Xenodóquio: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
nova página: thumb|[[Soldo (moeda)|Soldo de Justiniano {{nwrap|r.|527|565}}]] Imagem:Romanus I with Constantine VII, solidus.jpg|thumb|S...
 
Linha 4: Linha 4:
'''Xenodóquio''' ({{langx|la|''xenodochium''}}; {{langx|el|ξενοδοχειον||''xenodocheion''}}) foi um [[hospício]] para viajantes, pobres e doentes. Diferente de [[pandóquio]]s e [[mitato]]s nos quais o uso era pago, eram instituições filantrópicas calcadas no hospitalidade [[cristianismo|cristão]], nas quais comida e alojamento eram gratuitos. No [[Império Romano Tardio]] (séculos III-V), o termo foi usado indistintamente com [[xeno]] para indicar hospícios para doentes e necessitados, pois já que os pobres comumente estavam doentes, forneciam alojamentos e auxílio médico. A partir do {{séc|VI}}, xeno definia instituições focadas no tratamento dos doentes, mas no {{séc|XI}} havia um xenodóquio monástico que abrigava estrangeiros e doentes.{{sfn|name=Ka2208|Kazhdan|1991|p=2208}}
'''Xenodóquio''' ({{langx|la|''xenodochium''}}; {{langx|el|ξενοδοχειον||''xenodocheion''}}) foi um [[hospício]] para viajantes, pobres e doentes. Diferente de [[pandóquio]]s e [[mitato]]s nos quais o uso era pago, eram instituições filantrópicas calcadas no hospitalidade [[cristianismo|cristão]], nas quais comida e alojamento eram gratuitos. No [[Império Romano Tardio]] (séculos III-V), o termo foi usado indistintamente com [[xeno]] para indicar hospícios para doentes e necessitados, pois já que os pobres comumente estavam doentes, forneciam alojamentos e auxílio médico. A partir do {{séc|VI}}, xeno definia instituições focadas no tratamento dos doentes, mas no {{séc|XI}} havia um xenodóquio monástico que abrigava estrangeiros e doentes.{{sfn|name=Ka2208|Kazhdan|1991|p=2208}}


Xenodóquios e xenos foram fundados por particulares, o Estado e entidades clericais e foram ajudadas por receitas estatais. [[Justiniano]] {{nwrap|r.|527|565}} e [[Teodora (esposa de Justiniano)|Teodora]] {{nwrap|r.|527|548}} construíram um xeno a viajantes que não podiam pagar por quartos, enquanto {{lknb|Romano|I Lecapeno}} {{nwrap|r.|920|944}} estabeleceu o Xenodóquio de Mauriano a visitantes que ficaram muitos dias em [[Constantinopla]] a negócios ou por litígio e no qual havia estábulos e os visitantes recebiam roupas e comida. No campo e nas cidades, comumente estiveram ligados a mosteiros. No xenodóquio do Mosteiro de São Lázaro no monte Galésio, por exemplo, os visitantes podiam ficar o quanto quisessem, o que trouxe problemas aos monges que precisaram limitar interinamente as estadias a três dias. Há pouca evidência de xenodóquios sob a [[dinastia paleóloga]] {{nwrap||1259|1453}}; ; há um citado num ''praktikon'' de 1339 ou 1342 e outro num cartucho de 1335.<ref name=Ka2208 />
Xenodóquios e xenos eram fundados por particulares, o Estado e entidades clericais e foram ajudadas por receitas estatais; os estatais estavam integrados no sistema administrativo e eram geridos pelos [[xenódoco]]s, que ocupavam alta posição na burocracia. O [[imperador bizantino|imperador]] [[Justiniano]] {{nwrap|r.|527|565}} e [[Teodora (esposa de Justiniano)|Teodora]] {{nwrap|r.|527|548}} construíram um xeno a viajantes que não podiam pagar por quartos, enquanto {{lknb|Romano|I|Lecapeno}} {{nwrap|r.|920|944}} estabeleceu o Xenodóquio de Mauriano (''Xenodocheion tou Marianou'') a visitantes que ficaram muitos dias em [[Constantinopla|capital]] por razão de negócios ou litígio e no qual havia estábulos e os visitantes recebiam roupas e comida.<ref name=Ka2208 />


