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Festividades semelhantes tinham lugar na Grécia com o nome de Kronia, onde os escravos, tal como em Roma, usufruíam de um curto tempo de liberdade durante as celebrações. Posteriormente, os próprios reis e faraós eram substituídos por pessoas de classes muito humildes, ou de aparência grotesca, que tomavam, no espaço de alguns dias, o seu lugar, correspondendo este tempo ao rompimento com as regras estipuladas e vigentes. |
Festividades semelhantes tinham lugar na Grécia com o nome de Kronia, onde os escravos, tal como em Roma, usufruíam de um curto tempo de liberdade durante as celebrações. Posteriormente, os próprios reis e faraós eram substituídos por pessoas de classes muito humildes, ou de aparência grotesca, que tomavam, no espaço de alguns dias, o seu lugar, correspondendo este tempo ao rompimento com as regras estipuladas e vigentes. |
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Vamos encontrar também o Carnaval associado às Bacanais ou Grandes Dionisíacas (festa da terra, do vinho e das florestas), efectuadas em Roma e na Grécia em louvor de Baco ou Dioniso (com a prova do vinho novo), que decorriam nos três meses de Inverno, celebradas, principalmente, pelos camponeses, que se apresentavam mascarados durante as festividades. |
Vamos encontrar também o Carnaval associado às Bacanais ou Grandes Dionisíacas (festa da terra, do vinho e das florestas), efectuadas em Roma e na Grécia em louvor de Baco ou Dioniso (com a prova do vinho novo), que decorriam nos três meses de Inverno, celebradas, principalmente, pelos camponeses, que se apresentavam mascarados durante as festividades e dançavam uma dança chamada "Conguita" que era tradição. |
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As Dionisíacas rurais contavam ainda com a exibição de danças, a cargo das bacantes (adoradoras do deus grego e romano do vinho), restando hoje, supostamente, dessas remotas festividades, os actuais cortejos (incluindo as procissões), acompanhados por música. |
As Dionisíacas rurais contavam ainda com a exibição de danças, a cargo das bacantes (adoradoras do deus grego e romano do vinho), restando hoje, supostamente, dessas remotas festividades, os actuais cortejos (incluindo as procissões), acompanhados por música. |
Revisão das 02h56min de 19 de abril de 2017
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Março de 2017) |
À semelhança de outras festividades cíclicas do calendário, o Carnaval terá origem nas festas imperiais da Antiguidade, mais concretamente nas Saturnais, realizadas em Roma em louvor de Saturno (primitivo soberano dos deuses e depois importante divindade agrária), que decorriam entre o dia 17 e o dia 23 de Dezembro (no reinado de Júlio César), marcando o final do ano dos Romanos e o princípio de um novo ano agrícola.
Estas celebrações teriam o propósito de lembrar o tempo em que Saturno (expulso do Olimpo por seu filho Júpiter) veio habitar o Lácio – antiga região da Itália Central, hoje Roma –, onde fez florescer a paz, a abundância e a igualdade entre os homens.
Durante as Saturnais, os escravos tomavam o lugar dos senhores, vestiam como eles, satirizavam o seu comportamento ou as suas singularidades, e chegavam a ser servidos à mesa pelos próprios amos. Abolida, temporariamente, a diferença entre escravos e homens livres, uns e outros, nesta espécie de Carnaval pagão, jogavam, comiam e bebiam juntos, em alegre convívio.
Os combates em tempo de guerra eram suspensos, os presos amnistiados, as penas capitais adiadas, os tribunais fechavam e cessavam todas as hostilidades nas cercanias das fronteiras.
Festividades semelhantes tinham lugar na Grécia com o nome de Kronia, onde os escravos, tal como em Roma, usufruíam de um curto tempo de liberdade durante as celebrações. Posteriormente, os próprios reis e faraós eram substituídos por pessoas de classes muito humildes, ou de aparência grotesca, que tomavam, no espaço de alguns dias, o seu lugar, correspondendo este tempo ao rompimento com as regras estipuladas e vigentes.
Vamos encontrar também o Carnaval associado às Bacanais ou Grandes Dionisíacas (festa da terra, do vinho e das florestas), efectuadas em Roma e na Grécia em louvor de Baco ou Dioniso (com a prova do vinho novo), que decorriam nos três meses de Inverno, celebradas, principalmente, pelos camponeses, que se apresentavam mascarados durante as festividades e dançavam uma dança chamada "Conguita" que era tradição.
