Sete Colinas de Lisboa: diferenças entre revisões
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<p align=justify>Colina de [[Santo André]], conta-se que [[D. Afonso Henriques]] aproveitando as qualidades estratégicas da região e aqui instalou, em [[1147]], as suas tropas para atacarem a cidade, com o terramoto de [[1551]] que fez sair muitos moradores da cidade antiga estes escolheram as colinas da Graça e de Santo André por serem muito altas (na realidade os factos também se referem à colina da Graça que é continua a esta), e na altura menos ocupadas e de "melhores ares", assim, famílias nobres instalam-se na região e adquiram quintas onde construíram casas de campo, mais tarde essas casas dão lugar a grandes palácios que se localizam sobretudo ao longo das calçadas da Graça e Santo André e ainda no Largo da Graça.</p> |
<p align=justify>Colina de [[Santo André]], conta-se que [[D. Afonso Henriques]] aproveitando as qualidades estratégicas da região e aqui instalou, em [[1147]], as suas tropas para atacarem a cidade, com o terramoto de [[1551]] que fez sair muitos moradores da cidade antiga estes escolheram as colinas da Graça e de Santo André por serem muito altas (na realidade os factos também se referem à colina da Graça que é continua a esta), e na altura menos ocupadas e de "melhores ares", assim, famílias nobres instalam-se na região e adquiram quintas onde construíram casas de campo, mais tarde essas casas dão lugar a grandes palácios que se localizam sobretudo ao longo das calçadas da Graça e Santo André e ainda no Largo da Graça.</p> |
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<p align=justify>Colina das Chagas cujo nome lhe é atribuída por causa da Igreja que nele edificaram os marinheiros da rota da Índia em louvor às Chagas de Cristo, corresponde actualmente á área que se situa o Largo do Carmo e área envolvente.</p> |
<p align=justify>Colina das Chagas cujo nome lhe é atribuída por causa da Igreja que nele edificaram os marinheiros da [[Descoberta do caminho marítimo para a Índia| rota da Índia]] em louvor às Chagas de Cristo, corresponde actualmente á área que se situa o Largo do Carmo e área envolvente.</p> |
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<p align=justify>Colina de [[Catarina de Alexandria| Santa Catarina do Monte Sinai]] que vai actualmente do Largo [[Luis Vaz de Camões| Camões]] até á Calçada do Combro.</p> |
Revisão das 01h24min de 11 de setembro de 2007
Diz a lenda popular e romântica que a cidade de Lisboa foi fundada tal como Roma numa povoação rodeada de sete colinas.
Citação Histórica
A citação referente ás sete colinas de Lisboa aparece pela primeira vez no Livro das Grandezas de Lisboa, de Frei Nicolau de Oliveira no século XVII: as sete colinas sobre as quais estava assente Lisboa: Castelo, São Vicente, São Roque, Santo André, Santa Catarina, Chagas e Sant'Ana .
A referência às sete colinas no contexto histórico também é citada por outros autores dos séculos XVII e XVIII.
Proveniência lendária e factos
A ideia destas presumíveis sete colinas poderia advir dos Romanos, que viam em Felicitas Julia ou Olisipo uma estrutura geográfica semelhante à da capital do império Romano, a lenda refere que Roma quando foi fundada era rodeada por Sete Colinas, a saber: Campidoglio, Quirinale, Viminale, Esquilino, Celio, Aventino e Palatino.
Mas independentemente desta proveniência lendária popular foi Frei Nicolau de Oliveira como já referimos empenhado em arranjar um paralelo apressado com a cidade de Roma que as referiu pela primeira vez no século XVII.
O curioso deste caso é que nem Roma nem Lisboa se erguem ou ergueram sobre sete colinas, mas sim sobre bastantes mais, embora o actual emaranhado de edifícios o torne difícil de perceber.
Desde as suas origens e enquanto foi moura, Lisboa só ocupou uma colina, a de São Jorge, aquela que é encimada actualmente pelo Castelo com o mesmo nome.
Com o crescimento urbano, estendeu-se a outras elevações e, no século XVI, Damião de Góis já a descrevia espalhada por cinco colinas: Esperança, São Roque, Sant'Ana, Senhora do Monte (ou Santa Catarina do Monte Sínai) e Castelo (ou São Jorge).