No {{séc|IX}}, surgiu um xenodóquio imperial em [[Nicomédia]].{{sfn|Foss|1991|p=1483}} Há pouca evidência deles sob os [[dinastia paleóloga|Paleólogos]] {{nwrap||1259|1453}}; há um citado num ''praktikon'' de 1339 ou 1342 e outro num cartucho de 1335. No campo e nas cidades, comumente estiveram ligados a mosteiros. No xenodóquio do Mosteiro de São Lázaro no monte Galésio, por exemplo, os visitantes podiam ficar o quanto quisessem, o que trouxe problemas aos monges que precisaram limitar interinamente as estadias a três dias. <ref name=Ka2208 />
{{referências}}

{{referências|col=2}}


== Bibliografia ==
== Bibliografia ==


{{InícioRef|2}}
* {{Citar livro|sobrenome=Kazhdan|nome=Alexander|editor=[[Alexander Kazhdan|Kazhdan, Alexander]]|título=The Oxford Dictionary of Byzantium|ano=1991| editora =Imprensa da Universidade de Oxônia|local=Nova Iorque e Oxônia|capítulo=Xenodocheion|isbn=0-19-504652-8|ref=harv}}

* {{Citar livro|sobrenome=Foss|nome=Clive F. W.|editor=[[Alexander Kazhdan|Kazhdan, Alexander]]|título=The Oxford Dictionary of Byzantium|ano=1991|editora =Imprensa da Universidade de Oxônia|local=Nova Iorque e Oxônia|capítulo=Nikomedeia|isbn=0-19-504652-8|ref=harv}}

* {{Citar livro|sobrenome=Kazhdan|nome=Alexander|editor=[[Alexander Kazhdan|Kazhdan, Alexander]]|título=The Oxford Dictionary of Byzantium|editora=Imprensa da Universidade de Oxônia|local=Nova Iorque e Oxônia|ano=1991|capítulo=Xenodocheion|isbn=0-19-504652-8|ref=harv}}

{{-fim}}


[[Categoria:Hospitais]]
[[Categoria:Hospitais]]

Revisão das 07h12min de 19 de novembro de 2019

Soldo de Justiniano (r. 527–565)
Soldo de Romano I (r. 920–944) e Constantino VII (r. 913–959)

Xenodóquio (em latim: xenodochium; em grego: ξενοδοχειον; romaniz.:xenodocheion) foi um hospício para viajantes, pobres e doentes. Diferente de pandóquios e mitatos nos quais o uso era pago, eram instituições filantrópicas calcadas no hospitalidade cristão, nas quais comida e alojamento eram gratuitos. No Império Romano Tardio (séculos III-V), o termo foi usado indistintamente com xeno para indicar hospícios para doentes e necessitados, pois já que os pobres comumente estavam doentes, forneciam alojamentos e auxílio médico. A partir do século VI, xeno definia instituições focadas no tratamento dos doentes, mas no século XI havia um xenodóquio monástico que abrigava estrangeiros e doentes.[1]

Xenodóquios e xenos eram fundados por particulares, o Estado e entidades clericais e foram ajudadas por receitas estatais; os estatais estavam integrados no sistema administrativo e eram geridos pelos xenódocos, que ocupavam alta posição na burocracia. O imperador Justiniano (r. 527–565) e Teodora (r. 527–548) construíram um xeno a viajantes que não podiam pagar por quartos, enquanto Romano I (r. 920–944) estabeleceu o Xenodóquio de Mauriano (Xenodocheion tou Marianou) a visitantes que ficaram muitos dias em capital por razão de negócios ou litígio e no qual havia estábulos e os visitantes recebiam roupas e comida.[1]

No século IX, surgiu um xenodóquio imperial em Nicomédia.[2] Há pouca evidência deles sob os Paleólogos (1259–1453); há um citado num praktikon de 1339 ou 1342 e outro num cartucho de 1335. No campo e nas cidades, comumente estiveram ligados a mosteiros. No xenodóquio do Mosteiro de São Lázaro no monte Galésio, por exemplo, os visitantes podiam ficar o quanto quisessem, o que trouxe problemas aos monges que precisaram limitar interinamente as estadias a três dias. [1]

Referências

  1. a b c Kazhdan 1991, p. 2208.
  2. Foss 1991, p. 1483.

Bibliografia

  • Foss, Clive F. W. (1991). «Nikomedeia». In: Kazhdan, Alexander. The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxônia: Imprensa da Universidade de Oxônia. ISBN 0-19-504652-8 
  • Kazhdan, Alexander (1991). «Xenodocheion». In: Kazhdan, Alexander. The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxônia: Imprensa da Universidade de Oxônia. ISBN 0-19-504652-8