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Evolução da menopausa: diferenças entre revisões

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Revisão das 02h41min de 18 de julho de 2021

A menopausa é resultado do declínio das funções reprodutivas de fêmeas, sendo caracterizada pela depleção de folículos nos ovários acompanhada da redução de secreção de hormônios ovarianos. Como consequência, há interrupção da ovulação e dos ciclos menstruais.[1] A redução do número de folículos disponíveis ocorre de maneira consistente desde a infância, no entanto, há uma aceleração em idades próximas aos quarenta anos. Já o homem apresenta um declínio das funções reprodutivas paralelo ao de outros sistemas. Questiona-se, então, por que a senescência dos sistemas reprodutivos femininos ocorre mais rapidamente que a senescência dos demais sistemas.[2][3][4]

A proporção de anos de vida pós reprodutiva de fêmeas adultas em humanos é maior do que em outras espécies, a qual costuma ser próxima a 0, incluindo em chimpanzés. Curiosamente, as baleias assassinas apresentam esta proporção muito parecida com a de humanos que vivem em condições de fertilidade natural (dados obtidos da população coletora-caçadora de Hadza) [2]

Algumas hipóteses apontam para o aumento da sobrevivência de crianças cujas avós estão presentes e podem contribuir com seus cuidados. [3] Já outras questionam a proporção de mulheres que conseguem alcançar a menopausa vivendo em ambientes naturais e sem a medicina moderna, como em sociedades caçadoras-coletoras. Desta forma, o período em que mulheres teriam alcançado a menopausa seria curto considerando a história humana de 150 mil anos. [4]

Outra discussão importante seria o do momento do aparecimento deste fenômeno. Provavelmente seria entre 3,8 e 2,8 milhões de anos atrás (predomínio de Australopithecus afarensis). O clima estava se tornando mais frio e seco, além do surgimento das savanas, enquanto as mudanças nos hominínios incluíam aumento no tamanho do corpo e do cérebro. Houve também um aumento no período de infância, no qual o indivíduo pode desenvolver aspectos cognitivos e aprender com os mais velhos. Entretanto, os jovens são mais dependentes e vulneráveis. Sendo assim, o declínio da fertilidade possibilitaria a existência de um grupo sem filhos jovens, o que seria uma vantagem para a sobrevivência. [4]

Hipóteses

Diante do contexto evolutivo do aspecto da menopausa, cientistas levantaram a possibilidade de diferentes hipóteses para explicar a ocorrência desse fenômeno, que ainda é controverso na literatura. A razão pela qual fêmeas de algumas espécies cessam seu período reprodutivo muito antes do final de sua vida natural ainda guarda incertezas, especialmente por ocorrer em apenas um número muito pequeno de espécies em seu ambiente natural. É unânime, no entanto, que a prolongação da vida pós reprodutiva encontrada em fêmeas de humanos e de algumas espécies de baleias representa uma vantagem evolutiva que foi mantida ao longo da história natural das espécies. Nessa circunstância, diversas hipóteses tentam explicar porque a senescência reprodutiva ocorre muito mais rápido do que o envelhecimento somático nesses grupos em relação a outros. [5]

Resumo das principais explicações teóricas para a menopausa humana
Explicação proposta Evidência que suporta Evidência contraria
Não adaptativo
(I) Humanos modernos simplesmente vivem mais, superando suas expectativas de vida A expectativa de vida de ancestrais humanos era mais curta. Muitos animais de laboratório ou domésticos vivem além da expectativa de vida de animais selvagens Humanos ancestrais viviam mais se alcançasse a maturidade. Além disso, não é explicado o porquê a duração do tempo de reprodução masculina é diferente da feminina. Outros animais não costumam apresentar uma interrupção consistente como vista em fêmeas humanas.
Adaptativo

Hipótese da mãe

A hipótese da mãe advém da ideia de que a evolução da menopausa em humanos se relaciona com evitar o risco de morrer durante o parto (o qual é maior em mulheres mais velhas) e garantir a sobrevivência do último filho, o que poderia explicar porque mulheres idosas cessam sua reprodução. Conjuntamente, se o macho deseja ter uma maior chance de sucesso reprodutivo, é mais provável que escolha uma fêmea mais jovem, uma vez que gravidezes em idades mais avançadas estão relacionadas com maiores chances de complicações durante o parto, e a morte materna compromete diretamente a sobrevivência dos filhos. [5][6]

Essa hipótese, no entanto, se baseia nos custos (morte da mulher durante o parto) e não nos benefícios de se ter uma longevidade pós reprodutiva, o que não é suficiente para explicar a longa duração da vida pós reprodutiva de mulheres. Somado a isso, esse comportamento é diferente para outros primatas, como o chimpanzés, que preferem fêmeas mais velhas para o acasalamento. Outras hipóteses presumem que tanto a menopausa quanto a vida pós reprodutiva podem ter evoluído em conjunto como uma estratégia de alocação de recursos, deixando de alocar recursos para a reprodução diretamente, para favorecer a reprodução indiretamente, cuidando da prole e promovendo a longevidade, aumentando assim a fertilidade e sobrevivência dos netos.[7]

