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{{Info/País/Cuba}}
'''Cuba''' ({{IPA-tudo|ˈkuβa|pronunciado em [[Língua castelhana|castelhano]]:}}), oficialmente '''República de Cuba''', é um [[país insular]] localizado no [[mar do Caribe]], na América Central e Caribe (sub-continente da [[América]]). É um país que compreende a ilha de Cuba, bem como a [[Ilha da Juventude]] e vários [[arquipélago]]s menores. Cuba está localizada no norte do [[Caribe]], onde o mar do Caribe, o [[Golfo do México]] e o [[Oceano Atlântico]] se encontram. Fica a leste da [[Península de Iucatã]] ([[México]]), a sul tanto do estado [[Estados Unidos|norte-americano]] da [[Flórida]] como das [[Bahamas]], a oeste da [[Hispaniola]], e a norte tanto da [[Jamaica]] como das [[Ilhas Cayman|Ilhas Caimão]]. [[Havana]] é a maior [[cidade]] e [[capital]]; outras grandes cidades incluem [[Santiago de Cuba]] e [[Camagüey (província)|Camagüey]]. A área oficial da República de Cuba é de 109 884 km<sup>2</sup> (sem as águas territoriais). A [[Geografia de Cuba|ilha principal de Cuba]] é a maior ilha de Cuba e do Caribe, com uma área de 104 338 km<sup>2</sup>. Cuba é o segundo país mais populoso do Caribe, depois do [[Haiti]], com mais de 11 milhões de habitantes.<ref name="BBC profile">{{Citar web|url=https://www.bbc.co.uk/news/world-latin-america-19583446|titulo=Cuba profile: Facts|data=03-03-2015|acessodata=23-09-2021|website=BBC News}}</ref>

O território que hoje é Cuba foi habitado pelos povos [[ciboneis]] [[taínos]] desde o [[quarto milénio a.C.|quarto milênio a.C.]] até à [[Colonização espanhola da América|colonização espanhola]] no século XV.<ref>Allaire, p. 678</ref> A partir do século XV, foi uma [[colónia]] de [[Império Espanhol|Espanha]] até à [[Guerra Hispano-Americana|Guerra Hispano-americana]] de 1898, quando Cuba foi ocupada pelos [[Estados Unidos]] e ganhou a [[Emenda Platt|independência nominal]] como [[República de Cuba (1902–1959)|protectorado]] ''[[de facto]]'' dos Estados Unidos em 1902. Sendo uma república frágil, em 1940 Cuba tentou fortalecer o seu sistema democrático, mas a radicalização política crescente e os conflitos sociais culminaram num [[Golpe de Estado|golpe]] e subsequente [[ditadura]] apoiada pelos Estados Unidos de [[Fulgencio Batista]] em 1952.<ref>La Historia me absolverá. F.Castro Ruz...[et.al.] -Ediciones Colihue SRL, 1993. -p156. <nowiki>ISBN 9505818041</nowiki>.</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.jfklibrary.org/Research/Research-Aids/JFK-Speeches/Cincinnati-OH_19601006-Democratic-Dinner.aspx|titulo=Remarks of Senator John F. Kennedy at Democratic Dinner, Cincinnati, Ohio|data=06-10-1960|acessodata=14-02-2017|publicado=John F. Kennedy Presidential Library & Museum – Jfklibrary.org}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.history.com/this-day-in-history/batista-forced-out-by-castro-led-revolution|titulo=Batista forced out by Castro-led revolution|acessodata=2021-04-29|website=History|lingua=en|wayb=20100307191208|urlmorta=sim}}</ref> A [[corrupção]] aberta e a opressão sob o governo de Batista<ref>Fulgencio Batista: The Making of a Dictator, Frank Argote-Freyre  ISBN 9780813537016</ref> levaram à sua [[Revolução Cubana|destituição a Janeiro de 1959]] pelo [[Movimento 26 de Julho]], que depois estabeleceu uma [[ditadura do proletariado]] sob a liderança do [[Partido Comunista de Cuba]], sendo [[Fidel Castro]] um dos seus fundadores, eleito primeiro secretário do comité central desde 1965 até 2011.<ref>{{Citar web|ultimo=Ayerbe|primeiro=Luís Fernando|url={{Google books|plainurl=y|id=0hhqAAAAMAAJ}}|titulo=A revolução cubana|ano=2004|acessodata=2020-11-16|publicado=Editora UNESP|local=São Paulo}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Zaldívar|primeiro=Julio César|url=https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142011000200003&lng=pt&tlng=pt|titulo=A democracia em Cuba|ano=2011|publicado=IEA-USP|local=São Paulo}}</ref><ref>{{citar web|url=https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/128150/000851766.pdf?sequence=1|título=Transição comunista e ditadura do proletariado na Revolução Cubana de 1959|publicado=[[Universidade Estadual Paulista|repositorio.unesp.br]]|wayb=20170815222212}}</ref> A [[Assembleia Nacional do Poder Popular]] é o [[parlamento]] [[Poder Legislativo|legislativo]] da República de Cuba e o órgão supremo do poder do Estado<ref>''Constitution of the Republic of Cuba, 1976'', Article 89: "The Council of State is the body of the National Assembly of People's Power that represents it in the period between sessions, puts its resolutions into effect and complies with all the other duties assigned by the Constitution. It is collegiate and for national and international purposes it is the highest representative of the Cuban state."</ref> e seu atual presidente é [[Esteban Lazo Hernández]]. O atual presidente da República de Cuba é [[Miguel Díaz-Canel]], que também é o atual primeiro secretário do [[Partido Comunista de Cuba|PCC]]. O país foi um ponto de discórdia durante a [[Guerra Fria]] entre a [[União Soviética]] e os [[Estados Unidos]], e uma [[guerra nuclear]] quase eclodiu durante a [[Crise dos mísseis de Cuba|Crise dos Mísseis de Cuba de 1962]]. Cuba é um dos atuais [[Estados socialistas]] [[Marxismo-leninismo|marxistas-leninistas]] existentes.

Sob Castro, Cuba esteve envolvida numa vasta gama de actividades militares e humanitárias na [[Ásia]] e na [[África]].<ref>{{Citar livro|url={{Google books|plainurl=y|id=kMdLAQAAMAAJ|page=RA1-PA13}}|título=Parameters: Journal of the US Army War College|ano=1977|editora=U.S. Army War College|local=Carlisle|página=13|wayb=20201226063918|acessodata=2020-11-22}}</ref> Cuba enviou mais de 400 mil dos seus cidadãos para [[Operação Carlota|combater em Angola]] (1975–91) e derrotou as [[forças armadas da África do Sul]] em guerra convencional envolvendo tanques, aviões, e artilharia.<ref>{{Citar livro|título=Cuba Since the Revolution of 1959: A Critical Assessment|primeiro=Samuel|ano=2011|editora=Haymarket Books|local=Chicago|página=105|último=Farber}}</ref> A [[Operação Carlota|intervenção cubana em Angola]] contribuiu para a queda do regime do ''[[apartheid]]'' na [[África do Sul]].<ref>{{Citar livro|título=Cuban Identity and the Angolan Experience|ano=2012|editora=Palgrave Macmillan|local=Londres|página=179}}</ref> Culturalmente, Cuba é considerada parte da [[América Latina]].<ref>{{Citar livro|título=The Latin Americans: Their Love-Hate Relationship with the United States|ultimo=Rangel|primeiro=Carlos|editora=Harcourt Brace Jovanovich|ano=1977|local=Nova Iorque|páginas=3–5|isbn=978-0-15-148795-0}} {{citar livro|url=https://archive.org/details/modernlatinameri0006skid/page/1|título=Modern Latin America|último=Skidmore|primeiro=Thomas E.|autor2=Peter H. Smith|isbn=978-0-19-517013-9|publicado=Oxford University Press|ano=2005|edição=6|local=Oxford and Nova Iorque|páginas=[https://archive.org/details/modernlatinameri0006skid/page/1 1–10]}}</ref> É um país multiétnico cujo [[Cubanos|povo]], [[Cultura de Cuba|cultura]] e costumes derivam de diversas origens, incluindo os povos [[Taínos]] [[Ciboneis]], o longo período do [[Império Espanhol|colonialismo espanhol]], a introdução dos [[Comércio de escravos no Atlântico|escravos africanos]] e uma relação [[Relações Cuba-União Soviética|estreita com a União Soviética]] na [[Guerra Fria]].

Cuba é um [[Estado soberano]] e membro fundador das [[Organização das Nações Unidas|Nações Unidas]], do [[Grupo dos 77|G77]], do [[Movimento Não Alinhado]], dos [[Países ACP]], da [[Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América|ALBA]] e da [[Organização dos Estados Americanos]]. Tem uma das únicas [[Economia planificada|economias planificadas]] do mundo, e a sua economia é dominada pela indústria do turismo e pelas exportações de mão-de-obra qualificada, [[açúcar]], [[tabaco]], e [[café]]. De acordo com o [[Índice de Desenvolvimento Humano]] e dados fornecidos pelo governo, Cuba tem um elevado desenvolvimento humano e está classificada em oitavo lugar na América do Norte, e em 72º lugar mundialmente em 2019.<ref>{{Citar web|url=http://hdr.undp.org/en/content/2019-human-development-index-ranking|titulo=2019 Human Development Index Ranking &#124; Human Development Reports|acessodata=2020-05-25|publicado=Hdr.undp.org|wayb=20191209091706}}</ref> Também ocupa um lugar de destaque em algumas métricas de desempenho nacional, incluindo [[Cuba#Saúde|cuidados de saúde]] e [[Cuba#Educação|educação]].<ref>{{Citar web|url=http://apps.who.int/gho/data/node.main.688?lang=en|titulo=GHO – By category – Life expectancy – Data by country|acessodata=2020-11-22|wayb=20181226011806}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/2103.html|título=Field Listing: Literacy|publicado=[[CIA World Factbook]]|wayb=20161124171442|urlmorta=sim}}. .</ref> É o único país do mundo a satisfazer as condições de desenvolvimento sustentável estabelecidas pela [[World Wide Fund for Nature|WWF]].<ref>{{Citar periódico|titulo=An approach to sustainable development: the case of Cuba|ano=2012|jornal=Environment, Development and Sustainability|número=4|paginas=573–591|doi=10.1007/s10668-012-9338-8|volume=14|último=Cabello|primeiro=Juan José|numero-autores=etal.| issn=1387-585X }}</ref> De acordo com o [[Programa Alimentar Mundial]] das [[Nações Unidas]], as políticas governamentais cubanas erradicaram em grande escala a fome e a pobreza.<ref>{{Citar web|url=https://www.wfp.org/countries/cuba|titulo=Cuba|acessodata=09-06-2021|website=World Food Programme|lingua=en}}</ref>{{nota de rodapé|A veracidade das estatísticas apresentadas pelo governo cubano tem sido questionada em alguns estudos.<ref>{{Citar web|ultimo=Ryan|url=https://mises.org/power-market/dont-trust-cuban-health-care-statistics|titulo=Don't Trust Cuban Health Care Statistics|data=2018-06-20|acessodata=2023-09-16|website=Mises Institute|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar periódico|url=https://www.cambridge.org/core/journals/latin-american-research-review/article/availability-and-reliability-of-statistics-in-socialist-cuba-part-two/B4B66142A87F13F714BBE79ED1C8896A|título=Availability and Reliability of Statistics in Socialist Cuba (Part Two)|data=1969-07|acessodata=2023-09-16|periódico=Latin American Research Review|número=2|ultimo=Mesa-Lago|primeiro=Carmelo|paginas=47–81|lingua=en|doi=10.1017/S0023879100039881|issn=0023-8791}}</ref><ref>{{Citar periódico|url=https://muse.jhu.edu/pub/49/article/588705|título=Infant Mortality in Cuba: Myth and Reality|ano=2015|acessodata=2023-09-16|periódico=Cuban Studies|publicado=[[University of Pittsburgh]]|número=1|ultimo=Gonzalez|primeiro=Roberto M.|paginas=19–39|doi=10.1353/cub.2015.0005|issn=1548-2464}}</ref>}} Em Cuba, foi constatado que 88% dos cidadãos vivem em extrema pobreza, conforme um estudo divulgado pelo Observatório Cubano dos Direitos Humanos (OCDH).<ref name=":3">{{Citar web|url=https://www.infobae.com/america/america-latina/2023/09/29/un-informe-asegura-que-el-88-de-los-cubanos-vive-en-la-pobreza-extrema/|titulo=Un informe asegura que el 88% de los cubanos vive en la pobreza extrema|data=2023-09-29|acessodata=2023-09-29|website=infobae|lingua=es-ES}}</ref> O relatório também destaca uma crescente preocupação com a segurança alimentar na ilha e a dificuldade em adquirir produtos básicos.<ref name=":3" />

== Etimologia ==
Não existe consenso quanto à origem do nome ''cuba''. Entre as diferentes versões, há duas que se destacam: a primeira diz que a palavra deriva dos termos [[Língua taína|taínos]] ''cubao'', que significa ''onde a terra fértil abunda'',<ref>{{Citar web|url=http://www.webcitation.org/5xtWdSZ3y|titulo=Cuba y el origen de su nombre|acessodata=12-04-2011|publicado=guije.com}}</ref> ou ''coabana ou cubanacán'', que se traduziriam como ''lugar amplo'',<ref>{{Citar web|url=http://www.webcitation.org/5xtWz1oRH#anchor269781|titulo=DICTIONARY -- TAINO INDIGENOUS PEOPLES OF THE CARIBBEAN|acessodata=12-04-2011|publicado=members.fanty.net}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u373749.shtml|titulo=Saiba mais sobre a colonização e a origem do nome "Cuba"|data=19-02-2008|acessodata=2020-06-15|website=[[Folha de S. Paulo]]}}</ref> e outra versão diz que deriva da contração de duas palavras [[aruaques]]: ''coa'' (''lugar, terra, terreno'') e ''bana'' (''grande'').<ref>{{Citar web|url=http://www.webcitation.org/5xtXCdY5r|titulo=Etimología de Cuba|acessodata=12-04-2011|publicado=etimologias.dechile.net}}</ref> Circula ainda a teoria de que [[Cristóvão Colombo]] possa ter nascido em [[Cuba (Portugal)|Cuba]], uma vila portuguesa no [[Alentejo]], e esta ser a origem do nome da ilha.<ref>{{Citar web|url=http://amigosdacuba.no.sapo.pt/paginas/p14-cristovaocolombo.htm|titulo=Cristóvão Colombo nasceu em Cuba|acessodata=30-06-2011|wayb=20120111062022|urlmorta=sim}}</ref>

== História ==
{{Artigo principal|História de Cuba}}

=== Período pré-colonial ===
[[Imagem:Fuerte de la Punta - Baracoa - 03.jpg|thumb|upright|esquerda|Estátua de [[Hatuey]], um líder dos [[taínos]], o povo nativo de Cuba]]
No último século, estudos arqueológicos, etnológicos e morfológicos permitiram investigar a vida dos primeiros habitantes que chegaram à Cuba por volta de 6 000 a.C. Esses primeiros grupos eram [[Paleolítico|caçadores paleolíticos]] de origem [[mongolóide]]. A segunda migração veio a ocorrer há 4 500 a.C., vinda da América Central e do Sul. Eles tinham uma fisionomia semelhante à do primeiro grupo. As terceira e quarta migrações são provenientes das [[Antilhas]], cuja ocorrência deu-se por volta de 500 a.C.<ref name="2a">{{Citar livro|título=The Human Record; Letter by Christopher Columbus concerning recently discovered islands|ultimo=Andrea A.J|ultimo2=Overfield O.H.|volume=1|editora=Houghton Mifflin Company|local=Boston|ano=2005|página=8|isbn=0-618-37040-4}}</ref>

O território que atualmente constitui Cuba veio a ser habitado principalmente por [[povos ameríndios]] conhecidos como [[taínos]], também chamados de [[aruaques]] pelos espanhóis, e [[guanajatabeis]] e [[ciboneis]] antes da chegada dos colonizadores. Os antepassados desses nativos haviam migrado séculos antes da parte continental das [[América]]s [[América do Sul|do Sul]], [[América Central|Central]] e [[América do Norte|do Norte]].<ref>{{Citar livro|url=http://books.google.com/?id=PEE9oipDYksC&pg=PA22|título=Art and archaeology of pre-Columbian Cuba|ultimo=Ramón Dacal Moure, Manuel Rivero de la Calle|editora=University of Pittsburgh Press|local=Pittsburgh|ano=1996|página=22|isbn=082293955X}}</ref> Os nativos taínos chamavam a ilha de ''Caobana''.<ref>{{Citar web|url=http://www.webcitation.org/5xtTKONzm|titulo=Taino Name for the Islands|acessodata=12-04-2011|publicado=indio.net}}</ref> Os povos taínos eram agricultores e caçadores, ao passo que os ciboneis eram pescadores e caçadores e os guanatabeyes eram coletores.<ref>{{Citar web|url=http://www.webcitation.org/5xtWLz1Dt|titulo=Cuba - Breve história|acessodata=12-04-2011|publicado=sierramaestra.com.br}}</ref>

=== Domínio espanhol ===
A ilha de Cuba foi descoberta pelos europeus com a chegada de [[Cristóvão Colombo]] em 1492, que a batizou com o nome de ''Juana'', uma homenagem à [[Joana de Castela]], filha de [[Fernando II de Aragão|Fernando II]], então [[Lista de monarcas da Espanha|rei da Espanha]]. Entretanto, o nome não vingou e o local ficou conhecido pelo nome nativo. Colombo morreu acreditando que Cuba fosse uma península do continente americano. A condição insular de Cuba foi esclarecida somente com explorações de [[Sebastián de Ocampo]], que deu a volta completa à ilha em 1509, verificando a existência de nativos pacíficos e áreas para cultivar e aportar. A ocupação da ilha foi um dos primeiros passos para a [[colonização]] do território pela [[Espanha]].<ref name="historia2" />
[[Imagem:DiegoVelazquezCuellar.jpg|thumb|esquerda|upright|[[Diego Velázquez de Cuéllar]], o ''[[conquistador]]'' de Cuba.]]
[[Diego Velázquez de Cuéllar|Diego Velázquez]], em 1510, desembarcou na ilha e fundou a vila de [[Baracoa]]. No mesmo ano, a Espanha estabeleceu o Governo de Cuba, primeira administração da região, que englobava, além do território atual de Cuba, áreas da [[Flórida]] e da [[Luisiana (Nova Espanha)|Luisiana espanhola]]. Velázquez acabou por fundar outras vilas e localidades na então capitania, entre as quais estavam [[Bayamo|San Salvador de Bayamo]] (1513), [[Trinidad (Cuba)|Villa De la Santísima Trinidad]], Santa María del Puerto del Príncipe (hoje [[Camaguey]]), [[Havana|San Cristóbal de La Habana]] e [[Sancti Spíritus]] (1514), além de [[Santiago de Cuba]] (1515), que foi a primeira capital cubana.<ref name="historia2">{{Citar web|url=http://www.webcitation.org/5xtoSXpIv|titulo=Cuba: informações gerais|acessodata=12/04/2011|publicado=Portal São Franciso}}</ref>

Os indígenas Taínos foram forçados a trabalhar sob o sistema de [[encomienda]],<ref>{{Citar web|url=http://www.latinamericanstudies.org/colonial/encomienda-slavery.pdf|titulo=Encomienda or Slavery? The Spanish Crown's Choice of Labor Organization in Sixteenth-Century Spanish America|acessodata=19/07/2013|publicado=Latin American Studies|lingua=en}}</ref> que se assemelhava ao [[Feudalismo|sistema feudal]] da Europa medieval.<ref name="McAlister 1984 164">{{Harvnb|McAlister|1984|p=[https://books.google.com/books?id=a1vBlgo68J4C&pg=PA164 164]}}</ref> Em um século, os povos indígenas foram virtualmente exterminados devido a vários fatores, principalmente [[Infecção|doenças infecciosas]] da Eurásia, à qual não tinham resistência natural (imunidade), agravada pelas duras condições da repressiva subjugação colonial.<ref>{{Citar livro|url=https://www.pbs.org/gunsgermssteel/variables/smallpox.html|título=Guns, Germs, and Steel: The Fates of Human Societies|ultimo=Diamond|primeiro=Jared M.|editora=W.W. Norton & Co|ano=1998|local=Nova Iorque, NY|isbn=978-0-393-03891-0}}</ref> Em 1529, um surto de [[sarampo]] em Cuba matou dois terços dos poucos nativos que haviam sobrevivido à [[varíola]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=5Pvi-ksuKFIC&pg=PA413|título=Encyclopedia of Pestilence, Pandemics, and Plagues: A-M|ultimo=Byrne|primeiro=Joseph Patrick|editora=ABC-CLIO|local=Santa Bárbara|ano=2008|isbn=978-0-313-34102-1|pagina=413}}</ref>

Em 10 de fevereiro de 1516, a pedido de Velázquez, foi criado o bispado de Cuba, cuja sede original era em Baracoa, tendo sido transferida para Santiago de Cuba em 1523. Santiago de Cuba servia como a primeira capital de Cuba, até a transferência definitiva da sede do governo para San Cristóbal de La Habana, em meados do [[século XVI]].<ref name=2a /> Por outro lado, a cidade de San Cristóbal de La Habana, situada na costa sul da parte ocidental da ilha, foi deslocada pelo menos duas vezes até que, em 16 de novembro de 1519, foi finalmente estabelecida em sua localização atual. Esta última data é considerada a fundação definitiva da cidade.<ref>{{Citar web|url=https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4889480/mod_resource/content/1/Encyclopedia_of_Latin_America.pdf|titulo=Encyclopedia of Latin America|acessodata=12/08/2021|lingua=en|formato=PDF|autor1=J. Michael Francis|autor2=Thomas M. Leonard}}</ref>

Velázquez veio a servir como governador da região até a sua morte, em 1524. Após ele, aportaram em Cuba [[Pánfilo de Narváez]] e [[Juan de Grijalva]], que não encontraram resistência dos indígenas. Durante a colonização, a Espanha investiu em [[monocultura]]s de [[açúcar]] e [[tabaco]], utilizando o sistema de [[plantation|plantagem]] que, no início, utilizava-se de mão de obra escrava indígena. Cerca de trinta anos após a chegada dos espanhóis, a população indígena já havia se reduzido de cerca de 120 mil para algumas centenas, devido a vários fatores, tais como doenças, maus tratos e extermínio. Com a redução da população indígena, a mão de obra escrava começou a ficar escassa. Assim sendo, Diego Velázquez, que havia dado início à exploração de minas, começou a substituir os nativos por escravos africanos, em caráter semelhante ao que ocorria em outras colônias espanholas e portuguesas na América.<ref name="historia2" />
[[Imagem:Darlington map of Cuba 1680.png|thumb|Um mapa de Cuba, por volta de 1680]]

Cuba foi integrada ao [[Vice-Reino da Nova Espanha]] quando este foi criado em 1535. A ilha e suas províncias formavam o Governo de Cuba, que dependia da [[Capitania-Geral de São Domingos]]. Posteriormente, recebeu maior autonomia a partir de 1764, como resultado das [[Reformismo Bourbon|reformas Bourbon]] realizadas no Vice-Reino da Nova Espanha pelo [[José Moñino y Redondo|Conde de Floridablanca]]. O Governo de Cuba incluía, além da ilha de Cuba, a Jamaica (até 1655), a [[Flórida espanhola|província da Flórida]] (a partir de 1567) e a Louisiana espanhola (a partir de 1763). Em 1777 foi instituída a [[Capitania-Geral de Cuba]] como entidade sucessora do Governo de Cuba, com maior autonomia e poderes, o que incluía os referidos territórios.<ref name=2a />

Nos primeiros anos da colônia, o setor econômico mais importante foi a extração de ouro e outras formas de mineração. San Cristóbal de La Habana acabou por se beneficiar das guerras travadas entre [[França]] e Espanha, uma vez que, após o ataque francês à ilha, a Coroa espanhola elaborou dois projetos visando repelir as pretensões francesas, cuja implementação envolvia a capital cubana. O primeiro projeto foi o Sistema de Frota ou Porto Único, por meio do qual todos os navios espanhóis em tráfego pelas [[Índias Ocidentais]] deveriam partir juntos, de volta à Espanha, do Porto de Carenas, na baía de San Cristóbal de La Habana. O segundo projeto visava fortificar a cidade, que teve como precedente a construção, em 1538, da segunda fortaleza da América, o chamado [[Castelo da Força Real de Havana]], além de outros fortes como o [[Castillo del Morro]] e o [[Castillo de la Punta|de la Punta]].<ref name=2a />
[[Imagem:Havana 1639b.jpg|thumb|Uma pintura em aquarela da [[Baía de Havana]], c. 1639.]]
Em consequência à estes projetos, San Cristóbal de La Habana experimentou um significativo crescimento econômico e populacional sem precedentes, eis que todo o comércio mantido pela metrópole nas Índias Ocidentais passava pela cidade. A diversificação de sua economia, através da criação de novos comércios, também foi significativa. Esse desenvolvimento econômico na capital contrastava fortemente com a redução da atividade comercial de populações remotas, que iniciaram o contrabando de corsários estrangeiros.<ref name=2a />

Em 18 de maio de 1539, o conquistador [[Hernando de Soto]] partiu de Havana com cerca de 600 seguidores para uma vasta expedição pelo [[Região Sudeste dos Estados Unidos|sudeste norte-americano]], começando no que hoje é a Flórida, em busca de ouro, tesouro e poder.<ref>Davidson, James West. ''After the Fact: The Art of Historical Detection'' Volume 1. Mc Graw Hill, Nova Iorque 2010, Capítulo 1, p. 1</ref> Em 1º de setembro de 1548, o Dr. Gonzalo Perez de Angulo foi nomeado governador de Cuba. Ele chegou a Santiago em 4 de novembro de 1549 e imediatamente declarou a liberdade de todos os indígenas.<ref>{{Citar livro|título=The Early History of Cuba, 1492–1586|ultimo=Wright, Irene Aloha|editora=The Macmillan Company|ano=1916|local=Nova Iorque|página=183}}</ref> Ele se tornou o primeiro governador permanente de Cuba a residir em Havana, ao invés de Santiago, e construiu a primeira igreja de Havana em alvenaria.<ref>{{Citar livro|título=The Early History of Cuba, 1492–1586|ultimo=Wright, Irene Aloha|editora=The Macmillan Company|ano=1916|local=Nova Iorque|página=229}}</ref>

Em 1570, a maioria dos residentes de Cuba era composta por uma mistura de heranças espanholas, africanas e taíno. Cuba desenvolvia-se lentamente e, ao contrário de outras ilhas do Caribe, tinha uma agricultura diversificada. A colônia detinha uma sociedade urbanizada que apoiava o império colonial espanhol. Em meados do século XVIII, havia 50 mil escravos na ilha, em comparação com 60 mil em [[Barbados]], 300 mil na [[Colônia da Virgínia|Virgínia]] e outros 450 mil em [[Saint-Domingue]], todos com grandes plantações de cana-de-açúcar.<ref name="Drimmer">{{Citar livro|url=http://www.jstor.org/stable/1919107?seq=1|título=Reviewed Work: Slavery in the Americas: A Comparative Study of Virginia and Cuba|ultimo=Melvin Drimmer|editora=Omohundro Institute of Early American History and Culture|local=Williamsburg|ano=1968|volume=25|página=307–309|lingua=en|wayb=20160705125708}}</ref>
[[Imagem:LindsayCambridge.jpg|thumb|esquerda|Uma pintura do [[Cerco de Havana]] em 1762.]]

