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Os '''Hebertistas''', também chamados '''Enraivecidos''' ou '''Raivosos''', durante a [[Revolução Francesa]] foram, durante a [[Assembléia Nacional Francesa|Assembléa Constituinte Francesa]] e a [[Convenção (Revolução Francesa)|Convenção]], um grupo partidário de [[Jacques-René Hébert]] (1757 - 1794), lider da extrema esquerda [[Jacobinos|jacobina]]. São formados por membros do [[Cordeliers|Clube dos Cordeliers]], pertencendo em grande número ao quadro da [[Montanheses (Revolução Francesa|Montanha]] dentro da [[Convenção]] e à administração da [[Comuna de Paris]], relacionando-se ainda a [[Jean-Nicolas Pache]].
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Eram defensores ardentes do [[ateísmo|ateísta]] "''Culto da Razão''", pregando o uso da força para descristianizar a França e opunham-se ao "''Clube Do Ser Supremo''", [[deísmo|deísta]] pleiteado por [[Robespierre]].
Eram defensores ardentes do [[ateísmo|ateísta]] "''Culto da Razão''", pregando o uso da força para descristianizar a França e opunham-se ao "''Clube Do Ser Supremo''", [[deísmo|deísta]] pleiteado por [[Robespierre]].
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Os "''Hebertistas''" é um [[neologismo]] nascido do processo dos "''Exagerados''" ou ultra-demagogos, tendo [[Jacques-René Hébert|Hébert]] como vedete, por ser a figura mais familiar ao público devido a seu jornal "''[[Le Père Duchesne]]''". O grande movimento do exagero revolucionário, a que se opuseram [[Danton]] e depois [[Robespierre]], foi sobretudo representado por [[Bertrand Barère de Vieuzac|Barère]], [[Collot d'Herbois]], [[Andres Maria de Guzman|Guzman]], [[François Desfieux]], [[Julien de Toulouse]] e outros, principais artesãos da queda dos [[girondinos]], que eles odiavam (31 de Maio a 2 de Junho de 1793).
Os "''Hebertistas''" é um [[neologismo]] nascido do processo dos "''Exagerados''" ou ultra-demagogos, tendo [[Jacques-René Hébert|Hébert]] como vedete, por ser a figura mais familiar ao público devido a seu jornal "''[[Le Père Duchesne]]''". O grande movimento do exagero revolucionário, a que se opuseram [[Danton]] e depois [[Robespierre]], foi sobretudo representado por [[Bertrand Barère de Vieuzac|Barère]], [[Collot d'Herbois]], [[Andres Maria de Guzman|Guzman]], [[François Desfieux]], [[Julien de Toulouse]] e outros, principais artesãos da queda dos [[girondinos]], que eles odiavam (31 de Maio a 2 de Junho de 1793).


Implicados nos negócios escusos e jamais esclarecidos, referentes a desvio de dinheiro público após o "''[[Jornada de 10 de Agosto de 1792|10 de Agosto]]''", por suas ligações com a banda negra e com distribuidores de dinheiro estrangeiro e por sua recusa em explicar-se ou apresentar contas sobre tais negócios, os Exagerados tinham grandes ambições. Dominando perfeitamente os mecanismos da mais sofisticada [[demagogia]], apoiavam-se no povo, para tanto construindo uma imprensa sob medida, a imprensa de [[Jean-Paul Marat|Marat]] e de [[Jacques-René Hébert|Hébert]], que participavam em plena luz do dia dos procedimentos destinados a arrasar os [[Girondinos]] e depois a purificar a [[Convenção]].
Implicados nos negócios escusos e jamais esclarecidos, referentes a desvio de dinheiro público após o "''[[Jornada de 10 de Agosto de 1792|10 de Agosto]]''", por suas ligações com a [[Banda Negra (Revolução Francesa)|Banda Negra]] e com distribuidores de dinheiro estrangeiro e por sua recusa em explicar-se ou apresentar contas sobre tais negócios, os Exagerados tinham grandes ambições. Dominando perfeitamente os mecanismos da mais sofisticada [[demagogia]], apoiavam-se no povo, para tanto construindo uma imprensa sob medida, a imprensa de [[Jean-Paul Marat|Marat]] e de [[Jacques-René Hébert|Hébert]], que participavam em plena luz do dia dos procedimentos destinados a arrasar os [[Girondinos]] e depois a purificar a [[Convenção]].





