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O Outro Mundo de Manuela Rosário: diferenças entre revisões

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Esse disco é um dos mais políticos da música brasileira em se tratando dos temas abordados em suas canções. Isso não quer dizer que, ao longo da história de nossa música, não tenham sido lançados alguns álbuns com a temática abertamente política. Apesar de que, a arte em si, já é uma manifestação política, mas de qual política? A política de enfrentamento ao status quo, ou a política estadista pró-status quo? Mais para deixar o leitor bem esclarecido quanto a orientação política do álbum,o mesmo tem um forte viés de esquerda radical,como pode ser observado inclusive ao citar Noam Chomsky.
Esse disco é um dos mais políticos da música brasileira em se tratando dos temas abordados em suas canções. Isso não quer dizer que, ao longo da história de nossa música, não tenham sido lançados alguns álbuns com a temática abertamente política. Apesar de que, a arte em si, já é uma manifestação política, mas de qual política? A política de enfrentamento ao status quo, ou a política estadista pró-status quo? Então, para deixar o leitor bem esclarecido quanto a orientação política do álbum,é notório que o mesmo possui um forte viés de extrema esquerda ,como pode ser observado inclusive ao citar Noam Chomsky e o líder do MST João Pedro Stédile.É importante também observar que,apesar de as ideias da extrema esquerda estarem ultrapassadas nos dias atuais devido a falência do modelo observada em países onde esse regime prevaleceu,o som da banda Mundo Livre S/A e deste álbum ainda continua sendo muito apreciado até por defensores do livre arbítrio e do modelo democrático de administração do estado.


Este disco, como bem exposto em várias outras resenhas é contundente e nos traz novas perspectivas, no que tange aos rumos da política internacional e nacional em recortes precisos, assim como, na exposição de uma nova maneira de potencializar tais discursos, a partir de canções diretas e outras bem sutis, mas não menos cortantes. O álbum possuí uma musicalidade única, com harmonias e timbres peculiares, sem deixar de ser popular, palatável e acessível, ao menos, para os ouvidos atentos e dispostos a desfrutar dessa preciosidade musical. Este disco, segundo o próprio Fred 04, (líder do grupo) é um dos discos do MLS/A que ele mais tem carinho, pelo seu caráter conceitual e pelo esmero e cuidado que foi concebido e gravado de maneira independente pelo selo Candeeiro de Pupilo, baterista da Nação Zumbi, na cidade de Recife-PE, berço do grupo e do movimento Manguebeat de 1994.
Este disco, como bem exposto em várias outras resenhas é contundente e nos traz novas perspectivas, no que tange aos rumos da política internacional e nacional em recortes precisos, assim como, na exposição de uma nova maneira de potencializar tais discursos, a partir de canções diretas e outras bem sutis, mas não menos cortantes. O álbum possuí uma musicalidade única, com harmonias e timbres peculiares, sem deixar de ser popular, palatável e acessível, ao menos, para os ouvidos atentos e dispostos a desfrutar dessa preciosidade musical. Este disco, segundo o próprio Fred 04, (líder do grupo) é um dos discos do MLS/A que ele mais tem carinho, pelo seu caráter conceitual e pelo esmero e cuidado que foi concebido e gravado de maneira independente pelo selo Candeeiro de Pupilo, baterista da Nação Zumbi, na cidade de Recife-PE, berço do grupo e do movimento Manguebeat de 1994.

Revisão das 17h27min de 19 de março de 2016

Esse disco é um dos mais políticos da música brasileira em se tratando dos temas abordados em suas canções. Isso não quer dizer que, ao longo da história de nossa música, não tenham sido lançados alguns álbuns com a temática abertamente política. Apesar de que, a arte em si, já é uma manifestação política, mas de qual política? A política de enfrentamento ao status quo, ou a política estadista pró-status quo? Então, para deixar o leitor bem esclarecido quanto a orientação política do álbum,é notório que o mesmo possui um forte viés de extrema esquerda ,como pode ser observado inclusive ao citar Noam Chomsky e o líder do MST João Pedro Stédile.É importante também observar que,apesar de as ideias da extrema esquerda estarem ultrapassadas nos dias atuais devido a falência do modelo observada em países onde esse regime prevaleceu,o som da banda Mundo Livre S/A e deste álbum ainda continua sendo muito apreciado até por defensores do livre arbítrio e do modelo democrático de administração do estado.

Este disco, como bem exposto em várias outras resenhas é contundente e nos traz novas perspectivas, no que tange aos rumos da política internacional e nacional em recortes precisos, assim como, na exposição de uma nova maneira de potencializar tais discursos, a partir de canções diretas e outras bem sutis, mas não menos cortantes. O álbum possuí uma musicalidade única, com harmonias e timbres peculiares, sem deixar de ser popular, palatável e acessível, ao menos, para os ouvidos atentos e dispostos a desfrutar dessa preciosidade musical. Este disco, segundo o próprio Fred 04, (líder do grupo) é um dos discos do MLS/A que ele mais tem carinho, pelo seu caráter conceitual e pelo esmero e cuidado que foi concebido e gravado de maneira independente pelo selo Candeeiro de Pupilo, baterista da Nação Zumbi, na cidade de Recife-PE, berço do grupo e do movimento Manguebeat de 1994.