A eclosão da [[Guerra dos Sete Anos]], entre a França e a Inglaterra, acabou por dividir as potências europeias. A França foi apoiada pelo [[Arquiducado da Áustria]], [[Suécia]]–[[Finlândia]] e pelo [[Império Russo]], enquanto a Inglaterra recebeu o apoio do [[Reino de Portugal]], [[Reino da Prússia]] e da [[Confederação Iroquois]]. Neste cenário, a Espanha aliou-se aos franceses. Esta aliança serviu como motivação para os ingleses liderarem a maior marinha que havia cruzado o Atlântico, em 1762, com o objetivo de [[Cerco de Havana|invadir e tomar Havana]], que foi defendida de forma combativa pelos crioulos e espanhóis. Porém, em 12 de agosto daquele ano, foi assinada a capitulação da cidade, após Havana se render. No dia seguinte, as tropas britânicas entraram triunfantes. Os britânicos imediatamente abriram o comércio com suas colônias norte-americanas e caribenhas, causando uma rápida transformação da sociedade cubana.<ref>Thomas, Hugh. Cuba: The Pursuit of Freedom (2ª edição). Capítulo 1</ref> Essa ocupação durou onze meses. Em julho de 1763, [[Ambrosio de Funes Villalpando]] tomou posse do Governo de Cuba e o reivindicou à Espanha, que cedeu a península da Flórida à Grã-Bretanha, considerada de posicionamento estratégico.<ref>{{Citar livro|título=Redcoats: The British Soldier and War in the Americas, 1755-1763|ultimo=Brumwell, Stephen|editora=Cambridge University Press|local=Cambridge|ano=2006|isbn=978-0-521-67538-3}}</ref>

Entre 1782 e 1785, o Capitão Geral de Havana e Governador de Cuba, [[Luis de Unzaga y Amézaga]], coordenou a ajuda aos [[Estados Unidos]], os quais solicitaram, para que pudessem vencer a guerra contra os ingleses. Luis de Unzaga y Amézaga recebeu, em Havana, a visita do Príncipe [[Guilherme IV do Reino Unido|Guilherme IV]] em abril de 1783, chegando a acordos preliminares para o [[Tratado de Paris (1783)|Tratado de Paris]], como a troca de prisioneiros ou a troca das Bahamas pelo leste da Flórida. Em 1784, a boa relação de vizinhança com os Estados Unidos era tamanha que, após um ciclone que devastou a ilha, o governador Unzaga obteve o dinheiro necessário para a reconstrução de várias cidades e escolas. Isto fez com que Unzaga fosse considerado o criador do primeiro sistema educacional público bilíngue do mundo.<ref>{{Citar web|url=https://dbe.rah.es/biografias/35206/luis-de-unzaga-y-amezaga|titulo=Luis de Unzaga y Amézaga|publicado=Real Academia de la Historia|lingua=es|wayb=20201226064812}}</ref>

O maior fator para o crescimento do comércio de Cuba no final do século XVIII e início do século XIX foi a [[Revolução Haitiana]]. Quando os povos escravizados daquela ilha — que havia sido a colônia mais rica do Caribe — se libertaram, por meio de uma revolta violenta, os proprietários cubanos perceberam as mudanças nas circunstâncias da região com um sentimento de medo e de oportunidade. O temor era advindo da perspectiva de que os escravos cubanos também pudessem se revoltar. As numerosas proibições, durante a década de 1790, da venda de escravos, em Cuba, que já haviam sido escravizados nas colônias francesas enfatizavam essa ansiedade. Com o colapso da escravidão e do colonialismo na colônia francesa, a ilha espanhola passou por transformações assemelhadas ao Haiti.<ref>{{Citar livro|título=Freedom's Mirror: Cuba and Haiti in the Age of Revolution|ultimo=Ferrer|primeiro=Ada|editora=Cambridge University Press|ano=2014|local=Nova Iorque|isbn=978-1107029422|pagina=10}}</ref> As estimativas sugerem que entre 1790 e 1820 cerca de 325 mil africanos foram importados para Cuba como escravos, o que foi quatro vezes mais a quantidade que havia chegado entre 1760 e 1790.<ref>{{Citar livro|título=Freedom's Mirror: Cuba and Haiti in the Age of Revolution|ultimo=Ferrer|primeiro=Ada|editora=Cambridge University Press|ano=2014|local=Nova Iorque|pagina=36}}</ref>
[[Imagem:Slaves Unloading Ice in Cuba 1832.jpg|thumb|Escravos em Cuba descarregando gelo do [[Maine]], c. 1832]]

Embora uma proporção menor da população de Cuba fosse escravizada, ocorreram revoltas por parte dos escravos. Entre 1811 e 1812, a [[Conspiração de Aponte|Rebelião de Escravos Aponte]] aconteceu, consistindo num movimento abolicionista que foi rapidamente suprimido.<ref>{{Citar livro|título=The 1813 Aponte Rebellion in Cuba and the Struggle against Atlantic Slavery|ultimo=Childs|primeiro=Matt D.|editora=The University of North Carolina Press|local=Chapel Hill|ano=2006|isbn=978-0-8078-5772-4|pagina=320}}</ref> A liderança da rebelião foi atribuída à José Antonio Aponte, de origem [[Iorubás|iorubá]], junto a outros escravos e ex-escravos de várias partes do país, entre os quais Nicolás Morales e Juan Nepomuceno, de origem congolesa. A população de Cuba em 1817 era de 630 980 habitantes (dos quais 291 021 eram brancos, 115 691 eram mestiços livres e 224 268 escravos negros).<ref>{{Citar livro|título=Guerras da América Latina: A Idade do Caudillo, 1791-1899|ultimo=Scheina, Robert L.|editora=Brassey's.|volume=I|ano=2003|local=Dulles|página=352|isbn=978-1-57488-449-4}}</ref>

Em parte devido aos escravos cubanos trabalharem principalmente em ambientes urbanizados, no século XIX, a prática da ''coartacion'' se desenvolveu (ou "comprar-se da escravidão", um fenômeno exclusivamente cubano").<ref>Herbert S. Klein, ''Slavery in the Americas: A Comparative Study of Virginia and Cuba'', Chicago: University of Chicago Press, 1967, p. 196</ref> Devido à escassez de mão de obra branca, os negros dominaram as indústrias urbanas a tal ponto que quando os brancos em grande número foram para Cuba, em meados do século XIX, foram incapazes de deslocar os trabalhadores negros. Um sistema de agricultura diversificada, com pequenas fazendas e menos escravos, serviu para abastecer as cidades com produtos e outros bens.<ref name="Drimmer" />

Na década de 1820, quando o restante do império espanhol na América Latina [[História da descolonização da América|se rebelou e formou estados independentes]], Cuba permaneceu leal à Espanha. Sua economia se baseava em servir ao império. Em 1860, Cuba tinha 213 167 pessoas mestiças livres (39% de sua população não branca, num total de 550 mil habitantes).<ref name="Drimmer" />

=== Movimentos de independência ===
{{Artigo principal|Guerra de Independência Cubana}}
[[Imagem:Carlos Manuel de Cespedes.jpg|thumb|esquerda|upright|[[Carlos Manuel de Céspedes]] é conhecido como Pai da Pátria em Cuba, tendo declarado a independência da nação da Espanha em 1868 (que não foi efetivada).<ref>{{Citar web|url=https://www.globalsecurity.org/military/world/war/cuba-1868.htm|titulo=Cuba – First War for Independence/The Ten Years War – 1868–1878|publicado=GlobalSecurity.org}}</ref>]]
A independência total da Espanha foi o objetivo de uma rebelião em 1868 liderada pelo advogado [[Carlos Manuel de Céspedes]]. De Céspedes, dono de uma fazenda de açúcar, libertou seus escravos para que lutassem com ele pela independência de Cuba. Em 27 de dezembro de 1868, ele emitiu um decreto condenando a escravidão em teoria, mas aceitando-a na prática e declarando a liberdade de todos os escravos cujos senhores os apresentassem para o serviço militar.<ref name="Chomsky" /> A rebelião de 1868 resultou em um conflito prolongado conhecido como [[Guerra dos Dez Anos]]. Entre os combatentes, um grande número era de voluntários da [[República Dominicana]] e outros países, bem como numerosos [[chineses]] [[Servidão por contrato|servos]].<ref>{{Citar jornal|ultimo=Lopez|primeiro=Kathleen|url=https://go.gale.com/ps/i.do?p=AONE&sw=w&issn=00086533&v=2.1&it=r&id=GALE%7CA200977125&sid=googleScholar&linkaccess=abs|titulo=Armando Choy, Gustavo Chui, Moises Sio Wong. 2005. Our History Is Still Being Written: The Story of Three Chinese-Cuban Generals in the Cuban Revolution|data=01/07/2008|website=Caribbean Studies|paginas=211–216|volume=36}}</ref>

O novo governo cubano foi reconhecido por muitas nações europeias e latino-americanas, mas os Estados Unidos optaram por o não fazer.<ref>{{Citar web|url=http://www.cubagenweb.org/mil/e-war-hist.htm|titulo=Historia de las Guerrras de Cuba|acessodata=12/08/2021|publicado=cubagenweb.org}}</ref> Em 1878, o [[Pacto de Zanjón]] encerrou o conflito, com a Espanha prometendo maior autonomia a Cuba. Entre 1879 e 1880, o patriota cubano [[Calixto García]] tentou iniciar uma segunda guerra conhecida como [[Guerra Chiquita]], mas não conseguiu receber apoio suficiente.<ref>{{Citar web|url=http://www.historyofcuba.com/history/funfacts/lilwar.htm|titulo=The Little War of 1878 – History of Cuba|acessodata=12/08/2021|publicado=History of Cuba}}</ref> A [[escravidão em Cuba]] foi abolida em 1875, mas o processo foi concluído apenas em 1886.<ref>{{Citar livro|título=Slave Emancipation in Cuba: The Transition to Free Labor, 1860–1899|ultimo=Scott, Rebecca J.|editora=University of Pittsburgh Press|ano=2000|local=Pittsburgh|isbn=978-0-8229-5735-5|pagina=3}}</ref><ref name="Chomsky">{{Citar livro|título=O Leitor de Cuba: História, Cultura, Política|ultimo=Chomsky, Aviva|ultimo2=Carr, Barry|ultimo3=Smorkaloff, Pamela Maria|editora=Duke University Press|ano=2004|local=Durham|página=37-38|isbn=978-0-8223-3197-1}}</ref> A abolição da escravidão se deu com base em um processo de intensa pressão externa, ante a resistência da Inglaterra ao tráfico de escravos, além do interesse de investidores estadunidenses que desejavam controlar o mercado exportador cubano. Contribuiu também para o alcance da abolição a condição frágil em que os grandes proprietários de terra cubanos se encontravam, muito afetados pelos efeitos de devastação causados pela Guerra dos Dez Anos travada contra a Espanha.<ref>{{Citar livro|título=A Revolução Cubana|ultimo=Luís Fernando Ayerbe|editora=UNESP|ano=2004|local=São Paulo|página=21-22|isbn=85-7139-549-7}}</ref>
[[Imagem:Calixto García and William Ludlow in Cuba, 1898.jpg|thumb|[[Calixto García]], um general dos rebeldes separatistas cubanos (à direita) com o general brigadeiro William Ludlow (Cuba, 1898).]]

Em 1892, um dissidente exilado chamado [[José Martí]] fundou o [[Partido Revolucionário Cubano (1892)|Partido Revolucionário Cubano]] em [[Nova Iorque]], objetivando alcançar a independência de Cuba da Espanha.<ref name="sandler">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=L_xxOM85bD8C&pg=PP1|título=Ground warfare: an international encyclopedia|ultimo=Stanley Sandler|editora=ABC-CLIO|local=Santa Bárbara|ano=2002|volume=1|isbn=978-1-57607-344-5|acessodata=12/08/2021|capítulo=Part 25|pagina=549}}</ref> Em janeiro de 1895, Martí viajou para [[San Fernando de Monte Cristi]] e [[Santo Domingo]], na República Dominicana, para unir-se aos esforços de [[Máximo Gómez]], outro idealizador da independência. Martí registrou suas opiniões políticas no [[Manifesto de Montecristi]]. A [[Guerra de Independência Cubana|luta contra o exército espanhol]] começou em 24 de fevereiro 1895, mas Martí foi incapaz de chegar a Cuba no início dos entraves, morrendo na [[batalha de Dos Ríos]] em 19 de maio de 1895. Sua morte imortalizou-o como herói nacional de Cuba.<ref name=sandler /><ref name="arias">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=7AlqghmzQVUC&pg=PA171|título=Spanish-americans: Lives And Faces|ultimo=David Arias|editora=Trafford Publishing|ano=2005|local=Victoria, BC, Canadá|isbn=978-1-4120-4717-3|acessodata=06/09/2009|pagina=171}}</ref>
[[Imagem:Weyler reconcentrados.png|thumb|Vítimas cubanas das políticas de reconcentração espanholas]]
Cerca de 200 mil soldados espanhóis superaram o exército rebelde, muito menor, que dependia principalmente de táticas de [[guerrilha]], [[sabotagem]] e da ocupação de faixas do litoral e alguns pontos considerados estratégicos. Os espanhóis iniciaram uma campanha de repressão, com o general [[Valeriano Weyler]], governador militar de Cuba, conduzindo a população rural para o que chamou de "reconcentrados", descritos por observadores internacionais como "cidades fortificadas". Muitas vezes, estes espaços são considerados o protótipo dos campos de concentração do século XX.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=1ovC4TylXNkC&pg=PA195|título=Of Planting and Planning: The Making of British Colonial Cities|ultimo=Robert K. Home|editora=Chapman and Hall|local=Londres|ano=1997|página=195|isbn=978-0-419-20230-1|acessodata=06/09/2009}}</ref> Entre 200 mil e 400 mil<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=WcMWAAAAQBAJ&pg=PA508|título=Liberty, Equality, Power: A History of the American People, Volume II: Since 1863, Concise Edition|ultimo=John M. Murrin|ultimo2=Paul E. Johnson|ultimo3=James M. McPherson|ultimo4=Alice Fahs|ultimo5=Gary Gerstle|numero-autores=1|data=27/02/2013|editora=Cengage Learning|local=Boston|isbn=9781285629544}}</ref> civis cubanos morreram de fome e doenças nos "reconcentrados" espanhóis, estimativas firmadas pela [[Cruz Vermelha]] e pelo senador norte-americano [[Redfield Proctor]], [[Secretário da Guerra dos Estados Unidos|ex-Secretário da Guerra do Governo dos Estados Unidos]]. A conduta espanhola foi reprovada por diversas nações, com os norte-americanos e europeus instigando protestos contra a atuação da Espanha na ilha.<ref>{{Citar web|url=http://www.spanamwar.com/proctorspeech.htm|titulo=Cuban Reconcentration Policy and its Effects|acessodata=29/01/2007|autor=The Spanish–American War}}</ref>

O encouraçado [[USS Maine (ACR-1)|USS ''Maine'']] foi enviado para proteger os interesses norte-americanos mas, logo após sua chegada, explodiu no porto de Havana e afundou rapidamente, matando quase três quartos da tripulação. A causa e a responsabilidade pelo naufrágio do navio permaneceram obscuras mesmo após a instauração de uma comissão de inquérito. A opinião popular nos Estados Unidos, alimentada por uma imprensa ativa, concluiu que os espanhóis eram os culpados e exigiu uma ação por parte das autoridades do país. A Espanha e os Estados Unidos declararam guerra entre si no final de abril de 1898.<ref name="morison">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=SYurkGIlgLMC&pg=PA18|título=The American Battleship|ultimo=Samuel Loring Morison|ultimo2=Samuel Eliot Morison|ultimo3=Polmar, Norman|editora=MBI Publishing Company|ano=2003|local=St. Paul, Minn.|página=18|isbn=978-0-7603-0989-6|acessodata=15/09/2009}}</ref>

=== República (1902–1959) ===
{{Artigo principal|República de Cuba (1902–1959)}}

==== Primeiros anos ====
[[Imagem:Raising_the_Cuban_flag_on_the_Governor_General's_Palace_at_noon_on_May_20,_1902.gif|thumb|esquerda|[[Bandeira cubana]] no Palácio do Governador Geral ao meio-dia de 20 de maio de 1902]]
Após a [[Guerra Hispano-Americana]], a Espanha e os Estados Unidos assinaram o [[Tratado de Paris (1898)|Tratado de Paris de 1898]], pelo qual a Espanha cedeu [[Porto Rico]], as [[Filipinas]] e [[Guam]] aos norte-americanos sob o valor de 20 milhões de dólares e Cuba passou à condição de [[protetorado]] dos Estados Unidos.<ref>{{Citar web|url=http://avalon.law.yale.edu/19th_century/sp1898.asp|titulo=Treaty of Peace Between the United States and Spain|data=10/12/1898|publicado=Yale Law School|autor=The Avalon Project}}</ref> Cuba conquistou a independência formal dos Estados Unidos em 20 de maio de 1902, como República de Cuba. Sob a nova constituição de Cuba, os Estados Unidos mantiveram o direito de intervir nos assuntos cubanos e supervisionar suas finanças e relações exteriores. De acordo com a [[Emenda Platt]], os Estados Unidos alugaram a [[Base Naval da Baía de Guantánamo]].<ref name="Pérez1998">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=qRhK4vMXe1QC&pg=PR15|título=Cuba Between Empires: 1878–1902|ultimo=Louis A. Pérez|editora=University of Pittsburgh|local=Pittsburgh|ano=1998|página=15|isbn=978-0-8229-7197-9|acessodata=19/07/2013}}</ref>

Após as disputadas eleições em 1906, o primeiro presidente cubano, [[Tomás Estrada Palma]], enfrentou uma revolta armada instada por veteranos da guerra da independência, que acabaram derrotando as escassas forças do governo.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Fiquofr8LSoC&pg=PA63|título=Corruption in Cuba: Castro and Beyond|ultimo=Diaz-Briquets|primeiro=Sergio|ultimo2=Jorge F Pérez-López|editora=University of Texas Press|ano=2006|local=Austin|página=63|isbn=978-0-292-71321-5|acessodata=06/09/2009}}</ref> Os Estados Unidos intervieram ocupando Cuba e nomeando [[Charles Edward Magoon]] como governador por três anos. Historiadores cubanos caracterizam o governo de Magoon como introdutor da corrupção política e social.<ref>{{Citar livro|título=Cuba; ou, The Pursuit of Freedom|ultimo=Thomas, Hugh|editora=Da Capo Press|ano=1998|local=Cambridge|página=283-287|isbn=978-0-306-80827-2}}</ref> Em 1908, o autogoverno foi restaurado quando [[José Miguel Gómez]] foi eleito presidente, com o fator condicionante de que os Estados Unidos continuariam intervindo nos assuntos cubanos. Em 1912, o [[Partido Independiente de Color]] tentou estabelecer uma república negra separada, na província de Oriente, mas foi suprimido pelo general Monteagudo com considerável derramamento de sangue.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=48g116X9IIwC&pg=PA134|título=The War of 1898, and U.S. interventions, 1898–1934: an encyclopedia|ultimo=Benjamin Beede|editora=Garland|ano=1994|local=Nova Iorque|página=134|isbn=978-0-8240-5624-7|acessodata=06/09/2009}}</ref>

Em 1924, [[Gerardo Machado]] foi eleito presidente. Durante sua administração, o turismo aumentou acentuadamente e hotéis e restaurantes de propriedade de norte-americanos foram construídos para acomodar o fluxo de turistas.<ref name="D2012" /> O crescimento turístico levou ao aumento da prática de jogos e da prostituição no país.<ref name="D2012">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=NFT8Mp8VuNkC&pg=PA7|título=The Last American Rebel in Cuba|ultimo=Terry K Sanderlin, Ed D|data=24/04/2012|editora=AuthorHouse|local=Bloomington|página=7|isbn=978-1-4685-9430-0|acessodata=19/07/2013}}</ref> A [[Quinta-Feira Negra]], em 1929, levou ao colapso do preço do açúcar, agitação política e repressão. Estudantes protestantes, conhecidos como a Geração de 1930, recorreram à violência em oposição ao governo Machado, cada vez mais impopular. Uma greve geral (na qual o Partido Comunista se aliou a Machado), revoltas entre os trabalhadores açucareiros e uma revolta do exército forçaram Machado ao exílio em agosto de 1933. Ele foi substituído por [[Carlos Manuel de Céspedes y Quesada]].<ref name="ChaffeePrevost1992">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=9CJec-NWjS0C&pg=PA4|título=Cuba: A Different America|ultimo=Wilber Albert Chaffee|ultimo2=Gary Prevost|editora=Rowman & Littlefield|local=Lanham|ano=1992|página=4|isbn=978-0-8476-7694-1|acessodata=19/07/2013}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/fulgenciobatista00argo/page/50|título=Fulgencio Batista|ultimo=Argote-Freyre, Frank|editora=Rutgers University Press|ano=2006|volume=1|local=New Brunswick, N.J.|página=50|isbn=978-0-8135-3701-6}}</ref>

De 1934 a 1959, [[Fulgêncio Batista]] foi o dirigente ''[[de facto]]'' de Cuba, ocupando a presidência de 1940 a 1944 e de 1952 a 1959. A presidência de Batista impôs enormes regulações à economia, o que trouxe grandes problemas para a população.<ref name="Hor">{{Citar livro|url=http://books.google.com/books?id=hx2_y7Vu-PUC&pg=PA463&hl=pt-BR|título=Cuban communism|ultimo=Horowitz, Irving Louis|editora=Transaction Books|ano=1988|local=New Brunswick, N.J|página=662|isbn=0-88738-672-5}}</ref> O desemprego se tornava um problema na medida em que os jovens que entravam no mercado de trabalho não conseguiam encontrar uma função para exercer.<ref name="Hor" /> A [[classe média]], cada vez mais insatisfeita com a queda no nível de qualidade de vida, se opôs cada vez mais a Batista.<ref name="Hor" /> Ainda durante essa época, Cuba se transformou numa espécie de "ilha dos prazeres" dos turistas americanos. Aproveitando o agradável clima tropical e a beleza das paisagens naturais, foi construída toda uma infraestrutura voltada para os visitantes estrangeiros. Nesse cenário, misturavam-se [[Corrupção política|corrupção governamental]], jogatina de [[Casino|cassinos]], uso indiscriminado de [[droga]]s e incentivo à [[prostituição]]. À época, Cuba era o país da [[América Latina]] com o maior consumo ''[[per capita]]'' de carnes, vegetais, cereais, automóveis, telefones e rádios, apesar de todos estes bens estarem concentrados nas mãos de uma pequena elite e de investidores estrangeiros.<ref name="Lew">Paul H. Lewis (2006). [http://books.google.com/books?id=LAvw-YXm4TsC&pg=PA186&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false "Authoritarian Regimes in Latin America"]. {{en}}. Oxford, UK: Rowman and Littlefield. p. 186. ISBN 0-7425-3739-0.</ref>