Revisão das 17h11min de 24 de maio de 2010

Jacques Hébert.

Os Hebertistas, também chamados Enraivecidos ou Raivosos, durante a Revolução Francesa foram, durante a Assembléa Constituinte Francesa e a Convenção, um grupo partidário de Jacques-René Hébert (1757 - 1794), lider da extrema esquerda jacobina. São formados por membros do Clube dos Cordeliers, pertencendo em grande número ao quadro da Montanha dentro da Convenção e à administração da Comuna de Paris, relacionando-se ainda a Jean-Nicolas Pache.

Eram defensores ardentes do ateísta "Culto da Razão", pregando o uso da força para descristianizar a França e opunham-se ao "Clube Do Ser Supremo", deísta pleiteado por Robespierre.

Os "Hebertistas" é um neologismo nascido do processo dos "Exagerados" ou ultra-demagogos, tendo Hébert como vedete, por ser a figura mais familiar ao público devido a seu jornal "Le Père Duchesne". O grande movimento do exagero revolucionário, a que se opuseram Danton e depois Robespierre, foi sobretudo representado por Barère, Collot d'Herbois, Guzman, François Desfieux, Julien de Toulouse e outros, principais artesãos da queda dos girondinos, que eles odiavam (31 de Maio a 2 de Junho de 1793).

Implicados nos negócios escusos e jamais esclarecidos, referentes a desvio de dinheiro público após o "10 de Agosto", por suas ligações com a Banda Negra e com distribuidores de dinheiro estrangeiro e por sua recusa em explicar-se ou apresentar contas sobre tais negócios, os Exagerados tinham grandes ambições. Dominando perfeitamente os mecanismos da mais sofisticada demagogia, apoiavam-se no povo, para tanto construindo uma imprensa sob medida, a imprensa de Marat e de Hébert, que participavam em plena luz do dia dos procedimentos destinados a arrasar os Girondinos e depois a purificar a Convenção.


Origem do Movimento dito dos "Exagerados"

Nos dias que precederam à Jornada de 10 de Agosto de 1792, diversos líderes "exagerados" em seus propósitos e costumes admitiram que as insurreições de massa só poderiam tornar-se possíveis através de certos artifícios. A imprensa desempenhava um grande papel nesse sentido e os jornais de Hébert e Marat, sustentados financeiramente por compras maciças ordenadas pela Comuna ou através de fundos do Ministério da Guerra, faziam eco às acusações lançadas contra Brissot e Lebrun.

O movimento apoiava-se principalmente sobre recursos menos aparentes e financiamentos ocultos, de que se tem provas através da descoberta de provas escritas ou pelo conhecimento de tomadas de participação comerciais diversas dos principais líderes "exagerados" (como Berthold de Proli, Andres Maria de Guzman ou Jacob Pereyra, eles também distribuidores de dinheiro) com representantes dos grandes bancos, como Jean Joseph de Laborde – na verdade seu filho, Laborde Méréville –, Édouard de Walckiers seu enteado, o Conde de Pestre de Séneffe ou Jean-Frédéric Perrégaux, que haviam se comprometido com a Revolução e não queriam, na França, o retorno da monarquia dos Bourbons e sim uma forma de oligarquia asegurando a estabilidade política e financeira, isenta de direcionismo ou protecionismo. Uma parte dos líderes possuia ainda ligações de dependência com poderosas filiais do banco suiço, inglês, basco, belga e austríaco, cujas ramificações cobriam toda a Europa.

Os assaltos contra a Convenção (10 de Março - 2 de Junho de 1793

Estes líderes foram os instigadores dos distúrbios de 10 de Março de 1793. Forçam a Convenção a considerar trinta girondinos como "foras da lei". Na sequência, muitos são presos e encarcerados em 2 de Junho. Outros, como Buzot, Barbaroux, Condorcet e Roland conseguem esconder-se ou fugir. Aproximadamente cem pessoas são presas no verão de 1793.