Estimulação elétrica funcional

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A estimulação elétrica funcional (FES) é uma corrente alternada de baixa frequência, tipo excito motor que provoca contração muscular utilizada em terapias específicas por profissionais da fisioterapia e estética através de eletrodos sobre a pele do paciente.

Princípio do aparelho[editar | editar código-fonte]

A FES é uma das correntes que fazem parte do grupo conhecido como estimulação elétrica neuromuscular (EENM) - corrente russa, FES, corrente Aussie, que usam as correntes elétricas para provocar contrações musculares através dos eletrodos[1]. E o termo FES é usado na literatura e na prática clínica quando se quer produzir movimento funcional.[2] A corrente gera pulsos elétricos, bifásicos, não polarizados, que variam geralmente na frequência, na configuração do pulso, simetria ou assimetria e nas modulações[3] e possui alta resistência do tecido e uma baixa profundidade de penetração devido a sua baixa frequência.[4] Há controvérsias em relação ao que seria definido como baixa, media e alta frequência.[3]

Parâmetros bioelétricos[editar | editar código-fonte]

Usa-se alguns parâmetros básicos para regular o seu uso de forma satisfatória, a saber:[5]

  • Frequência - É o número de pulsos por segundo, expressos em Hertz (Hz);
  • Trem de Pulso ou Intensidade - É a sequência de estímulos que se constitui na escolha da saída de corrente (quantidade de fluxo de elétrons) em miliamperes;[6]
  • Duração (largura) de pulso - Tempo em que a corrente permanece na pele do paciente;
  • Rise (Rampa de Subida de Pulso - Regula a velocidade de contração;
  • Decay (Rampa de Descida do Pulso) - O tempo de descida regula a velocidade com que a contração diminui, ou seja, o tempo desde a contração máxima até o relaxamento muscular

Efeitos clínicos[editar | editar código-fonte]

Com a chamada prática baseada em evidências, houve um aumento no número de pesquisas com relação a FES e as diversas patologia que acometem o ser humano. É conhecido os benefícios da corrente na melhora da marcha de pacientes hemipareticos,[7][8][9] assim como de pacientes neurológicos em geral (paralisia facial ou paralisia de Bell, Paralisia cerebral, Doença de Parkinson).[5]

Tem contra indicações para pacientes com marca passo, doenças vasculares periféricas, tecido neoplástico, seio carotídeo e nervo frênico, gestantes, pacientes com baixo entendimento e neuropatias periféricas.

Referências

  1. «Uso da eletroestimulação neuromuscular em Fisioterapia». Consultado em 2 de maio de 2018 
  2. Kitchen, Sheila (2003). Eletroterapia Básica - Prática Baseada em Evidência 11ª ed. [S.l.]: Manole. pp. 483–484. ISBN 8520414532 
  3. a b PIRES, K. F (2004). «Análise dos efeitos de diferentes protocolos de eletroestimulação neuromuscular através da freqüência mediana». R. bras. Ci e Mov. V.12 (n.2) 
  4. Sarmento, George Jerre Vieira (2011). Tratado de Fisioterapia Hospitalar - Assistência Integral Ao Paciente. [S.l.]: Atheneu. pp. 334–335. ISBN 9788538802181 
  5. a b Santos, Leonardo Sapucaia Tosta. «Uso da Estimulação Elétrica Funcional –FES em pacientes neurológicos». Revista daFaculdade Estácio Feira de Santana 
  6. Borges, Fábio dos Santos (2007). «Parâmetros de modulação na eletroestimulação neuromuscular utilizando corrente russa». Revista Fisioterapia Ser. v.2 (n.1) 
  7. SCHUSTER, Rodrigo Costa; SANT, Cíntia Ribeiro de; DALBOSCO, Vania (2007). «Efeitos da estimulação elétrica funcional (FES) sobre o padrão de marcha de um paciente hemiparético». Revista Acta Fisiátrica. v. 14 (n. 2). Consultado em 3 de maio de 2018 
  8. Nunes, Ligia Christina Borsato Guimarães. «EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR NO MÚSCULO TIBIAL ANTERIOR DE PACIENTES HEMIPARÉTICOS ESPÁSTICOS». repositorio unicamp 
  9. Martins, F.L.M (2004). «Eficácia da eletroestimulação funcional na amplitude de movimento de dorsiflexão de hemiparéticos». REVISTA NEUROCIÊNCIAS. v. 12 (n. 2) 


Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BISSCHOP, Guy de; BISSCHOP, Éric de; COMMANDRÉ, Francisque. Eletrofisioterapia. São Paulo: Santos Ed., 2001. 194p.
  • KITCHEN, Sheila; BAZIN, Sarah. Eletroterapia: prática baseada em evidências. São Paulo: Manole, 2003. 348p.
  • LOW, John; REED, Ann. Eletroterapia explicada: princípios e prática. São Paulo: Manole, 2001.
  • ABREU, Tatiana; DUARTE, Patricia; EDUARDA, Paulo; KIKUTI, Cleber. Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea - TENS. Disponível em <wgate.com.br>. Acesso em 19 de março de 2009.