Nunc dimittis: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Folio 63r - The Presentation in the Temple.jpg|thumb|O início do ''Nunc Dimittis'' nas [[Très Riches Heures du Duc de Berry]]]]
[[Ficheiro:Andrea Mantegna - The Presentation - Google Art Project.jpg|thumb| direita| 300px|[[Apresentação de Jesus no Templo]].<br><small>Por [[Mantegna]], atualmente na [[Gemäldegalerie]] de [[Berlim]].</small>]]
'''''Nunc dimittis''''' (também conhecido como '''Cântico de Simeão''') é uma passagem da [[Bíblia]], especificamente do [[Evangelho de Lucas]] ({{citar bíblia|livro = Lucas| capítulo = 2| verso = 29|verso_final = 32}}) e tem este nome devido as suas primeiras palavras em latim (''Nunc dimittis servum tuum, Domine...'')<ref>''Agora, Senhor, tu podes despedir ao teu servo'' - Bíblia, trad. Pe. Antonio Pereira de Figueiredo, com aprovação de S. Em.ª D. Jaime ''Card.'' de Barros Câmara, tradução ecumênica. <small>Sem ISBN.<small></ref>


De acordo como [[Evangelho de Lucas]] ({{citar bíblia|livro = Lucas| capítulo = 2| verso = 29| verso_final = 32}}), [[Simeão, o Justo|Simeão]] era um homem justo e havia recebido a promessa do [[Espírito Santo]] de que não morreria até ver o [[Messias|Salvador]]. Tendo os [[Sagrada Família de Jesus de Nazaré|pais de Jesus]] trazido o menino ao [[Templo de Jerusalém]] para cumprir o preceito da [[lei judaica]] referente a [[Pidyon HaBen|consagração do primogênito]] (algo em torno de 40 dias após o nascimento, que não se confunde com a [[Brit Milá|cerimônia de circuncisão]]). Simeão estava lá e tomou Jesus em seus braços recitando o cântico que até hoje é usado pela Igreja na celebração das [[Completas]].
'''''Nunc dimittis''''' (também conhecido como '''Cântico de Simeão''') é uma passagem da [[Bíblia]], especificamente do [[evangelho]] de [[São Lucas]] (2:29-32) e tem este nome devido as suas primeiras palavras em latim (''Nunc dimittis servum tuum, Domine...'')<ref>''Agora, Senhor, tu podes despedir ao teu servo'' - Bíblia, trad. Pe. Antonio Pereira de Figueiredo, com aprovação de S. Em.ª D. Jaime ''Card.'' de Barros Câmara, tradução ecumênica. <small>Sem ISBN.<small></ref>


== Versões ==
De acordo como [[Evangelho de Lucas]] ({{citar bíblia|livro = Lucas| capítulo = 2| verso = 29| verso_final = 32}}), [[Simeão, o Justo|Simeão]] era um homem justo e havia recebido a promessa de que não morreria até ver o [[Jesus|Redentor]]. Tendo os [[Sagrada Família de Jesus de Nazaré|pais de Jesus]] trazido o menino ao templo para cumprir o preceito da [[lei judaica]] referente a consagração do primeiro filho (algo em torno de 40 dias após o nascimento, que não se confunde com a [[Brit Milá|cerimônia de circuncisão]]). Simeão estava lá e tomou Jesus em seus braços recitando o cântico que até hoje é usado pela Igreja na celebração das [[Completas]].
[[Ficheiro:Folio 63r - The Presentation in the Temple.jpg|thumb|O início do ''Nunc Dimittis'' nas [[Très Riches Heures du Duc de Berry]].<br><small>No [[Musée Condé]], em [[Chantilly (França)|Chantilly]].</small>]]
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Grego original ([[Novum Testamentum Graece]]):
:{{politônico|νῦν ἀπολύεις τὸν δοῦλόν σου, δέσποτα, κατὰ τὸ ῥῆμά σου ἐν εἰρήνῃ·}}
:{{politônico|ὅτι εἶδον οἱ ὀφθαλμοί μου τὸ σωτήριόν σου,}}
:{{politônico|ὃ ἡτοίμασας κατὰ πρόσωπον πάντων τῶν λαῶν,}}
:{{politônico|φῶς εἰς αποκάλυψιν ἐθνῶν καὶ δόξαν λαοῦ σου Ἰσραήλ.}}

Latim ([[Vulgata]]):
:''Nunc dimittis servum tuum, Domine, secundum verbum tuum in pace:''
:''Quia viderunt oculi mei salutare tuum''
:''Quod parasti ante faciem omnium populorum:''
:''Lumen ad revelationem gentium, et gloriam plebis tuae Israel.''

Português ([[Tradução Brasileira]]<ref>{{citar bíblia|livro = Lucas| capítulo = 2| verso = 29|verso_final = 32}}</ref>):
:Agora tu, Senhor, despedes em paz o teu servo Segundo a tua palavra;
:Porque os meus olhos já viram a tua salvação,
:A qual preparaste ante a face de todos os povos:
:Luz para revelação aos gentios, E glória do teu povo de Israel.

