Discussão:República de Salé

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Último comentário: 4 de fevereiro de 2013 de Stegop no tópico Negrito em excesso

Revisão jul-2012[editar código-fonte]

Caro Polyehtylen,

Obrigado pela pronta resposta e revisão. Compreendo e concordo com todas as observações que fez na minha PDU e com as correções de redação.

  • Relativamente às entidades políticas, o meu principal problema é que, analisando criticamente o que li, fico com a sensação (quase certeza) que na prática existiram dois "estados" independentes de facto, se bem que com algumas ligações: a verdadeira república dos piratas, na margem sul (Rabat) e uma espécie de emirado religioso meio rebelde em Salé a Velha. Se bem que também se fale de três repúblicas (não sei até que ponto isso não vem tudo da obra "Les trois republiques..." do Castries), está longe de ser evidente que os andaluzes de Rabat alguma vez tenham sido minimamente independentes, apesar de se terem revoltado uma série de vezes contra os hornacheros.

Suspeito que a confusão tem raízes históricas. A minha interpretação do que li leva-me a pensar que só houve uma república de piratas, na margem sul, que manteve algumas relações de dependência com o estado de facto que existiu do outro lado do rio, e que a confusão vem principalmente dos nomes Salé e Bu Regregue, que se aplicavam a ambas as cidades, com a agravante de o nome Salé, mais ligado à cidade da margem norte, ter ficado mais popular. Por outro lado, aparentemente já havia piratas em Salé antes da chegada dos exilados espanhóis, pelo que se calhar o termo "piratas de Salé" começou por estar certo, já que até finais do séc. XVI os piratas estavam realmente baseados em Salé a Velha, mas depois foi continuou a ser usado para designar os piratas do outo lado do rio (que para aumentar a confusão tb se chamava Salé).

Mais do que uma vez pensei em fixar o título em "República do Bu Regregue" e deixar claro que o tema principal do artigo é a república dos piratas da margem sul. No entanto, em rigor talvez isso seja pesquisa inédita, pois as fontes misturam tudo sem grande coerência e de forma contraditória, tal como faz o artigo, ora dando a impressão de que a república era constituída tanto pelos exilados espanhóis que viviam na margem sul como pelos nativos da margem norte dirigidos pelo marabuto El Ayachi. Dito de outra forma, sendo muito wikipédico, se as fontes são confusas, há alternativa a desmontar essa confusão sem incorrer em pesquisa inédita? Se eu percebesse realmente do assunto e passasse as próximas semanas a ler sobre o assunto talvez conseguisse explicar melhor a situação geopolítica, mas pelo que li talvez ficasse basicamente na mesma.

Dito isto, talvez seja preferível, apesar de tudo, deixar claro logo na introdução, que o artigo é sobre a república da margem sul. Talvez isso diminua a confusão.