As Dionisíacas rurais contavam ainda com a exibição de danças, a cargo das bacantes (adoradoras do deus grego e romano do vinho), restando hoje, supostamente, dessas remotas festividades, os actuais cortejos (incluindo as procissões), acompanhados por música.
Daí, o Carnaval, conforme se supõe, ter sido, no seu início, tão-só uma manifestação de carácter processional ligada a vários rituais do final do Inverno e princípio da Primavera. Não se exclui ainda a hipótese de representar uma reminiscência das festividades consagradas a Ísis, a mais ilustre das deusas do Antigo Egipto, comemoradas no Outono e nos primeiros dias de Março, em Roma.
Adorada pelos Gregos e pelos Romanos, Ísis era considerada a deusa universal e suprema, a iniciadora, aquela que detinha o segredo da fecundidade, da vida, da morte e da ressurreição. Das cerimónias com as quais a celebravam, destacava-se a de lançar ao mar uma barcaça – o carrus navalis (carro naval) – repleta de oferendas, após ter sido abençoada por um sacerdote, tendo o ritual por objectivo a purificação e a fecundidade das terras.
A multidão assistia mascarada à partida da barca, prosseguindo depois em procissão pelas ruas, crente nos favores de Ísis, isto é, na generosidade da terra com o germinar das novas sementeiras e o provir de colheitas abundantes. O carrus navalis fazia-se representar nas procissões e nas mais diversas manifestações festivas, ficando o seu nome, com o passar do tempo, associado, com ou sem razão, ao do Carnaval.
Outra versão sobre a origem longínqua e pagã desta quadra é a de que remonta a outra das festas imperiais da antiga Roma: as Lupercais, consideradas das mais importantes do calendário romano, realizadas a 15 de Fevereiro, em louvor de Luperco ou Fauno, deus dos pastores e protector dos rebanhos contra os lobos, ao qual se associavam sua mulher, Fauna – indigitada pelos Romanos como «Boa Deusa», numa festa interdita aos homens –, e Ops, antiquíssima divindade sabina, perfilhada por Roma.
As Lupercais organizadas com o propósito de captar a simpatia dos lobos (lupercales), iniciavam-se com o sacrifício de cabras e bodes brancos, cuja carne era oferecida, simbolicamente, à loba que amamentou Rómulo e Remo (fundadores de Roma), e aos lobos para assegurar a sua inocuidade face aos rebanhos.
Na era cristã, a explicação etimológica para o termo «Carnaval» aponta para a palavra carnisvalerium (carnis de carne, valerium, de adeus), o que designaria o «adeus à carne» ou à «suspensão do seu consumo», em função da quadra seguinte: a Quaresma, em que a carne é abolida da alimentação na religião cristã.
A própria designação «Entrudo» – ainda muito utilizada entre nós, principalmente no meio rural –, do latim introitus (intróito), apresenta igual significado: o de introduzir, dar entrada, começo ou anunciar a aproximação da quadra quaresmal. Em Portugal, uma das primeiras referências ao Entrudo, encontra-se num documento datado de 1252, no reinado de D. Afonso III, embora não propriamente relacionado com as festividades carnavalescas, mas com o calendário religioso.
Na época de D. Sebastião, são várias as menções que salientam as brincadeiras do Entrudo, entre elas a do «lançamento de farelos», que nem sempre acabavam bem.«Entrudos» (ou «entruidos») é também o nome atribuído em diversos lugares aos próprios mascarados, consoante as regiões de Portugal.
In “Festas e Tradições Portuguesas”, Vol.II Ed. Círculo de leitores
O costume de se brincar no período do carnaval foi introduzido no Brasil pelos portugueses, provavelmente no século XVI, com o nome de 'Entrudo.
Já na Idade Média, costumava-se comemorar o período carnavalesco em Portugal com toda uma série de brincadeiras que variavam de aldeia para aldeia. Em algumas notava-se a presença de grandes bonecos, chamados genericamente de "entrudos".
A denominação genérica de Entrudo, entretanto, engloba toda uma variedade de brincadeiras dispersas no tempo e no espaço. Aquilo que a maioria das obras descreve como Entrudo, é apenas a forma que essas brincadeiras adquiriram a partir de finais do século XVIII na cidade do Rio de Janeiro. Mesmo aí, a brincadeira não se resumia a uma única forma. Havia, na verdade vários tipos de diversões que se modificavam de acordo com o local e com os grupos sociais envolvidos.
