Escola Normal: diferenças entre revisões

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Revisão das 18h18min de 23 de março de 2017

 Nota: "Curso normal" redireciona para este artigo. Para outros significados, veja Escola Normal (desambiguação).

Escola Normal é nome que se dá, em vários países, ao curso em geral de segundo grau, para a formação de professores habilitados a lecionar no ensino elementar.

O nome "Escola Normal" teve seu primeiro uso em França, onde se adotou um sistema de ensino pedagógico nos moldes alemães, e a primeira instituição a receber esta denominação se deu em 1794.[1]

No Brasil a primeira escola deste tipo foi criada na cidade de Niterói no ano de 1835 e, a partir desta, várias outras foram sendo criadas nas demais províncias do Império.[2]

Histórico

O curso normal teve sua origem nas transformações vividas na Europa a partir do século XVIII com o surgimento da revolução industrial e a necessidade de se levar a educação, até então restrita às classes mais abastadas, para todos; diversos movimentos pressionavam para isto, mas foi somente no séxulo seguinte que a iniciativa começou a se concretizar, tendo por base os ideais de pensadores como Jean-Jacques Rousseau, Pestalozzi e o Marquês de Condorcet.[1]

Ainda no século XVIII, em França, ocorre a experiência de Jean-Baptiste de La Salle que criara um seminário para a educação de leigos, a exemplo do que nos outros lugares os jesuítas ministravam aos pobres, desta feita não apenas voltada ao ensino religioso, sendo este considerado um precursor do ensino normal naquele país; La Salle fundou em várias cidades aquilo que denominou "seminários de professores", seguindo sua crítica da formação improvisada do magistério que então ocorria; defendia que o magistério deveria possuir uma cultura enciclopédica e dominar a leitura, gramática, sistema de pesos e medidas, aritmética e canto, e formar os alunos nos âmbitos de dar-lhes bons hábitos morais e intelectuais, além de conhecimentos variados.[1]

La Salle seguia a orientação católica (foi, mais tarde, santificado); no plano da Reforma o pietismo da Alemanha começara a criar os Seminarium praeceptorum (precursora direta das escolas normais teutônicas) e as Realschulen (escolas técnico-científicas); a formação de professores alemães ocorria principalmente na cidade de Jena mas esta, em 1806, foi destruída pelo exército francês de Napoleão Bonaparte, forçando o país a reorganizar o sistema educacional em todo o país — o que se deu com o privilégio na formação dos professores.[1]

A partir dos ideais da Revolução Francesa se transferiu ao estado o papel de ministrar o ensino público, que até então ficava ao cargo de instituições religiosas; a pressão que a Igreja exercia, contudo, limitava que professores se habilitassem a participar das escolas normais, temendo represálias católicas; a diminuição de poder do clero, com a Revolução, contudo, e a premente necessidade de formação de professores laicos como o movimento necessitava, levou à instalação em janeiro de 1795 da Escola Normal de Paris, criada no ano anterior.[1]

Referências

  1. a b c d e Marlete dos Anjos Silva Schaffrath. «Escola Normal: o projeto das elites brasileiras para a formação de professores» (PDF). FAP/PR. Consultado em 23 de março de 2017. Cópia arquivada em 23 de março de 2017 
  2. Marlete dos Anjos Silva Schaffrath. «Escola Normal no Brasil». Unicamp. Consultado em 23 de março de 2017. Cópia arquivada em 28 de junho de 2013 

Bibliografia

  • TANURI, L. M. Contribuição para o estudo da Escola Normal no Brasil. Pesquisa e planejamento. São Paulo, v.13, dez.1970, p. 7-98.;
  • VILLELA, H. O. S. . A primeira Escola Normal do Brasil. In: Clarice Nunes. (Org.). O passado sempre presente. São Paulo: Cortez, 1992, v. , p. 17-42.