Consulta de Enfermagem

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Enfermeira conduzindo uma consulta de enfermagem. Foto tirada em Gana, África

A Consulta de Enfermagem é uma atividade independente, realizada pelo enfermeiro, cujo objetivo propicia condições para melhoria da qualidade de vida por meio de uma abordagem contextualizada e participativa. Além da competência técnica, o profissional deve demonstrar interesse pelo ser humano e pelo seu modo de vida, a partir da consciência reflexiva de suas relações com o indivíduo, a família e a comunidade.[1][2]

Histórico e atualidade[editar | editar código-fonte]

A denominação consulta de enfermagem surgiu no Brasil na década de 60, porém, já existia desde a década de 20.[3] Inicialmente, a consulta de enfermagem era exercida de forma não oficial, direcionada às gestantes e crianças sadias, sendo, posteriormente, estendida aos portadores de tuberculose e outros programas da área de saúde pública.[2][3][4] Em 1956, com o surgimento das primeiras pesquisas de enfermagem, congressos abordando pesquisas, reformas do ensino das escolas de enfermagem e inclusão das enfermeiras nas equipes de planejamento de saúde, trouxe novas perspectivas para a profissão.[5] A partir de então se foi consolidando o trabalho de enfermeira na área de Saúde Pública, com a conquista da implantação da consulta.[6]

No Ceará, um importante passo para a realização da Consulta de Enfermagem foi sua oficialização pela Secretaria de Saúde do Estado, em 1973.[7][3] A partir dessa implantação, ela foi evoluindo e sendo mais difundida e, atualmente, podemos observar Consultas de Enfermagem em diversos Programas, especialmente naqueles específicos para doenças crônicas.[8] Desde 1995, é mantido vínculo com o Programa de Diabetes e Hipertensão Arterial.[8][9]

Ainda, de acordo com o Conselho Federal de Enfermagem, conforme Resolução n.º 159/1993, a consulta de enfermagem deve ser obrigatoriamente desenvolvida em todos os níveis de assistência à saúde, tanto em instituições públicas quanto privadas. Isso inclui também a Estratégia Saúde da Família – ESF (atual PSF).[10]

Atribuições[editar | editar código-fonte]

O Processo de Enfermagem organiza-se em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes: a coleta de dados de enfermagem (ou histórico de enfermagem); o diagnóstico de enfermagem; planejamento de enfermagem; implementação e avaliação da enfermagem.[3] Segundo a portaria GM/MS n.º 1.625, em geral, os principais tópicos da consultas de enfermagem são a solicitação de exames complementares e a prescrição de medicações, observadas as disposições legais da profissão e conforme os protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, os gestores estaduais, os municipais ou os do Distrito Federal.[11]

Ademais, é competência do enfermeiro na ESF a prática do cuidado familiar ampliado, efetivado por meio do conhecimento da estrutura e da funcionalidade das famílias, visando propor intervenções que influenciem os processos de saúde dos indivíduos (diagnóstico e implementação), promoção e estímulo à participação da comunidade no controle social, no planejamento, na execução e na avaliação das ações (planejamento) e, ainda, acompanhamento e avaliação sistemática das ações implementadas, visando à readequação do processo de trabalho (avaliação).[1][12]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Castro, Ieda Barreira. «Estudo Exploratório Sobre a Consulta de Enfermagem». Consultado em 8 de dezembro de 2021 
  2. a b «Consulta de enfermagem em Saúde da Família - Biblioteca Virtual do NESCON». www.nescon.medicina.ufmg.br. Consultado em 8 de dezembro de 2021 
  3. a b c d Machado, Márcia Maria Tavares. «O CONCEITO DE AÇÃO COMUNICATIVA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A CONSULTA DE ENFERMAGEM». Consultado em 8 de dezembro de 2021 
  4. Saparolli, Eliana Campos Leite. «Avaliação da qualidade da consulta de enfermagem à criança Programa de Saúde da Família». Consultado em 8 de dezembro de 2021 
  5. Santos, Sueli Maria dos Reis; Jesus, Maria Cristina Pinto de; Amaral, Arlete Maria Moreira do; Costa, Darcília Maria Nagen da; Arcanjo, Rafaela Alves (março de 2008). «A consulta de enfermagem no contexto da atenção básica de saúde, Juiz de Fora, Minas Gerais». Texto & Contexto - Enfermagem: 124–130. ISSN 0104-0707. doi:10.1590/S0104-07072008000100014. Consultado em 8 de dezembro de 2021 
  6. Campos, Roseli Márcia Crozariol; Ribeiro, Circéa Amália; Silva, Conceição Vieira da; Saparolli, Eliana Campos Leite (junho de 2011). «Consulta de enfermagem em puericultura: a vivência do enfermeiro na Estratégia de Saúde da Família». Revista da Escola de Enfermagem da USP: 566–574. ISSN 0080-6234. doi:10.1590/S0080-62342011000300003. Consultado em 8 de dezembro de 2021 
  7. Barbosa, Maria Aparecida Rodrigues da Silva; Teixeira, Neuma Zamariano Fanaia; Pereira, Wilza Rocha (junho de 2007). «Consulta de enfermagem - um diálogo entre os saberes técnicos e populares em saúde». Acta Paulista de Enfermagem: 226–229. ISSN 0103-2100. doi:10.1590/S0103-21002007000200018. Consultado em 8 de dezembro de 2021 
  8. a b Cavalcanti, Ana Carla Dantas. «A implantação da consulta de enfermagem ao paciente com insuficiência cardíaca». A implantação da consulta de enfermagem ao paciente com insuficiência cardíaca. Consultado em 8 de dezembro de 2021 
  9. Felipe, Gilvan Ferreira; Abreu, Rita Neuma Dantas Cavalcante de; Moreira, Thereza Maria Magalhães (dezembro de 2008). «Aspectos contemplados na consulta de enfermagem ao paciente com hipertensão atendido no Programa Saúde da Família». Revista da Escola de Enfermagem da USP: 620–627. ISSN 0080-6234. doi:10.1590/S0080-62342008000400002. Consultado em 8 de dezembro de 2021 
  10. «RESOLUÇÃO COFEN Nº 568/2018 – ALTERADA PELA RESOLUÇÃO COFEN Nº 606/2019». Cofen – Conselho Federal de Enfermagem. Consultado em 8 de dezembro de 2021 
  11. «Ministério da Saúde». bvsms.saude.gov.br. Consultado em 8 de dezembro de 2021 
  12. Adami, Nilce Piva; Franco, Laís Helena Ramos de Oliveira; Brêtas, Ana Cristina Passarella; Ransan, Lisânias Monteiro de Oliveira; Pereira, Ana Lúcia (1 de janeiro de 1989). «Características básicas que diferenciam a consulta de enfermagem da consulta médica». Acta Paul Enferm. (1): 9–13. ISSN 1982-0194. Consultado em 8 de dezembro de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]