==== Revolução de 1933–1940 ====
[[Imagem:1933-Pentarchy_w_Batista.jpg|thumb|A [[Pentarquia de 1933]]. [[Fulgencio Batista]], que controlava as Forças Armadas, aparece na ponta direita da imagem]]

Em setembro de 1933, a [[Revolta dos Sargentos (Cuba)|Revolta dos Sargentos]], liderada por [[Fulgencio Batista]], derrubou Céspedes.<ref name="MJ303">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=o9ODxqsr-dIC&pg=PA303|título=South America, Central America and the Caribbean 2002|ultimo=Jones, Melanie|editora=Routledge|local=Londres|ano=2001|página=303|isbn=978-1-85743-121-6|acessodata=19/07/2013}}</ref> Um comitê executivo de cinco membros (a [[Pentarquia de 1933]]) foi escolhido para chefiar um governo provisório. [[Ramón Grau San Martín]] foi então nomeado presidente provisório.<ref name="Suchlicki2002">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=BHhUknsCtfIC&pg=PA95|título=Cuba: From Columbus to Castro and Beyond|ultimo=Jaime Suchlicki|editora=Potomac Books, Inc.|local=Washington, DC|ano=2002|página=95|isbn=978-1-57488-436-4|acessodata=19/07/2013}}</ref> San Martín renunciou em 1934, deixando o caminho livre para Batista, que dominou a política cubana nos 25 anos seguintes, a princípio por meio de uma série de presidentes-fantoches.<ref name="MJ303" /> O período de 1933 a 1937 foi uma época de conflitos sociais e políticos virtualmente incessantes. Em suma, durante este período, Cuba sofreu com estruturas políticas frágeis, refletidas no fato de ter visto três presidentes diferentes em dois anos (1935–1936) e nas políticas militaristas e repressivas encapadas por Fulgencio Batista, então como Chefe do Exército.<ref>{{Citar livro|título=Cuba: Order and Revolution|ultimo=Domínguez, Jorge I|editora=Belknap Press|ano=1978|local=Cambridge|página=76|isbn=978-0-674-17925-7}}</ref>

Uma [[Constituição de Cuba de 1940|nova constituição]] foi adotada em 1940, que engendrou ideias progressistas radicais, incluindo o direito ao trabalho e à saúde. Fulgencio Batista foi eleito presidente no mesmo ano, mantendo o cargo até 1944.<ref name="Villafana2011">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Jj2mIS40lAMC&pg=PA201|título=Expansionism: Its Effects on Cuba's Independence|ultimo=Frank R. Villafana|data=31/12/2011|editora=Transaction Publishers|local=Piscataway|página=201|isbn=978-1-4128-4656-1|acessodata=19/07/2013}}</ref> Seu governo realizou importantes reformas sociais, ao passo que vários membros do Partido Comunista ocuparam cargos sob sua administração.<ref name="bethell">{{Citar livro|título=Cuba|ultimo=Leslie, Bethell|editora=Cambridge University Press|local=Cambridge|ano=1993|isbn=978-0-521-43682-3}}</ref> As forças armadas cubanas não estiveram muito envolvidas no combate durante a [[Segunda Guerra Mundial]], embora o presidente Batista tenha sugerido um ataque conjunto entre os norte-americanos e a América Latina à [[Espanha franquista]], com o objetivo de derrubar o regime espanhol, tido como autoritário.<ref>{{Citar web|url=http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,802544,00.html|titulo=Batista's Boot|data=18/01/1943|acessodata=20/04/2013|publicado=Time|wayb=20080825011807|urlmorta=sim}}</ref> Cuba perdeu seis navios mercantes durante a guerra e a Marinha cubana foi responsável pelo naufrágio do submarino alemão U-176.<ref>{{Citar livro|título=World War II: The Encyclopedia of the War Years 1941–1945|ultimo=Polmar, Norman|ultimo2=Thomas B. Allen|página=230|editora=Random House|local=Nova Iorque}}</ref>

Batista aderiu às restrições da constituição de 1940, que impedia sua reeleição, e Ramon Grau San Martín foi eleito nas eleições de 1944.<ref name="Villafana2011" /> O governo San Martín foi acusado de deslegitimar o sistema político cubano, em particular o Congresso e a Suprema Corte.<ref>{{Citar livro|título=Cuba: Ordem e Revolução|ultimo=Domínguez, Jorge I|editora=Belknap Press|ano=1978|local=Cambridge|isbn=978-0-674-17925-7}}</ref> [[Carlos Prío Socarrás]], um aliado de San Martín, tornou-se presidente em 1948.<ref name="Villafana2011" /> Os dois governos comandados pelo [[Partido Auténtico]] trouxeram um influxo de investimentos, que alimentou um crescimento econômico, elevou os padrões de vida para todos os segmentos da sociedade e criou uma classe média na maioria das áreas urbanas.<ref>{{Citar web|url=https://edis.ifas.ufl.edu/pdf%5CFE%5CFE48000.pdf|titulo=Cuban Agriculture Before 1959: The Social Situation1|ano=2004|publicado=Departamento de Economia de Alimentos e Recursos da Universidade da Flórida|autor=José Alvarez|lingua=en|formato=PDF}}</ref>

==== Golpe de Estado de 1952 ====
[[Imagem:HavanaSlums1954.jpg|thumb|Moradias em [[favelas]] (''bohio'') em Havana (1954), perto do [[estádio Latinoamericano]].]]
Após deixar a presidência em 1944, Fulgencio Batista morou na Flórida, retornando a Cuba para se candidatar à presidência em 1952. Enfrentando uma possível derrota eleitoral, Batista liderou um golpe militar que antecipou a eleição.<ref>{{Citar web|url=http://www.historytoday.com/richard-cavendish/general-batista-returns-power-cuba|titulo=A Coup in Cuba|acessodata=13/08/2021|publicado=History Today}}</ref> De volta ao poder e recebendo apoio financeiro, militar e logístico do governo dos Estados Unidos, Batista suspendeu a Constituição de 1940 e revogou a maioria das liberdades políticas, o que incluía o direito de greve.<ref>{{Citar livro|título=Beyond Paradox|ultimo=Guerra, Lillian|editora=Duke University Press|ano=2010|local=Durham|página=199–238|isbn=978-0-8223-4737-8}}</ref> Ele então se aliou aos proprietários de terras mais ricos que possuíam as maiores plantações de açúcar e presidiu uma economia estagnada que aumentava a desigualdade entre os cubanos ricos e os pobres, proibindo o Partido Comunista Cubano em 1952.<ref>{{Citar livro|título=Historical Dictionary of the 1950s|ultimo=James Stuart Olson|editora=Greenwood Publishing Group|local=Westport|ano=2000|páginas=67–68|isbn=0-313-30619-2|autor-link=James S. Olson}}</ref> Depois do golpe, Cuba passou a ter as maiores taxas de consumo per capita, na América Latina, de carnes, vegetais, cereais, automóveis, telefones e rádios, embora cerca de um terço da população fosse considerada pobre e desfrutasse relativamente pouco desse consumo.<ref name="lewis">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=LAvw-YXm4TsC&pg=PA186|título=Authoritarian Regimes in Latin America|ultimo=Paul H. Lewis|editora=Rowman & Littlefield|ano=2006|local=Oxford|página=186|isbn=978-0-7425-3739-2|acessodata=14/09/2009}}</ref>

Em 1958, Cuba era um país relativamente avançado para os padrões latino-americanos. Ainda que o país apresentasse uma visível pobreza e precariedade no emprego, havia sinais de modernização que, em alguns casos, eram superiores aos de países ricos. Cuba possuía uma média de carros, por habitantes, que a colocava em sexto lugar no mundo no consumo deste bem, sendo superada apenas pelos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Venezuela e Alemanha Ocidental. Em 1953, importava um número de veículos tratores superior ao do Brasil e México; possuía a maior quantidade de importação de aparelhos de televisão na América Latina (proporcional ao número de habitantes); ostentava o sexto lugar, em âmbito local, em número de jornais publicados; era o quarto país com mais emissoras de rádio e salas de cinema e detinha o terceiro lugar na captação de investimentos diretos dos Estados Unidos, com cerca de 861 milhões de dólares investidos no país em 1958. Ainda que assim fosse, a estrutura do sistema econômico era desigual, beneficiando apenas grupos da aristocracia rural, a burguesia da indústria turística e imobiliária e profissionais liberais.<ref>{{Citar livro|título=A Revolução Cubana|ultimo=Luís Fernando Ayerbe|editora=UNESP|ano=2004|local=São Paulo|página=33-34|isbn=85-7139-549-7}}</ref>

Cuba adotava uma política de interferência nas relações sindicais, o que incluía a proibição de demissões e da mecanização. Entre 1933 e 1958, a nação ampliou enormemente as regulamentações econômicas, causando problemas econômicos e desemprego. A classe média, que era comparável à dos Estados Unidos, tornou-se cada vez mais insatisfeita com o desemprego e a perseguição política. Fulgencio Batista renunciou em dezembro de 1958, sob pressão dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que as forças revolucionárias lideradas por [[Fidel Castro]] estavam vencendo militarmente no interior do país.<ref>{{Citar livro|título=Batista, últimos días en el poder|ultimo=Padrón, José Luis|ultimo2=Betancourt, Luis Adrián|ano=2008|editora=Unión|local=La Habana}}</ref><ref name="IhrieOropesa2011">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=zPDFHE_5besC&pg=PA262|título=World Literature in Spanish: An Encyclopedia: An Encyclopedia|ultimo=Maureen Ihrie|ultimo2=Salvador Oropesa|data=31/10/2011|editora=ABC-CLIO|local=Santa Bárbara|página=262|isbn=978-0-313-08083-8|acessodata=19/07/2013}}</ref>

=== Revolução e governo do partido comunista (1959–presente) ===
{{Artigo principal|Revolução Cubana}}
[[Imagem:CheyFidel.jpg|thumb|esquerda|upright|[[Che Guevara]] e [[Fidel Castro]] fotografados por [[Alberto Korda]] (1961).]]

Na década de 1950, várias organizações, incluindo algumas que defendiam o levante armado, competiram pelo apoio público para promover mudanças políticas. Em 1956, Fidel Castro e cerca de 80 apoiadores desembarcaram do iate [[Granma (embarcação)|Granma]], na tentativa de iniciar uma rebelião contra o governo Batista. Em 1958, o [[Movimento 26 de Julho]], de Castro, emergiu como o principal grupo revolucionário. Os Estados Unidos apoiaram Castro sob a imposição de um embargo de armas em 1958 contra o governo de Batista. Batista tentou evitar o embargo norte-americano adquirindo armas da República Dominicana.<ref name="Chomsky2010">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=094JHT5JtCAC&pg=PA37|título=A History of the Cuban Revolution|ultimo=Aviva Chomsky|data=23/11/2010|editora=John Wiley & Sons|local=Hoboken|isbn=978-1-4443-2956-8|acessodata=19/07/2013|pagina=37–38}}</ref>

Em fins de 1958, os revolucionários haviam escapado de [[Serra Maestra]] e lançaram uma insurreição popular geral. Depois que os combatentes de Castro tomaram [[Santa Clara (Villa Clara)|Santa Clara]], Batista fugiu com a família para a República Dominicana, em janeiro de 1959. Posteriormente, veio a exilar-se na ilha portuguesa da [[Madeira]], estabelecendo-se finalmente no [[Estoril]], perto de [[Lisboa]]. As forças de Fidel Castro entraram na capital em 8 de janeiro de 1959. O liberal [[Manuel Urrutia Lleó]] tornou-se o presidente provisório.<ref>{{Citar web|url=https://www.nytimes.com/1959/06/24/archives/trujillo-reported-to-crush-invasion-backed-by-cuba-trujillo-is-said.html|titulo=Trujillo Reported to Crush Invasion Backed by Cuba|data=24/06/1959|publicado=The New York Times|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar livro|título=Washing and Havana|ultimo=Falk, Pamela S.|editora=The Wilson Quarterly|local=Washington, D.C.|ano=1988|página=64–74}}</ref>

Inicialmente, o governo dos Estados Unidos reagiu favoravelmente à revolução cubana.<ref name="Cuba=URSS">{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=o2SFNdAiB7UC&pg=PA123&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título=Eisenhower and Latin America: The Foreign Policy of Anticommunism|ultimo=Stephen G. Rabe|editora=UNC Press Books|local=Chapel Hill|ano=1988|página=123–125|isbn=978-0-8078-4204-1}}</ref> Castro legalizou o [[Partido Comunista de Cuba|Partido Comunista]], promulgou a Lei de Reforma Agrária e expropriou milhares de hectares de terras agrícolas, incluindo aquelas de grandes proprietários de terras dos Estados Unidos. A partir de então, as relações entre o novo governo revolucionário e os norte-americanos começaram a se deteriorar. Em resposta, os Estados Unidos impuseram uma série de sanções entre 1960 e 1964, incluindo a proibição total do comércio entre os países e o congelamento de todos os ativos de propriedade de cubanos nos Estados Unidos.<ref>{{Citar livro|título=The Economic Impact of U.S. Sanctions with Respect to Cuba. p. Section 2–3|editora=U.S. International Trade Commission|local=Washington, DC|ano=1960|página=2|isbn=978-1-4578-2290-2}}</ref> Castro assinou um acordo comercial com o vice-primeiro-ministro soviético Anastas Mikoyan.<ref name="Cuba=URSS" />
[[Imagem:LaCaballeriaCorrales.JPG|thumb|Revolucionários do [[Movimento 26 de Julho]] montados em cavalos em 1959.]]
[[Imagem:Guantanamo Naval Base aerial photo 1962.jpg|thumb|Desde 1959, Cuba considera a presença dos Estados Unidos na [[Baía de Guantánamo]] ilegal<ref>{{citar web|url=https://www.bbc.com/news/world-latin-america-31059030|título=US rejects Cuba demand to hand back Guantanamo Bay base|data=30-01-2015|publicado=BBC News|wayb=20161207183342}}</ref>]]

Em março de 1960, o presidente estadunidense [[Dwight D. Eisenhower]] deu sua aprovação a um plano da [[Central Intelligence Agency]] (CIA) para armar e treinar um grupo de refugiados cubanos, visando derrubar o governo de Fidel Castro.<ref>{{Citar web|url=http://www.history.com/this-day-in-history/khrushchev-and-eisenhower-trade-threats-over-cuba|titulo=O primeiro-ministro soviético Khrushchev e o presidente Eisenhower ameaçam o comércio de Cuba|acessodata=18/08/2021|publicado=History|lingua=en|wayb=20100307213409|urlmorta=sim}}</ref> A [[invasão da Baía dos Porcos]], como ficou conhecida, foi levada a cabo em 14 de abril de 1961, durante o mandato do presidente [[John F. Kennedy]], quando cerca de 1.400 exilados cubanos desembarcaram na Baía dos Porcos. Tropas cubanas e milícias locais derrotaram a invasão, matando mais de 100 invasores e fazendo o restante prisioneiro.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=l-5GqG1hluIC&pg=PA43&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título=Cuba|ultimo=Richard A. Crooker|editora=Infobase Publishing|local=Nova Iorque|ano=2005|página=43–44|isbn=978-1-4381-0497-3}}</ref> Em janeiro de 1962, Cuba foi suspensa da [[Organização dos Estados Americanos]] (OEA) e, no mesmo ano, a OEA começou a impor sanções contra Cuba, de natureza semelhante às sanções americanas.<ref>{{Citar web|url=https://www.piie.com/sites/default/files/publications/papers/sanctions-cuba-60-3.pdf|titulo=US v. Cuba (1960– : Castro)|ano=2011|publicado=Peterson Institute for International Economics|lingua=en|formato=PDF|autor4=Milica Cosic|autor1=Gary Clyde Hufbauer|autor2=Jeffrey J. Schot|autor3=Kimberly Ann Elliot|numero-autores=1}}</ref> A [[Crise dos mísseis de Cuba|crise dos mísseis cubanos]] (outubro de 1962), em plena [[Guerra Fria]], quase desencadeou a [[Terceira Guerra Mundial]].<ref>{{Citar livro|título=DEFCON-2: Standing on the Brink of Nuclear War During the Cuban Missile Crisis|ultimo=Polmar, Norman|ultimo2=Gresham, John D.|data=17/01/2006|editora=Wiley|local=Hoboken|página=223|isbn=978-0-471-67022-3}}</ref><ref>{{Citar livro|título=Thirteen Days of Tension: The Cuban Missile Crisis. Movements and moments that changed America|ultimo=Duncan, Terri Kaye|ultimo2=Stein, R. Conrad|editora=Rosen Publishing Group|local=Nova Iorque|página=8-49, 94|isbn=978-1-72534-219-4}}</ref> Em 1963, Cuba estava se movendo em direção a um sistema comunista de pleno direito modelado na [[União das Repúblicas Socialistas Soviéticas]] (URSS).<ref>{{Citar livro|título=Cuba in Revolution – Escape From a Lost Paradise|ultimo=Faria, Miguel A.|editora=Hacienda Publishing|ano=2002|local=Macon|página=163–228}}</ref>

A partir de então, Cuba passou a apoiar outras nações e movimentos com ideais socialistas e comunistas. Durante a [[Guerra das Areias]], travada entre a [[Argélia]] e o [[Marrocos]], o país apoiou militarmente os argelinos.<ref>{{Citar web|url=https://themilitant.com/2019/02/16/cuba-and-algerian-revolutions-an-intertwined-history/|titulo=Cuba and Algerian revolutions: an intertwined history|acessodata=19/08/2021|publicado=The Militant|lingua=en}}</ref> Em 1964, uma reunião de comunistas latino-americanos foi organizada em Havana, desencadeando uma guerra civil em Santo Domingo, capital dominicana, o que levou os Estados Unidos a [[Invasão da República Dominicana pelos Estados Unidos em 1965|invadir a República Dominicana em 1965]]. Por outro lado, [[Che Guevara]] — que havia se engajado em atividades de guerrilha na África — foi morto em 1967 enquanto tentava iniciar uma revolução na [[Bolívia]]. Durante a década de 1970, Fidel Castro enviou milhares de soldados à África em apoio às guerras apoiadas pelos soviéticos no continente, apoiando especialmente o [[Movimento Popular de Libertação de Angola]] (MPLA).<ref>{{Citar livro|título=Para tornar um mundo seguro para a revolução: a política externa de Cuba|ultimo=Domínguez, Jorge I|editora=Harvard University Press|ano=1989|local=Cambridge|isbn=978-0-674-89325-2}}</ref> Em 1975, Cuba efetivou uma das mais rápidas mobilizações militares da história, ao enviar cerca de 65 mil soldados e 400 tanques de fabricação soviética à [[Angola]], em apoio ao MPLA. Seu apoio ao MPLA perdurou até 1988 quando, na [[batalha de Cuito Cuanavale]], o MPLA derrotou a [[União Nacional para a Independência Total de Angola]] (UNITA) e as forças sul-africanas do [[apartheid]].<ref>{{Citar web|url=https://amp.theguardian.com/commentisfree/2016/nov/30/africa-fidel-castro-nelson-mandela-cuba|titulo=To so many Africans, Fidel Castro is a hero. Here’s why|data=30/11/2016|acessodata=19/08/2021|publicado=The Guardian|lingua=en}}</ref> A atuação cubana na África também se caracterizou por seu apoio à [[República Democrática Popular da Etiópia]], sob liderança de [[Mengistu Haile Mariam]], tendo sido proeminente em 1978, quando o país ajudou a derrotar uma invasão somali em território etíope.<ref>{{Citar livro|título=A Aliança Soviética-Cubana na África e no Caribe|ultimo=Valenta, Jiri|ano=1981|página=45}}</ref><ref name="Cubaa" />

A atuação e o poderio militar cubano também foi registrado em outras partes do mundo. No [[Oriente Médio]], o país forneceu apoio bélico ao [[Iémen do Sul]], que travava conflitos com o [[Iêmen do Norte]], envolvendo-se também na [[Guerra do Yom Kippur]] entre [[Israel]] e uma coalizão de estados árabes, como [[Egito]] e [[Iraque]]. Na América Latina, Fidel Castro apoiou insurgências marxistas em [[Guatemala]], [[El Salvador]] e [[Nicarágua]]. No [[Sudeste Asiático]], o país apoiou deliberadamente o [[Vietnã do Norte]] contra o [[Vietnã do Sul]], em um conflito que reuniu forças e colocou em lados opostos o Estados Unidos e a União Soviética, durante a [[Guerra do Vietnã]].<ref name="LF" />
[[Ficheiro:Fidel-Gagarin-hug.jpg|thumb|esquerda|Fidel Castro e [[Iuri Gagarin]] em junho de 1961]]
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-L0614-040, Berlin, Fidel Castro an der Grenze.jpg|thumb|esquerda|[[Fidel Castro]] e membros do [[Politburo]] da [[Alemanha Oriental]] no [[Muro de Berlim]] com o [[Portão de Brandemburgo]] ao fundo em 1972]]

O regime socialista cubano adotou como política de Estado tratativas de combate à desigualdade social, o que permitiu, hodiernamente, a eliminação do [[analfabetismo]] através da [[Campanha Nacional de Alfabetização em Cuba]], a implementação de um sistema de [[saúde pública]] universal e a diminuição significativa das taxas de [[mortalidade infantil]].<ref>{{Citar web|url=http://www.eleccionesencuba.cu/|titulo=CEN - Consejo Electoral Nacional|acessodata=14-11-2020|website=www.eleccionesencuba.cu|wayb=20120523140522}}</ref> Ao longo dos anos da revolução, críticos do regime de Cuba passaram a sustentar afirmações envolvendo a possível violação de direitos humanos no país, como a existência das Unidades Militares de Ajuda à Produção que, a partir de 1965, guiava a campos de trabalhos forçados pessoas consideradas alheias à moral revolucionária. O historiador Abel Serra Madero estima que até 30 mil cubanos foram enviados a estes campos, onde predominavam delinquentes comuns, dissidentes políticos, religiosos e homossexuais.<ref>{{Citar web|url=https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/22/internacional/1532287928_730414.html|titulo=Cuba reforma Constituição para reverter décadas de homofobia|data=24/07/2018|acessodata=19/08/2021|publicado=El País}}</ref> Outro estudo, conduzido pela [[Universidade Federal de Uberlândia]] (UFU), enfoca que, a partir de 1971, pessoas homossexuais passaram a sofrer exonerações de cargos públicos ligados à área cultural, sob a justificativa de que não reuniam os parâmetros políticos e morais conscritos à revolução, especialmente após a realização do I Congresso de Educação e Cultura.<ref>{{Citar web|url=https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/30234/1/Trai%C3%A7%C3%A3oSexoTestemunhos.pdf|titulo=A traição do sexo: testemunhos da perseguição aos homossexuais em Cuba na obra de Reinaldo Arenas (1959-1990)|data=outubro de 2020|acessodata=19/08/2021|publicado=Instituto de Ciências Humanas do Pontal, Universidade Federal de Uberlândia|autor=Ualisso Pereira Freitas|formato=PDF}}</ref>
[[Imagem:Vietnam Military History Museum (12035733963).jpg|thumb|esquerda|Fidel Castro se encontra com [[Võ Nguyên Giáp]]]]

A OEA veio a suspender suas sanções contra Cuba em 1975, com a aprovação de 16 Estados membros. Os Estados Unidos, entretanto, mantiveram suas próprias sanções.<ref>{{Citar web|url=https://www.piie.com/sites/default/files/publications/papers/sanctions-cuba-60-3.pdf|titulo=US v. Cuba (1960 – : Castro)|acessodata=19/08/2021|publicado=Peterson Institute for International Economics|lingua=en|formato=PDF}}</ref> Em 1979, os norte-americanos se opuseram à presença de tropas de combate soviéticas em Cuba. Em 23 de outubro de 1983, as forças dos Estados Unidos invadiram a ilha caribenha de [[Granada (país)|Granada]], sob a justificativa de que a ilha estaria muito próxima politicamente de Cuba e da União Soviética após o golpe de Estado de Bernard Coard, além de relatos de ameaças ao território dos Estados Unidos.<ref name="LF">{{Citar livro|título=A Revolução Cubana|ultimo=Luís Fernando Ayerbe|editora=UNESP|ano=2004|local=São Paulo|página=55-56|isbn=85-7139-549-7}}</ref> Neste intervalo, os estadunidenses mataram quase duas dezenas de trabalhadores da construção civil de origem cubana, expulsando de Granada o restante da força de ajuda enviada por Cuba.<ref name="Cubaa" /><ref>{{Citar livro|título=A História de Cambridge da América Latina|ultimo=Bethell, Leslie|ano=1998|isbn=978-0-521-62327-8}}</ref>

