Cervejaria Backer: diferenças entre revisões

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* Homem de 89 anos. Não teve a identidade revelada. Morte confirmada pela SES nesta quinta-feira (16) por suspeita de síndrome nefroneural
* Homem de 89 anos. Não teve a identidade revelada. Morte confirmada pela SES nesta quinta-feira (16) por suspeita de síndrome nefroneural
* Mulher de 60 anos. Não teve a identidade revelada. A morte havia sido notificada pela Secretaria Municipal de Saúde de Pompéu, mas só foi confirmada pela SES nesta quinta-feira (16) por suspeita de síndrome nefroneural.
* Mulher de 60 anos. Não teve a identidade revelada. A morte havia sido notificada pela Secretaria Municipal de Saúde de Pompéu, mas só foi confirmada pela SES nesta quinta-feira (16) por suspeita de síndrome nefroneural.
*João Roberto Borges, de 74 anos, estava internado no Hospital Madre Teresa e era juiz titular da 28ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte. Segundo a polícia, o dietilenoglicol foi encontrado no sangue de uma das vítimas.


=== Posição da empresa ===
=== Posição da empresa ===

Revisão das 17h18min de 3 de fevereiro de 2020

Cervejaria Backer
Cervejaria Backer
Entrada da fábrica da Backer
Slogan De Minas para o mundo
Atividade Bebidas
Fundação 1999 (25 anos)
Fundador(es) Halim Lebbos
Munir Lebbos
Sede Belo Horizonte, Minas Gerais,  Brasil
Pessoas-chave Ana Paula Lebbos, Halim Lebbos e Munir Lebbos.
Produtos Cervejas e bebidas destiladas.
Website oficial [1]

A Cervejaria Backer é uma empresa brasileira dedicada à produção de bebidas, entre as quais cervejas e bebidas destiladas.

Tornou-se famosa no Brasil em janeiro de 2020, quando pessoas faleceram e foram internadas em estado grave após consumirem cervejas da marca, especialmente com os rótulos Belorizontina e Capixaba. Investigações posteriores indicaram que vários lotes de outros tipos de cervejas da marca estavam contaminados com monoetilenoglicol e dietilenoglicol, duas substâncias tóxicas.

História

Situada no bairro Olhos D’água, na Região Oeste de Belo Horizonte, foi fundada em 1999 e está registrada em cartório como a primeira cerveja artesanal de Minas Gerais. É uma empresa familiar que nasceu da iniciativa dos irmãos Halim e Munir Lebbos para suprir uma grande demanda de cervejas especiais no Brasil. "Uma das cervejarias artesanais mais promissoras do País", escreveu a revista Isto É em 16 de janeiro, que adicionou que quando ela foi fundada, "o mercado dominado por grandes companhias observava o surgimento de uma demanda por cervejas especiais".[1][2]

A cerveja mais vendida, a Belorizontina, foi criada em dezembro de 2017 para homenagear os 120 anos da capital mineira. "Virou o carro-chefe entre os 21 rótulos da Backer por agradar ao paladar dos brasileiros", escreveu a Isto É também, acrescentando que, dos 70 tanques da fábrica da Backer, 20 haviam sido adquiridos entre 2018 e 2019.

Contaminação com dietilenoglicol

Belorizontina, uma das cervejas fabricadas pela cervejaria Bäcker contaminadas por dietilenoglicol.

Entre os dias 27 de dezembro de 2019 e 05 de janeiro de 2020, após a entrada em hospitais de 8 pessoas com sintomas de intoxicação, começaram a circular, nas redes sociais, as primeiras informações sobre o assunto. "Uma doença misteriosa, que assombra o estado", escreveu o Correio Braziliense no dia 08 de janeiro. Já o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Minas) havia recebido a primeira notificação no dia 30 de dezembro, conforme nota oficial. "Diversas hipóteses sobre a provável origem dos casos de 'síndrome nefroneural' estão circulando pelas redes sociais. A SES-MG esclarece, no entanto, que nenhuma dessas foi comprovada pelas investigações", dizia a nota. [3][4]

Na segunda-feira, dia 06, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs-Minas) anunciou em nota a internação de ao menos sete pacientes de Minas Gerais e uma força-tarefa foi montada. Os sintomas apresentados pelas pessoas internadas eram: dor abdominal, náuseas, vômitos, insuficiência renal aguda de rápida evolução (até 72 horas) e alterações neurológicas centrais e periféricas.[5][6]