Atualmente, como explica o pesquisador Felipe Ferreira, em O livro de ouro do carnaval brasileiro, entende-se que existiam, no Rio de Janeiro do início do século XIX, duas grandes categorias de Entrudo: O Entrudo Familiar e o Entrudo Popular.
Os diferentes "Entrudos"
O Entrudo na Família
- Acontecia dentro das casas senhoriais dos principais centros urbanos. Era caracterizado pelo caráter delicado e convivial e pela presença dos limões de cheiro que os jovens lançavam entre si com o intuito de estabelecer laços sociais mais intensos entre as famílias.
O Entrudo Popular
- Era a brincadeira violenta e grosseira que ocorria nas ruas das cidades. Seus principais atores eram os escravos e a população das ruas, e sua principal característica era o lançamento mútuo de todo tipo de líquidos (até sêmem ou urina) ou pós que estivessem disponíveis. Além de que se os brancos também brincassem, os negros que estavam participando não podiam "mela-los" pois poderiam ser presos.
Entre esses dois extremos havia toda uma variedade de "Entrudos" que envolviam em maior ou menor grau grande parte da população dos principais centros urbanos do país.
A batalha contra o Entrudo
A partir dos anos 1830, uma série de proibições se sucedem na tentativa, sempre infrutífera, de acabar com a festa grosseira.
Combatido como jogo selvagem, o entrudo continuou a existir com esse nome até as primeiras décadas do século XX e existe até hoje no espírito das brincadeiras carnavalescas mais agressivas, como a "pipoca" do carnaval baiano ou o "mela-mela" da folia de Olinda.
O Entrudo de ARRAIAS-TO
Atualmente o Entrudo, mais próximo de suas origens, é o que sobrevive na cidade de Arraias, estado do Tocantins, a 446 km de Palmas. A presença do Entrudo no Carnaval arraiano é tradição antiga, que vem desde o século XVIII, caracterizado pela alegria, espontaneidade, pacífico, onde participam crianças, jovens, adultos e terceira idade; acontece com o envolvimento quase total da comunidade local.
A festa é conhecida regionalmente como o carnaval mais animado do estado do Tocantins, os blocos são formados por amigos, familiares, conhecidos e convidados - coordenados pela Comissão local organizadora do Entrudo. A cada dia de carnaval a Comissão e todos os blocos participantes iniciam marcha carnavalesca que sai por volta das 7h da manhã da casa do folião responsável por um dos blocos integrantes do Entrudo.
A tradição preconiza que todos os participantes da marcha devem ser molhados com água, antes do início da mesma. Após atendido este quesito, os carnavalescos tomam caldo quente, geralmente feito a base de mandioca e carne para aquecer o corpo, oferecido pelo dono da casa; em seguida, a marcha percorre o itinerário do entrudo, passa pelas casas dos foliões responsáveis pelos demais blocos, e também pelos principais pontos históricos da cidade até finalizar na Praça da Matriz de Arraias, onde junta-se ao grande baile público de carnaval. Durante toda a festa é comum observar o ato de jogar água em quaisquer pessoas presentes, conhecidas ou não. Sendo que tanto os locais, quanto visitantes estão com o espírito aberto para a brincadeira, sem direito à apelação. Durante toda a marcha há o consumo de bebida e farofa. Interessante lembrar que toda essa marcha termina por volta das 5 ou 6h da tarde, e que o percurso é composto por ladeiras sinuosas e estreitas com piso tipo paralelepípedo.
Há vários blocos do Entrudo, mas nem todos participam da marcha, sendo que alguns apenas esperam a chegada do Entrudo na Praça da Matriz ou mantém suas atividades concentradas no centro da cidade.
Alguns blocos do Entrudo arraiano são: Godelas de Lucim; Comissão do Entrudo; Alvorada; CPI da Cevada; Soberanos e muitos outros.
A festa é muito divertida, mas não esqueça de levar seu pequeno balde com alça (para carregar e jogar água nos demais), a pequena sombrinha colorida (que imita aquela utilizado no frevo), roupa leve que seque rápido, e calçado que não acumule água e aguente o percurso do Entrudo, sem prejudicar os pés.
Ver também:
Ligações externas
- «Entrudo em Lazarim». www.progestur.net
- «Carnaval de Podence». www.bragancanet.pt
- «Entrudo, Carnaval do Rio de Janeiro no tempo de D. João VI». www.riodejaneiroaqui.com