Hipótese da avó

Essa hipótese postula que, o aumento do sucesso reprodutivo de uma espécie de deve ao papel de apoio ao desenvolvimento da prole que as fêmeas mais velhas desempenham, como por exemplo fornecendo alimento após o desmame e contribuindo para a sobrevivência da prole até a idade adulta. Nesse sentido, as mulheres mais velhas do grupo, por não estarem sobrecarregadas com a fertilidade, podem ocupar-se em ajudar a encontrar comida, detectar predadores e resolver problemas, bem como evitar conflitos sociais. Dessa forma, a vantagem dessa assistência pós-reprodutiva desempenhada por avós, poderia exercer uma pressão seletiva positiva para a menopausa, entretanto, a relevância dessa vantagem sozinha ainda é insuficiente para ser apontada como a única explicação para o período de menopausa. Assim, a seleção para mulheres mais velhas para aumentar a longevidade estaria relacionada com o benefício da avó para a sobrevivência e fertilidade dos netos, uma vez que o crescimento de humanos é particularmente lento, de modo que a alocação de recursos físicos seria mais vantajoso, ao usar esses recursos para aumentar a condição e a fertilidade dos filhos e netos, em vez de aumentar o número de filhos. [6]

Modelo do investimento encorporado

A hipótese do investimento encorpado (em inglês, embodied capital model) considera, assim como a hipótese da avó, que a evolução da menopausa se relaciona intrinsecamente com um mecanismo de alocação de recursos empregados durante a história natural desse carácter. Nesse sentido, a energia fisiológica do grupo passaria a ser destinada a promover a maior sobrevivência da prole, ao invés da reprodução em si, uma vez que o custo da reprodução aumenta com a idade (sobretudo devido a restrições fisiológicas), sendo mais vantajoso alocar tais recursos energéticos, cognitivos e fisiológicos para aumentar a condição de fertilidade dos filhos e netos ao invés de aumentar o número de filhos. Segundo essa hipótese, o desenvolvimento cognitivo dos mais velhos e a intensidade da habilidade do nicho de coleta de alimentos desempenham um papel essencial no desenvolvimento da população; em outras palavras, esse modelo hipotético considera a força, imunidade, coordenação, habilidades manuais e o conhecimento prático como os agentes evolutivos por trás do papel da menopausa em humanos. [8]

Em relação a hipótese da avó, essa hipótese se difere também por se basear em um modelo que considera os dois sexos, enquanto na hipótese da avó, apesar de se relacionar fortemente com a ideia de alocação de recursos, não inclui os machos como forças participativas na direção da evolução dessa característica. No entanto, o principal empecilho em se confirmar essa hipótese reside na dificuldade de testar a afirmativa da hipótese, sobretudo em um modelo diplóide duplo-sexo, o qual nunca havia sido testado antes. Um estudo que analisou populações simuladas utilizando de redes neurais artificiais para modelar a evolução das decisões de alocação relacionadas à reprodução, descobriu que a presença dos avós é uma condição necessária para o surgimento de uma extensa vida pós-reprodutiva, esperada para os contextos apresentados tanto na hipótese da avó, quanto na hipótese do investimento encorpado, no entanto essa segunda hipótese prediz que os recursos cognitivos podem também ser necessários para explicar a evolução da menopausa humana, dessa forma, a menopausa não poderia surgir na história evolutiva da espécie sem levar em conta os benefícios tardios do investimento em alocação de recursos cognitivos.[8]

Referências

  1. Nelson, Heidi D (março de 2008). «Menopause». The Lancet (em inglês) (9614): 760–770. doi:10.1016/S0140-6736(08)60346-3. Consultado em 17 de julho de 2021 
  2. a b Johnstone, Rufus A.; Cant, Michael A. (fevereiro de 2019). «Evolution of menopause». Current Biology (4): R112–R115. ISSN 0960-9822. doi:10.1016/j.cub.2018.12.048. Consultado em 17 de julho de 2021 
  3. a b Lumsden, M. A.; Sassarini, J. (4 de março de 2019). «The evolution of the human menopause». Climacteric (2): 111–116. ISSN 1369-7137. PMID 30712396. doi:10.1080/13697137.2018.1547701. Consultado em 17 de julho de 2021 
  4. a b c Shaw, Laurence M A; Shaw, Sebastian L J (1 de dezembro de 2009). «Menopause, evolution and changing cultures». Menopause International (em inglês) (4): 175–179. ISSN 1754-0453. doi:10.1258/mi.2009.009044. Consultado em 17 de julho de 2021 
  5. a b Rashidi, Armin; Shanley, Daryl (março de 2009). «Evolution of the menopause: life histories and mechanisms». Menopause International (em inglês) (1): 26–30. ISSN 1754-0453. doi:10.1258/mi.2009.009005. Consultado em 18 de julho de 2021 
  6. a b Lumsden, M. A.; Sassarini, J. (4 de março de 2019). «The evolution of the human menopause». Climacteric (em inglês) (2): 111–116. ISSN 1369-7137. doi:10.1080/13697137.2018.1547701. Consultado em 18 de julho de 2021 
  7. Rashidi, Armin; Shanley, Daryl (março de 2009). «Evolution of the menopause: life histories and mechanisms». Menopause International (em inglês) (1): 26–30. ISSN 1754-0453. doi:10.1258/mi.2009.009005. Consultado em 18 de julho de 2021 
  8. a b Aimé, Carla; André, Jean-Baptiste; Raymond, Michel (20 de julho de 2017). Komarova, Natalia L., ed. «Grandmothering and cognitive resources are required for the emergence of menopause and extensive post-reproductive lifespan». PLOS Computational Biology (em inglês) (7): e1005631. ISSN 1553-7358. PMC PMC5519007Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 28727724. doi:10.1371/journal.pcbi.1005631. Consultado em 18 de julho de 2021