Foi após a morte do primeiro paciente, Paschoal Dermatini Filho, em 07 de janeiro, que a filha deste, Camila, que é farmacêutica, começou a investigar o assunto. Ela entrou em contato com os familiares de pessoas internadas com sintomas parecidos ao da doença do pai e chegou à substância tóxica: dietilenoglicol. Em 19 de janeiro, Camila falou ao Fantástico da Globo: "pesquisando esses casos clínicos é que a gente achou que o que tinha causado essa sintomatologia neles era o dietilenoglicol”. Segundo o Fantástico também, um dos médicos disse: "o que ajudou muito o nosso trabalho foi a investigação epidemiológica feitas pelas famílias, que chegaram e foram enfáticas em falar que todos usaram a mesma cerveja”. O programa também enfatizou: "quando a Camila foi à delegacia pela primeira vez, já trouxe as informações que tinha apurado. E isso acabou sendo fundamental: foi o ponto de partida da investigação". [7]

As primeiras investigações feitas pela Polícia Civil do Estado de Minas Gerais apontaram que todas as pessoas intoxicadas haviam passado as festividades na região do bairro Buritis, em Belo Horizonte, e, aparentemente, consumido a cerveja Belorizontina, produzida pela Backer.

No dia 09, a Polícia visitou a cervejaria e, horas depois, numa coletiva de imprensa, anunciou a presença da substância tóxica dietilenoglicol em duas amostras da cerveja Belorizontina. A empresa foi interditada e as vendas foram suspensas no dia 10.[8][6]

No dia 15, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou que o dietilenoglicol havia sido encontrado na água usada na fabricação da cerveja, sendo que dias antes a Polícia Civil havia encontrado a substância também em um dos tanques de fermentação. Ao mesmo tempo, a Backer apresentava à Justiça um vídeo com um suposto indício de sabotagem nos barris de monoetilenoglicol, substância usada em serpentinas de resfriamento da cervejaria.[9]

No dia 16, a Polícia Civil fez busca e apreensão na distribuidora Imperquímica, que fornecia o monoetilenoglicol para a Backer. A Imperquímica foi fechada pela vigilância sanitária de Contagem no dia 17, por não ter alvará para comercializar o monodietilenoglicol fracionado.[9]

No dia 21, o número de casos de pessoas possivelmente intoxicadas subiu para 22.[10]

No dia 22, a número de lotes contaminados ou com suspeita de contaminação subiu para oitenta e dois (82), incluindo os rótulos Backer D2, Backer Pilsen, Backer Trigo, Belorizontina, Brown, Capitão Senra, Capixaba, Corleone, Fargo 46 e Pele Vermelha.[11]

As investigações

Em 12 de janeiro, O Globo escreveu que a Polícia não descartava nenhuma possibilidade, inclusive a de sabotagem. Já a revista Isto É escreveu no dia 17 de janeiro "A mineira Backer, uma das principais protagonistas da ascensão das cervejas especiais do País, está no centro de uma investigação policial deflagrada pela morte e contaminação de consumidores – em uma trama que levanta suspeitas sobre funcionários e concorrentes".[12][2]

Segundo a Isto É também, no Ministério da Agricultura as principais linhas de investigação eram o vazamento do tanque, a utilização incorreta do dietilenoglicol e mesmo a sabotagem, enquanto o delegado Flávio Grossi teria dito: "acreditamos que houve crime, por isso instauramos um inquérito policial”.[2]

Técnicos em Química falaram para a imprensa que o monodietilenoglicol pode se transformar em dietilenoglicol a partir de uma reação química. "Uma das suspeitas é que tenha havido um vazamento do monoetilenoglicol. Ao entrar em contato com o ambiente ácido da cerveja, a substância pode ter se transformado em dietilenoglicol", escreveu o UOL Notícias em 16 de janeiro.[13]

No dia 21, a imprensa reportou uma "guerra de laudos", já que um especialista contratado pela Backer indicou resultados diferentes do laudo feito pelo Mapa. No entanto, a cervejaria anunciou que o laudo privado servia apenas para ajudar a esclarecer a situação e também admitiu pela primeira vez a "possível contaminação eventual", segundo o jornal Estado de Minas Gerais.[10]

Mortes investigadas

  • Paschoal Dermatini Filho, de 55 anos. Ele estava internado em Juiz de Fora e morreu em 7 de janeiro. A morte por síndrome nefroneural causada por dietilenoglicol foi confirmada
  • Antônio Márcio Quintão de Freitas, de 76 anos. Morreu no Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, por suspeita de síndrome nefroneural
  • Homem de 89 anos. Não teve a identidade revelada. Morte confirmada pela SES nesta quinta-feira (16) por suspeita de síndrome nefroneural
  • Mulher de 60 anos. Não teve a identidade revelada. A morte havia sido notificada pela Secretaria Municipal de Saúde de Pompéu, mas só foi confirmada pela SES nesta quinta-feira (16) por suspeita de síndrome nefroneural.
  • João Roberto Borges, de 74 anos, estava internado no Hospital Madre Teresa e era juiz titular da 28ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte. Segundo a polícia, o dietilenoglicol foi encontrado no sangue de uma das vítimas.

