Erifila

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Erifila
Cônjuge(s) Anfiarau
Pais Talau e Lisímaca
Irmão(s) Adrasto, Partenopeu, Pronax', Mecisteu, Aristômaco

Erifila ou Erifile (em grego: Ἐριφύλη, transl. Eriphylē), na mitologia grega, foi a irmã de Adrasto, rei de Argos, casada com Anfiarau, um famoso adivinho da corte. O colar de Harmonia, que lhe foi ofertado por Polinices, pretendente ao trono de Tebas, a fez convencer seu marido a participar da guerra contra Tebas, mesmo sabendo que ele nela morreria.

Família[editar | editar código-fonte]

Erifila era filha de Talau e Lisímaca; seus pais tiveram cinco filhos, Adrasto, Partenopeu, Pronax, Mecisteu, Aristômaco e Erifila, que se casou com Anfiarau. Talau era filho de Bias e Pero, e Lisímaca era filha de Abas, filho de Melampo.[1]

Bias e Melampo eram irmãos, filhos de Amythaon e Idómene,[2] e eles haviam recebido, cada um, um terço do reino de Preto, após haverem curado suas filhas da loucura.[3][Nota 1]

Anfiarau era filho de Oicles, filho de Antiphates, filho do adivinho Melampo.[4]

Erifila e o adivinho Anfiarau foram os pais de Alcmeão.[5]

O suborno[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Colar de Harmonia

Quando Polinices foi expulso de Tebas por seu irmão Etéocles, levou o colar e a roupa de Harmonia para Argos.[6] Polinices estava em Argos procurando guerreiros para lutar contra seu irmão Etéocles e tomar Tebas, mas Anfiarau, que havia previsto a própria morte na campanha, não queria ir.[7]

Polinices, por sugestão de Iphis, filho de Alector,[8] usou o colar para subornar Erifila, esposa de Anfiarau, e conseguir que ela convencesse o marido a participar da expedição contra Tebas (os Sete contra Tebas).[8][7] Anfiarau estava em disputa com Adrasto tanto para saber quem seria o rei de Argos quanto sobre se iriam à guerra com Tebas, e levaram a decisão a ser tomada por Erifila, que deu toda a razão a Adrasto.[5] Anfiarau, sentindo-se traído pela esposa, deu ordens a seu filho Alcmeão para matar Erifila se ele não voltasse da guerra.[5][8] Segundo Pausânias, a partir de então o colar passou a se chamar colar de Erifila.[9]

Durante a guerra (Sete contra Tebas), Anfiarau morreu quando a Terra se abriu, engolindo o carro em que ele estava,[10]

Segundo suborno[editar | editar código-fonte]

Quando estava sendo organizada a expedição dos Epigoni,[11] Alcmeão consultou o oráculo de Apolo sobre a campanha e sobre a punição à sua mãe, [12] e o oráculo disse que ele devia fazer as duas coisas.[13] Alcmeão também ficou sabendo que Erifila havia recebido uma roupa de Tersandro, filho de Polinices, para que ela o convencesse a participar da expedição dos Epigoni.[13]

Morte[editar | editar código-fonte]

Depois da segunda expedição contra Tebas (os Epígonos), Alcmeão, filho de Anfiarau, descobriu que sua mãe havia sido subornada, de novo, para que ele fosse à guerra, e matou Erífila.[14] Alcmeão enlouqueceu em seguida, por causa da consciência culpada.[15][Nota 2]

Notas e referências

Notas

  1. Segundo outra versão, a partilha de Argos entre três reis ocorreu duas ou três gerações depois, durante o reinado de Anaxágoras.
  2. O texto de Diodoro Sículo não é claro sobre se a morte e a loucura de Alcmeão ocorreram antes ou depois da campanha dos Epigoni

Referências

  1. Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 1.9.13 [em linha]
  2. Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 1.9.11
  3. Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 2.2.2 [em linha]
  4. Homero, Odisseia, Livro XV, 238-255 [em linha]
  5. a b c Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro IV, 65.6 [ael/fr][en][en]
  6. Pseudo-Apolodoro, Biblioteca Histórica, 3.6.1 [em linha]
  7. a b Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro IV, 65.5
  8. a b c Pseudo-Apolodoro, Biblioteca Histórica, 3.6.2
  9. Pausânias, Descrição da Grécia, 9.41.2 [em linha]
  10. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro IV, 65.8
  11. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro IV, 66.1
  12. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro IV, 66.2
  13. a b Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro IV, 66.3
  14. Pseudo-Apolodoro, Biblioteca Histórica, 3.7.5
  15. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro IV, 65.7

Árvore genealógica incompleta baseada em Pseudo-Apolodoro:

Talau
Lisímaca
Adrasto
Partenopeu
Pronax
Mecisteu
Aristômaco
Erifila