Português (Tradução de [[João Ferreira de Almeida]] - 1819<ref>[http://pt.wikisource.org/wiki/Jo%C3%A3o_Ferreira_de_Almeida_1819_(ortografia_atualizada)/Lucas/II Lucas 2:29-32]</ref>)
:Agora despedes, Senhor, em paz a teu servidor, segundo a tua palavra;
:Pois já meus olhos tem visto tua salvação.
:A qual aparelhaste perante a face de todos os povos.
:Luz para iluminação das gentes, e para glória de teu povo Israel.

== Liturgia ==
O ''Nunc dimittis''' é o "Cântico do Evangelho" tradicional para a oração da noite ([[Completas]]), assim como o ''[[Benedictus]]'' e o ''[[Magnificat]]'' são as tradicionais para as da manhã ([[Laudes]]) e de tarde ([[Vésperas]]), respectivamente. Por isso, o Nunc dimittis é encontrado ofício litúrgico de muitas denominações cristãs ocidentais, incluindo a [[Comunhão Anglicana]] (no [[Livro de Oração Comum]]) de 1662, além do serviço das Completas da [[Igreja Católica]] e da [[Igreja Luterana]]. Na tradição oriental, o cântico está nas [[Vésperas]] da [[Igreja Ortodoxa]].

Nas igrejas luteranas, o Nunc dimittis pode ser cantado logo após a recepção da [[Eucaristia]]<ref>''[[Lutheran Service Book]]'', Concordia Publishing House, 2005.</ref>.

{{Referências}}


[[Categoria:Liturgia das Horas|Nunc dimittis]]
[[Categoria:Liturgia das Horas|Nunc dimittis]]

Revisão das 12h27min de 14 de agosto de 2011

Apresentação de Jesus no Templo.
Por Mantegna, atualmente na Gemäldegalerie de Berlim.

Nunc dimittis (também conhecido como Cântico de Simeão) é uma passagem da Bíblia, especificamente do Evangelho de Lucas (Lucas 2:29–32) e tem este nome devido as suas primeiras palavras em latim (Nunc dimittis servum tuum, Domine...)[1]

De acordo como Evangelho de Lucas (Lucas 2:29–32), Simeão era um homem justo e havia recebido a promessa do Espírito Santo de que não morreria até ver o Salvador. Tendo os pais de Jesus trazido o menino ao Templo de Jerusalém para cumprir o preceito da lei judaica referente a consagração do primogênito (algo em torno de 40 dias após o nascimento, que não se confunde com a cerimônia de circuncisão). Simeão estava lá e tomou Jesus em seus braços recitando o cântico que até hoje é usado pela Igreja na celebração das Completas.

Versões

O início do Nunc Dimittis nas Très Riches Heures du Duc de Berry.
No Musée Condé, em Chantilly.

Grego original (Novum Testamentum Graece):

νῦν ἀπολύεις τὸν δοῦλόν σου, δέσποτα, κατὰ τὸ ῥῆμά σου ἐν εἰρήνῃ·
ὅτι εἶδον οἱ ὀφθαλμοί μου τὸ σωτήριόν σου,
ὃ ἡτοίμασας κατὰ πρόσωπον πάντων τῶν λαῶν,
φῶς εἰς αποκάλυψιν ἐθνῶν καὶ δόξαν λαοῦ σου Ἰσραήλ.

Latim (Vulgata):

Nunc dimittis servum tuum, Domine, secundum verbum tuum in pace:
Quia viderunt oculi mei salutare tuum
Quod parasti ante faciem omnium populorum:
Lumen ad revelationem gentium, et gloriam plebis tuae Israel.

Português (Tradução Brasileira[2]):

Agora tu, Senhor, despedes em paz o teu servo Segundo a tua palavra;
Porque os meus olhos já viram a tua salvação,
A qual preparaste ante a face de todos os povos:
Luz para revelação aos gentios, E glória do teu povo de Israel.

Português (Tradução de João Ferreira de Almeida - 1819[3])

Agora despedes, Senhor, em paz a teu servidor, segundo a tua palavra;
Pois já meus olhos tem visto tua salvação.
A qual aparelhaste perante a face de todos os povos.
Luz para iluminação das gentes, e para glória de teu povo Israel.

Liturgia

O Nunc dimittis' é o "Cântico do Evangelho" tradicional para a oração da noite (Completas), assim como o Benedictus e o Magnificat são as tradicionais para as da manhã (Laudes) e de tarde (Vésperas), respectivamente. Por isso, o Nunc dimittis é encontrado ofício litúrgico de muitas denominações cristãs ocidentais, incluindo a Comunhão Anglicana (no Livro de Oração Comum) de 1662, além do serviço das Completas da Igreja Católica e da Igreja Luterana. Na tradição oriental, o cântico está nas Vésperas da Igreja Ortodoxa.

Nas igrejas luteranas, o Nunc dimittis pode ser cantado logo após a recepção da Eucaristia[4].

Referências

  1. Agora, Senhor, tu podes despedir ao teu servo - Bíblia, trad. Pe. Antonio Pereira de Figueiredo, com aprovação de S. Em.ª D. Jaime Card. de Barros Câmara, tradução ecumênica. Sem ISBN.
  2. Lucas 2:29–32
  3. Lucas 2:29-32
  4. Lutheran Service Book, Concordia Publishing House, 2005.