As tropas soviéticas começaram a se retirar de Cuba em setembro de 1991.<ref name="Cubaa">{{Citar web|url=https://www.britannica.com/place/Cuba|titulo=Cuba|acessodata=19/08/2021|publicado=Britannica|lingua=en}}</ref> Com a [[dissolução da União Soviética]], o governo revolucionário foi severamente testado e o país enfrentou uma crise econômica severa, em parte devido à retirada dos subsídios soviéticos. A crise econômica resultou em efeitos como a escassez de alimentos e combustível, ao passo que [[Maleconazo|uma manifestação popular notável]] ocorreu em Havana em agosto de 1994.<ref>{{Citar web|url=http://www.mercatrade.com/blog/country-profile-cuba/|titulo=Can You Chip In?|acessodata=19/08/2021|publicado=Mercatrade|lingua=en|wayb=20160314103057|urlmorta=sim}}</ref> Outro efeito da crise, que perdurou até 1995, foi a queda significativa do [[Produto interno bruto]] (PIB) cubano, cujo valor chegou a encolher 35%. Mais de cinco anos foram necessários para que o PIB do país atingisse os níveis anteriores à crise.<ref>Gershman & Gutierrez 2009, p. 20</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2474886/|titulo=Health consequences of Cuba's Special Period|acessodata=19/08/2021|publicado=Canadian Medical Association Journal|lingua=en}}</ref>

A década de 1990 também propiciou uma aproximação relevante entre Cuba e [[China]], fator experimentado especialmente após a desintegração da União Soviética, que comprava 60% do açúcar e fornecia [[petróleo]] e manufaturas. Nos anos subsequentes, o país também aproximou-se da [[Venezuela]] e [[Bolívia]], sob o governo de [[Hugo Chávez]] e [[Evo Morales]], respectivamente, além de flexibilizar a economia, permitindo, dentro da estrutura socialista, a abertura para atividades capitalistas, como o turismo. Na década seguinte, em 2003, registrou-se a [[Primavera Negra]], onde um grande número de [[Oposição cubana|dissidentes cubanos]] foram presos em nome do governo sob a acusação de que agiam como agentes do Estados Unidos. Posteriormente, os dissidentes foram liberados, com alguns passando a viver no exílio na Espanha.<ref>{{Citar web|url=https://cpj.org/reports/2008/03/cuba-press-crackdown/|titulo=Cuba’s Long Black Spring|acessodata=19/08/2021|publicado=Comitê para a Proteção de Jornalistas|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.rsf.org/IMG/pdf/Cuba_report.pdf|titulo=Can You Chip In?|acessodata=19/08/2021|publicado=Repórteres Sem Fronteiras|lingua=en|wayb=20081206131243}}</ref>

Fidel Castro renunciou ao cargo de Presidente do Conselho de Estado em fevereiro de 2008, alegando motivos de saúde. [[Raúl Castro]], de quem Fidel era irmão, foi declarado o novo presidente. Em 3 de junho de 2009, durante sua 39ª [[Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos|Assembleia Geral]], a OEA adotou uma resolução objetivando retirar a suspensão de Cuba da organização.<ref>{{Citar web|url=https://www.bbc.com/portuguese/lg/noticias/2009/06/090603_oea_cuba_rc|titulo=OEA revoga suspensão a Cuba depois de 47 anos|ano=2009|acessodata=23-09-2021|publicado=BBC News Brasil}}</ref> Cuba, cuja suspensão se dava desde 1962, motivada pela adesão cubana ao marxismo-leninismo e alinhamento com o bloco comunista, pôde reintegrar-se á organização e de todas as instituições subordinadas à OEA, como a Comissão de Direitos Humanos.<ref>{{Citar web|url=https://novaescola.org.br/conteudo/2299/o-que-significa-o-fim-da-suspensao-de-cuba-da-organizacao-dos-estados-americanos-oea|titulo=O que significa o fim da suspensão de Cuba da Organização dos Estados Americanos (OEA)?|data=01/05/2009|acessodata=13/08/2021|publicado=Nova Escola.org}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://memorialdademocracia.com.br/card/eua-conseguem-expulsar-cuba-da-oea|titulo=EUA conseguem tirar Cuba da OEA - Medida, com o apoio de 14 países, sela o isolamento da ilha revolucionária|acessodata=13/08/2021|publicado=Memorial da Democracia}}</ref> Até o momento, Cuba não solicitou sua reincorporação, sendo considerada pela OEA um membro inativo.<ref>{{Citar web|url=https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2021/07/28/interna_internacional,1290652/oea-adia-reuniao-para-discutir-situacao-em-cuba.shtml|titulo=OEA adia reunião para discutir situação em Cuba|data=27/07/2021|acessodata=13/08/2021|publicado=Em Tempo}}</ref>
[[Imagem:Press conference, Havana.jpg|thumb|[[Raúl Castro]] e o presidente estadunidense [[Barack Obama]], em sua coletiva de imprensa conjunta em [[Havana]], 21 de março de 2016]]

Em janeiro de 2013, Cuba encerrou a exigência estabelecida em 1961, de que qualquer cidadão que desejasse viajar para o exterior fosse obrigado a obter uma licença governamental e uma carta-convite.<ref>{{Citar web|url=https://edition.cnn.com/2012/10/16/world/americas/cuba-travel-policy/|titulo=Cuba facilita restrição de viagens para cidadãos|acessodata=23-09-2021|publicado=CNN|lingua=en|wayb=20160304095615}}</ref> Em 1961, o governo cubano impôs amplas restrições às viagens para evitar a emigração em massa de pessoas após a revolução de 1959; aprovando vistos de saída apenas em raras ocasiões.<ref>{{Citar web|url=http://www.pbs.org/newshour/bb/world-jan-june13-cuba1_01-14/|titulo=Cuba abre viagens ao exterior para a maioria dos cidadãos, eliminando a exigência de visto de saída|acessodata=23-09-2021|publicado=PBS|lingua=en|wayb=20161128050947}}</ref> A partir de 2013, os requisitos foram simplificados, necessitando-se apenas de passaporte e documento oficial. No primeiro ano desta nova política, cerca de 180 mil naturais de Cuba deixaram o país e retornaram.<ref>{{Citar web|url=http://www.ibtimes.com/cubas-first-year-immigration-reform-180000-people-leave-country-come-back-1539860|titulo=O primeiro ano da reforma da imigração em Cuba: 180 mil pessoas saem do país ... e voltam|acessodata=23-09-2021|publicado=Ib Times|lingua=en|wayb=20160809131449}}</ref> Em 2016, os Estados Unidos, sob o [[Presidência de Barack Obama|Governo Barack Obama]], iniciou uma política de reaproximação com Cuba, com o restabelecimento da diplomacia entre as duas nações, a retirada de restrições a cidadãos americanos que desejam visitar o país e a flexibilização do embargo econômico, para permitir a importação, exportação e certo comércio limitado, mas as negociações não prosperaram.<ref>{{Citar web|url=https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160320_visita_obama_cuba_rm|titulo=Visita histórica: O que Barack Obama quer em Cuba?|data=20/03/2016|acessodata=23-09-2021|publicado=BBC News Brasil}}</ref>

Atualmente, Cuba é único país socialista do [[Hemisfério ocidental|Ocidente]] e um dos poucos do mundo, ao lado da China, da [[Coreia do Norte]], do Vietnã e do [[Laos]]. A nação aprovou uma nova constituição em 2019, por meio de um plebiscito nacional. A nova constituição mantém o Partido Comunista como o único partido político legítimo, alça o acesso à saúde e educação como direitos fundamentais, impõe limites aos mandatos presidenciais, consagra o direito à representação legal na prisão, reconhece a propriedade privada e fortalece os direitos das multinacionais que investem com o estado.<ref>{{Citar web|url=https://www.theguardian.com/world/2019/feb/25/cuba-approves-new-socialist-constitution|titulo=Cuba overwhelmingly approves new constitution affirming ‘irrevocable’ socialism|data=25/02/2019|acessodata=13/08/2021|publicado=The Guardian|lingua=en}}</ref> Em 2021, 250 mil cubanos, ou 2% da população, imigrou para os [[Estados Unidos]] devido à [[Pandemia de COVID-19]]. <ref>{{Citar web|titulo=‘Cuba Is Depopulating’: Largest Exodus Yet Threatens Country’s Future Africa|url=https://www.nytimes.com/2022/12/10/world/americas/cuba-us-migration.html|acessodata=2022-12-25|língua=en}}</ref>

== Geografia ==
{{Artigo principal|Geografia de Cuba}}
[[Imagem:Cuba_Nasa.jpg|thumb|esquerda|[[Imagem de satélite]] do território cubano em 2001.]]
Cuba é um arquipélago formado por mais de 1 500 ilhas.<ref>''O Globo Atlas Geográfico Mundial''. Rio de Janeiro: O Globo. p. 123</ref> As maiores são a Ilha de Cuba e a [[Ilha da Juventude]] (que tem uma superfície de 2 200 km²). A Ilha de Cuba é a maior ilha do [[Caribe]], com uma superfície 104 945 km². O conjunto do arquipélago cubano possui uma superfície de 110 860 km² e uma dimensão linear máxima de cerca de 1 200 km. A ilha de Cuba é a [[Lista de ilhas por área|16.ª maior ilha do mundo]]. Banhada a norte pelo [[estreito da Flórida]] e pelo [[oceano Atlântico]] Norte, a noroeste pelo [[golfo do México]], a oeste pelo canal da [[Península de Iucatã]], a sul pelo [[mar do Caribe]] e a leste pela [[passagem de Barlavento]].<ref name="stoner">{{citar web|url=http://encarta.msn.com/encyclopedia_761569844_14/Cuba.html|título=Cuba|autor=Stoner, K. Lynn|ano=2005|website=Encarta Online Encyclopedia|acessodata=2009-10-31|wayb=20091029160558|urlmorta=sim}}</ref>

A ilha de Cuba está formada principalmente por planícies onduladas, com colinas e montanhas mais escarpadas situadas maioritariamente na zona sul da ilha. O ponto mais elevado é o [[Pico Real del Turquino]] com 1 974 m de altitude. O clima é tropical, embora temperado pelos ventos [[alísios]]. Existe uma estação relativamente seca de novembro a abril e uma estação mais chuvosa de maio a outubro. [[Havana]] é a capital e a cidade mais populosa. [[Santiago de Cuba]] e [[Camagüey]] são também cidades importantes. A [[Baía de Guantanamo]] contém uma base naval tomada pelos [[Estados Unidos]] desde 1903.<ref>{{Citar web|url=https://www.estadao.com.br/internacional/america-do-norte/saiba-mais-sobre-a-base-naval-americana-de-guantanamo/|titulo=Saiba mais sobre a base naval americana de Guantánamo|data=22-01-2009|acessodata=08-06-2012|publicado=Estadão, Grupo Estado}}</ref>

=== Clima ===
[[Imagem:Koppen-Geiger_Map_CUB_present.svg|thumb|Cuba de acordo com a [[classificação climática de Köppen-Geiger]]]]
Como a maior parte da ilha está ao sul do [[Trópico de Câncer]], o clima local é [[Clima tropical|tropical]], moderado por [[ventos alísios]] vindos do nordeste que sopram durante todo o ano. A temperatura também é formada pela corrente caribenha, que traz água quente a partir do [[Linha do equador|equador]]. Isso faz com que o clima de Cuba seja mais quente que o de [[Hong Kong]], por exemplo, que está à mesma [[latitude]] de Cuba, mas tem um [[clima subtropical]]. Em geral (com variações locais), há uma estação seca de novembro a abril e uma estação mais chuvosa de maio a outubro. A temperatura média é de 21 [[°C]] em janeiro e 27 °C em julho. As temperaturas quentes do [[Mar do Caribe]] e o fato do país estar localizado na entrada do [[Golfo do México]] se combinam para tornar o país mais propenso a [[ciclones tropicais]] frequentes. Estes são os mais comuns entre os meses de setembro e outubro.<ref name="Clima">{{Citar web|url=http://www.insmet.cu/asp/genesis.asp?TB0=PLANTILLAS&TB1=CLIMAC&TB2=/clima/ClimaCuba.htm|titulo=El Clima de Cuba|acessodata=14-11-2013|editor-sobrenome=Instituto de Meteorologia da República de Cuba}}</ref>

Cuba é regularmente atingida por [[furacões]] durante o Verão e o Outono. Destes, destaca-se o [[Furacão de Cuba de 1910|furacão cubano de 1910]], que afectou a ilha durante 5 dias, e o [[Furacão de Cuba de 1932|furacão de 1932]], que continua a ser o mais mortífero a atingir o país, com mais de 3.000 mortos. Este último atingiu o máximo da categoria 5 na [[escala Saffir-Simpson]], mas tinha descido para a categoria 4 antes de atingir Cuba. A [[Temporada de furacões no oceano Atlântico de 2008|temporada furacões de 2008]] afectou gravemente a economia cubana, especialmente a agricultura e a pecuária: a destruição causada pelos ciclones tropicais foi estimada pelo líder Raúl Castro em 10 mil milhões de dólares (7,9 mil milhões de euros). 500 000 famílias foram afectadas, 156 000 hectares de cana-de-açúcar foram destruídos e 500 000 ficaram inundados.<ref>{{citar web|url=http://www.cubadebate.cu/opinion/2008/09/22/cuba-los-huracanes-y-la-hipocresia-de-washington/|titulo=Cuba, los huracanes y la hipocresía de Washington}}</ref>

Perante as crises regulares provocadas pelos furacões, o povo e o Estado cubanos adquiriram experiência e desenvolveram uma logística para proteger as pessoas e os bens dos ventos selvagens que são comuns na ilha. Entre 1985 e 2004, Cuba foi atingida por dez grandes furacões, dos quais resultaram apenas vinte e duas mortes. Por exemplo, quando Cuba foi atingida pelo [[furacão Georges]] em 1998, houve apenas quatro mortes, em comparação com 600 noutros países afectados. Do mesmo modo, o furacão Charley, em agosto de 2004, causou quatro mortes em Cuba contra 30 na Florida. Em julho de 2005, o [[furacão Dennis]] também matou apenas 16 pessoas, mas causou danos consideráveis e obrigou à evacuação de mais de 1,5 milhões de pessoas. Foi um [[furacão de categoria 4]] com ventos sustentados de 240 km/h, semelhante ao furacão de 1932 quando atingiu a costa cubana. Para o director da Agência das Nações Unidas para a Estratégia Internacional de Redução de Catástrofes, Salavano Briceno, este êxito cubano baseia-se na importância dos esforços de educação e de prevenção desenvolvidos pelas autoridades cubanas. A qualidade dos serviços de emergência cubanos foi objecto de um fórum específico na Conferência Mundial sobre a Redução de Catástrofes, em janeiro de 2005.<ref>{{citar web|url=https://www.undrr.org/news/cuba-model-hurricane-risk-management|titulo=Cuba: a model in hurricane risk management|ano=2004|website=United Nations Office for Disaster Risk Reduction}}</ref>

=== Biodiversidade ===
[[Ficheiro:Cuban trogon (Priotelus temnurus).JPG|thumb|upright|esquerda|O [[Priotelus temnurus|tocororo]] é a ave nacional da ilha]]
Cuba assinou a [[Convenção sobre Diversidade Biológica]], em 12 de junho de 1992 durante a [[ECO-92]] no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], e tornou-se membro da convenção em 8 de março de 1994.<ref>{{Citar web|url=http://www.cbd.int/convention/parties/list/|titulo=List of Parties|acessodata=08-12-2012|wayb=20110124005746}}</ref> Posteriormente, o país produziu uma Estratégia e um Plano de Ação Nacional de Biodiversidade, com uma revisão que foi recebido pela convenção sobre 24 de janeiro de 2008.<ref>{{Citar web|url=http://www.cbd.int/doc/world/cu/cu-nbsap-v2-es.pdf|titulo=Plan de Acción Nacional 2006/2010 sobre la Diversidad Biológica. República de Cuba|acessodata=09-12-2012}}</ref>

A revisão compreende um plano de ação com prazos para cada item e uma indicação do órgão governamental responsável pela realização da meta. No entanto, existe quase nenhuma informação nesse documento sobre a [[biodiversidade]] em si.<ref name="CBD" />

O quarto relatório nacional cubano para a convenção, no entanto, contém uma análise detalhada dos números de espécies de cada [[Reino (biologia)|reino biológico]] registrado no território cubano, sendo os principais grupos: [[animais]] ({{formatnum:17801}} [[espécie]]s), [[bactéria]]s (270 espécies), ''[[Chromista]]'' (707 espécies), [[fungo]]s ({{formatnum:5844}} espécies), [[planta]]s ({{formatnum:9107}} espécies) e [[protozoário]]s ({{formatnum:1440}} espécies).<ref name="CBD">{{Citar web|url=http://www.cbd.int/doc/world/cu/cu-nr-04-es.pdf|titulo=IV Informe Nacional al Convento sobre la Diversidad Biológica|ano=2009|acessodata=09-12-2012|editor-sobrenome=República de Cuba}}</ref>
{{panorama|Viñales Valley (cropped).jpg|800px|[[Vale de Viñales]], considerado um [[Patrimônio da Humanidade]] pela [[Unesco]] e o lar de de muitas plantas [[endêmicas]].}}

== Demografia ==
[[Imagem:Population pyramid of Cuba 2016.png|thumb|[[Pirâmide etária]] de Cuba em 2016]]
[[Imagem:Cuba-infant-under-five-mortality-1963-2016.svg|thumb|Taxas de [[mortalidade infantil]] em Cuba entre 1963 e 2016]]
Em 2017, a população cubana era de 11,2 milhões de habitantes,<ref name=one.cu/> incluindo 5 580 810 homens e 5 610 798 mulheres. A composição étnica era de 7 271 926 [[brancos]], 1 126 894 [[negros]] e 2 778 923 [[mulatos]] (ou [[mestiços]]).<ref>{{Citar web|ultimo=DePalma|primeiro=Anthony|url=http://www.hartford-hwp.com/archives/41/310.html|titulo=Cuban Site Casts Light on an Extinct People|acessodata=2006-07-09|publicado=New York Times|ano=1998|wayb=20160303194847|mês={{Nowrap|July 5}}}}</ref> A população de Cuba tem origens muito complexas e casamentos entre os diversos grupos raciais são comuns. Há discordância sobre as estatísticas raciais. O Instituto para Estudos Cubanos e Cubano-Americanos da [[Universidade de Miami]], diz que 62% da população é negra,<ref>{{Citar web|url=http://www.miamiherald.com/multimedia/news/afrolatin/part4/index.html|titulo=A barrier for Cuba's blacks|acessodata=2011-04-20|publicado=Miami Herald|wayb=20130821113550|urlmorta=sim}}</ref> enquanto as estatísticas do censo do governo cubano afirmam que 65,05% da população era branca em 2002. O ''Minority Rights Group International'' diz que "uma avaliação objetiva da situação dos afro-cubanos continua a ser problemática devido aos registros escassos e a uma falta de estudos sistemáticos tanto pré como pós-revolução. A estimativa do percentual de pessoas de ascendência africana na população cubana varia enormemente, variando de 33,9% para 62%".<ref>{{Citar web|url=http://www.unhcr.org/refworld/docid/49749d342c.html|titulo=World Directory of Minorities and Indigenous Peoples – Cuba: Afro-Cubans|ano=2008|acessodata=23-09-2021|editor=[[Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados]]}}</ref>

A [[taxa de natalidade]] cubana (9,88 nascimentos por mil habitantes em 2006)<ref>{{Citar web|url=http://www.thepeninsulaqatar.com/Display_news.asp?section=World_News&subsection=Americas&month=May2007&file=World_News2007051741913.xml|titulo=thepeninsulaqatar.com|acessodata=19-07-2013|wayb=20070926222652|urlmorta=sim}}</ref> é uma das mais baixas do [[hemisfério ocidental]]. Sua população em geral teve um aumento contínuo de cerca de 7 milhões em 1961 para mais de 11 milhões atualmente, mas o aumento foi interrompido nas últimas décadas e uma queda começou em 2006, com uma taxa de fecundidade de 1,43 filhos por mulher.<ref>{{Citar web|url=http://www.periodico26.cu/english/features/june2008/cuba-population060508.html|titulo=Population Decrease Must be Reverted|acessodata=19-07-2013|wayb=20090113074404|urlmorta=sim}}</ref> Esta queda da fecundidade é um das maiores do hemisfério ocidental.<ref>{{Citar web|url=http://www.un.org/esa/population/pubsarchive/fer/ffer.htm|titulo=United Nations World Fertility Patterns 1997|acessodata=2006-07-09|publicado=United Nations|ano=1997|wayb=20160304062527|urlmorta=sim}}</ref> Cuba tem acesso irrestrito ao [[Aborto em Cuba|aborto legal]] e uma taxa de [[aborto]] de 58,6 por mil gestações, em 1996, em comparação com uma média de 35 no [[Caribe]], 27 na [[América Latina]] em geral e 48 na [[Europa]]. O uso de [[anticoncepcionais]] é estimado em 79% (um terço superior dos países do hemisfério ocidental).<ref>{{Citar web|url=http://www.guttmacher.org/pubs/journals/25s3099.html|titulo=The Incidence of Abortion Worldwide|acessodata=11-05-2006|website=International Family Planning Perspectives, 1999, 25(Supplement):S30 – S38|autor=Stanley K. Henshaw, Susheela Singh and Taylor Haas|wayb=20160329152411}}</ref>

=== Composição étnica ===
Antes da chegada dos europeus, a ilha de Cuba era habitada por dois povos indígenas: os [[ciboneyes]], espalhados por toda a ilha, e os tainos, ocupando principalmente o centro e o leste. Pouco se sabe sobre os ciboneyes, porém é sabido que eram caçadores-coletores e não conheciam a cerâmica. Os tainos, por outro lado, eram sedentários, viviam em grandes aldeias e dominavam técnicas avançadas de agricultura.<ref name="genetic">{{Citar periódico|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2492877/|titulo=Genetic origin, admixture, and asymmetry in maternal and paternal human lineages in Cuba|data=21-07-2008|jornal=BMC Evolutionary Biology|primeiro2=Karla|paginas=213|doi=10.1186/1471-2148-8-213|pmc=2492877|pmid=18644108|primeiro3=Gemma|primeiro4=Francesc|primeiro5=Antonio|primeiro6=Antonio|primeiro7=David|volume=8|via=PubMed Central|último4=Calafell|último5=Salas|último6=Martínez-Fuentes|último7=Comas|último3=Berniell-Lee|último2=Sandoval|último1=Mendizabal|primeiro1=Isabel|numero-autores=1}}</ref>

Com a chegada dos [[espanhóis]], as populações indígenas foram drasticamente reduzidas em poucas gerações, como consequência da escravidão, de conflitos com os colonizadores, da fome e da infecção por doenças. Desde o século XVI, escravos africanos foram levados para Cuba, sendo que esse tráfico aumentou exponencialmente ao longo dos séculos. Os escravos foram trazidos principalmente para trabalharem nas minas de ouro, como forma de compensar a falta de trabalhadores em decorrência do extermínio dos índios.<ref name="genetic" />
[[Imagem:Reconstruction of Taino village, Cuba.JPG|thumb|esquerda|Reconstrução de uma vila [[taíno]] em [[El Chorro de Maita|Chorro de Maíta]], Cuba]]

De maneira geral, os escravos africanos compunham uma pequena parte da população cubana, que continuou predominantemente de origem europeia, em razão da constante chegada de colonos espanhóis, sobretudo das [[Ilhas Canárias]]. A situação se modificou na segunda metade do século XVIII, quando cresceu rapidamente o número de africanos entrando em Cuba, fato que mudou dramaticamente a composição étnica da ilha. De acordo com estimativas, cerca de 700 mil africanos foram levados para a ilha durante todo o período do tráfico, embora outra fonte estime o número em mais de 1,3 milhão de pessoas. Os escravos vinham sobretudo do Oeste e do Sudeste da África.<ref name="genetic" />

No século XIX, a imigração da [[Espanha]], sobretudo das Canárias, se intensificou, na tentativa de "branquear" o país, haja vista o temor das classes dirigentes com a crescente presença africana na ilha. No [[Continente Americano]], Cuba foi o segundo país que mais recebeu imigrantes espanhóis, ficando atrás apenas da [[Argentina]] (entre 1882 e 1930, mais de um milhão de espanhóis imigraram para Cuba). Naquela época, a economia cubana estava crescendo com base na produção de [[açúcar]], fato que atraiu muitos imigrantes espanhóis, para trabalharem nas fábricas de açúcar do país, haja vista que, para exercer essa atividade, era necessário ter alguma qualificação.<ref name="boris">FAUSTO, Boris. Fazer a América: a imigração em massa para a América Latina.</ref><ref>The Cuban Labor Market and Immigration from Spain, 1900–1930. ABEL F. LOSADA ALVAREZ. Cuban Studies. Vol. 25 (1995), pp. 147-164 (18 pages). Published By: University of Pittsburgh Press</ref> Além dos europeus, imigrantes asiáticos, sobretudo de [[Bengala]] e do sul da [[China]], foram trazidos para substituírem os escravos, quando o tráfico negreiro tornou-se ilegal. Cerca de 125 mil chineses entraram em Cuba, onde trabalharam em condições de semiescravidão, em meados do século XIX.<ref name="genetic" /> Em torno de 95% desses imigrantes chineses eram do [[sexo masculino]], de modo que muitos desses chineses não tiveram filhos ou se casaram com mulheres não chinesas. Assim, após algumas gerações, essa presença chinesa desapareceu ou foi diluída pela mestiçagem.<ref>Antonio Zapata. Universidad de Shanghai. Los chinos de Cuba y del Perú: revisión historiográfica. Investigaciones sociales. Vol.22 N.°42, pp.131-154.  [2019]UNMSM/IIHS. Lima, Perú</ref>

