Domingos Gomes dos Santos

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Domingos Gomes dos Santos
Nome completo Domingos Gomes dos Santos
Pseudónimo(s) Radical
Nascimento 20 de janeiro de 1846
Campos dos Goytacazes
Morte 30 de outubro de 1922 (76 anos)
Botafogo, Rio de Janeiro
Residência São Paulo, Salvador, Rio Branco, Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Filho(a)(s) Epaminondas dos Santos (tenente), Corina dos Santos, Cordélia dos Santos e Cornelia Santos Maggioli.
Ocupação Solicitador, abolicionista
Religião Cristã

Domingos Gomes dos Santos (Campos dos Goytacazes, 20 de janeiro de 1846Rio de Janeiro, 30 de outubro de 1922) foi um rábula, orador, jornalista, solicitador e abolicionista brasileiro conhecido em sua época como "o Radical".

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu na cidade de Campos dos Goytacazes, a 20 de janeiro de 1846. De ascendência negra, seus pais eram fazendeiros. Muito criança ainda, veio para o Mosteiro de S. Bento, onde aprendeu a ler e fez seus preparatórios. Em seguida cursou a antiga Escola Central, diplomando-se em engenharia e exercendo sucessivamente diversos cargos, inclusive o de delegado de polícia, no início do século XX.[1]

Em 1882 passou a ser colaborador da Gazeta da Tarde de José do Patrocínio. Proclamou diversas conferências nos teatros Phenix e Recreio Drammatico, tornando-se signatário da Confederação Abolicionista em agosto de 1883.

Exercendo o cargo de solicitador (auxiliar de advogado), Domingos se notabilizou na Corte como especialista na libertação de escravos mediante arbitramento e depósito do pecúlio. Por essa razão tornou-se conhecido nacionalmente como "o Radical". Em 1890, no jornal Novidades, publicou manifesto pela abertura do Congresso Constituinte da República Brasileira.

Em 1909 apoiou a candidatura da Junta Central Pró Hermes-Wenceslau, chegando a recepcioná-los em discurso a favor, fato do qual viria a arrepender-se mais tarde.

Em 1910 ocupou o cargo de auxiliar do Delegado do Ministério da Agricultura no Território do Acre, se estabelecendo na mesorregião do Vale do Juruá. Desempenhou o cargo de ajudante de Inspetoria agrícola nos últimos doze anos de sua vida, mesmo transferindo-se de volta para o Rio de Janeiro. Em 8 de abril de 1914, mediante o seu afastamento do Território do Acre, o então Ministro da Agricultura Manuel Edwiges Queirós Vieira mandara providenciar, em documento oficial, que Domingos reassumisse a sede de sua repartição dentro do prazo de 60 dias sob pena de ser exonerado por abandono de emprego.

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Amigo íntimo dos principais abolicionistas que marcaram o período de transição do Império para a República, como Benjamin Constant, Quintino Bocayuva, Floriano Peixoto, Silva Jardim, João Clapp e Saldanha Marinho, o "Radical" era uma figura bastante conhecida, muito estimada de todas as pessoas de suas relações. A longevidade lhe conferiu uma estreita e duradoura amizade com o revolucionário Lopes Trovão. Em sua idade avançada, discursava em praças públicas, reunia multidões e demonstrava orgulho quando o chamavam de "o Radical", chegando até a usar o apelido nos seus cartões de visitas.[2]

Relatos da época indicavam que andava invariavelmente vestindo terno de frack, usando cartola e sempre de monóculo. O periódico O Paiz chegou a noticiar, por intermédio de seu falecimento, que, com a morte de Domingos, "desapareceu da circulação urbana a última cartola republicano-histórica... O morto de agora, cuja ação na propaganda bastara a popularizá-lo, era conhecido ao longe pelo sinal semafórico de Grande Homem à vista! que o seu haut-de-forme, erguido sobre o mar humano da Avenida, indicava à distância. (...) A cartola de Lopes Trovão, como a de Coelho Lisboa e a de Domingos Gomes dos Santos, era, em última análise, o símbolo de uma época."[3]

Falecimento[editar | editar código-fonte]

Morreu em sua residência, no bairro de Botafogo, na rua Silva Manoel nº 32 e o sepultamento realizou-se às 10:30h da manhã seguinte, no Cemitério São João Batista.[4]

Referências

  1. «Falecimento do Dr. Domingos Gomes dos Santos (Gazeta de Notícias, 31 de outubro de 1922)». Biblioteca Nacional. 2018. Consultado em 16 de maio de 2018 
  2. «Quem era esse propagandista da República? (A Noite, 30 de outubro de 1922)». Biblioteca Nacional. 2018. Consultado em 16 de maio de 2018 
  3. «A Última Cartola (O Paiz, 1 de novembro de 1922)». Biblioteca Nacional. 2018. Consultado em 16 de maio de 2018 
  4. «O Radical Faleceu (O Brasil, 31 de outubro de 1922)». Biblioteca Nacional. 2018. Consultado em 16 de maio de 2018