público da cidade de São Paulo.[3] Uma das mais conhecidas pessoas sepultadas nesse cemitério é Francisco José das Chagas (o "Chaguinhas"), um dos condenados pelo Motim de Santos (28-29 de junho de 1821), responsável por uma devoção popular mantida na Capela dos Aflitos.[2]

Memorial dos Aflitos

[editar | editar código-fonte]

Existe um projeto em curso, coordenado pelo Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura, que a partir de excavações realizadas no terreno prevê a criação de um Memorial dos Aflitos[4]. Os restos mortais excavados, encontrados no terreno, estão em análise pela Universidade de São Paulo. O novo equipamento cultural tem a missão de ser um local de memória das pessoas submetidas à escravidão na cidade de São Paulo, flageladas e executadas em razão da escravidão e do racismo[5]. A partir da desapropriação do terreno, o projeto de construção do Memorial, fruto do trabalho longo de mobilização, luta e negociação de lideranças do movimento negro local, contará também com melhorias à Capela dos Aflitos.[6]

  • FIX, Reinaldo Guilherme. Os muros que separam os mortos: um estudo de caso dos cemitérios da Consolação, dos Protestantes e da Ordem Terceira do Carmo. Trabalho de Graduação Individual. USP, São Paulo, 2007. (disponível na biblioteca da FFLCH-USP)

Referências

  1. Capela dos Aflitos
  2. a b Yamagawa, Moyarte. Mônica. «Centro de São Paulo: Cemitério e Capela de Nossa Senhora dos Aflitos». www.moyarte.com.br. Consultado em 16 de fevereiro de 2018 
  3. Capela Nossa Senhora dos Aflitos
  4. «Covas sanciona lei que cria memorial em terreno na Liberdade onde ossadas do tempo da escravidão foram encontradas». G1. Consultado em 25 de março de 2022 
  5. Ferreira, Abílio (9 de outubro de 2020). «Memorial dos Aflitos resgata execução de negro que batizou a Liberdade, em São Paulo». Ponte Jornalismo. Consultado em 25 de março de 2022 
  6. «Capela dos Aflitos faz 241 à espera de "milagre" de reforma e memorial». Guia Negro. 1 de julho de 2020. Consultado em 25 de março de 2022