Crista neural: diferenças entre revisões
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As células da crista neural se diferenciam em diversas estruturas no embrião conforme sua localização no eixo antero-posterior do embrião. Elas podem ser divididas em quatro tipos: crista neural cranial, crista neural cardíaca, crista neural vagal e sacral e crista neural do tronco. |
As células da crista neural se diferenciam em diversas estruturas no embrião conforme sua localização no eixo antero-posterior do embrião. Elas podem ser divididas em quatro tipos: crista neural cranial, crista neural cardíaca, crista neural vagal e sacral e crista neural do tronco. |
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[[File:Regiões da crista neural.jpg|thumb|Estão representadas nessa imagem as diferentes regiões da crista neural que darão origem a diferentes estruturas no embrião.]] |
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=== Crista neural cranial === |
=== Crista neural cranial === |
Revisão das 00h15min de 27 de junho de 2014
Crista neural é uma população de células multipotentes descrita pela primeira vez por Wilhelm His em 1868. Essa contribui para a formação de ossos, cartilagem e tecido conectivo da face, neurônios e células da glia do sistema nervoso periférico, células de pigmentação da pele e, em algumas regiões do sistema cardio vascular, mesênquima e células de músculo liso e está presente apenas em embriões de vertebrados[1].
Ela se origina da interação da placa neural com o tecido ectodérmico não neural durante a gastrulação [2]. Durante a neurulação há o levantamento das pregas neurais e fechamento do tubo neural, nesse processo acontece a delaminação das células da crista neural, essas permanecem próximas a região dorsal do tubo neural[1].
Indução da crista neural
A formação da crista neural é induzida pela interação de sinalizações vindas da placa neural e do tecido ectodérmico não neuronal. Essas sinalizações sozinhas não são capazes de induzir a formação da crista neural, isso acontece apenas quando essas acontecem todas juntas[2]. Essas sinalizações levam há uma cascata de sinalização que como resultado mudam a expressão genica dessas células. Assim essas podem se diferenciar, delaminar, migrar e formar as estruturas derivadas da crista neural.
Sinalização por Bmp
A sinalização por Bmp ( bone morphogenetic proteins) ocorre devido a expressão diferenciada dessa proteína na placa neural e no tecido ectodérmico não neural gerando um gradiente de Bmp entre esses, ou seja, onde de forma a crista neural. Isso acontece pois o tecido ectodérmico não neural expressa Bmp e a placa neural não[3].
Sinalização Wnt
A sinalização Wnt esta associada a diferenciação e sobrevivência das células da crista neural, sem essa há má formação de estruturas derivadas da crista neural[4]. Além disso, Wnt produzida dorsalmente pelo tubo neural esta envolvido com a expansão e migração das células da crista neural[5].
Sinalização por Fgf
Tem-se sugerido que o Fgf que faz a sinalização da crista neural tem origem no mesoderma paraxial. A indução da crista neural é inibida quando é expresso um receptor de Fgf dominante negativo quando esses são combinados com o Fgf do mesoderma paraxial[6].
Tipos de crista neural
As células da crista neural se diferenciam em diversas estruturas no embrião conforme sua localização no eixo antero-posterior do embrião. Elas podem ser divididas em quatro tipos: crista neural cranial, crista neural cardíaca, crista neural vagal e sacral e crista neural do tronco.
Crista neural cranial
Essas células migram dorsolateralmente e formam o mesênquima craniofacial. Este por sua vez se diferencia em cartilagem, osso, neurônios craniais, glia e tecidos conecfivos da face. Essas células também entram na faringe e dão origem as células do timo, odontoblastos e ossos da orelha media e mandíbula[7].
Crista neural cardíaca
A crista neural cardíaca fica entre a crista neural cranial e a do tronco. As células dessa crista neural podem de desenvolver em melanócitos, neurônios, cartilagem e tecidos conectivos[7]. Elas também produzem toda a parede tecidual musculoconectiva das grandes artérias e contribui para a formação do septo que separa a circulação pulmonar da aorta[8].
Crista neural sacral e vagal
As células dessa crista neural geram os gânglios parassimpáticos da barriga[7].
Crista neural do tronco
As células neurais do tronco podem tomar duas principais vias migratórias. A primeira é a transformação dessas células em melanócitos que migram dosolateralmente para a ectoderme e continuam até a linha mediana ventral da barriga. A segunda é a migração dessas células ventrolateralmente até a metade anterior de cada esclerótomo, essas células formam os gânglios da raiz dorsal que contem neurônios sensoriais. As células que continuam mais ventralmente formam gânglios simpáticos, a medula adrenal e os agrupamentos de nervos que envolvem a aorta[7].
Referências
1. Huang, X., and Saint-Jeannet, J.P. (2004). "Induction of the neural crest and the opportunities of life on the edge". Dev. Biol. 275, 1-11.
2. Selleck ,M.A., Bronner-Fraser, M. (1995) “Origins of the avian neural crest: the role of neural plate-epidermal interactions”. Development 121, 525-538
3. Sasai, Y., and De Robertis, E.M. (1997). “Ectodermal Patterning in Vertebrate Embryos”. Dev. Biol. 182, 5-20
4. Brault, V., et al. (2001). “Inactivation of the b-catenin gene by Wnt1-Cre-mediated deletion results in dramatic brain malformation and failure of craniofacial development”. Development 128, 1253-1264
5. Ikeya, M.,et al. (1997). “Wnt signaling is required for expansion of neural crest and CNS progenitors”. Nature, 389. 966–970
6. Mayor, R., Guerrero, N., and Martı´nez, C. (1997). “Role of FGF and Noggin in Neural Crest Induction”. Dev. Biol. 189, 1-12
7. Gilbert, S.F.(2000). Developmental Biology. 6th edition. (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK10065/ )
8. Le Lièvre ,C.S., Le Douarin, N.M. (1975) “Mesenchymal derivatives of the neural crest: analysis of chimaeric quail and chick embryos”. J Embryol Exp Morphol, 34, 125-154
- ↑ a b Huang, X., and Saint-Jeannet, J.P. (2004). "Induction of the neural crest and the opportunities of life on the edge". Dev. Biol. 275, 1-11.
- ↑ a b Selleck ,M.A., Bronner-Fraser,M. (1995) “Origins of the avian neural crest: the role of neural plate-epidermal interactions”. Development 121, 525-538
- ↑ Sasai, Y., and De Robertis, E.M. (1997). “Ectodermal Patterning in Vertebrate Embryos”. Dev. Biol. 182, 5-20
- ↑ Brault, V., et al. (2001). “Inactivation of the b-catenin gene by Wnt1-Cre-mediated deletion results in dramatic brain malformation and failure of craniofacial development”. Development 128, 1253-1264
- ↑ Ikeya, M.,et al. (1997). “Wnt signaling is required for expansion of neural crest and CNS progenitors”. Nature, 389. 966–970
- ↑ Mayor, R., Guerrero, N., and Martı´nez, C. (1997). “Role of FGF and Nogginin Neural Crest Induction”. Dev. Biol. 189, 1-12
- ↑ a b c d Gilbert, S.F.(2000). Developmental Biology. 6th edition. (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK10065/ )
- ↑ Le Lièvre ,C.S., Le Douarin, N.M. (1975) “Mesenchymal derivatives of the neural crest: analysis of chimaeric quail and chick embryos”. J Embryol Exp Morphol, 34, 125-154