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Revisão das 16h45min de 3 de outubro de 2009

O Analytic Hierarchy Process (AHP) é um método para auxiliar as pessoas na tomada de decisões complexas. Mais do que determinar qual a decisão correta, o AHP ajuda as pessoas a escolher e a justificar a sua escolha. Baseado em Matemática e Psicologia, ele foi desenvolvido na década de 1970 pelo Prof. Ph. D. Thomas L. Saaty[1]. Tem sido extensivamente estudado e refinado desde então. O AHP fornece um procedimento compreensivo e racional para estruturar um problema, para representar e quantificar seus elementos, para relacionar estes elementos com as metas globais e para avaliar soluções alternativas. É utilizado pelo mundo todo em uma ampla variedade de situações de decisões, em campos como governo, negócios, indústria, saúde e educação.

Os usuários do AHP, primeiramente, devem decompor seu problema de decisão em uma hierarquia de subproblemas mais facilmente compreendidos, cada qual pode ser analisado independentemente. Os elementos da hierarquia podem relacionar-se com qualquer aspecto do problema de decisão – tangível ou intangível, ser medidos com precisão ou estimado grosseiramente, ser de boa ou de pobre compreensão – ou seja, qualquer coisa que se aplique à decisão.

Uma vez que a hierarquia é construída, os responsáveis pelas decisões avaliam sistematicamente seus vários elementos, comparando-os um ao outro, em pares. Ao fazer as comparações, eles podem usar dados concretos sobre os elementos, ou podem usar seus julgamentos sobre o significado relativo ou a importância dos elementos. Esta é a essência do AHP: os julgamentos humanos, e não apenas a informação numéricas, podem ser usados na tomada de decisão. O AHP converte os julgamentos em valores numéricos que podem ser processados e comparados sobre toda a extensão do problema. Um peso numérico, ou prioridade, é derivado para cada elemento da hierarquia, permitindo que elementos distintos e freqüentemente incomensuráveis sejam comparados entre si de maneira racional e consistente. Esta potencialidade distingue o AHP de outros métodos de tomada de decisão.

Na etapa final, as prioridades numéricas são derivadas para cada uma das alternativas da decisão. Desde que estes números representam a habilidade relativa das alternativas de conseguir o objetivo da decisão, permitem uma consideração direta dos vários cursos de ação. Diversas empresas fornecem software para auxiliar a aplicação do AHP.

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Usos e aplicações

Embora possa ser utilizado por indivíduos lidando com decisões simples, o AHP é mais útil quando equipes estão envolvidas em problemas complexos, especialmente aqueles de apostas altas, que necessitam de percepção humana e cuja resolução terá repercussão de longo-prazo[2]. O uso do AHP como método de tomada de decisão traz vantagens singulares quando elementos importantes da decisão são difíceis de quantificar ou comparar, ou quando a comunicação entre os elementos é impedida por especialidades, terminologias e perspectivas diferentes.

A aplicação do AHP envolve a síntese matemática de vários julgamentos sobre o problema de decisão. É comum ter de se realizar dezenas e até centenas de julgamentos. Embora a matemática possa ser feita à mão ou com uma calculadora, é mais comum o uso de um dos vários modelos de software disponíveis para a entrada de dados e síntese dos resultados. Os modelos mais simples são as planilhas eletrônicas. Há também modelos mais complexos, acadêmicos ou comerciais, que podem incluir aparelhos especiais para a aquisição dos julgamentos em reuniões.

Passos do AHP

O método pode ser resumido como:

  1. Identificação das alternativas e atributos significantes.
  2. Os responsáveis pela decisão indicam a significância relativa entre os atributos. Por exemplo, se as alternativas são imóveis, os investidores podem preferir a localização sobre o preço e o preço sobre as condições de pagamento.
  3. Similarmente, para cada atributo, e para cada par de alternativas os responsáveis pela decisão especificam suas preferências (por exemplo, se a localização da alternativa A é melhor do que a da B).
  4. As comparações entre os atributos e as alternativas são registradas em matrizes na forma de frações entre 1/9 e 9. Cada matriz é avaliada pelo seu autovalor para verificar a coerência dos julgamentos. Este procedimento gera uma "razão de coerência" que será igual a 1 se todos os julgamentos forem coerentes entre si. Se um tomador de decisão disser que prefere X do que Y, Y do que Z, mas, ele prefere Z do que X, então a razão de coerência será maior do que 1,2 e os julgamentos deverão ser revistos. Este passo é uma das principais causas para que muitos usuários do AHP acreditarem que se trata de um método com bom embasamento teórico.
  5. Calculam-se valores globais de preferência para cada alternativa.

O AHP no Brasil e no mundo

O estudo de métodos de tomada de decisão se insere na Pesquisa Operacional, que por sua vez é uma sub-área de conhecimento da Engenharia de Produção, conforme a Tabela de Áreas do Conhecimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Assim, diversos trabalhos podem ser obtidos em congressos ou periódicos publicados pela Associação Brasileira de Engenharia de Produção ou pela Sociedade Brasileira de Pesquisa Operacional. Dentre os pesquisadores brasileiros que aplicam o método podem ser citados o Prof. Dr. Helder G. Costa[3]. da Universidade Federal Fluminense, a Profa. Dra. M. Carmen Neyra Belderrain do Instituto Tecnológico de Aeronáutica e os Profs. Drs. Fernando A. S. Marins e Valério A. P. Salomon da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquisa Filho.

Pesquisadores dos cinco continentes se reuniram em Pittsburgh, este ano, durante a décima edição do Simpósio Internacional sobre o AHP (em inglês, International Symposium on the Analytic Hierarchy Process, ou ISAHP). A edição anterior do ISAHP foi realizada em Viña del Mar, 2007; a próxima será em Nápoles, 2011.

Referências

  1. SAATY, T.L (1980). The Analytic Hierarchy Process. N. York: McGraw-Hill 
  2. BHUSHAN, N. & K. RAI (2004). Strategic Decision Making: Applying the Analytic Hierarchy Process. Londres: Springer-Verlag 
  3. COSTA,H.G (2006). Auxílio Multicritério à Decisão. método AHP. Rio de Janeiro: ABEPRO 

Ligações externas