Hoje naturalmente que a cidade ocupa muitas mais e nem aquelas na altura eram bem sete, por exemplo, a colina da Graça foi esquecida por Frei Nicolau, uma vez que chegando a Lisboa pelo mar, é encoberta pela do Castelo, com essa daria oito colinas mas a mesma impossibilitava a imitação ou a similaridade com Roma e era mais conveniente imitá-la.
Outro facto é que as Colinas de Santa Catarina do Monte Sinai e Chagas, até 1597, tratavam-se de apenas um monte, o chamado Pico de Belveder, que até tinha uma célebre povoação, que mais tarde foi inserida na malha urbana de Lisboa, mas nesse ano verificou-se uma derrocada de terras devido ao terramoto desse ano, que cavou a depressão e onde hoje se estende o Elevador da Bica, dando origem no vale à urbanização da Bica, criando-se assim as duas colinas actuais, sem este acidente, vinte e três anos depois Frei Nicolau teria tido algumas dificuldades em encontrar sete colinas viziveis do estuário do Tejo.
Descrição das colinas
Colina de São Jorge, também chamada do Castelo, é a colina mais alta das sete (na realidade a colina da Graça que é continua a esta que é a mais alta colina de Lisboa, mas foi como vimos esquecida pelo autor desta lenda) e é onde fica o actual Castelo de São Jorge e onde se pensa que apareceu o primeiro povoado que deu origem a Lisboa, nesta colina e por baixo do Castelo apareceram vestigios do Oppidum Romano (sendo por esse motivo a parte central do antigo Municipium Romano), sabe-se que o Alcácer árabe estava aí instalado e foi aí que se construiu o Castelo (de São Jorge) do tempo dos Cristãos que ainda hoje existe. A sua área geográfica abrange actualmente os bairros da Mouraria, do Castelo e parte do de Alfama (sudeste).
Colina de São Vicente onde fica o actual Bairro de Alfama e o Convento de São Vicente de Fora.
Colina de Sant'Ana, onde ficava o Mosteiro das freiras Dominicanas de Nossa Senhora da Anunciada, o nome destas passou ao local e à rua que junto dele seguia estas instalaram-se no local em 1539 depois dos frades Agostinhos o cederem por troca às freiras que se transferiram para este local da sua primitiva fundação na Costa do Castelo, local onde agora fica o Largo da Anunciada, mesmo no topo da colina. Esta Colina localiza-se a Oeste do Castelo de São Jorge, tendo constituído um esporão entre a Ribeira de Valverde a poente e a Ribeira de Arroios a nascente, que na sua confluência o delimitavam a Sul, equivalendo grosso modo à área actualmente definida pela Rua de São José/Rua das Portas de Sant’Antão, Rua da Palma/Largo do Martim Moniz e Praça da Figueira.
Colina de Santo André, conta-se que D. Afonso Henriques aproveitando as qualidades estratégicas da região e aqui instalou, em 1147, as suas tropas para atacarem a cidade, com o terramoto de 1551 que fez sair muitos moradores da cidade antiga estes escolheram as colinas da Graça e de Santo André por serem muito altas (na realidade os factos também se referem à colina da Graça que é continua a esta), e na altura menos ocupadas e de "melhores ares", assim, famílias nobres instalam-se na região e adquiram quintas onde construíram casas de campo, mais tarde essas casas dão lugar a grandes palácios que se localizam sobretudo ao longo das calçadas da Graça e Santo André e ainda no Largo da Graça.
Colina das Chagas cujo nome lhe é atribuída por causa da Igreja que nele edificaram os marinheiros da rota da Índia em louvor às Chagas de Cristo, corresponde actualmente á área que se situa o Largo do Carmo e área envolvente.
Colina de Santa Catarina do Monte Sinai que vai actualmente do Largo Camões até á Calçada do Combro.
Colina de São Roque também confundida por uns como a colina de São Pedro de Alcântara tal nunca existiu, nesta situa-se o Miradouro de São Pedro de Alcântara e nesta está situado actualmente o Bairro Alto.
Ver Também
Ligações Externas
Junta de Freguesia de São José
Bibliografia
Junta de Freguesia da Graça - História da Freguesia
Junta de Freguesia de São José - História de São José
Lisbon Walker| Passeios a pé por Lisboa