A atual população cubana é, portanto, diversificada e heterogênea. Um estudo genético mostra que houve uma intensa miscigenação de homens europeus com mulheres africanas e, menos frequente, com indígenas, na constituição da população cubana. Historicamente, na região oeste do país a ancestralidade africana é mais forte, nas áreas centrais a europeia mais forte e no leste há um equilíbrio entre ambas.<ref name="genetic" /> Um estudo genético dividiu os habitantes de [[Havana]] em três grupos: mulatos, descendentes de espanhóis e descendentes de africanos. Os mulatos apresentaram 57–59% de ancestralidade europeia e 41–43% de africana; os descendentes de espanhóis 85% de ancestralidade europeia e os descendentes de africanos 74–76% de contribuição africana. Nenhuma contribuição indígena foi detectada.<ref name="admixture">{{Citar periódico|url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19381988/|titulo=Admixture estimates for the population of Havana City|data=01-05-2009|jornal=Annals of Human Biology|número=3|primeiro2=O.|paginas=350–360|doi=10.1080/03014460902817984|pmid=19381988|primeiro3=M.|primeiro4=H.|primeiro5=A.|primeiro6=M. E. Fernandez|primeiro7=A.|primeiro8=M.|primeiro9=A.|volume=36|via=PubMed|primeiro1=A.|último1=Cintado|último2=Companioni|último3=Nazabal|último4=Camacho|último5=Ferrer|último6=De Cossio|último7=Marrero|último8=Ale|último9=Villarreal|primeiro10=L.|último10=Leal|primeiro11=R.|último11=Casalvilla|primeiro12=J.|último12=Benitez|primeiro13=L.|último13=Novoa|primeiro14=O.|último14=Diaz-Horta|primeiro15=M.|último15=Dueñas|numero-autores=1}}</ref>

Um estudo genético de 2014 revelou que a ancestralidade total em Cuba é a seguinte: 72% de contribuição europeia, 20% de contribuição africana e 8% de contribuição indígena.<ref>{{Citar periódico|url=http://journals.plos.org/plosgenetics/article?id=10.1371/journal.pgen.1004488|titulo=Cuba: Exploring the History of Admixture and the Genetic Basis of Pigmentation Using Autosomal and Uniparental Markers|data=24-07-2014|jornal=PLOS Genetics|número=7|primeiro2=Esteban J.|paginas=e1004488|doi=10.1371/journal.pgen.1004488|primeiro3=Evelyn|primeiro4=Antonio|primeiro5=Henriette N.|primeiro6=Ditte|primeiro7=María|primeiro8=Lilia C.|primeiro9=Enrique J.|volume=10|via=PLoS Journals|primeiro1=Beatriz|último1=Marcheco-Teruel|último2=Parra|último3=Fuentes-Smith|último4=Salas|último5=Buttenschøn|último6=Demontis|último7=Torres-Español|último8=Marín-Padrón|último9=Gómez-Cabezas|primeiro10=Vanesa|último10=Álvarez-Iglesias|primeiro11=Ana|último11=Mosquera-Miguel|primeiro12=Antonio|último12=Martínez-Fuentes|primeiro13=Ángel|último13=Carracedo|primeiro14=Anders D.|último14=Børglum|primeiro15=Ole|último15=Mors|numero-autores=1}}</ref>

=== Migração ===
{{VT|Exílio cubano|Imigração cubana nos Estados Unidos}}
[[Imagem:Carnival_Liberty_Cuban_Refugees.JPG|thumb|[[Balseros|Refugiados cubanos]] em 2014]]

A [[imigração]] e a [[emigração]] desempenharam um papel importante no perfil demográfico de Cuba. Entre o século XVIII e o início do século XX, grandes ondas de [[Canárias|canários]], [[catalães]], [[andaluzes]], [[galegos]] e outros [[espanhóis]] imigraram para Cuba. Apenas entre 1899 e 1930, cerca de um milhão de espanhóis entraram no país, embora muitos eventualmente voltassem para a [[Espanha]].<ref>{{Citar web|url=http://www.tau.ac.il/eial/IV_2/bejarano.htm|titulo=La inmigración entre 1902 y 1920|publicado=Tau.ac.il|wayb=20090606060146|urlmorta=sim|acessodata=07-11-2010}}</ref> Outros grupos de imigrantes proeminentes incluíram os [[franceses]], entre outros.<ref>{{Citar web|url=http://www.cubagenweb.org/french/index.htm#refugees|titulo=Etat des propriétés rurales appartenant à des Français dans l'île de Cuba|data=10-07-2007|publicado=Cuban Genealogy Center|acessodata=19-07-2013}}</ref>

A Cuba pós-revolução foi caracterizada por níveis significativos de [[emigração]], o que levou a uma grande e influente comunidade da [[Exílio cubano|diáspora]]. Durante as três décadas após janeiro de 1959, mais de um milhão de cubanos de todas as classes sociais — constituindo 10% da população total — emigrou para os [[Estados Unidos]].<ref>{{citar web|último=Powell|primeiro=John|titulo=Cuban immigration|url=https://books.google.com/books?id=VNCX6UsdZYkC&q=%22cubans+are+usually+considered+to+be+the+most+successful%22&pg=PA68|acessodata=30-11-2016|paginas=68–71|publicado=Facts on File|local=Nova Iorque|ano=2005|isbn=9781438110127}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.census.gov/Press-Release/www/releases/archives/facts_for_features_special_editions/000797.html|titulo=US Census Press Releases|data=03-09-2002|wayb=20040404120734|acessodata=19-07-2013}}</ref>

Até 13 de janeiro de 2013, os cidadãos cubanos não podiam viajar para o exterior, sair ou retornar a Cuba sem primeiro obter permissão oficial junto com a solicitação de passaporte emitido pelo governo, além do visto de viagem, que muitas vezes era negado.<ref>{{Citar web|url=http://hrw.org/english/docs/2006/01/18/cuba12207.htm|titulo=Essential Background: Overview of human rights issues in Cuba|data=31-12-2005|publicado=[[Human Rights Watch]]|wayb=20160305201021|acessodata=13-04-2018}}</ref> Quem saía do país costumava fazê-lo por via marítima, em pequenas embarcações e frágeis [[jangada]]s. Em 9 de setembro de 1994, os governos dos Estados Unidos e de Cuba concordaram que os Estados Unidos concederiam pelo menos 20 mil vistos anualmente em troca da promessa do governo cubano de evitar novas partidas ilegais de barcos.<ref>{{Citar jornal|url=https://www.nytimes.com/1994/10/13/world/visa-lottery-for-cubans.html|titulo=Visa Lottery for Cubans|data=13-10-1994|website=[[The New York Times]]|issn=0362-4331|agência=[[Associated Press]]|acessodata=16-01-2019}}</ref> Em 2013, os principais destinos de emigração eram os Estados Unidos, [[Espanha]], [[Itália]], [[Porto Rico]] e [[México]].<ref>{{Citar web|url=https://esa.un.org/miggmgprofiles/indicators/files/Cuba.pdf|titulo=Cuba Migration Profiles|website=UNICEF|acessodata=16-01-2019}}</ref>

=== Urbanização ===
[[Imagem:La Habana (44068237945).jpg|thumb|[[Havana]], capital e maior cidade do país]]
Embora o termo genérico ''[[favela]]'' (ou ''tugurio'' em espanhol) seja muito raramente empregado para descrever as condições de habitação ''substandard'' em Cuba, existem outras formas de sub habitação, (baseadas no tipo de construção, condição de conservação, materiais e tipo de ocupação) que são descritas em Cuba. A maioria das sub habitações cubanas localizam-se em ''La Habana Vieja'', ''Centro Habana'' e ''Antares''.<ref name="THECASE">{{citar web|url=http://www.ucl.ac.uk/dpu-projects/Global_Report/pdfs/Havana.pdf|titulo=COYULA, Mario; HAMBERG, Jill. The case of Havana, Cuba|acessodata=23-09-2021|website=|pagina=6-10}}</ref>

A comparação entre as condições de habitação ''substandard'' de Cuba e as [[favela]]s (em inglês ''slums'') de outros países de economia de mercado é complexa e não pode ser feita de forma direta.<ref name=THECASE/> Em 2003 um projeto internacional, solicitado pelo governo comunista de Cuba à organizações internacionais tais como UNDP, UNEP, UNOPS, [[UN-HABITAT]], e com a colaboração do governo da [[Bélgica]], nos termos da [[Agenda 21]], visando aumentar a capacidade dos atores locais de conduzir atividades de planejamento e administrações urbanos resultou no estabelecimento de mecanismos de capacitação para atividades de construção e um time nacional foi treinado para dar apoio técnico a times locais, que foram formados.<ref name="agenda21">{{Citar web|url=http://www.unhabitat.org/content.asp?cid=713&catid=147&typeid=13&subMenuId=0|titulo=UN-HABITAT ''Urban Environment Planning and Management in the cities of Santa Clara, Cienfuegos and Hoguin.|acessodata=12-12-2009|wayb=20110623165053|urlmorta=sim}}</ref>

No ano de 2011 o governo cubano relaxou as normas de comercialização de moradias. Supõem-se que tal fato visou retirar da clandestinidade o mercado informal de moradias e de tentar suprir a grande carência de moradias. O Instituto Nacional da Moradia cubano divulgou de forma pública que do fundo habitacional do país, com cerca de mais de três milhões de casas, apenas 61% se encontram em bom estado, enquanto as demais estão em mau estado ou em condições regulares.<ref>{{Citar web|url=https://dialogosdosul.operamundi.uol.com.br/cuba/50367/o-desafio-da-moradia-em-cuba|titulo=O desafio da moradia em Cuba}}</ref> Estima-se que faltariam cerca de 600 mil residências devido a falta de investimento e da destruição ocasionada pela passagem de três furacões.<ref>{{Citar web|url=http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/a-odisseia-da-moradia-em-cuba|titulo=A “odisseia” da moradia em Cuba|website=EXAME|wayb=20150327153838|urlmorta=sim}}</ref>
{{Cidades mais populosas de Cuba}}

=== Religião ===
[[Imagem:Cathedral_(3209489947).jpg|thumb|A [[Catedral de Havana|Catedral de São Cristóvão]] de [[Havana]]]]
[[Imagem:Havana - Cuba - 0616.jpg|thumb|Um grupo de praticantes de [[santeria]] realizando a cerimônia ''Cajón de Muertos'' em [[Havana]] em 2011]]

Em 2010, o [[Pew Forum]] estimou que a afiliação religiosa em Cuba é 59,2% de [[Cristianismo|cristãos]], 23% [[Sem religião|irreligiosos]], 17,4% praticantes de [[religião folclórica]] (como [[santería]]) e os 0,4% restantes consistindo de seguidores de outras religiões.<ref name="pewrel">{{Citar web|url=http://www.pewforum.org/uploadedFiles/Topics/Religious_Affiliation/globalReligion-tables.pdf|titulo=Religious Composition by Country|website=Global Religious Landscape|publicado=Pew Forum|wayb=20130909201109|urlmorta=sim|acessodata=09-07-2013}}</ref> Em uma pesquisa patrocinada pela [[Univision]], 44% dos cubanos disseram que não eram religiosos e 9% não deram uma resposta, enquanto apenas 34% disseram que eram cristãos.<ref>{{Citar jornal|url=https://www.washingtonpost.com/news/worldviews/wp/2015/04/10/cubans-love-the-pope-and-the-catholic-church-but-theyre-just-not-that-into-religion/|titulo=Cubans love the pope and the Catholic Church, but they're just not that into religion|website=The Washington Post|issn=0190-8286|acessodata=2021-07-20}}</ref> Cuba também hospeda pequenas comunidades de [[Judaísmo|judeus]] (500 em 2012), [[Islão|muçulmanos]] e membros da [[Fé Bahá'í]].<ref>{{Citar web|url=http://news.bahai.org/story.cfm?storyid=377|titulo=Government officials visit Baha'i center|data=13-06-2005|publicado=Baha'iWorldNewsService.com}}</ref> Cuba é oficialmente um [[Estado secular]]. A [[liberdade religiosa]] aumentou ao longo da década de 1980,<ref>{{Harvnb|Smith|1996|p=105}}</ref> com o governo emendando a constituição em 1992 para retirar a caracterização de [[Estado ateu]].<ref name="Domínguez 2003 4">{{Harvnb|Domínguez|2003|p=4}}.</ref>

O [[catolicismo romano]] é a maior religião, com suas origens na [[Império Espanhol|colonização espanhola]]. Apesar de menos da metade da população se identificar como católica em 2006, ela continua sendo a fé dominante.<ref name="catholic">{{Citar web|url=http://natcath.org/NCR_Online/archives2/2006a/033106/033106o.php|titulo=Catholic church in Cuba strives to re-establish the faith|data=31-03-2006|publicado=National Catholic Reporter|autor=David Einhorn|acessodata=07-09-2009}}</ref> O [[Papa João Paulo II]], o [[Papa Bento XVI]] e o [[Papa Francisco]] visitaram Cuba em 1998, 2011 e 2019, respectivamente.<ref>{{Citar jornal|url=https://www.theguardian.com/world/live/2015/sep/21/pope-francis-in-cuba-pontiff-to-hold-mass-in-holguins-revolution-square-live|titulo=Pope Francis in Cuba: pontiff arrives in Santiago – as it happened|data=22-09-2015|último=Woolf|primeiro=Nicky|primeiro2=Amanda|ultimo2=Holpuch|ultimo3=Bruno|primeiro3=Angela|ultimo4=Watts|primeiro4=Jonathan|ultimo5=Kirchgaessner|primeiro5=Stephanie|numero-autores=1|jornal=The Guardian|acessodata=21-03-2016}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.voanews.com/content/cuba-pope-francis-visit-prisoners-amnesty/2959896.html|titulo=Cuba to Free 3,500 Prisoners Ahead of Pope Visit|publicado=Voice of America|wayb=20160115200947|acessodata=11-09-2015}}</ref> Antes de cada visita papal, o governo cubano perdoava prisioneiros como um gesto humanitário.<ref>{{Citar web|url=https://www.washingtonpost.com/world/the_americas/cuba-pardons-more-than-3500-prisoners-ahead-of-pope-francis-visit/2015/09/11/5e1c1f27-ab63-444f-98ca-fff75cb92d3b_story.html|titulo=Cuba pardons more than 3,500 prisoners ahead of Pope Francis visit|data=11-09-2015|website=The Washington Post|último=Miroff|primeiro=Nick|acessodata=11-09-2015}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/centralamericaandthecaribbean/cuba/11858266/Cuba-pardons-3522-prisoners-ahead-of-Pope-Francis-visit.html|titulo=Cuba pardons 3,522 prisoners ahead of Pope Francis visit|publicado=The Telegraph|último1=Alexander|primeiro1=Harriett|acessodata=11-09-2015}}</ref> O relaxamento das restrições do governo às igrejas domésticas na década de 1990 levou a uma explosão do [[pentecostalismo]], com alguns grupos reivindicando até 100 mil membros. No entanto, as denominações [[Evangelicalismo|evangélicas]] [[Protestantismo|protestantes]], organizadas no Conselho de Igrejas de Cuba, permanecem muito mais vibrantes e poderosas.<ref name="Edmonds">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=oFQ65RzBm5wC&pg=PA171|título=Caribbean Religious History: An Introduction|ultimo=Edmonds|primeiro=E.B.|ultimo2=Gonzalez|primeiro2=M.A.|editora=NYU Press|local=Nova Iorque|isbn=978-0-8147-2250-3|ano=2010|página=171}}</ref>

A paisagem religiosa de Cuba também é fortemente definida por [[sincretismo]]s de vários tipos. O cristianismo é frequentemente praticado em conjunto com a santería, uma mistura de catolicismo e [[religiões de matriz africana]], que incluem vários cultos. ''[[Nossa Senhora da Caridade do Cobre|La Virgen de la Caridad del Cobre]]'' (a Virgem do Cobre) é a [[padroeira]] católica de Cuba e um símbolo da cultura cubana. Na santería, ela foi sincretizada com a deusa [[Oxum]]. Uma análise dos seguidores das religiões [[Afro-cubanos|afro-cubanas]] mostrou que a maioria dos praticantes de [[Palo (religião)|palo]] eram negros e a maioria dos praticantes de [[Vodu cubano|vodu]] eram pardos e da santeria eram brancos.<ref>{{Citar livro|título=Sacred Spaces and Religious Traditions in Oriente Cuba|ultimo=Dodson|primeiro=Jualynne E.|ultimo2=Millet Batista|primeiro2=José|editora=UNM Press|local=Albuquerque|páginas=12–13|ano=2008}}</ref>

=== Línguas ===
A [[língua oficial]] de Cuba é o [[Língua espanhola|espanhol]], que é falado pela grande maioria dos cubanos. O espanhol falado em Cuba é conhecido como espanhol cubano e é uma variação do espanhol caribenho. A [[língua lucumi]], um dialeto da [[língua iorubá]] da [[África Ocidental]], também é usado como [[língua litúrgica]] pelos praticantes da [[santería]]<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/santeriafromafri00bran|título=Santeria from Africa to the New World|ultimo=George Brandon|data=01-03-1997|editora=Indiana University Press|local=Bloomington|isbn=978-0-253-21114-9|página=[https://archive.org/details/santeriafromafri00bran/page/56 56]}}</ref> e, portanto, apenas como [[segunda língua]].<ref>{{Citar web|url=http://www.ethnologue.com/show_language.asp?code=luq|titulo=Lucumi: A Language of Cuba (Ethnologue)|acessodata=10-03-2010|wayb=20011108114252|urlmorta=sim}}</ref> O [[crioulo haitiano]] é a segunda língua mais falada em Cuba e é falada por imigrantes [[haitianos]] e seus descendentes.<ref>{{Citar jornal|url=https://www.bbc.co.uk/news/10130814|titulo=Cuban Creole choir brings solace to Haiti's children|website=BBC News|acessodata=10-03-2010}}</ref> Outras línguas faladas por imigrantes incluem [[Língua galega|galego]] e [[Língua corsa|corso]].<ref>{{Citar web|url=http://www.ethnologue.com/show_country.asp?name=CU|titulo=Languages of Cuba|acessodata=31-10-2010|wayb=20060103233736|urlmorta=sim}}</ref>

== Governo e política ==
{{Artigo principal|Política de Cuba}}
[[Imagem:Comité Central PCC.jpg|thumb|esquerda|Sede do Comitê Central do [[Partido Comunista de Cuba|Partido Comunista]], em [[Havana]]|286x286px]]

{{multiple image
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| caption1 = [[Miguel Díaz-Canel]]<br /><small>[[Presidente de Cuba]]</small>
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| caption2 = [[Manuel Marrero Cruz]]<br /><small>[[Primeiro-ministro de Cuba|Primeiro-ministro]]</small>
}}

Cuba é uma república [[socialismo|socialista]], organizada segundo o modelo marxista-leninista, (partido único, sem eleições diretas para cargos executivos), da qual [[Fidel Castro]] foi o primeiro-secretário do Comitê Central do [[Partido Comunista de Cuba]] e o presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros (presidente da República), e que governou desde 1959 como [[chefe de governo]] e a partir de 1976 também como [[chefe de estado]] e comandante em chefe das [[Forças Armadas de Cuba|forças armadas]]. Fidel afastou-se do poder em 1 de agosto de 2006, pela primeira vez desde a vitória da insurgência, por problemas de saúde. Seu irmão, [[Raúl Castro]], assumiu interinamente as funções de Fidel (secretário-geral do Partido Comunista Cubano, comandante supremo das Forças Armadas e presidente do Conselho de Estado), exercendo-as até 19 de fevereiro de 2008 nessa condição, quando Fidel Castro renunciou oficialmente. Raúl Castro foi eleito novo presidente de Cuba no dia 24 de fevereiro de 2008 em eleição de candidato único, mantendo-se no cargo até abril de 2018, quando foi sucedido por [[Miguel Díaz-Canel]], o primeiro chefe do Executivo da ilha que não era da família Castro em quase 60 anos.<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/mundo/noticia/assembleia-de-cuba-confirma-miguel-diaz-canel-como-sucessor-de-raul-castro.ghtml|titulo=Miguel Díaz-Canel é o novo presidente de Cuba, sucedendo a Raúl Castro|acessodata=19-04-2018|publicado=G1}}</ref>

Raúl prometeu "eliminar proibições" na ilha, mas reconheceu o legado de seu irmão, que ficou mais de 49 anos a frente do poder: ''Nas próximas semanas, começaremos a eliminar as'' (proibições) ''mais simples, já que muitas delas tiveram como objetivo evitar o surgimento de novas desigualdades em um momento de escassez generalizada'', declarou durante seu discurso de posse. Em março de 2008 Raúl Castro liberou a venda de computadores pessoais (PC's) e DVDs em Cuba,<ref name="COMPCUBA">{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u381610.shtml|titulo=Raúl Castro libera venda de PCs e DVDs em Cuba|data=13/03/2008|acessodata=23-09-2021|website=Folha de S.Paulo}}</ref> a venda de telefones celulares e televisores a cidadãos comuns também foi liberada. No final de abril, Raul Castro convocou uma assembleia do Congresso do [[Partido Comunista Cubano]] (PCC) para o segundo semestre de 2009, para redefinir os eixos políticos e econômicos do país. O VI Congresso do PCC, quando ocorrer, terão decorrido onze anos sem que se tenha reunido o órgão supremo de decisão política de Cuba.<ref name="congresso2">{{Citar web|url=http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2008/04/29/ult27u65763.jhtm|titulo=Raúl Castro marca congresso e consolida sucessão em Cuba|data=29-04-2008|acessodata=23-09-2021|autor=ISRAEL, Esteban|editor-sobrenome=Agência Reuters, no UOL Notícias}}</ref>

=== Eleições gerais ===
[[Imagem:CubaElectio.JPG|thumb|Placa promovendo as eleições parlamentares cubanas de 2008]]
Em 21 de outubro de 2007 realizaram-se em Cuba eleições gerais, com o comparecimento de mais de 8 milhões de eleitores, para eleger os delegados das "Assembleias Municipais do Poder Popular" na ilha. Segundo a ministra da Justiça, [[María Esther Reus]], têm direito a exercer o voto cerca de 8,3 milhões de pessoas, nos 37&nbsp;749 colégios eleitorais habilitados em 169 municípios.<ref name="ELEICAO">{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u337964.shtml|titulo=Cuba encerra preparativos para as próximas eleições gerais|data=19-10-2007|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Agência EFE]], na [[Folha Online]]}}</ref> Por ocasião da realização das eleições gerais, [[Fidel Castro]] conclamou, mais uma vez, o presidente [[George W. Bush]] a por fim ao embargo comercial a Cuba.<ref name="BLOQUEIO">{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u338521.shtml|titulo=Fidel pede a Bush que suspenda bloqueio a Cuba|data=21-10-2007|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Agência EFE]], na Folha Online}}</ref> O governo dos [[Estados Unidos]], a [[União Europeia]] e opositores cubanos ao regime de Castro se referem às eleições cubanas como sendo um "exercício cosmético de democracia" que exclui a [[oposição cubana|oposição do país]] e é completamente supervisionado pelo partido comunista cubano.<ref name="CONCLUIR">{{Citar web|url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/americas/7053170.stm|titulo=Cuba begins its election process|data=22-10-2007|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=BBC}}</ref> E ativistas cubanos qualificaram as eleições como ilegítimas e inconstitucionais.<ref>{{Citar web|url=http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI46012-EI310,00-Ativistas+nao+reconhecem+eleicoes+em+Cuba.html|titulo=Ativistas não reconhecem eleições em Cuba|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Terra (empresa)|Terra]]|wayb=20110606043659|urlmorta=sim}}</ref>

Fidel Castro renunciou à presidência em 19 de fevereiro de 2008<ref>{{Citar web|url=http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI2465469-EI8140,00.html|titulo=Fidel Castro renuncia à presidência de Cuba|ano=2008|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=Terra|wayb=20080226161943|urlmorta=sim}}</ref> e seu irmão Raúl “encabeçou a uma lista única de candidatos apresentada à Assembleia, que ratificou a cédula e o elegeu” em 24 de fevereiro para sucedê-lo na Presidência de Cuba. O general já governava Cuba interinamente desde julho de 2006, devido aos problemas de saúde de Fidel, que culminaram em sua renúncia ao cargo.<ref name="RAUL">{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u375749.shtml|titulo=À frente de Cuba, Raúl Castro deve enfrentar desafio das reformas|editor=Folha Online|data=25-02-2008|acessodata=23-09-2021}}</ref>

=== Forças armadas ===
{{AP|Forças Armadas de Cuba}}
[[Imagem:Rio Damuji n° 390.jpg|thumb|O navio ''Rio Damuji n° 390'' da marinha cubana]]
Em 2018, Cuba gastou cerca de 91,8 milhões de dólares com [[Forças Armadas de Cuba|suas forças armadas]] ou 2,9% de seu [[PIB]].<ref>{{Citar web|url=https://www.sipri.org/databases/milex|titulo=SIPRI Military Expenditure Database|acessodata=23-09-2021}}</ref> Em 1985, o governo cubano dedicava mais de 10% do PIB a gastos militares.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Williams|primeiro=John Hoyt|url=https://www.theatlantic.com/magazine/archive/1988/08/cuba-havanas-military-machine/305932/|titulo=Cuba: Havana's Military Machine|data=01-08-1988|acessodata=19-07-2013|jornal=The Atlantic}}</ref> Em resposta à agressão estadunidense, como a [[Invasão da Baía dos Porcos]], Cuba construiu uma das maiores forças armadas da [[América Latina]], perdendo apenas para as [[Forças Armadas do Brasil|forças brasileiras]].<ref name="military">{{Citar web|url=http://www.disam.dsca.mil/pubs/Vol%205-2/Cuban.pdf|titulo=Cuban armed forces and the Soviet military presence|wayb=20090324232416|urlmorta=sim|acessodata=24-03-2009}}</ref>