  • Concordo plenamente que a secção "Independência" tem que ser reformulada. E talvez a melhor forma de o fazer é olhar para ela e para a seguinte (Querelas internas) e estruturar aquele conteúdo doutra forma. Assim de repente tenho dúvidas que se encontre muito mais material diretamente relacionado com a independência nas fontes que constam do artigo e que estão acessíveis online. Isso não invalida que eu não tente encontrar mais conteúdo relevante, quer sobre a independência quer, principalmente, sobre relações com outros estados ou acontecimentos ocorridos entre a independência e a chegada dos dilaítas.
  • «Isto levou os saletinos a decidirem desembaraçar-se deles. Para isso, organizaram uma festa...» — está na fonte, sim, o Le Monde coloca a história na boca de um historiador marriquino. Mas parece evidente que é uma historieta pouco credível. Pelos vistos esqueci-me de deixar claro isso. No entanto, acho que tem algum interesse incluir esta peçazita de folclore, embora deixando claro que provavelmente é disso que se trata; talvez baste introduzi-la como "segundo a tradição..."
  • «Apesar do embaixador Harrison se mostrar horrorizado...» — mostrou-se horrorizado com o apresamento do navio saletino e a venda da tripulação. Talvez falte ali "com o ocorrido". No trecho seguinte pretendo dizer que aquele ato dos ingleses traduzia uma certa atitude de ódio para com os piratas saletinos, que ia contra os acordos diplomático e estratégicos do rei inglês, por parte das tripulações dos navios mercantes que na prática também eram de guerra por se terem armado por causa da guerra e da relativa debilidade da marinha real.
  • «No entanto não obteve nenhum resultado decisivo, pelo que acabou por levantar o cerco em outubro de 1632. Mais à frente: Citação: Em 1636 (...) Os andaluzes negoceiam a paz com El-Ayachi, apesar deste manter o cerco à Casbá.» — trata-se de dois cercos diferentes por parte de El-Ayachi (Salé a Velha), um em 1631-1632 e outro em 1637. Pelo meio houve um período de relativa paz e uma revolta dos andaluzes em 1636, que está relacionada ou na origem do cerco de 1637.
  • O trecho retirado «A intervenção inglesa não foi um caso isolado de interferência estrangeira nos conflitos internos da república, a qual ao longo de toda a sua vida sofreu interferências, principalmente de holandeses, espanhóis e ingleses.<ref name=Epalza180 />» parece-me ter algum interesse, mas concordo que talvez não estivesse no local mais apropriado. Possivelmente fará mesmo sentido criar uma secção realtiva a intervenções estrangeiras. --Stegop (discussão) 22h09min de 5 de julho de 2012 (UTC)Responder
Primeiro, acho que é importante usar a terminologia cidade-estado, porque no fundo é disso que se trata. Eu ao ler república demorei várias horas a tentar perceber como é que, assumindo que se tratava de um território independente, havia tanta interferência externa.
Segundo, acho que está a faltar aqui um trabalho de recapitulação geral que reúna os vários pormenores dispersos. Vou tentar elaborar uma cronologia.
antes de 1610 - já existia a cidade de Salé-a-velha, uma cidade banal e sem qualquer independência do sultanato, eventualmente com um povoadozito na margem sul na casbá. No séc XVI são construídas as muralhas, um projecto megalómano de expansão da cidade, muralhando tanto a parte norte como a parte sul chamada Salé-a-Nova, mas que ficou às moscas por falta de habitantes. em 1572 já estava tudo muralhado, conforme gravura de Braun
1610-1627 - começam a chegar em massa os refugiados hornacheros e mouriscos, para além de vários renegados de imensas nacionalidades. Começam a construir casas no espaço vazio das muralhas da margem sul (Salé-a-Nova).
1627 - os habitantes da margem sul proclamam autonomia relativa em relação ao sultanato de Moulay Zidane, constituindo uma cidade-estado, formando um governo local e dando início à República de Salé. Aliás, o primeiro governador é um holandês chamado Jan Janssen, o verdadeiro nome de Morat-Raïs (que no texto aparece como francês): ver Maziane, 2007, p52. No entanto Sidi Mohammed el Ayachi aparece também como primeiro governador. É preciso esclarecer, ou se se tratava de postos diferentes.
A partir daqui não aprofundei tanto a leitura. Não sei se em algum momento a cidade-estado a sul absorveu a Salé velha a norte. Se sim, é preciso perceber quando de modo a dividir a cronologia. Se não, então a introdução que fala em três cidades está a causar confusão.Polyethylen (discussão) 04h17min de 6 de julho de 2012 (UTC)Responder
edit:
1641: 58
1666: perda de independência com a chegada à região dos alawitas Mulay er-Rachid. Aliás, Maziane, 2007, p84 refere a República do Bu-Regreg como tendo existido em 1627-1640.