É um álbum cheio de detalhes, de timbres e harmonias que se fundem generosamente e nos leva à uma atmosfera bem inusitada, a um mundo, onde realidade e ficção se relacionam, sobretudo, se fizermos um comparativo com o que estava sendo lançado no ano de 2003 na mesmice do mercado fonográfico brasileiro. As referências rítmicas e de gêneros são variadas. Podemos encontrar o punk rock, o samba/ bossa/ jazz de Jorge Ben Jor, uma influência perene na obra do quinteto, um lance meio reggae/ dub, pitadas de drum'n'bass, o cantar falado em bases concisas. Um disco que prima pela diversidade sonora. E se formos avaliar as letras, essas são imbatíveis no quesito enfrentamento e engajamento político apartidário. Falam da política externa estadunidense e internacional em Azia Amazônica, “... Colômbia é o próximo portal/ Bilionária fronteira/ Do eldorado do mal..”, Caiu a Ficha, “...Não existe guerra alguma/ Apesar de todo esse barulho infernal/ É só o capital cruzando o mar/ Hoje ele voa mais rápido e certeiro/ Que qualquer missel...”, da expansão da telefonia celular e do consumismo desenfreado em Digital Vinagrete, “Graham Bell, Graham Bell/ O assinante sumiu/ Papai Noel já ficou zonzo/ E nem sinal do Brasil (…) Ia chover celular...”, abordam o descaso das autoridades brasileiras, quanto a causa indígena, no que diz respeito a demarcação de terras, prevenção e investigação do assassinato de um líder indígena em O Outro Mundo de Xicão Xucuru (participação de Jorge du Peixe da Nação Zumbi) , Marcha Contra o Muro do Império, que tem fala de João Pedro Stédile, líder nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) dirigida ao filósofo, linguista e ativista político estadunidense Noam Chomsky, um crítico voraz da política externa estadunidense e um dos intelectuais da esquerda radical mais importantes do século XX e do início deste século, em visita ao Brasil, por conta do Fórum Mundial Social, ocorrido em Porto Alegre-RS em janeiro de 2003, onde Fred 04 não perdeu a oportunidade de entrevistar o seu ídolo intelectual, aproveitando-se prontamente de trechos dessa entrevista para colar na faixa mencionada e na faixa CNFS-Comunicado 2. Temos uma crítica mordaz à OMB (Ordem dos Músicos do Brasil), que exige dos músicos brasileiros a obrigatoriedade do registro na entidade, tema da faixa Muito Obrigado, “Quem precisa de ordem pra moldar?/ Quem precisa de ordem pra pintar?/ Quem precisa de ordem pra esculpir?/ Quem precisa de ordem pra narrar?...”, em tom de fábula, que discorre sobre o embate entre os canários e sábias cantadores contra os urubus burocratas. Nenhum dos membros do grupo possuí o tal registro obrigatório. Podemos ouvir canções que falam de relacionamentos, os que dão certo e os desfeitos, tais como Inocência e Caindo em Si, respectivamente, assim como descrições claras, histórias com começo, meio e fim, como a que discorre sobre a trajetória da fictícia personagem principal do álbum, Manuela Clemente Rosário, mexicana, filha de um jogador de futebol brasileiro que é contratado por um time mexicano em 1971, como descrito na canção O Triste Fim de Manuelita, e também na Balada de Pablo e Manuelita e Eisenhower e o Colosso, que faz alusão ao Brasil como um barco sem rota, sob a perspectiva de nossa heroína, e que segue sem saber para que lado vai. Embustation (Atitude de C... é R...) remete à malemolência do mestre Babulina e faz uma irônica e sarcástica relacão do machismo com uma suposta “atitude”, que os machos da espécie precisam ostentar para serem respeitados socialmente. Em E a Vida se Fez de Louca, um ébrio fundamentalistas sem causa, faz uma pseudo-análise desse mundo louco em que vivemos. Enfim, o álbum é ponta de lança, quando refletimos sobre quais são os rumos de nossa política interna e a externa dos EUA e dos países aliados, que controlam a economia mundial, assim como, quais os novos caminhos para a música de protesto no Brasil e no mundo. Salve, salve Mundo Livre S/A e sua verve política de enfrentamento e denúncia em suas composições certeiras, com muito groove, suingue, irreverência e simpatia, na melhor acepção da palavra.

Por Rogerio Melo

O Outro Mundo de Manuela Rosário
Álbum de estúdio de Mundo Livre S/A
Lançamento 2004
Gênero(s) Manguebeat
Idioma(s) Português
Formato(s) CD
Gravadora(s) Candeeiro Records
Cronologia de Mundo Livre S/A
Por Pouco
(2000)

O Outro Mundo de Manuela Rosário é o quinto álbum da banda brasileira Mundo Livre S/A, lançado em 2004 pelo selo pernambucano Candeeiro Records, com distribuição nacional da gravadora Trama.

Faixas

  1. Inocência
  2. Digital ao vinagrete
  3. Muito obrigado
  4. Azia amazônica
  5. E a vida se fez de louca
  6. Caiu a ficha
  7. O triste fim de Manuelita
  8. Embustation (atitude de C...é R...)
  9. O outro mundo de Xicão Xucuru
  10. Caindo em si
  11. CNFS - Comunicado 2
  12. Balada de Pablo e Manuelita
  13. Marcha contra o muro do império
  14. Eisenhower e o Colosso - [bonus]
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