De 1975 até o final dos anos 1980, a assistência militar [[União Soviética|soviética]] permitiu a Cuba atualizar suas capacidades militares. Após a perda dos subsídios soviéticos, Cuba reduziu o número de militares, de 235 mil em 1994 para cerca de 49 mil em 2021.<ref>{{Citar web|url=https://www.redorbit.com/news/general/618165/cuban_army_called_key_in_any_postcastro_scenario/index.html/|titulo=Cuban army called key in any post-Castro scenario|data=15-08-2006|website=Redorbit}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://worldpopulationreview.com/country-rankings/military-size-by-country|titulo=Military Size By Country 2021|website=World Population Review|acessodata=2021-07-19}}</ref> Em 2017, Cuba assinou o [[Tratado sobre a Proibição das Armas Nucleares]].<ref>{{Citar web|url=https://treaties.un.org/Pages/ViewDetails.aspx?src=TREATY&mtdsg_no=XXVI-9&chapter=26&clang=_en|titulo=Chapter XXVI: Disarmament&nbsp;– No. 9 Treaty on the Prohibition of Nuclear Weapons|data=07-07-2017|publicado=United Nations Treaty Collection}}</ref>

=== Direitos humanos ===
{{AP|Direitos humanos em Cuba}}
[[Imagem:Damas de Blanco demonstration in Havana, Cuba.jpg|thumb|esquerda|Manifestação das [[Damas de Branco]] em Havana em abril de 2012]]
Nos anos iniciais da Revolução, o governo cubano foi acusado de violações dos [[direitos humanos]], incluindo detenções arbitrárias, julgamentos injustos e execuções (também conhecido como "''El paredón''").<ref name="paredon1">{{Citar web|url=http://www.cidh.org/countryrep/Cuba67sp/indice.htm|titulo=Information about human rights in Cuba|acessodata=09-07-2006|publicado=Comision Interamericana de Derechos Humanos|ano=1967|lingua=es|wayb=20060614143826|mês={{Nowrap|April 7}}}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Felipe Bolaños González|primeiro=Andrés|url=https://www.redalyc.org/journal/937/93758519007/html/|titulo=La Revolución Cubana a través de la caricatura política en los periódicos El País y El Tiempo de Colombia 1958-1959|data=02-03-2017|acessodata=16-07-2021|publicado=redalyc.org {{es}}}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://content.time.com/time/subscriber/article/0,33009,811360,00.html|titulo=CUBA: To the Wall!|data=09-11-1959|acessodata=16-07-2021|publicado=[[Time (revista)|Time]] {{en}}}}</ref>

Fidel, em 2010, admitiu que o governo perseguiu [[homossexuais]] nas décadas de 1960 e 1970, exonerando-os de [[Cargo público|cargos públicos]], prendendo-os ou enviando-lhes a campos de trabalho forçado, afirmando que foram "momentos de muita [[injustiça]]".<ref>[[Estadão|''Agência Estado'']] (31 de agosto de 2010). [http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,fidel-admite-que-governo-perseguiu-gays-em-cuba,603155 «Fidel admite que governo perseguiu gays em Cuba»]. estadao.com. Consultado em 11 de fevereiro de 2017.</ref> Em 1978 havia entre quinze e vinte mil presos políticos em Cuba, número que subiu para cerca de 112 mil em 1986. Na década de 1990, segundo a ''Human Rights Watch'', o sistema prisional de Cuba era composto por cerca de 40 prisões de segurança máxima, trinta prisões de segurança mínima e mais de duzentos campos de trabalho.<ref name="hrw1999">{{Citar web|url=https://www.hrw.org/legacy/english/docs/2006/01/18/cuba12207.htm|titulo=Cuba's Repressive Machinery: Human Rights Forty Years After the Revolution|acessodata=2007-12-18|publicado=Human Rights Watch|em=V. General Prison Conditions|wayb=20090301135144|urlmorta=sim}}</ref> Em 2006, apesar de uma redução substancial, ainda havia, segundo a [[Anistia Internacional]], entre 80 mil e 80,5 mil prisioneiros políticos na ilha, e, de acordo com esta, os [[dissidente]]s cubanos enfrentam detenção e prisão.<ref name="Anistia">{{Citar web|url=https://www.amnesty.org/en/countries/americas/cuba/report-cuba/|titulo=Cuba|acessodata=04-03-2019|editor-sobrenome=Anistia Internacional|wayb=20191113035403}}</ref> Segundo a ''[[Human Rights Watch]]'', em 2007, os presos políticos, juntamente com o resto da população prisional de Cuba, estão confinados a celas com condições precárias e insalubres.<ref name="hrw1999" /> A ''[[Human Rights Watch]]'' acusou em 2008 o governo de "reprimir quase todas as formas de dissidência política" e que "aos cubanos são sistematicamente negados direitos fundamentais de livre expressão, associação, reunião, privacidade, movimento e devido processo legal".<ref name="hrw20063">{{Citar web|url=http://hrw.org/english/docs/2006/01/18/cuba12207.htm|titulo=Cuba|acessodata=2011-04-20|publicado=Human Rights Watch|ano=2006|wayb=20130822003056}}</ref> Esse número continuou a cair significativamente nos anos seguintes. Em 2007, era de 234 e, em 2008, era de 205. "O resultado óbvio é que segue a tendência, observada nos últimos vinte anos, da diminuição gradual de pessoas condenadas por motivações políticas", segundo a Comissão Cubana de Direitos Humanos, um grupo ilegal embora tolerado. Mas a comissão também chama a atenção para as mais de mil e quinhentas detenções rápidas, feitas de forma arbitrária.<ref name="Anistia" /> Cuba teve o segundo maior número de [[jornalista]]s presos em 2008, de acordo com o ''[[Committee to Protect Journalists]]'' (CPJ) e a ''Human Rights Watch''.<ref>{{Citar web|url=http://cpj.org/reports/2008/12/cpjs-2008-prison-census-online-and-in-jail.php|titulo=CPJ's 2008 prison census: Online and in jail|acessodata=2011-04-20|publicado=Committee to Protect Journalists|wayb=20140329223006}}</ref><ref>{{Citar livro|título=World Report 2008: Events of 2007|ultimo=Human Rights Watch|editora=Seven Stories Press|local=Nova Iorque|ano=2008|página=207|isbn=9781583227749|autorlink=Human Rights Watch}}</ref>
[[Imagem:Yoani Sánchez 2013 (8718982854).jpg|thumb|A jornalista [[Yoani Sánchez]] é uma proeminente crítica do governo cubano]]

Segundo Elías Carranza, diretor do ''Instituto Latinoamericano das [[Nações Unidas]] para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente'', Cuba teria erradicado a exclusão social graças “a grandes conquistas na redução da criminalidade”.<ref>{{Citar web|url=http://operamundi.uol.com.br/conteudo/babel/27465/cuba+50+verdades+que+ocultara+yoani+sanchez.shtml|titulo=Cuba: 50 verdades que ocultará Yoani Sánchez|acessodata=2017-09-04|website=Opera Mundi}}</ref> Trataria-se, em 2012, do “país mais seguro da região, enquanto que a situação em relação aos crimes e à falta de segurança no continente se deteriorou nas últimas três décadas com o aumento do número de mortes nas prisões e no exterior”.<ref>{{Citar web|url=http://www.bbc.co.uk/blogs/mundo/cartas_desde_cuba/2012/06/la_seguridad_cubana.html|titulo=Cartas desde Cuba - La seguridad cubana|publicado=BBC Mundo|acessodata=2017-09-05}}</ref> O governo se defende salientando o respeito, em Cuba, aos direitos à [[saúde pública|saúde]] e à [[educação]], à liberdade religiosa e de associação. Além disso, acusa os Estados Unidos de limitar, com seu embargo econômico, os direitos humanos na ilha: "Cuba é um país onde nos últimos 50 anos não foi registrado um único desaparecido, torturado ou uma execução extrajudicial", disse, em 2009, o chanceler cubano [[Felipe Pérez Roque]].<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/02/02/numero-de-presos-politicos-em-cuba-cai-em-2008-754233998.asp|título=Número de presos políticos em Cuba cai em 2008|data=02-02-2009|publicado=[[O Globo]]/[[Reuters]]|wayb=20201226063957}}</ref>
[[Ficheiro:2021 Cuban protests.png|thumb|Manifestantes anti-governo em [[Havana]] durante os [[Protestos em Cuba em 2021|protestos de 2021]]]]

Em 2020, o MSI (''[[Movimento San Isidro|Movimiento San Isidro]]''), grupo dissidente cubano, declarou que a polícia invadiu a sua sede na capital, [[Havana]], detendo membros em greve de fome por causa da prisão de um rapper. O grupo exige a libertação do rapper [[Denis Solís]], que foi condenado após uma discussão com um agente da polícia.<ref name=":0">{{Citar web|url=https://www.bbc.com/news/world-latin-america-55098876|titulo=Cuban police raid HQ of dissident San Isidro Movement}}</ref> As autoridades cubanas disseram que a rusga foi realizada por violação sanitária, relacionada com o [[coronavírus]].<ref name=":0" /> O site jornalístico ''cubadebate'' afirma que o rapper está associado a grupos terroristas nos [[Estados Unidos]], tendo admitido o fato em vídeo.<ref>{{Citar web|url=http://www.cubadebate.cu/temas/politica-temas/2020/11/28/san-isidro/|titulo=Editorial: San Isidro (+ Video)|data=28-11-2020|acessodata=05-12-2020|publicado=cubadebate|wayb=20201130013328}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.cubadebate.cu/noticias/2020/11/24/toda-la-verdad-en-san-isidro-video/|titulo=La verdad de San Isidro (+Video)|data=24-11-2020|acessodata=05-12-2020|publicado=cubadebate|wayb=20201201090028}}</ref>

A crise econômica e a [[pandemia de COVID-19]] motivaram [[Protestos em Cuba em 2021|protestos no país em Julho de 2021]],<ref>{{Citar web|ultimo=Robles|primeiro=Frances|url=https://www.nytimes.com/2021/07/11/world/americas/cuba-crisis-protests.html|titulo=Cubans Denounce ‘Misery’ in Biggest Protests in Decades|data=11-07-2021|acessodata=16-07-2021|publicado=[[The New York Times]] {{en}}}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.france24.com/en/live-news/20210711-thousands-join-rare-anti-government-protests-in-cuba|titulo=Thousands join rare anti-government protests in Cuba|data=11-07-2021|acessodata=16-07-2021|publicado=[[France 24]] {{en}}}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Zamora|primeiro=Yander|url=https://www.20minutos.es/noticia/4760820/0/directo-protestas-cuba-diaz-canel/|titulo=Directo: España pide a las autoridades cubanas que se respete el derecho de manifestación|data=13-07-2021|acessodata=16-07-2021|publicado=[[20 minutos]] {{es}}}}</ref> sob o lema ''[[Patria y Vida]]''.<ref>{{Citar web|ultimo=Minniti|primeiro=Antonela|url=https://www.lanacion.com.ar/espectaculos/musica/patria-y-vida-la-historia-detras-del-hit-latino-que-se-convirtio-en-simbolo-de-las-protestas-en-cuba-nid13072021/|titulo=“Patria y vida”: la historia detrás del hit latino que se convirtió en símbolo de las protestas en Cuba|data=13-07-2021|acessodata=21-07-2021|publicado=[[La Nación]] {{es}}}}</ref> Estas manifestações contra o governo cubano, vem sendo apontadas como as maiores desde o ''[[Maleconazo]]'' de agosto de 1994.<ref>{{Citar web|ultimo=RTVE.es / EFE|url=https://www.rtve.es/noticias/20210711/manifestaciones-cuba-dictadura/2126440.shtml|titulo=Cuba Miles de personas toman las calles en Cuba en unas protestas históricas contra el régimen|data=12-07-2021|acessodata=16-07-2021|publicado=[[RTVE]] {{es}}}}</ref>

De acordo com o [[Repórteres sem Fronteiras]], o direito de utilizar a [[internet]] é monitorado e só é concedido a quem contrata os serviços do governo cubano.<ref name="rsf">{{Citar web|url=http://arabia.reporters-sans-frontieres.org/article.php3?id_article=10611|titulo=Internet in Cuba|acessodata=24-04-2017|publicado=Reporters Without Borders|arquivourl=https://archive.is/20110727014516/http://arabia.reporters-sans-frontieres.org/article.php3?id_article=10611|arquivodata=27-07-2011|urlmorta=sim}}</ref>

=== Relações internacionais ===
{{Artigo principal|Relações internacionais de Cuba|Missões diplomáticas de Cuba}}
[[Imagem:Fidel Castro - UN General Assembly 1960.jpg|thumb|esquerda|upright|Fidel Castro na [[Assembleia Geral da ONU]], em 22 de setembro de 1960.]]
A política dos [[Estados Unidos]] para Cuba está permeada por grandes conflitos de interesses que remontam ao governo de [[Thomas Jefferson]], na primeira década do século XIX. As relações conflituosas aprofundaram-se com a Revolução Cubana de 1959, em que os revolucionários encabeçados por Fidel Castro Ruz promoveram reformas estatais de cunho socialista que desagradavam os Estados Unidos naquele contexto da [[Guerra Fria]].<ref name="MONIZ">BANDEIRA, Luiz Alberto Moniz. De Martí a Fidel: a Revolução Cubana e a América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.</ref>

{{quote|Eu tinha a maior vontade de entender-me com os Estados Unidos. Até fui lá, falei, expliquei nossos objetivos. (...) Mas os bombardeios, por aviões americanos, de nossas fazendas açucareiras, das nossas cidades; as ameaças de invasão por tropas mercenárias e a ameaça de sanções econômicas constituem agressões à nossa soberania nacional, ao nosso povo”.''<small> Fidel Castro, a Louis Wiznitzer, enviado especial do GLOBO a Havana, em entrevista publicada em 24 de março de 1960.</small><ref name="PRETEXT">{{Citar web|url=http://www.gwu.edu/~nsarchiv/news/20010430/northwoods.pdf|titulo=''Chairman, Joint Chiefs of Staff, Justification for US Military Intervention in Cuba (includes cover memoranda), March 13, 1962, TOP SECRET, 15''|acessodata=2007-10-19|wayb=20100922154057}}</ref>}}

Para se defender, Fidel buscou apoio do líder soviético na época, [[Nikita Khrushchov]], com quem iniciou conversações em 6 de fevereiro de 1960, estabelecendo [[Relações Cuba-União Soviética|relações diplomáticas formais com a União Soviética]] em 8 de maio desse ano. A União Soviética se comprometeu a adquirir cinco milhões de toneladas de açúcar produzidas em Cuba, a facilitar a aquisição de petróleo e cereais, prover crédito e passou a dar cobertura militar à defesa da ilha.<ref name="TIMELINE">{{Citar web|url=http://www.pbs.org/wgbh/amex/castro/timeline/index.html|titulo=Post-Revolution Cuba - American Experience|acessodata=23-09-2021|website=PBS}}</ref> Por outro lado, em 17 de março de 1960, o presidente [[Dwight Eisenhower]] aprovou oficialmente, e divulgou publicamente, um "plano anti-Castro", criando embargos comerciais ao livre comércio do açúcar cubano, e à sua importação de petróleo e armamentos, e lançou uma propaganda antiCastro. O plano de Eisenhower incluía incentivos para os exilados cubanos de Miami tentarem derrubar Castro através de ações terroristas.<ref name="PRETEXT" /> Na sua campanha presidencial [[John F. Kennedy|Kennedy]] acusou as políticas de [[Richard Nixon|Nixon]] e [[Eisenhower]] de "negligência e indiferença", e de terem colaborado para que Cuba entrasse na [[cortina de ferro]].<ref name="PRETEXT" /><ref name="TIMELINE" />

Desde a [[Revolução Cubana]] de 1959, o governo cubano tem protestado consistentemente contra a presença dos Estados Unidos em solo cubano através da [[Base Naval da Baía de Guantánamo]], argumentando que a base "foi imposta a Cuba pela força" e é ilegal segundo o [[direito internacional]].<ref>{{citar livro|último=Lipman|primeiro=Jana K.|url=https://california.degruyter.com/view/title/556715|título=Guantanamo: A Working-Class History between Empire and Revolution|data=2008-12-02|publicado=University of California Press|local=Berkeley|isbn=978-0-520-94237-0|editor-sobrenome=Lewis|editor-nome=Earl|series=American Crossroads|volume=25|page=162–171|doi=10.1525/9780520942370-007|editor-last2=Lipsitz|editor-first2=George|editor-last3=Pascoe|editor-first3=Peggy|editor-last4=Sánchez|editor-first4=George|editor-last5=Takagi|editor-first5=Dana|numero-editores=1}}</ref>

[[Imagem:Dilma Rousseff e Raúl Castro.jpg|thumb|[[Raúl Castro]] em um encontro com [[Dilma Rousseff]], a ex-presidente do [[Brasil]], em junho de 2012]]
[[Imagem:Парад в честь 70-летия Великой Победы - 08.jpg|thumb|O [[presidente russo]] [[Vladimir Putin]] e [[Raúl Castro]] durante encontro em setembro de 2015]]

A política internacional de Cuba deixou de ser ambiciosa e passou a ter baixo porte como resultado das dificuldades econômicas enfrentadas pelo país após o colapso do [[Bloco do Leste|bloco soviético]]. Sem os maciços [[subsídio]]s do seu então principal parceiro comercial, a [[União Soviética]], Cuba foi relativamente isolada na década de 1990, mas desde então entrou em um processo de cooperação bilateral com vários países [[América do Sul|sul-americanos]], principalmente [[Venezuela]] e [[Bolívia]]. Os Estados Unidos continuaram até 2015 com o [[Embargo dos Estados Unidos a Cuba|embargo]], declarando que continuará "enquanto o país continuar se recusando a se mover em direção à democratização e ao maior respeito pelos [[direitos humanos]]",<ref name="Relações internacionais de Cuba 1">{{Citar web|url=http://www.state.gov/www/regions/wha/cuba/democ_act_1992.html|titulo=Cuban Democracy Act of 1992|acessodata=2011-04-20|publicado=State Department|arquivourl=https://archive.today/20120805204524/http://www.state.gov/www/regions/wha/cuba/democ_act_1992.html|arquivodata=2012-08-05}}</ref> enquanto a [[União Europeia]], em 2004, acusava Cuba de "contínua violação flagrante dos direitos humanos e das liberdades fundamentais".<ref name="Relações internacionais de Cuba 2">{{Citar web|url=http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2004:076E:0384:0386:EN:PDF|titulo=EU-Cuba relations|acessodata=2011-04-20|wayb=20090905060853|urlmorta=sim}}</ref> Cuba tem desenvolvido uma relação crescente com a [[República Popular da China]] e a [[Rússia]]. Ao todo, Cuba continua a ter relações formais com 160 nações e fornece os trabalhadores civis de assistência — principalmente médicos — para dezenas de países.<ref name="Relações internacionais de Cuba 3">{{Citar web|url=http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/2013/06/cuba-quer-aumentar-exportacao-de-medicos.shtml|titulo=Cuba quer aumentar exportação de médicos|data=18-06-2013|acessodata=04-09-2015|publicado=Revista Exame|wayb=20131109234122|urlmorta=sim}}</ref>

Cuba é hoje um país líder no [[Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas]], é membro fundador da organização antiamericana conhecida como [[Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América|Aliança Bolivariana para as Américas]], um membro da [[Associação Latino-Americana de Integração]] e da [[Organização das Nações Unidas]]. Além dos quais, o país é um membro do [[Movimento Não Alinhado|Movimento dos Países Não Alinhados]] e organizou a sua cúpula em setembro de 2006. Como membro da [[Associação dos Estados do Caribe]] (AEC), Cuba foi reconduzida como presidente da comissão especial sobre questões de transporte para a região do Caribe.<ref name="Relações internacionais de Cuba 4">{{Citar web|url=http://www.jusbrasil.com.br/diarios/94249746/dou-secao-2-19-06-2015-pg-51|titulo=Diário Oficial da União (DOU)|ano=2015|acessodata=04-09-2015|publicado=Jus Brasil}}</ref> Desde 2004, vários líderes da América do Sul têm tentado fazer de Cuba seja membro pleno ou associado do bloco comercial sul-americano, conhecido como [[Mercosul]].<ref name="Relações internacionais de Cuba 5">{{Citar web|url=https://www.thetrumpet.com/article/187.4.0.0/economy/trade/cuba-asks-to-join-mercosur|titulo=Cuba Asks to Join Mercosur|data=21-03-2005|acessodata=04-09-2015|publicado=The Trumpet|lingua=en}}</ref><ref name="Relações internacionais de Cuba 6">{{Citar web|url=http://www.brazzil.com/content/view/800/41/|titulo=Brazil to eliminate hoof-and-mouth disease by 2005|data=28-08-2004|acessodata=04-09-2015|publicado=Brazzil|lingua=en|wayb=20150923194338|urlmorta=sim}}</ref>

Extintas desde 1961, em 17 de dezembro de 2014 o presidente dos [[Estados Unidos]] [[Barack Obama]] e o presidente de Cuba [[Raúl Castro]] anunciaram o restabelecimento total das [[Relações entre Cuba e Estados Unidos|relações diplomáticas entre os dois países]], assim como a reabertura da embaixada norte-americana em [[Havana]] e uma considerável diminuição no embargo econômico feito à [[ilha]], assim como uma maior facilidade para viagens de negócios e transações econômicas, comerciais e financeiras entre cidadãos e empresas dos dois países. O acordo foi anunciado após 18 meses de conversações secretas entre os dois governos, com a mediação de [[Sua Santidade]] o [[Papa Francisco]].<ref>{{Citar web|url=http://www.nytimes.com/2014/12/18/world/americas/us-cuba-relations.html?hp&action=click&pgtype=Homepage&module=span-ab-top-region&region=top-news&WT.nav=top-news|titulo=U.S. and Cuba, in Breakthrough, Will Resume Diplomatic Relations|acessodata=17-12-2014|publicado=The New York Times}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Labott|primeiro=Elise|url=http://edition.cnn.com/2014/12/17/politics/cuba-alan-gross-deal/index.html?hpt=hp_t1|titulo=Obama announces historic overhaul of relations; Cuba releases American|acessodata=17-12-2014|publicado=CNN}}</ref> Estados Unidos e Cuba restauraram formalmente relações diplomáticas em 20 de julho de 2015.<ref>{{Citar web|url=http://www.cnbc.com/id/|titulo=CNBC US Home|acessodata=2015-07-01|website=CNBC|wayb=20090921003011}}</ref>

== Subdivisões ==
{{Artigo principal|[[Subdivisões de Cuba]]}}
Cuba está dividida em quinze províncias com 169 municípios, além de um município especial (a [[Isla de la Juventud]]).<ref>{{Citar web|url=http://www.parlamentocubano.cu/Asambleas%20Provinciales%20del%20Poder%20Popular.htm|titulo=Presidentes de las Asambleas Provinciales del Poder Popular en cada provincia|publicado=Parlamento Cubano|lingua=es|wayb=20070609204310|acessodata=2007-02-10}}</ref>

{{Subdivisões de Cuba}}

== Economia ==
{{Artigo principal|Economia de Cuba}}
{{VT|Embargo dos Estados Unidos a Cuba}}
[[Imagem:Cuba Product Exports (2019).svg|thumb|esquerda|Exportações de Cuba em 2019]]
[[Imagem:Ave 23 (La Rampa) in Vedado, Havana.jpg|thumb|esquerda|Avenida 23 (La Rampa) em Vedado, [[Havana]]]]

Em 2018, o [[Banco Mundial]] listou a indústria cubana como a 66ª mais valiosa do mundo (13 bilhões de dólares).<ref>{{Citar web|url=https://data.worldbank.org/indicator/NV.IND.MANF.CD?most_recent_value_desc=true|titulo=Manufacturing, value added (current US$)|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Banco Mundial]]}}</ref> A economia de Cuba ainda hoje sofre as consequências do [[Embargo a Cuba|embargo]] comercial imposto pelos [[Estados Unidos]] desde 1962. Quase seis décadas de embargo pelos Estados Unidos causaram danos quantificáveis em mais de 922,6 bilhões de dólares na economia cubana.<ref name=":14">{{Citar web|url=https://www.resistencia.cc/onu-vota-nesta-semana-resolucao-pelo-fim-do-bloqueio-dos-eua-contra-cuba/|titulo=ONU vota nesta semana resolução pelo fim do bloqueio dos EUA contra Cuba|acessodata=2019-11-11|website=Resistência}}</ref>