Há aqui um grande vazio em termos de resumo político entre 1640 e 1666 na fonte, em virtude da p60 não estar disponível, que ajudaria a explicar melhor esta dissolução. Polyethylen (discussão) 05h28min de 6 de julho de 2012 (UTC)Responder
  • Usar cidade-estado é boa ideia, a bem da clareza, se bem que o termo república aparece historicamente ligado precisamente a cidades-estado. No entanto, os nomes pelo qual o estado é conhecido são República de Salé ou do Bu Regregue. Nem me lembro de ter visto cidade-estado em qualquer das fontes.
  • Correção da cronologia (feita de memória, os pode haver incorreções menores nos anos):
final do século XVI ~ 1609/1610 — Os hornacheros instalam-se na Casbá, aparentemente a convite do monarca saadiano, que com isso parece querer contrabalançar o poder com tendências autonomistas de Salé a Velha. Os recém-chegados ocupam a velha cidade deserta, que Al Mansur pretendeu, no século XII, transformar na sua capital que nunca chegou a florescer. Em data incerta, as muralhas são restauradas e reforçadas.
1609-1610-1614 — Chegam os andaluzes. Do que li das fontes, não é claro se se instalaram em ambas as margens ou começaram por se instalar em Salé a Velha e dali foram, na prática, banidos. De qq forma, acabaram por ir todos para o que é hoje a almedina de Rabat, para junto dos hornacheros, que ocupavam a Casbá. Aparentemente sensivelmente na mesma altura, ou pelo menos a partir da tomada do reduto de piratas de Mamora, em 1614, acorrem a Salé a Nova / Casbá piratas estrangeiros experientes. O primeiro governador de Salé a Nova ou da Casbá foi o hornachero Ibrahim Vargas (quando exatamente???), aparentemente ainda sob a autoridade, possivelmente apenas formal, do sultão, ao qual, apesar de tudo, continuaram a pagar impostos até 1627.
1614 - 1627 — Entre 1619 ou 1624 e 1627, o pirata holandês Jan Janszoon / Murad Reis, é o "Grande Almirante" de Salé a Nova/Casbá e a pirataria assiste a um grande incremento, chegando a atuar nas Ilhas Britânicas, Islândia e América do Norte.
1627 — O marabuto El Ayachi de Salé a Velha declara-se independente e tenta dominar a cidade do outro lado do rio com a ajuda dos ingleses. No mesmo ano, as gentes de Salé a Velha "deixam de reconhecer a autoridade do sultão", o que parece indicar tb uma declaração de independência.
1628 - 1641 — Só temos notícias das querelas internas e das intervenções dos ingleses ao lado de El Ayachi. Embora as fontes sejam confusas sobre se existiram uma ou duas entidades políticas, ora falando em Salé genericamente, ora distinguindo as duas Salés e só falem da independência formal de El Ayachi e das suas relações diplomáticas com Inglaterra, a minha interpretação das próprias fontes é que sempre houve duas cidades-estado, embora Salé a Velha sempre tivesse tentado dominar os piratas. Aliás, Salé a Velha chegou a ser mais do que uma cidade-estado propriamente dita, sendo durante algum tempo a capital de um território secessionista que ia até Taza, formado na confusão do declínio dos saadianos.
1641 - 1161~1668 — Domínio dos dilaítas, que de início mantiveram a autonomia formal, mas que gradualmente foram retirando cada vez mais autonomia. Neste período ambas as cidades tinham o mesmo mesmo governador dilaíta.
1661 ou 1668 e anos seguintes — Após um breve domínio de Ghailan, que conquistou a Casbá aos dilaítas com o apoio dos locais, o poder na região passa para os alauítas, que acabam definitivamente com a autonomia. A pirataria continua a existir durante mais 100 anos, mas com muito menos vigor que antes.

Há realmente um quase vazio de informações a partir de 1641, e em relação à década anterior só temos um par de episódios de revoltas entre os espanhóis e confrontos entre as duas margens.

Vou ver se arranjo alento para ver se encontro mais detalhes nos próximos dias, mas para já estou tentado a deixar claro que o artigo é sobre a república dos piratas no lado de Rabat. --Stegop (discussão) 22h29min de 6 de julho de 2012 (UTC)Responder

Artigo destacado[editar código-fonte]

Excelente artigo! Parabéns!

Talvez no futuro vamos traduzi-lo para completar o artigo francês ;-) ... --Azurfrog (discussão) 21h26min de 6 de janeiro de 2013 (UTC)Responder

Negrito em excesso[editar código-fonte]

Me parece que há termos demais em negrito. JAMALmsg 17h16min de 4 de fevereiro de 2013 (UTC)Responder

Os termos em negrito são aqueles para os quais há redirs, conforme o que é regra, senão escrita, pelo menos de facto. A entidade de que trata o artigo é conhecida por todos aqueles nomes e isso deve ser evidente para quem lê a introdução do artigo. --Stegop (discussão) 17h33min de 4 de fevereiro de 2013 (UTC)Responder