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Código SINPO

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 Nota: Para a cidade norte-coreana, veja Sinp'o.
Gráfico de intensidade da perturbação (QSB) da Rádio China Internacional recebido na Itália em 9640 kHz na noite de 18 de janeiro de 2014

O Código SINPO foi idealizado por Gustav George Thiele, da Deutsche Welle,[1] oficializado em 1948 pelo IRCC (International Radio Consulting Commitee), regulamentado em 1959 pela UIT (União Internacional de Telecomunicações)[2]e adotado por quase todas as emissoras de rádio internacionais. É um conjunto de avaliações utilizadas pelos radioescutas e técnicos da radiodifusão para calcular a recepção de uma determinada emissora de rádio em sua base de escutas. Esta avaliação não é resultado de medição através de qualquer aparelho e sim pelo critério auditivo pessoal do radioescuta.[3]Através de sua sensibilidade e senso crítico, ele determinará notas para os cinco tópicos (letras) avaliadores do sinal que está captando.[4][5]

A palavra SINPO é um acrônimo para as seguintes palavras da língua inglesa:[6]

S - Signal (Sinal)

A primeira letra indica a intensidade (potência) do sinal da emissora que chega até a localidade onde está o receptor, sendo interpretada pelo senso auditivo do radioescuta. Esse tópico é o de maior interesse das emissoras, pois elas podem avaliar como o seu sinal está sendo captado em diversos pontos do mundo. Os radioamadores e outros serviços a denominam como código QSA.[7]

I - Interference (Interferência)

Esse segundo tópico se refere às interferências produzidas por emissoras próximas ou na mesma frequência, também conhecido como código QRM.[7]Não podem ser levadas em conta as interferências causadas pela atmosfera, rede elétrica ou eletricidade estática.[8]

N - Noise (Ruído)

A terceira letra faz menção aos ruídos que são transmitidos pelo espaço. Eles são classificados como ruídos de origem natural (relâmpagos e descargas atmosféricas) e de origem tecnológica, causados ​​por aparelhos elétricos em funcionamento, propagandas luminosas, reatores de lâmpadas fluorescentes, dimmers, lâmpadas de LED, ignição de veículos, etc.[9]

É um incômodo gerado em lugares muito próximos de onde estamos ouvindo. Existem muitas causas possíveis desse tipo de ruído, desde a mais simples máquina elétrica até lâmpadas fluorescentes, propagandas iluminadas, etc. Dores de cabeça causadas por cliques contínuos são frequentes se estiver usando fones de ouvido.[8]É denominado como código QRN.[7]Não se leva em consideração os ruídos produzidos na residência do radioescuta, por se tratarem de ocorrência local.[1]

P - Propagation disturbance (Distúrbios da propagação)

O penúltimo tópico avalia a intensidade da perturbação (fading) do sinal da emissora que se manifesta no receptor, ou seja, o sinal se apresenta no rádio de forma bamboleante. É um fenômeno muito comum nas ondas curtas[6]e conhecido como código QSB[7]

O - Overall merit (Avaliação entre os fatores)

A última letra do código é uma apreciação do conjunto dos quatro tópicos avaliados, também denominado como código QRK[7][8][9]

Essas cinco letras fazem referência a um fator preponderante na qualidade da recepção das ondas sonoras pelo aparelho receptor.[10]Portanto, o esquema de notas possui a seguinte leitura:[11]

Escala de
classificação
S I N P O
Signal

(Sinal) QSA

Interference

(Interferência) QRM

Noise

(Ruído) QRN

Propagation disturbance

(Distúrbios da propagação) QSB

Overall merit

(Avaliação entre os fatores) QRK

Efeito degradante
5 Excelente Nenhuma Nenhum Nenhuma Excelente
4 Muito bom Leve Leve Leve Muito bom
3 Justo Moderada Moderado Moderada Justo
2 Fraco Severa Severo Severa Fraco
1 Quase inaudível Extrema Extremo Extrema Quase inaudível

Cada uma das letras acompanha uma nota de 1 a 5, sendo o número mais baixo correspondente à pior condição e 5 para a melhor condição possível.[10]

Muitos radioescutas interpretam o código incorretamente e avaliam tudo como 55555, 51111, 15555 ou 11111 (esta última avaliação significa condição extrema e recepção quase inaudível), quando, na realidade, os extremos 55555 e 11111 são bastante incomuns. '55555' significa essencialmente recepção perfeita semelhante a uma estação local, embora isso seja ocasionalmente possível; quando se trata de recepção de ondas curtas de longa distância, quase nunca é o caso. A nota de avaliação da última letra O nunca pode ser maior do que a menor das quatro notas anteriores, devendo ser menor ou igual. Por exemplo, o radioescuta avaliou uma emissão do Japão para o Brasil com o SINPO de 55445, o que é incorreto, quando o certo seria um SINPO de 55444 (sinal excelente, nenhuma interferência, ruído leve, distúrbio leve e avaliação muito boa).[6][12]Para os tópicos não avaliados, utiliza-se a letra X em vez de um número. Exemplo: 45X44. [9]

O Código SINPO é de grande valia para o setor técnico das emissoras de rádio. Fornece em conjunto com a coordenada geográfica e o tipo de equipamento e antena utilizados, condições para se avaliar a transmissão de forma específica para determinada localidade.[13]

Através do envio regular destes parâmetros para as emissoras, o ouvinte contribui com a manutenção do sinal e sua consequente melhoria.[14]

Referências

  1. a b BEZERRA, Raimundo Leonardo (1990). Curso Radio-Recepção e Dexismo. [S.l.: s.n.] pp. 15, 16 
  2. TAVARES, Mário J. de O. (março–abril de 1976). «O cartão QSL» (PDF). Rio de Janeiro: Antenna Edições Técnicas Ltda. Eletrônica Popular. 40 (02): 80 
  3. Galletti, Ulysses (2010). «Boletim do Radioescuta 25» (PDF). LABRE/SP 
  4. Waterford, Van (1978). Hear All the Action (em inglês). Carmel: H. W. Sams. p. 82 
  5. SANTOS, Hélio Nunes dos (janeiro de 1975). «SINPO - simples e preciso» (PDF). Revista Monitor de Rádio e Televisão (321): 36 
  6. a b c GALLETTI, Ulysses. «O Código SINPO». DX Clube sem Fronteiras 
  7. a b c d e «Código Q e Código Fonético». ARAF - Associação de Radioamadores de Florianópolis 
  8. a b c «El código SINPO y los informes» 
  9. a b c HALÁSZ, Iwan Thomas (1993). Handbook do Radioamador (PDF). São Paulo: Edusp. pp. 401, 554. ISBN 8531400821 
  10. a b «Recommendation ITU-R SM.1135-0» (PDF). União Internacional de Telecomunicações. Outubro de 1995. Consultado em 17 de maio de 2020 
  11. «Código RST, SINPO, SINPFEMO». Unión de Radioaficionados Españoles 
  12. «Usando o código SINPO» 
  13. «Código SINPO: Avaliação Geral» 
  14. «Código SINPO e informe padrão de recepção» 

Ligações externas

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