Posição da empresa

Inicialmente, a Backer havia classificado as mensagens nas redes sociais como “mentira”, mas, após o primeiro laudo pericial, informou que os lotes L1 1348 e L2 1348 da cerveja com o rótulo Belorizontina seriam recolhidos e que não deveriam ser consumidos.[8][14]

No dia 10, a empresa foi interditada e num acordo com o Ministério Público de Minas Gerais e o Procon estadual, a venda de todas as cervejas foi suspensa.[9]

Dias depois, a Backer apresentou à Justiça um vídeo com um suposto indício de sabotagem nos barris de monoetilenoglicol, substância usada em serpentinas de resfriamento da cervejaria.[9]

A Backer nega que use o dietilenoglicol no processo de fabricação e a diretora da empresa anunciou que não sabe o que está acontecendo, mas que ninguém deve consumir as cervejas da marca.[15]

No website, a empresa postou um comunicado oficial: "Nesse momento, a Backer mantém o foco nos pacientes e em seus familiares. A empresa prestará o suporte necessário, mesmo antes de qualquer conclusão sobre o episódio. Desde já se coloca à disposição para o que eles precisarem. A cervejaria informa que continua colaborando, sem restrições, com as investigações. A empresa segue apurando internamente o que poderia ter ocorrido com os lotes de cerveja apontados pela Polícia. A Backer adianta que, na semana passada, solicitou uma perícia independente e aguarda os resultados. Reitera que, em seu processo produtivo, utiliza, exclusivamente, o agente monoetilenoglicol."

No dia 21 de janeiro, a cervejaria, com base na "perícia independente", chegou a contestar o laudo do Mapa, mas admitiu pela primeira vez uma "possível contaminação eventual", segundo o jornal Estado de Minas Gerais.[10]

Referências

  1. «Backer | Página 2 | Estrada do Malte». www.estradadomalte.com.br. Consultado em 16 de janeiro de 2020 
  2. a b c «Acidente ou sabotagem?». ISTOÉ DINHEIRO. 17 de janeiro de 2020. Consultado em 19 de janeiro de 2020 
  3. Braziliense, Correio; Braziliense, Correio (8 de janeiro de 2020). «Morre paciente que estava internado com doença misteriosa em Minas Gerais». Correio Braziliense. Consultado em 18 de janeiro de 2020 
  4. «Investigação dos casos de insuficiência renal e alterações neurológicas (SES-MG, 08/01) | Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais - SES». www.saude.mg.gov.br. Consultado em 9 de janeiro de 2020 
  5. Braziliense, Correio; Braziliense, Correio (7 de janeiro de 2020). «Doença misteriosa atinge ao menos sete homens em Minas Gerais». Correio Braziliense. Consultado em 18 de janeiro de 2020 
  6. a b Braziliense, Correio; Braziliense, Correio (9 de janeiro de 2020). «Cerveja suspeita de causar doença misteriosa em MG está contaminada». Correio Braziliense. Consultado em 18 de janeiro de 2020 
  7. «Contaminação da cerveja: Fantástico entra na Backer, responsável pela fabricação da bebida». G1. Consultado em 22 de janeiro de 2020 
  8. a b Braziliense, Correio; Braziliense, Correio (9 de janeiro de 2020). «Polícia vai à sede de cervejaria para investigar casos de doença misteriosa». Correio Braziliense. Consultado em 18 de janeiro de 2020 
  9. a b c d «O que se sabe sobre investigação relativa à Backer e síndrome que afetou 19 pessoas em MG». G1. Consultado em 18 de janeiro de 2020 
  10. a b c Minas, Estado de; Minas, Estado de (22 de janeiro de 2020). «Cerveja contaminada: em meio a guerra de laudos, sobem para 22 os casos de possível de intoxicação». Estado de Minas. Consultado em 22 de janeiro de 2020 
  11. «Cervejaria Backer anuncia recall de 82 lotes de cerveja». Valor Econômico. Consultado em 22 de janeiro de 2020 
  12. «Polícia Civil de MG não descarta sabotagem de ex-funcionário de cervejaria». O Globo. 12 de janeiro de 2020. Consultado em 19 de janeiro de 2020 
  13. «Como substância que a Backer diz não usar pode ter contaminado cerveja?». noticias.uol.com.br. Consultado em 19 de janeiro de 2020 
  14. Braziliense, Correio; Braziliense, Correio (10 de janeiro de 2020). «Entenda por que o dietilenoglicol faz parte da produção de cerveja». Correio Braziliense. Consultado em 18 de janeiro de 2020 
  15. «Polícia ouve em BH ex-funcionários da Backer e de distribuidora de insumos em caso envolvendo intoxicação». G1. Consultado em 18 de janeiro de 2020 

Ligações externas