Embandeiramento em arco

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O NRP Sagres embandeirado em arco durante a revista naval do Rio de Janeiro em 2022.

O embandeiramento em arco, consiste na prática náutica de decorar uma embarcação com bandeiras do código internacional de sinais, colocadas em série desde a proa até à popa, passando pelos topes dos mastros. É realizado em ocasiões especiais, como sinal de celebração de eventos festivos de caráter nacional, local ou pessoal, por oposição ao embandeiramento particular que é realizado nas ocasiões normais. Ocasionalmente é também referido como embandeiramento geral ou empavesamento. O embandeiramento nos topes constitui uma variante simplificada do embandeiramento em arco.[1][2][3]

No embandeiramento em arco, as bandeiras do código internacional de sinais são colocadas em cabos apropriados designados "vergueiros do embandeiramento". Os vergueiros são colocados desde o bico de proa, passando pelos topes dos mastros (ou tope do mastro, quando apenas existe um), até à popa, pendendo verticalmente da proa e da popa através da colocação de pesos nos respetivos chicotes. A colocação das bandeiras de sinais devem ser feita de modo a que aquelas se sucedam aleatoriamente, de modo a que não formem palavras ou mensagens, alternando-se os galhardetes com as bandeiras e conjugando-se as respetivas cores, de modo a produzir um efeito esteticamente agradável. Completam o embandeiramento em arco, bandeiras nacionais arvoradas nos topes de cada mastro. Mantêm-se arvoradas as bandeiras do embandeiramento particular, incluindo a bandeira de popa, mas também o jaque, a flâmula, as insígnias ou distintivos pessoais nos navios de guerra, o distintivo do armador nos navios de comércio e o galhardete do clube e distintivo do proprietário nas embarcações de recreio. Nas marinhas de alguns países, a ordem pela qual são dispostas as bandeiras de sinais está regulamentada, enquanto que em outras fica ao critério da tripulação do navio.[1][2][3]

Embarcações embandeiradas em arco por ocasião da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes de Porto Alegre em 1918.

Em ocasiões especiais, mas menos importantes e que não mereçam um embandeiramento em arco, procede-se ao embandeiramento nos topes, que consiste no arvorar de bandeiras nacionais nos topes de cada mastro da embarcação, além das bandeira de popa e das restantes bandeiras do embandeiramento particular, mas sem as bandeiras do código internacional de sinais. Em alguns casos, o embandeiramento nos topes também é realizado quando o navio se encontra a navegar, nas ocasiões em que se realizaria o embandeiramento em arco se o mesmo estivesse fundeado.[1][2][3]

Quando o embandeiramento em arco ou nos topes é realizado em honra de um estado estrangeiro, tradicionalmente arvora-se a bandeira desse estado, em vez da bandeira nacional da embarcação, no tope do mastro principal da mesma. No passado, era comum usar bandeiras nacionais de diversos países para o embandeiramento em arco, mas essa prática já não é aceitável hoje em dia. Como atualmente, muitas embarcações de pequeno porte já não levam a bordo conjuntos de bandeiras do código internacional de sinais, realizam o embandeiramento em arco através da colocação de grinaldas de bandeirolas coloridas produzidas especificamente para uso decorativo.[1][2][3]

Referências

  1. a b c d ESPARTEIRO, António Marques, Dicionário Ilustrado de Marinha (2ª Edição), Lisboa: Clássica Editora, 2001
  2. a b c d FERREIRA, Daniel, MARTINS, José António, "16. Cerimonial Marítimo", Navegador de Recreio, Lisboa: Dinalivro, 2002
  3. a b c d BRASIL, Poder Executivo Federal do, Decreto nº 43807 - Aprova o Cerimonial da Marinha do Brasil, 27 de maio 1958.