Ermida de Santo Amaro (Lagos)

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Ermida de Santo Amaro
Ermida de Santo Amaro (Lagos)
Vestígios do edifício da ermida, em 2010.
Tipo
Inauguração Século XIV
Religião Igreja Católica Romana
Diocese Diocese do Algarve
Património Nacional
SIPA 7351
Geografia
País Portugal
Cidade Lagos
Coordenadas 37° 06' 09" N 8° 40' 45" O

A Capela de Santo Amaro, igualmente conhecida como Ermida de Santo Amaro, é um monumento religioso na cidade de Lagos, na região do Algarve, em Portugal.

Descrição[editar | editar código-fonte]

As ruínas da capela situam-se numa zona urbana, fora do centro histórico de Lagos, a Norte das antigas muralhas de Lagos.[1] Têm acesso pela Rua de Santo Amaro.[1]

Apresentava uma planta longitudinal, com contrafortes no lado ocidental, enquanto que a fachada principal, virada a Sul, era ladeada por cunhais.[1] A zona da capela-mor tinha uma cobertura em cúpula, e existia num nicho no altar-mor.[2]

Fotografia da Ermida de Santo Amaro, cerca da década de 1900.

História[editar | editar código-fonte]

O edifício foi construído provavelmente no século XIV,[2] tendo o investigador Mário Cardo avançado a teoria que já existia em 1325.[3] Em 1448, surge como parte de uma lista de templos em Lagos, e em 1617 fazia parte do mapa da cidade por Alexandre Massai.[3]

Foi um dos poucos edifícios sobreviventes do Sismo de 1755 em Lagos, e provavelmente o único templo, motivo pelo qual foi provisoriamente a sede da Paróquia de São Sebastião, como foi descrito pelo prior, João Baptista Coelho de Castro, numa carta de 7 de Fevereiro de 1756:[4]

Com efeito, devido à destruição causada pelo terramoto, os sobreviventes acumularam-se em várias construções provisórias em redor da Ermida de Santo Amaro, situação que foi relatada por um abastado proprietário da cidade:[5]

Nos princípios do século XXI, o edifício encontrava-se num avançado estado de deterioração, sobrando apenas as ruínas das paredes.[2]

Ruínas da capela-mor e de parte da nave, em 2010. Ainda são visíveis as paredes de forma circular, que eram cobertas por uma abóbada, e um nicho no fundo do altar-mor.

Em Abril de 2021, o Boletim Municipal de Lagos noticiou que a autarquia tinha recentemente aprovado um plano para dar resposta aos problemas de habitação no concelho, no âmbito do qual estava a ser preparada a aquisição de três partes da antiga Fábrica de Aldite, na zona de Santo Amaro.[6] Previa-se que os antigos terrenos do complexo fabril iriam ser alvo de profundo processo de urbanização, incluindo a instalação de fogos e áreas verdes, e que iria ser valorizada a relação com o património histórico existente na área.[6] Em Dezembro de 2022, a delegação local do Bloco de Esquerda criticou as condições em que se encontrava parte do património histórico da cidade, incluindo a Ermida de Santo Amaro, que merece destaque por ter sido a única estrutura do seu tipo que sobreviveu ao Sismo de 1755.[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c COSTA, Anouk; CELADA, Marta; VIEGAS, Patrícia (2000) [1998]. «Ruínas da Ermida de Santo Amaro». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção Geral do Património Cultural. Consultado em 15 de Setembro de 2020 
  2. a b c «Património e Monumentos». Câmara Municipal de Lagos. Consultado em 15 de Setembro de 2020 
  3. a b PAULA, 1992:247
  4. ROCHA, 1910:69-71
  5. ROCHA, 1910:68-69
  6. a b «Foi aprovada a estratégia local de habitação». Lagos: Revista Municipal (9). Lagos: Câmara Municipal de Lagos. Abril de 2021. p. 15-16. Consultado em 12 de Maio de 2021 – via Issuu 
  7. «O património como identidade lacobrigense». Correio de Lagos. Ano XXXII (385). Lagos. 21 de Dezembro de 2022. p. 21 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • PAULA, Rui Mendes (1992). Lagos: Evolução Urbana e Património. Lagos: Câmara Municipal de Lagos. 392 páginas. ISBN 9789729567629 
  • ROCHA, Manoel João Paulo (1991) [1910]. Monografia de Lagos [Monographia: As Forças Militares de Lagos nas Guerras da Restauração e Peninsular e nas Pugnas pela Liberdade]. Faro: Algarve em Foco Editora (publicado originalmente pela Typographia Universal, no Porto). 488 páginas 
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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