Eirík de Jórvik

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Moeda do reinado de Eirík de Jórvik.

Eirík de Jórvik (nórdico antigo: Eiríkr), falecido em 954, foi um rei víquingue de Jórvik, uma figura histórica que ganhou relevância entre historiadores que consideram que Érico I da Noruega (Machado Sangrento) não governou o enclave escandinavo na Inglaterra, mas antes fê-lo um membro da dinastia hiberno-nórdica dos Uí Ímair com o mesmo nome; embora se desconheça a sua ascendência, os dados que proporcionam os textos das crónicas anglo-saxónicas e a cronologia dos acontecimentos contradizem-se com as sagas nórdicas e existem fortes indícios que ambos tenham sido duas pessoas diferentes[1].

Menções[editar | editar código-fonte]

Eirík aparece nas crónicas no ano 946 como rei de York, coincidindo com a morte de Edmundo I de Inglaterra, apesar de parecer que o seu reinado tenha sido curto (947-948) pois o sucessor de Edmundo, Eadred, conquistou o enclave nórdico e propiciou a sua caída.

A identificação de Eirík de Jórvik com Érico da Noruega surge com a hipótese de W.G. Collingwood, embora não exista uma única referência de cronistas anglo-saxões contemporâneos sobre a sua origem, excepto a versão «E» da crónica anglo-saxónica que o menciona como filho de Harald (quendam Ericum fillium Haroldi)[2]. Numa carta de Eduardo I de Inglaterra ao Bonifácio VIII, o rei inglês cita Eirík como um nobre de origem escocesa[3]. É muito provável que a coincidência de nomes facilitasse a confusão entre ambos e os historiadores se decidissem pela figura mais emblemática das sagas escandinavas em detrimento da dum desconhecido.

Entre as maiores diferenças para com o monarca norueguês, está a Vita Sancti Cathroe que menciona o matrimónio de Eirík de Jórvik com uma dama da dinastia do reino de Alba.[4]Este tipo de casamentos fortalece o argumento de que Eirík pertencia aos Uí Ímair, um descendente de Ímar, e não à Dinastia Cabelo Belo de Érico da Noruega.[5] As moedas da época confirmam que houve continuidade administrativa de Olaf Cuaran, pois Eirík imitou as suas formas em duas ocasiões, o que seria impróprio e nada oportuno para alguém que pertencia a outra dinastia real. Estas moedas mostram uma espada no reverso, o símbolo do poder hiberno-nórdico e a conquista de 919, um símbolo comum no final do século X entre os descendentes de Ímar.[6].

Referências

  1. Clare Downham (2004), Eiríkr Bloodaxe – axed? The mistery of the last Viking king of York, Mediaeval Scandinavia, 14. pp. 51-77.
  2. Collinwood, W.G. (1898-1901), King Eirík of York, Saga-book of the viking club, pp. 313-27.
  3. Downham, Clare (2007) Viking Kings of Britain and Ireland, Dunedin, p. 116
  4. Vita Sancti Cathroe, cap. 17
  5. Woolf, Alex (2001), Amlaíb Cuarán and the Gael, 941-81,Dublin Medieval, Vol. 3, p. 39.
  6. Dolley, R.H.M. (1966) The Hiberno-Norse Coins in the British Museum, Londres, p. 26.