Na [[agricultura]], Cuba produziu, em 2018, 8,7 milhões de toneladas de [[cana-de-açúcar]] (entre o 21 e o 25º maior produtor mundial); 950 mil toneladas de [[banana]]; 795 mil toneladas de [[mandioca]]; 752 mil toneladas de [[legume]]; 555 mil toneladas de [[batata doce]]; 480 mil toneladas de [[tomate]]; 382 mil toneladas de [[Manga (fruta)|manga]]; 377 mil toneladas de [[arroz]]; 307 mil toneladas de [[milho]]; 206 mil toneladas de [[Xanthosoma sagittifolium|yautia]]; 184 mil toneladas de [[mamão]]; 169 mil toneladas de [[feijão]]; 129 mil toneladas de [[batata]]; 27 mil toneladas de [[tabaco]]; além de outras produções de outros produtos agrícolas.<ref>{{Citar web|url=http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC/|titulo=FAOSTAT|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura]]}}</ref>

Os [[charuto]]s cubanos são considerados, historicamente, como um dos melhores do mundo e são sinônimos da cultura da ilha e contribuem com quase um quarto do valor de todas as importações do país. O enchimento, o aglutinante e a embalagem podem vir de diferentes áreas da ilha, embora muito seja produzido na província de [[Pinar del Rio]], nas regiões de Vuelta Abajo e Semi Vuelta, bem como em fazendas na região de [[Viñales (Cuba)|Viñales]].<ref name=":1">{{citar periódico|último=Simoni|primeiro=Valerio|data=01-11-2009|título=Scaling cigars in the Cuban tourism economy1|periódico=Etnografica|número=vol. 13 (2)|páginas=417–438|doi=10.4000/etnografica.1331|issn=0873-6561}}</ref> Toda a produção de charutos em Cuba é controlada pela estatal [[Cubatabaco]]. O charuto cubano também é conhecido como "El Habano".<ref name=":2">{{citar periódico|último=STUBBS|primeiro=JEAN|data=2010|título=El Habano and the World It Has Shaped: Cuba, Connecticut, and Indonesia|url=https://www.jstor.org/stable/24487227|periódico=Cuban Studies|volume=41|páginas=39–67|jstor=24487227|pmid=21506307|issn=0361-4441}}</ref> Cubatabaco e [[Habanos SA]] (detida em partes iguais pelo Estado cubano e pela [[Altadis]], uma empresa privada com sede na [[Espanha]]) fazem todo o trabalho relacionado aos charutos cubanos, incluindo fabricação, controle de qualidade, promoção, distribuição e exportação. A Habanos SA lida com exportação e a distribuição, em grande parte por meio de seu parceiro europeu Altadis.<ref name=":4">{{citar periódico|último=Stubbs|primeiro=Jean|data=01-01-2000|título=Turning over a new leaf? The Havana cigar revisited|periódico=New West Indian Guide / Nieuwe West-Indische Gids|volume=74|número=3–4|page=235–255|doi=10.1163/13822373-90002563|issn=1382-2373}}</ref>

Na [[pecuária]], Cuba produziu, em 2019, 234 mil toneladas de [[carne de porco]], 438 milhões de litros de [[leite de vaca]], 81 mil toneladas de [[carne bovina]], 24 mil toneladas de [[carne de frango]], entre outros. A pecuária do país é bastante reduzida.<ref>{{Citar web|url=http://www.fao.org/faostat/en/#data/QL/|titulo=FAOSTAT|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura]]}}</ref> Na [[mineração]], o país era o 5º maior produtor mundial de [[cobalto]]<ref>{{Citar web|url=https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-cobalt.pdf|titulo=Cobalt Production Statistics|ano=2020|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Serviço Geológico dos Estados Unidos]]}}</ref> e o 10º maior produtor mundial de [[níquel]] em 2019.<ref>{{Citar web|url=https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-nickel.pdf|titulo=Nickel Production Statistics|ano=2020|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Serviço Geológico dos Estados Unidos]]}}</ref>
[[Imagem:Cuba 2013-01-23 (8503121480).jpg|thumb|Uma plantação de [[tabaco]] no [[Vale de Viñales]]]]
[[Imagem:Libreta line Havana.jpg|thumb|Loja ''libreta'', um sistema racionado para compra de alimentos]]
De 1994 até 2021, Cuba teve duas moedas oficiais: o [[Peso cubano|peso nacional]] (ou CUP) e o [[Peso convertível|peso conversível]] (ou CUC, muitas vezes chamado de "dólar" na [[língua falada]]). Em janeiro de 2021, entretanto, um tão esperado processo de unificação da moeda começou, com os cidadãos cubanos tendo seis meses para trocar seus CUCs restantes a uma taxa de um para cada 24 CUPs.<ref>{{citar web|url=https://blogs.lse.ac.uk/latamcaribbean/2021/02/10/day-zero-how-and-why-cuba-unified-its-dual-currency-system|título=Day Zero: how and why Cuba unified its dual currency system|último=Yaffe|primeiro=Helen|website=LSE Latin America and Caribbean blog|língua=en-UK|acessodata=2021-02-17}}</ref>

Em 2004, o índice de [[pobreza]] era o sexto menor em 2004 dentre os 102 [[País em desenvolvimento|países em desenvolvimento]] pesquisados (de acordo com o [[Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento]])<ref>{{citar web|url=https://noticias.uol.com.br/ultnot/especial/2008/cuba/cubasobfidel.jhtm|título=Regime de Fidel cerceou democracia e direitos humanos, mas melhorou qualidade de vida|autor=Murilo Garavello|data=19/02/2008|publicado=UOL|wayb=20210126060211}}</ref> e Cuba está entre os 83 países do mundo que ostentam um alto [[Índice de Desenvolvimento Humano]] (acima de 0,800): em 2007, o índice de desenvolvimento humano de Cuba foi 0,863 (51º lugar; 44º, se ajustado pelo [[produto nacional bruto]]).<ref name="HDR2009">{{Citar web|url=http://hdr.undp.org/en/media/HDR_2009_EN_Complete.pdf|titulo=United Nations Development Programme. ''Human Development Report 2009'', p.171|acessodata=2009-12-11|wayb=20181224184422}}</ref>

Em 2012, o crescimento econômico de Cuba, segundo as últimas estimativas da [[Central Intelligence Agency|Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos]], foi de 3,1 por cento (estimativa), um pouco melhor que os 2,8 por cento conseguido em 2011.<ref name="CIAWFB">{{Citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/cu.html|titulo=The World Factbook|acessodata=2007-10-19|website=Central Intelligence Agency|wayb=20090509003010|urlmorta=sim}}</ref> Cuba apresenta um [[défice]] na sua [[balança comercial]], importando mais do dobro do que exporta.<ref name="CIAWFB" /> A produção industrial cresceu 6,6 por cento em 2012 pela estimativa da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos. A [[renda per capita|renda ''per capita'']] dos cubanos atingiu 10 200 dólares estadunidenses em 2011: a 117<sup>a</sup> na colocação mundial.<ref name="CIAWFB" />

O embargo comercial imposto a Cuba pelos [[Estados Unidos]], desde 1962, dificulta enormemente a expansão do [[comércio exterior]] cubano. Mas Cuba tem conseguido atrair alguns [[investimento]]s estrangeiros, cerca de metade deles feitos pela [[União Europeia]]; grandes investimentos têm sido feitos nas áreas de turismo, energia e [[telecomunicações]]. Em meados de 2007, o presidente em exercício, [[Raul Castro]], anunciou novas medidas para incentivar os investimentos estrangeiros em Cuba.<ref name="INVEST">{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u332532.shtml|titulo=Cuba prepara nova abertura a investimentos estrangeiros|data=29-09-2007|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Folha Online]]}}</ref>

O governo cubano tem criado novas leis e aumentado a fiscalização objetivando regulamentar a criação de novos [[Setor privado|negócios particulares]]. Em 2012, 27,7 por cento do [[produto interno bruto]] de Cuba foi gerado por negócios particulares.<ref name="CIAWFB" /> As atividades que podem ser realizadas por particulares são oficinas, pequenos negócios, e prestação de alguns serviços. Seu produto interno bruto anual é de 72 bilhões de dólares estadunidenses (2012).<ref name="CIAWFB" />

=== Turismo ===
[[Imagem:Capitolio Nacional y Gran Teatro de La Habana, Cuba.jpg|upright|thumb|esquerda|Um [[ônibus panorâmico]] com o [[Capitólio de Havana|Capitólio]] ao fundo, no [[Cidade antiga de Havana e suas fortificações|Centro Histórico de Havana]]]]

Em 2018, Cuba foi o 50º país mais visitado do mundo, com 4,6 milhões de turistas internacionais. As receitas do turismo, neste ano, foram de US$ 2,9 bilhões.<ref>{{Citar web|url=https://www.e-unwto.org/doi/pdf/10.18111/9789284421152|titulo=International Tourism Highlight|ano=2019|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Organização Mundial de Turismo]]}}</ref> Em 2003, Cuba recebeu 1,9 milhões de turistas, que geraram 2 bilhões de dólares estadunidenses em [[Receita (economia)|receitas]]. Em 2005, Cuba recebeu seu recorde de 2,3 milhões de turistas, o que representou um incremento de 13,2 por cento em relação a 2004. Em 2006, a receita com turismo bateu o recorde, atingindo 2,4 bilhões de dólares estadunidenses, mas houve uma pequena queda no número de visitantes, que somaram 2,2 milhões.<ref name="EXPONENCIAL">{{Citar web|url=http://www.actualidad24horas.com/unos-194102-turistas-espanoles-visitaron-cuba-en-2005-33-mas-pese-a-los-huracanes/7935/|titulo=Unos 194.102 turistas españoles visitaron Cuba en 2005, 33% más pese a los huracanes|acessodata=23-09-2021|website=Actualidad24horas|wayb=20070516060445|urlmorta=sim}}</ref><ref name="RECORDE">{{Citar web|url=http://www.dtcuba.com/shownews.aspx?c=23406&lng=2|titulo=: Cuba Reports Millions in Tourist Revenues|acessodata=23-09-2021|website=DTCNews}}</ref>

Em 2007, o Ministro do Turismo, Manuel Marrero, divulgou uma série de medidas tomadas para tornar o turismo cubano mais competitivo no [[Caribe]].<ref name="SPRUCE">{{Citar web|url=http://uk.reuters.com/article/idUKN2728306920070627?pageNumber=1|autor=FRANK, Marc|titulo=Cuba takes steps to spruce up tourism appeal|publicado=Reuters|data=27-06-2007|acessodata=01-11-2007|wayb=20201226063943|urlmorta=sim}}</ref> Em 2019, a praia de [[Varadero]] foi considerada como uma das melhores praias do mundo no [[TripAdvisor]] de 2019, ficando em segundo lugar na classificação.<ref name="Varadero">{{citar web|url=https://www.tripadvisor.com/TravelersChoice-Beaches-cTop-g1|título=Best Beaches in the World - Travelers' Choice Awards|website=TripAdvisor|acessodata=2019-07-26}}</ref>

O [[turismo de massa]] foi uma das formas encontradas para se contornar a [[Crise econômica de 2008|crise econômica]], e, hoje, é a principal fonte de [[Moeda|divisas]] para o país.<ref name="VIAGEM">{{Citar web|autor=ZANIN, Luiz|url=http://blog.estadao.com.br/blog/zanin/?p=5411&more=1&c=1&tb=1&pb=1|titulo=Viagem a Cuba|data=01-03-2007|acessodata=29-10-2007|wayb=20070612025626|urlmorta=sim}}</ref> Estimativas feitas pela [[Organização Mundial de Turismo]] indicam que, caso tivesse sido levantado o embargo norte-americano, em 2007 cerca de 4 milhões de turistas poderiam ter visitado Cuba, representando uma fatia de mercado de 15,9 por cento do turismo na região do [[Caribe]].<ref name="TUR2007">{{Citar web|autor=CRESPO, Nicolás e DIAZ, Santos Negrón|url=http://lanic.utexas.edu/la/cb/cuba/asce/cuba7/crespo.pdf|titulo=Cuban Tourism in 2007: Economic Impact; Cuba in Transition|publicado=ASCE 1997|acessodata=30-10-2007|wayb=20071030021237|urlmorta=sim}}</ref>

A indústria do turismo gera uma receita direta de 7,5 bilhões de dólares.<ref name="TUR2007" /> A atividade turística já dá emprego a cerca de 268 mil cubanos, sendo 138 mil em empregos diretos (dos quais cerca de 20 por cento de nível universitário), e 130 mil indiretos.<ref name="TUR2007" />
{{panorama|Brisas Del Caribe - panoramio.jpg|900px|Panorama do hotel Brisas del Caribe em [[Varadero]], considerada uma das mais belas praias do mundo pelo [[TripAdvisor]]<ref name="Varadero"/>}}

== Infraestrutura ==

=== Energia elétrica ===
[[Imagem:Juragua Nuclear Power Plant.jpg|thumb|Prédio da antiga [[Central Nuclear Juragua]], cuja construção era financiada pela [[União Soviética]]]]
Com a crise iniciada em 1989 — e até 2004 — o país sofreu muito com a falta crônica de eletricidade, devido à insuficiência de recursos financeiros do estado cubano para modernizar e ampliar as suas termoelétricas e suas linhas de transmissão, carentes de expansão para atender ao crescimento da demanda de [[energia elétrica]], que aumenta, em média, 7% ao ano. Os chamados [[apagão|apagões]] chegaram a durar 16 horas, e foram uma constante na vida do povo cubano.<ref name="unenergy">{{Citar web|url=https://www.nytimes.com/|titulo=Breaking News, World News & Multimedia|acessodata=2018-02-08|wayb=20200318193208}}</ref> Não obstante, no início de 2007 o governo cubano pôs em operação 4.158 novos geradores a diesel, que custaram 800 milhões de dólares e têm capacidade total de gerar 711 811 [[Quilowatt|kW]], como uma medida emergencial para reduzir os [[apagão|apagões]].<ref name="GERADORES">{{Citar web|url=https://moneyweek.com/13209/bright-prospects-for-brazilian-utilities|titulo=Bright prospects for Brazilian utilities|acessodata=14-11-2020|website=MoneyWeek|wayb=20201226063923}}</ref>

Nas energias não-renováveis, em 2020, o país era o 53º maior produtor de [[petróleo]] do mundo, extraindo 41 mil barris/dia.<ref name="eia.gov">{{Citar web|url=https://www.eia.gov/international/data/world/petroleum-and-other-liquids/annual-petroleum-and-other-liquids-production|titulo=Annual petroleum and other liquids production|ano=2020|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=Energy Information Administration}}</ref> Em 2011, o país consumia 150 mil barris/dia (64º maior consumidor do mundo).<ref>{{Citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2246rank.html|titulo=[[The World Factbook]]|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Central Intelligence Agency]]|wayb=20171203164157|urlmorta=sim}}</ref> O país foi o 37º maior importador de petróleo do mundo em 2013 (160 mil barris/dia).<ref name="eia.gov" /> Em 2016, Cuba era o 62º maior produtor mundial de [[gás natural]], 1,1 bilhões de m3 ao ano. Em 2016 o país era o 87º maior consumidor de gás (1,1 bilhões de m3 ao ano).<ref>{{Citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2249rank.html|titulo=[[The World Factbook]]|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Central Intelligence Agency]]|wayb=20130616021045|urlmorta=sim}}</ref> O país não produz [[carvão]].<ref>{{Citar web|url=https://www.bp.com/en/global/corporate/energy-economics/statistical-review-of-world-energy.html|titulo=Statistical Review of World Energy|ano=2018|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[British Petroleum]]}}</ref> Nas energias renováveis, em 2020, Cuba não produzia [[energia eólica]] e tinha 0,1 GW de potência instalada de [[energia solar]].<ref>{{Citar web|url=https://www.irena.org/-/media/Files/IRENA/Agency/Publication/2021/Apr/IRENA_RE_Capacity_Statistics_2021.pdf|titulo=RENEWABLE CAPACITY STATISTICS|ano=2021|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Agência Internacional para as Energias Renováveis]]}}</ref>

=== Transportes ===
[[Imagem:Ponte_de_Bacunayagua.JPG|thumb|Ponte em um trecho da ''Vía Blanca'', rodovia que conecta [[Havana]] com [[Matanzas]]]]
Cuba possui 20 mil km de vias pavimentadas,<ref name="Transportes" /> incluindo 915 km de oito [[vias expressas]] gratuitas chamadas de ''autopistas'', sete delas centralizadas na cidade de [[Havana]] e conectadas entre si pelo [[anel viário]] de Havana, com exceção da rodovia para [[Mariel]]. A faixa de rodagem é dividida e as faixas em cada direção vão de duas a quatro. O limite máximo de velocidade é 100 km/h.<ref name="a">Source: ''Mapa de Carreteras de Cuba'' (Road map of Cuba). Ediciones GEO, [[Havana]] 2011 - {{ISBN|959-7049-21-X}}</ref>

O país possui 133 aeroportos, sendo que 64 deles têm pistas de pouso pavimentadas.<ref name="Transportes">{{Citar web|url=https://www.cia.gov/the-world-factbook/countries/cuba/#transportation|titulo=[[The World Factbook]]|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[CIA]]}}</ref> O [[Aeroporto Internacional José Martí]], em [[Havana]], é um ''[[Hub (aviação)|hub]]'' para as empresas [[Cubana de Aviación]] e [[Aerogaviota]], além de ter sido o antigo ''hub'' na América Latina para a companhia aérea soviética (posteriormente russa) [[Aeroflot]].<ref>{{Citar jornal|url=https://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=9C0CEFDE1131F937A35753C1A966958260|titulo=COMPANY NEWS - Aeroflot May Shift A Hub to Miami|data=04-10-1990|jornal=New York Times}}</ref>

Cuba tem uma rede de {{formatnum:8367}} km de ferrovias.<ref name="Transportes" /> Os sistemas de [[metrô]] não estão presentes na ilha, embora uma rede ferroviária suburbana exista em [[Havana]]. Os [[bonde]]s urbanos estiveram em operação entre 1858 e 1954, inicialmente como sistemas puxados por cavalos. No início do século XX, bondes elétricos ou bondes movidos a bateria de armazenamento foram introduzidos em sete cidades.<ref>{{citar web|url=http://www.tramz.com/cu/tto.html|título=The tramways of Cuba|publicado=Tramz|autor=Allen Morrison|wayb=20210125023359}}</ref>

A ilha tem 240 km de [[hidrovias]] e seus principais [[Porto (transporte)|portos]] estão localizados nas cidades de [[Antilla (Cuba)|Antilla]], [[Cienfuegos]], [[Guantánamo]], [[Havana]], [[Matanzas]], [[Mariel]], [[Nuevitas]] e [[Santiago de Cuba]].<ref name="Transportes" />

=== Educação ===
[[Imagem:Front view of Universidad de La Habana.jpg|esquerda|thumb|[[Universidade de Havana]], fundada em 1728.]]
[[Imagem:Edificio Rectorado Universidad de Oriente.jpg|thumb|esquerda|Reitoria da [[Universidade do Oriente (Cuba)|Universidade do Oriente]] em [[Santiago de Cuba]]]]

O sistema educacional cubano é supervisionado e administrado pelo Ministério da Educação e pelo Ministério da Educação Superior. A educação é controlada pelo Estado e é obrigatória até o 9º ano. A Constituição de Cuba determina que os ensinos fundamental, médio e superior devem ser gratuitos a todos os cidadãos cubanos. O ensino fundamental tem a duração de seis anos, o ensino médio é dividido em ensino básico e pré-universitário.<ref name="siteresources.worldbank.org">{{Citar web|url=http://siteresources.worldbank.org/EDUCATION/Resources/278200-1099079877269/547664-1099080026826/The_Cuban_education_system_lessonsEn00.pdf|titulo=The Cuban Education System: Lessons and Dilemmas. Human Development Network Education. World Bank|acessodata=07-11-2010|lingua=en|wayb=20060220165813|urlmorta=sim}}</ref> Ao alcançar a independência, os governos subsequentes promoveram a educação em Cuba. Apesar de este setor nunca ter usufruído de amplos recursos, foi estabelecido um sistema de ensino básico público, gratuito e obrigatório. Com isso, Cuba alcançou níveis de educação satisfatórios quando comparada aos demais países latino-americanos.<ref>Britton, John A. "Parte Cinco," Molding Hearts and Minds . Delaware: Wilmington, 1994: 168.</ref>

Em 1958, antes do triunfo da revolução, 23,6% da população cubana era analfabeta e, entre a população rural, os analfabetos eram 41,7%. Em 1961 se realiza uma [[Campanha de alfabetização cubana|campanha nacional para alfabetizar a população]] e Cuba torna-se o primeiro país do mundo a erradicar o analfabetismo (Segundo dados do próprio governo). Hoje não há mais analfabetos em Cuba. Segundo dados de 2015 do ''[[The World Factbook]],<ref name="Dados sobre educação em Cuba">{{en}} {{Citar web|url=https://www.cia.gov/the-world-factbook/countries/cuba/#people-and-society|titulo=The World Factbook — Cuba|acessodata=19-10-2007|publicado=CIA|wayb=20090509003010}}</ref>'' publicado pela [[Agência Central de Inteligência|CIA]], 99,8% da população cubana acima de 15 anos sabe ler e escrever, com a maior proporção dando-se entre homens (99,9%) do que entre mulheres (99,8%).<ref name="Dados sobre educação em Cuba" /> Cuba destina, atualmente, cerca de 12,8% de seu Produto Interno Bruto (PIB) para gastos e investimentos em educação, a maior destinação entre os países do mundo. A expectativa de vida escolar, do ensino primário ao superior, era de 14 anos de estudos em 2018.<ref name="Dados sobre educação em Cuba" />

De acordo com os resultados obtidos nos testes de avaliação de estudantes latino-americanos, conduzidos pelo painel da [[Unesco]], Cuba lidera, por larga margem de vantagem, nos resultados obtidos pelas terceiras e quartas séries em matemática e compreensão de linguagem. ''"Mesmo os integrantes do quartil mais baixo dentre os estudantes cubanos se desempenharam acima da média regional"'', disse o painel.<ref name="NYTIMES">[http://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=9405EFDC103FF937A25751C1A9679C8B63&n=Top/News/World/Countries%20and%20Territories/Cuba MARQUIS, Christofer. ''Cuba Leads Latin America in Primary Education, Study Finds.'' The New York Times, 14 de dezembro de 2001]</ref> O ensino superior é fornecido por universidades, institutos superiores, institutos pedagógicos superiores e institutos politécnicos superiores. O Ministério de Educação Superior de Cuba opera um programa de educação à distância que oferece cursos regulares à tarde e à noite em áreas rurais para trabalhadores agrícolas. A educação tem uma forte ênfase política e ideológica e espera-se que os alunos que progridem para o ensino superior tenham um compromisso com os objetivos do Estado cubano.<ref name="siteresources.worldbank.org" /> Cuba oferece educação subsidiada pelo estado a um número limitado de estrangeiros na [[Escola Latino-Americana de Medicina]].<ref>{{Citar web|url=http://www.nbcnews.com/id/19942866|titulo=Students graduate from Cuban school|data=25-07-2007|acessodata=07-11-2010|publicado=NBC News}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/6914265.stm|titulo=Cuba-trained US doctors graduate|data=25-07-2007|acessodata=07-09-2009|publicado=BBC News|lingua=en}}</ref> De acordo com o ''[[Webometrics Ranking of World Universities]]'', as melhores universidades do país são a [[Universidade de Havana]] (1 680ª a nível mundial), o [[Instituto Superior Politécnico José Antonio Echeverría]] (2 893ª) e a [[Universidade do Oriente (Cuba)|Universidade do Oriente]] (3 831ª).<ref>{{Citar web|url=http://www.webometrics.info/en/Latin_America/Cuba|titulo=Cuba|acessodata=23-07-2015|publicado=Ranking Web of Universities|lingua=en}}</ref>

=== Saúde ===
[[Imagem:Hermanos Ameijeiras.jpg|thumb|O edifício do Hospital Hermanos Ameijeiras ao fundo com o monumento dedicado a Antonio Maceo, em Havana]]
[[Imagem:Hospital Materno SGC.jpg|thumb|Hospital Materno em [[Santiago de Cuba]]]]
Em Cuba, a prestação de serviços relacionados à saúde é totalmente gratuita para residentes da ilha, o que se espelha em seus indicadores padrão. Segundo dados da [[Organização Mundial da Saúde|Organização mundial da saúde]] (OMS), em 2015, a taxa de mortalidade infantil para crianças abaixo de cinco anos de idade foi de quatro para cada mil nascidos, sendo o menor índice da [[América]].<ref>{{Citar web|url=http://gamapserver.who.int/gho/interactive_charts/MDG4/atlas.html?indicator=i1|titulo=WHO &#124; World Health Organization|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Organização Mundial da Saúde]]|wayb=20140729163323|urlmorta=sim}}</ref> A expectativa de vida ao nascer em Cuba é de 75 anos para os homens e de 79 para as mulheres, índice semelhante ao dos Estados Unidos, que é de 75 e 80 respectivamente.<ref name="SAUDEb">{{Citar web|url=http://www.who.int/whosis/database/country/compare.cfm?country=CUB&indicator=LEX0Male,LEX0Female&language=english|titulo=Life expectancy at birth (years)|ano=2005|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Organização Mundial da Saúde]]|wayb=20070613173050|urlmorta=sim}}</ref> A mortalidade adulta, de 15 a 60 anos, é em Cuba de 128 para homens e de 83 para mulheres, índices superados, na América, pelo Canadá e pela Costa Rica.<ref name="SAUDEe">{{Citar web|url=http://www.who.int/whosis/database/country/compare.cfm?country=CUB&indicator=MortAdultMale,MortAdultFemale&language=english|titulo=Probability of dying (per 1 000 population) between 15 and 60 years (adult mortality rate)|ano=2005|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Organização Mundial da Saúde]]|wayb=20070613172952|urlmorta=sim}}</ref>

Em 25 de maio de 2011, foi anunciado na nona edição do Congresso sobre Longevidade Satisfatória, em Havana, que Cuba é o país com a maior proporção demográfica de pessoas com mais de 100 anos, à frente até do Japão.<ref>{{Citar web|url=http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/05/cuba-supera-japao-em-porcentagem-de-centenarios.html|titulo=Cuba supera Japão em porcentagem de centenários|data=25-05-2011|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[G1]]}}</ref> Cuba conta com aproximadamente 1 551 centenários em uma população de 11,2 milhões de habitantes. Esses dados mostram que quintuplicaria a proporção existente no Japão, país com maior número de centenários em termos absolutos. Em 2006, segundo a [[Organização Mundial de Saúde]], não ocorreu em Cuba nenhum caso de [[difteria]], [[sarampo]], [[coqueluche]], [[poliomielite]], [[rubéola]], rubéola CRS, [[tétano]] neonatal, ou [[febre amarela]]. Uma pequena pandemia de [[caxumba]] iniciou-se em 2004 e ainda não foi controlada, até aquele ano não havia caxumba em Cuba. Houve apenas três casos de tétano comum em 2006 (não relacionados a partos).<ref name="SAUDEc">{{Citar web|url=http://www.who.int/vaccines/globalsummary/immunization/countryprofileresult.cfm?C='cub|titulo=Immunization Profile - Cuba|ano=2006|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Organização Mundial da Saúde]]|wayb=20040420085558|urlmorta=sim}}</ref>

A vacinação da população cubana, segundo as estatísticas da [[UNICEF]], desde 1980 atinge índices bastante elevados. Em 2006, 99% da população tomou a vacina [[BCG]], 99% tomou a primeira dose da [[DTP|vacina tríplice]] DTP1 ([[difteria]], [[tétano]] e [[coqueluche]]), e 89% tomaram sua terceira dose; 99% da população cubana tomou a terceira dose da vacina contra [[poliomielite]], 96% tomou a vacina contra [[sarampo]] e 89% contra a [[hepatite]] B.<ref name="SAUDEd">{{Citar web|url=http://www.who.int/vaccines/globalsummary/immunization/timeseries/tswucoveragebycountry.cfm?country=CUB|titulo=WHO-UNICEF estimates of immunization coverage: Cuba|ano=2006|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Organização Mundial da Saúde]]|wayb=20071016023830|urlmorta=sim}}</ref> Estes resultados, obtidos na prestação de serviços de saúde ao povo cubano — que colocam os índices padrão internacionais de Cuba dentre os de países do primeiro mundo — são obtidos com relativamente pouco uso dos recursos econômicos de sua sociedade. Cuba gasta 7,7% de seu [[PIB]] em saúde (Estados Unidos 15,3%, Canadá 10%, Brasil 7,5%).<ref name="SAUDE">{{Citar web|url=http://www.who.int/nha/country/en/|titulo=National health accounts - Cuba|ano=2006|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[Organização Mundial da Saúde]]|wayb=20040701132429|urlmorta=sim}}</ref>
[[Imagem:Hospital Docente Regional Mario Muñoz in Colón City.jpg|thumb|esquerda|Hospital Docente Regional Mario Muñoz em [[Colón (Cuba)|Colón]]]]

Em 2009 a UNICEF anunciou que Cuba é o único país dentre todos da América Latina e Caribe que havia erradicado a desnutrição infantil. Tal informação é confirmada por relatório apresentado pela organização em 2011.<ref>{{Citar web|url=http://www.tercerainformacion.es/spip.php?article14730|titulo=UNICEF confirma Cuba 0% de Desnutrición Infantil|website=Tercerainformacion.es}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Fernando Ravsberg La Habana|url=http://www.bbc.com/mundo/cultura_sociedad/2010/01/100126_1823_unicef_cuba_gz.shtml|titulo=UNICEF: Cuba, sin desnutrición infantil|website=BBC Mundo}}</ref> Em 2010 o país começou a exigir que os visitantes devem obrigatoriamente contratar um plano de saúde.<ref>{{Citar web|url=http://edmonton.ctv.ca/servlet/an/local/CTVNews/20100505/cuba-travel-insurance-100505/20100505/?hub=EdmontonHome|titulo=Canadians visiting Cuba need travel health insurance|data=05-05-2010|acessodata=07-05-2010|wayb=20201226063927}}</ref> Em 2015, a [[OMS]] certificou que Cuba conseguiu impedir que o vírus do [[HIV]] e o [[Sífilis]] fosse transmitido entre uma mãe e seu bebê, feito nunca antes realizado na medicina.<ref>{{Citar web|url=http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/06/oms-certifica-cuba-como-1-pais-eliminar-transmissao-materna-do-hiv.html|titulo=OMS certifica Cuba como 1º país a eliminar transmissão materna do HIV|data=30-06-2015|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[G1]]}}</ref>

Desde 1993, Cuba vem fazendo grandes progressos na área de [[biotecnologia]],<ref name="BIOTECNOLOGIA">{{Citar web|url=http://www.cib.org.br/em_dia.php?id=670|titulo=Cuba e China avançam na biotecnologia|publicado=Conselho de Informações Sobre Biotecnologia|data=23-12-2005|acessodata=14-10-2007|wayb=20090131125414|urlmorta=sim}}</ref> tendo obtido registro de suas patentes e direitos de sua exploração comercial nos Estados Unidos. Sua vacina contra hepatite B é vendida em 30 países do mundo. Em 1994, o ingresso de divisas em Cuba através da exportação de biotecnologia alcançou a cifra de 400 milhões de dólares e se estima que no futuro poderia ser maior que o do açúcar.<ref name="BIOTEC">{{Citar web|autor=DIETRICH, Heinz|url=http://br.geocities.com/josemarti_rj/atualidades35.html|titulo=CUBA: O milagre biotecnológico|acessodata=14-10-2007|wayb=20080302075611|urlmorta=sim}}</ref> A [[biotecnologia]] cubana já gerou mais de 600 patentes para drogas novas e inovadoras como vacinas, proteínas recombinantes, anticorpos monoclonais, equipamento médico com software especial, e sistemas de diagnósticos. Cerca de sessenta outros produtos estão nos estágios finais de pesquisa.<ref name="SURVEYa">{{Citar web|url=http://www.eclac.org/publicaciones/xml/8/15398/Cuba.pdf|titulo=''Economic Survey of Latin America and the Caribbean 2003-2004.'' pp 287-293; ECLAC|acessodata=2007-10-21|wayb=20130923030616|urlmorta=sim}}</ref> Em 2011, Cuba anunciou ter desenvolvido a primeira vacina terapêutica contra o câncer de pulmão, chamada [[CimaVax-EGF]].<ref>{{Citar web|url=http://noticias.r7.com/saude/noticias/cuba-anuncia-primeira-vacina-contra-cancer-de-pulmao-20110110.html?s_cid=cuba-anuncia-primeira-vacina-contra-cancer-de-pulmao-saude-r7_noticias_saude_facebook&utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=botao_facebook&utm_term=cuba-anuncia-primeira-vacina-contra-cancer-de-pulmao-saude-r7|titulo=Cuba anuncia primeira vacina contra câncer de pulmão|ano=2011|acessodata=23-09-2021|editor-sobrenome=[[R7]]}}</ref><ref>{{Citar jornal|url=http://www.popsci.com/science/article/2011-09/cuba-releases-worlds-first-lung-cancer-vaccine|titulo=Cuba Announces Release of the World's First Lung Cancer Vaccine|data=2011-08-09|acessodata=2011-12-11|publicado=PopSci|wayb=20170825024854}}</ref>

== Cultura ==
A [[cultura cubana]] é influenciada por seu caldeirão de culturas, principalmente as da [[Espanha]], [[África]] e os indígenas [[taínos]]. Após a revolução de 1959, o governo iniciou uma campanha nacional de [[alfabetização]], ofereceu educação gratuita a todos e estabeleceu programas rigorosos de [[esportes]], [[balé]] e [[música]].<ref name="hsas">{{Citar jornal|url=https://www.nytimes.com/2013/07/24/world/americas/harsh-self-assessment-as-cuba-looks-within.html|titulo=For Cuba, a Harsh Self-Assessment|publicado=New York Times|acessodata=24-07-2013}}</ref>

=== Patrimônio mundial ===
{{AP|Lista do Património Mundial em Cuba}}
[[Imagem:Bailarines de rumba cubana en la plaza de los trabajadores de Camagüey, Cuba.jpg|thumb|Dançarinos de [[rumba]] no centro histórico de [[Camagüey]], considerado um [[Patrimônio Mundial]] pela [[Unesco]]]]
Cuba teve seu primeiro local incluído na lista na 6ª Sessão do Comité do [[Patrimônio Mundial]], realizado na sede da [[UNESCO]] em [[Paris]], [[França]], em [[Dezembro]] de 1982. Naquela sessão, a [[Cidade antiga de Havana e suas fortificações]], um local incluído a parte e central histórico de [[Havana]], bem como fortificação [[Colónia (possessão)|colonial]] [[Espanhóis|espanhola]], foi inscrita na lista.<ref name="inscrição">{{citar web|url=http://whc.unesco.org/archive/repcom82.htm|título=Report of the Rapporteur|acessodata=03-12-2011|data=17-01-1983|publicado=Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura|língua=en}}</ref>

As inclusões de Cuba na lista incluem uma variedade de locais. Dois locais são selecionados por sua importância natural: o [[Parque Nacional Alejandro de Humboldt]] nas províncias orientais de [[Holguín]] e [[Guantánamo]], e o [[Parque Nacional Desembarco del Granma]], nomeados pelo [[iate]] que levou os membros do [[Movimento 26 de Julho]] que iniciaram a [[Revolução Cubana]].<ref name=granma>{{citar web|url=https://whc.unesco.org/en/list/889|título=Desembarco del Granma National Park|publicado=UNESCO|acessodata=22-10-2010}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.frommers.com/destinations/bayamo/3199010012.html|título=In Depth: Dear Granma|publicado=Frommers|acessodata=12-11-2010}}</ref> As [[Paisagem|paisagens]] da cidade incluem Havana Antiga,<ref name=havana>{{citar web|url=https://whc.unesco.org/en/list/204|título=Old Havana and its Fortifications|publicado=UNESCO|acessodata=07-10-2010}}</ref> [[Trinidad (Cuba)|Trinidad]]<ref name=trinidad>{{citar web|url=https://whc.unesco.org/en/list/460|título=Trinidad and the Valley de los Ingenios|publicado=UNESCO|acessodata=14-10-2010}}</ref> e [[Camagüey]],<ref name=camaguey>{{citar web|url=https://whc.unesco.org/en/list/1270|título=Historic Centre of Camagüey|publicado=UNESCO|acessodata=22-10-2010}}</ref> todas fundadas pelos primeiros colonizadores espanhóis no século XVI. Os locais também incluem regiões agrícolas históricas, incluindo as plantações de [[café]] do [[sudeste]] de Cuba,<ref name=plantations>{{citar web|url=https://whc.unesco.org/en/list/1008|título=Archaeological Landscape of the First Coffee Plantations in the South-East of Cuba|publicado=UNESCO|acessodata=22-10-2010}}</ref> e na região do [[tabaco]] do [[Vale de Viñales]].<ref name=valley>{{citar web|url=https://whc.unesco.org/en/list/840|título=Viñales Valley|publicado=UNESCO|acessodata=22-10-2010}}</ref><ref>{{citar web|url=https://whc.unesco.org/archive/advisory_body_evaluation/840.pdf|título=Viñales (Cuba)|publicado=UNESCO|acessodata=22-10-2010}}</ref>

=== Cinema ===
Nos primeiros dias de 1959, o novo governo criou um departamento cinematográfico dentro da Divisão de Cultura do Exército Rebelde, que patrocinou a produção de documentários como ''Esta tierra nuestra'' de [[Tomás Gutiérrez Alea]], e ''La vivienda'' de [[Julio García Espinosa]]. Este foi o ancestral direto do que viria a se tornar o [[Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematográficos]] (ICAIC), que foi fundado em março como resultado da primeira lei de cultura do governo revolucionário. O cinema, de acordo com essa lei, é "a forma mais poderosa e provocativa de expressão artística e o veículo mais direto e difundido para a educação e divulgação de ideias ao público".<ref>{{citar web|url=http://www.cubacine.cu/index.html|título=El Portal del Cine Cubano|publicado=Cubacine|acessodata=27-09-2021|wayb=20100110061543|urlmorta=sim}}</ref>

O ICAIC fundou o ''Cine Cubano'' em 1960. Toda a produção, distribuição e exibição no país eram administradas pelo ICAIC em 1965, que também estabeleceu unidades móveis de projeção chamadas ''cine moviles'', caminhões que visitavam áreas remotas para realizar exibições.<ref>Thompson, Kristin and Bordwell David. (2010) "Film History: An Introduction". New York: McGraw-Hill. p. 499</ref> Desde a sua fundação até 1980, [[Alfredo Guevara]] foi chefe do ICAIC. Sob sua direção, a organização foi fundamental no desenvolvimento do cinema cubano, que passou a ser identificado com o [[anti-imperialismo]] e a [[Revolução Cubana|revolução]].<ref name="Chanan-p1-25">Michael Chanan, ''Cuban Cinema'' (Minneapolis, MN: University of Minnesota Press, 2004), p. 1-25.</ref>

Um dos filmes cubanos mais notáveis dos últimos anos foi ''[[Morango e Chocolate]]'' (1993) de Tomás Gutiérrez Alea e [[Juan Carlos Tabío]], que relata uma história sobre intolerância e retrata a amizade entre um [[homossexual]] e um jovem integrante da [[União de Jovens Comunistas]] (organização juvenil comunista cubana). Foi também a primeira produção cubana a ser indicada ao [[Oscar de Melhor Filme Estrangeiro]].<ref name="Oscars1995">{{citar web|url=http://www.oscars.org/oscars/ceremonies/1995|título=The 67th Academy Awards (1995) Nominees and Winners|acessodata=26-09-2015|publicado=oscars.org}}</ref>

=== Literatura ===
[[Imagem:Alejocarpentier.jpg|thumb|upright=0.7|[[Alejo Carpentier]], ganhador do [[Prêmio Cervantes]].]]
A literatura cubana começou a encontrar sua voz no início do século XIX. Temas dominantes de independência e liberdade foram exemplificados por [[José Martí]], que liderou o movimento modernista na literatura cubana. Escritores como [[Nicolás Guillén]] e [[José Z. Tallet]] se concentraram na literatura como protesto social.<ref name="Literatura">{{Citar web|url=http://www.cervantesvirtual.com/portales/nicolas_guillen/|titulo=Nicolás Guillén|acessodata=04-12-2018|publicado=Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes}}</ref> A poesia e os romances de [[Dulce María Loynaz]] e [[José Lezama Lima]] foram influentes.<ref name="Literatura em Cuba 1">{{Citar web|url=https://repositorio.unesp.br/handle/11449/144328|titulo=A construção do silêncio no discurso poético de Dulce María Loynaz e Orides Fontela: um estudo comparativo|data=04-08-2016|acessodata=04-12-2018|publicado=Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (IBILCE) - São José do Rio Preto|autor=Repositório Institucional UNESP|wayb=20201226064040|autor2=GÓMEZ, Yoanky Cordero}}</ref> O romancista [[Miguel Barnet]], que escreveu ''Everybody Dreamed of Cuba'', reflete uma Cuba mais melancólica. [[Alejo Carpentier]] foi importante no movimento do [[realismo]] mágico.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=7GMVjfvCWqYC&pg=PA120|título=The Logic of Fetishism: Alejo Carpentier and the Cuban Tradition|ultimo=Pancrazio|primeiro=James J.|ano=2004|editora=Bucknell University Press|local=Lewisburg|isbn=978-0-8387-5582-2|língua=en}}</ref>

=== Culinária ===
A culinária cubana é uma fusão das culinárias [[Culinária da Espanha|espanhola]] e [[Culinária do Caribe|caribenha]]. As receitas cubanas compartilham especiarias e técnicas com a culinária espanhola, com alguma influência caribenha nas especiarias e no sabor. O [[Racionamento em Cuba|racionamento de alimentos]], que tem sido a norma em Cuba nas últimas quatro décadas, restringe a disponibilidade comum desses pratos.<ref>{{Harvnb|Alvarez|2001}}.</ref>

=== Música ===
{{AP|Música de Cuba}}
A [[música cubana]] é muito rica e é a expressão mais conhecida da cultura cubana. A forma central desta música é o ''[[Son cubano|son]]'', que tem sido a base de muitos outros estilos musicais como o ''[[danzón]]'', o [[mambo]], o [[Chá-chá-chá (música)|cha-cha-chá]] e a [[Salsa (música)|salsa]]. A [[rumba]] originou-se no início da cultura [[Afro-cubanos|afro-cubana]], misturada com elementos de estilo espanhol.<ref>{{Citar livro|título=Nationalizing Blackness: Afrocubanismo and Artistic Revolution in Havana, 1920–1940|ultimo=Moore|primeiro=Robin|editora=University of Pittsburgh Press|local=Pittsburgh|isbn=978-0-8229-5645-7|ano=1997}}</ref>
[[Imagem:FIL 2012 - Orquesta Buena Vista Social Club 2.JPG|esquerda|thumb|Carlos Calunga, [[Barbarito Torres]] e Idania Valdés em uma apresentação do [[Buena Vista Social Club]] em 2012]]

A música popular cubana de todos os estilos tem sido apreciada e elogiada amplamente em todo o mundo. A [[música clássica]] cubana, que inclui música com fortes influências africanas e europeias, e apresenta obras sinfônicas e também música para solistas, recebeu aclamação internacional graças a compositores como [[Ernesto Lecuona]].<ref>Orovio, Helio (2004). ''Cuban music from A to Z''. Revised by Sue Steward. {{ISBN|0-8223-3186-1}} A biographical dictionary of Cuban music, artists, composers, groups and terms. Duke University, Durham NC; Tumi, Bath.</ref><ref>Díaz Ayala, Cristóbal (1981). ''Música cubana del Areyto a la Nueva Trova''. 2nd rev ed, San Juan P.R.: Cubanacan, p. 135 et seq.</ref>

Havana era o coração da cena [[rap]] em Cuba quando começou na década de 1990. Durante esse tempo, o [[reggaeton]] cresceu em popularidade. Em 2011, o Estado cubano denunciou o reggaetón como "degenerado", reduzindo diretamente a reprodução "discreta" do gênero (não o banindo totalmente) e proibiu a canção "Chupi Chupi" de [[Osmani García]], caracterizando sua descrição do sexo como "do tipo que uma prostituta faria".<ref>{{Citar web|url=http://globalvoicesonline.org/2011/12/07/cuba-reggaeton-hit-chupi-chupi-denounced-by-authorities/|titulo=Cuba: Reggaeton Hit 'Chupi Chupi' Denounced by Authorities|data=07-12-2011|publicado=Global Voices|autor=Victor Kaonga, Malawi|acessodata=19-07-2013}}</ref> Em dezembro de 2012, o governo cubano proibiu oficialmente canções de reggaeton e videoclipes sexualmente explícitos do rádio e da televisão.<ref>{{Citar web|url=http://popcrush.com/cuban-government-censor-reggaeton-sexually-explicit/|titulo=Cuban Government to Censor Reggaeton For Being "Sexually Explicit"|data=07-12-2012|publicado=Popcrush.com|autor=Scott Shetler|acessodata=19-07-2013}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://abcnews.go.com/International/cuba-bans-reggaeton-sexually-explicit-songs/story?id=17888666|titulo=Cuban Government Censors Reggaeton and "Sexually Explicit" Songs|data=06-12-2012|website=ABC News|acessodata=19-07-2013}}</ref>

Artistas cubanos reconhecidos incluem os [[pianista]]s Chucho Valdés<ref name="todocuba.org">{{Citar web|url=https://www.todocuba.org/descubre-los-cubanos-ganadores-grammy-awards/|titulo=Descubre a los cubanos ganadores de Grammy Awards|data=17-04-2017|acessodata=23-09-2021}}</ref> e [[Frank Fernández]] (este último ganhou o título de ouro no [[Conservatório de Moscovo]]),<ref>{{Citar jornal|url=http://www.cubadebate.cu/noticias/2016/10/21/pianista-frank-fernandez-los-enemigos-se-estan-aprovechando-de-la-banalizacion/|titulo=Pianista Frank Fernández: Los enemigos se están aprovechando de la banalización|ano=2016|acessodata=23-09-2021}}</ref> e [[Omara Portuondo]], membro do [[Buena Vista Social Club]]. Muitos artistas cubanos ganharam prêmios [[Grammy]].<ref name="todocuba.org" /> Entre os jovens, Buena Fe é um grupo popular.<ref>{{Citar jornal|url=http://www.cubadebate.cu/especiales/2019/12/26/israel-y-yoel-un-par-convencido-de-su-buena-fe-video/|titulo=Israel y Yoel: Un par convencido de su Buena Fe (+ Video)|acessodata=23-09-2021}}</ref>

=== Esportes ===
{{VT|Cuba nos Jogos Olímpicos}}
[[Imagem:CalixtoGarcia.jpg|thumb|Estádio Calixto Garcia em [[Holguín]]]]

Devido a associações históricas com os [[Estados Unidos]], muitos cubanos participam de [[esportes]] que são populares na [[América do Norte]], em vez de esportes tradicionalmente praticados em outras nações latino-americanas. O [[beisebol]] é o mais popular. Outros esportes populares incluem [[vôlei]], [[boxe]], [[atletismo]], [[Luta livre olímpica|luta livre]], [[basquete]] e [[esportes aquáticos]].<ref>{{citar web|url=https://www.whatcuba.com/cuban-sports.html|título=Cuban Sports|publicado=What Cuba|acessodata=25/09/2021|wayb=20210905215035}}</ref> Cuba é uma força dominante no boxe amador, alcançando consistentemente altos números de medalhas nas principais competições internacionais. Os boxeadores [[Rances Barthelemy]] e [[Erislandy Lara]] desertaram para os [[Estados Unidos]] e o [[México]], respectivamente.<ref>{{Citar web|url=http://sports.yahoo.com/news/meet-the-cuban-boxer-who-failed-to-defect-38-times-before-realizing-u-s--dream-200229434-boxing.html|titulo=Cuban boxer defected unsuccessfully 38 times before realizing U.S. dream|acessodata=23-09-2021|website=sports.yahoo.com}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Satterfield|primeiro=Lem|url=https://www.premierboxingchampions.com/news/cuba-world-champion-arduous-defection-continues-drive-erislandy-lara|titulo=From Cuba to world champion: Arduous defection continues to drive Erislandy Lara|acessodata=23-09-2021|website=PBC Boxing}}</ref>

Cuba participou pela primeira vez dos [[Jogos Olímpicos de Verão]] em [[Jogos Olímpicos de Verão de 1900|1900]] e enviou atletas para competirem em [[Cuba nos Jogos Olímpicos|20 das 28 Olimpíadas seguintes]]. Cuba ocupa a terceira posição entre os países das [[Américas]] em relação a [[Quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos|conquistas de medalhas de ouro]] (atrás apenas dos [[Estados Unidos]] e do [[Canadá]]) e conquistou mais medalhas do que qualquer país da [[América do Sul]].<ref>{{citar web|url=https://olympics.com/en/olympic-games/olympic-results|titulo=Olympic results|editor=[[Comitê Olímpico Internacional]]|acessodata=27-09-2021}}</ref>

Nos [[Jogos Pan-Americanos]] é o segundo país com mais [[Quadro de medalhas dos Jogos Pan-Americanos|medalhas conquistadas]], atrás apenas dos Estados Unidos e um dos três que conseguiram ser campeões em ao menos uma edição, [[Jogos Pan-Americanos de 1991|Havana 1991]].<ref>{{citar web|url=http://www.paso-odepa.org/chronology.aspx|título=Chronology of the Pan American Games|acessodata=27-09-2021|wayb=20120819104252|urlmorta=sim}}</ref>

=== Feriados nacionais ===
{{Feriados de Cuba}}

== Ver também ==
* [[Lista de Estados soberanos]]
* [[Lista de Estados soberanos e territórios dependentes da América]]
* [[Lista de estados comunistas atuais]]

{{notas}}
{{Referências}}
{{Bibliografia sobre Cuba}}

== Ligações externas ==
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}}
* {{Link|es,en|2=http://www.cubagob.cu/|3=Governo da República de Cuba}}

* {{Link|es|2=http://www.asanac.gov.cu/|3=Assembleia Nacional do Poder Popular da República de Cuba}}
* {{Link|es,en|2=http://www.cubaminrex.cu/|3=Ministério das Relações Exteriores de Cuba}}
* {{Link|en|2=https://www.cia.gov/the-world-factbook/countries/cuba/|3=''The World Factbook: Cuba'', CIA}}

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