Fire Island Pines, Nova Iorque

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Fire Island Pines
A marina, vista das lojas do lado oeste.
A marina, vista das lojas do lado oeste.
A marina, vista das lojas do lado oeste.
Localização
País Estados Unidos da América
Características geográficas
População total (2004) 12 (sazonal: 2 500 a 3 000) hab.

Fire Island Pines (muitas vezes referido como The Pines, ou simplesmente Pines ou FIP ) é uma povoação do condado de Suffolk, Nova Iorque, Estados Unidos, localizada em Fire Island, uma ilha barreira na zona sul de Long Island.

Fire Island Pines e Cherry Grove são as áreas mais fortemente associadas à comunidade gay em Fire Island.[1] A ilha tem sido referida como a primeira cidade gay e lésbica da América[2] e serviu desde as décadas de 1920 e 1930 como um refúgio para turistas e outros que procuravam o ambiente mais liberal dos residentes na ilha.[3]

The Pines, que é a zona residencial mais cara de Fire Island, tem aproximadamente 600 habitações e um condomínio de 100 unidades, e possui dois terços das piscinas de toda a ilha.[4] A sua população é muito sazonal. Em 2004, apenas 12 pessoas listaram The Pines como a residência habitual, ao passo que no verão o número de habitantes pode variar entre os 2500 e os 3000.[5]

Todas as deslocações e transporte são pedestres, em passadiços sobre a areia. Para carregar malas e mantimentos, utilizam-se carrinhos de mão.

História[editar | editar código-fonte]

O caminho Judy Garland, une as comunidades de Cherry Grove e Fire Island Pines

O nome de Fire Island Pines tem origem nos pinheiros da região, que, segundo a lenda, começaram a crescer depois do naufrágio na sua costa de um navio carregado com árvores de Natal e azevinho, no final do século XIX.[6]

Inicialmente, The Pines tinha apenas uma estação da Guarda Costeira, construída em 1876, conhecida como Lone Hill Saving Station. A área foi adquirida pela Home Guardian Company em 1924. Como não foram levantadas mais construções, a zona tornou-se popular como praia de nudismo,[7] e os frequentadores acabaram por erguer construções temporárias.[8] O "porto" é a zona onde se localizam todos os edifícios comerciais, incluindo uma marina e a doca para o ferry-boat de passageiros de Sayville e operações de carga e descarga.

Incêndio[editar | editar código-fonte]

Em 14 de novembro de 2011, um grande incêndio destruiu o Pavilhão, um edifício de 1980, incluindo os estabelecimentos comerciais. Quarenta e três corporações de bombeiros de Long Island, com 400 bombeiros, estiveram envolvidas na extinção do incêndio. [9]

Vida em The Pines[editar | editar código-fonte]

Um ferry com drag queens durante a Invasão de The Pines chega ao porto
Vista da Marina Fire Island Pines a partir de um bar próximo

Embora toda a ilha de Fire Island tenha apenas uma população oficial de 310 pessoas, o número de residentes de verão é muito maior, especialmente nos fins de semana. Em The Pines, as grandes moradias são partilhadas no verão e a população é formada principalmente por homens gays com entre 20 a 50 anos de idade. É carinhosamente conhecida como "Chelsea nas dunas", uma referência a um dos bairros mais gay de Manhattan.

Todos os anos, durante a temporada de verão, ocorrem diversas festas e eventos de angariação de fundos de grande projeção, entre os quais se incluem o festival de dança Fire Island Dance Festival, e as festas The Invasion, Pines Party e Ascension. O Fire Island Dance Festival é produzido pela organização Dancers Responding to AIDS, um programa da Broadway Cares / Equity Fights AIDS.

A Invasion of the Pines ("Invasão de The Pines") é um desfile de drag queens realizado todos os anos no dia 4 de julho, para comemorar a época em que Whyte, um dos maiores proprietários de The Pines, se recusou a prestar serviços a Terry Warren, uma drag queen. Depois de se passearem por The Pines, as drag queens proclamam a vitória e retornam a Cherry Grove.

A Pines Party, um festival de dança que dura a noite toda, é realizado em julho na praia, e é a reencarnação da antiga festa de angariação de fundos "Morning Party", organizada entre 1983 e 1998 pela GMHC.[10] A "Morning Party" tinha-se transformado numa enorme festa, no entanto, o ganhou reputação de ser um local de eleição para o uso recreativo de drogas, o que contradizia a declaração de missão do GMHC, de prevenção do HIV/SIDA. A organização anunciou que deixaria de organizar o evento depois de ter ocorrido uma morte e 21 prisões na festa de 1998.[11][12][13] A festa continuou a ocorrer, com o nome de Pines Party, no último fim de semana de julho. O dinheiro angariado destina-se a organizações menos conhecidas, tais como a Stonewall Community Foundation (que usa o dinheiro para ajudar as pessoas com HIV) e da Fire Island Pines Property Owners Association Charitable Foundation (que usa os fundos para fazer melhorias nas áreas comuns).[14]

Transporte[editar | editar código-fonte]

O acesso a Fire Island Pines faz-se normalmente por barco, com a maioria dos visitantes e residentes a chegarem num ferry-boar com partida de Sayville, onde se pode chegar de comboio vindo de Nova Iorque. Existe um serviço de hidroaviões durante o verão que liga Nova Iorque a The Pines.[15] O serviço foi interrompido após os ataques de 11 de setembro, mas foi retomado em 2015.

Referências

  1. «Fire Island». Equality Archive (em inglês). 27 de outubro de 2015. Consultado em 9 de março de 2017 
  2. Newton, Esther (12 de novembro de 2014). Cherry Grove, Fire Island: sixty years in America's first gay and lesbian town. Durham: [s.n.] ISBN 978-0822377214. OCLC 895230980 
  3. Thomson, T.J. (2018). «From the Closet to the Beach: A Photographer's View of Gay Life on Fire Island From 1975 to 1983» (PDF). Visual Communication Quarterly. 25: 3–15. doi:10.1080/15551393.2017.1343152 
  4. «Fire Island Pines Chamber of Commerce - Retrieved October 31, 2007». Fireislandcc.org. Consultado em 2 de março de 2014 
  5. "Havens: Fire Island Pines, N.Y.", The New York Times, May 14, 2004
  6. «Sites for Houses Are Being Offered In Division of Estate on Fire Island». 26 de outubro de 2009. Consultado em 2 de março de 2014. Cópia arquivada em 26 de outubro de 2009 
  7. Harvey, Dennis (12 de julho de 2004). «When Ocean Meets Sky - Variety - July 12, 2004». Variety. Consultado em 2 de março de 2014 
  8. Ketcham, Diane (1 de agosto de 1993). «At the Pines, Sadness Amid The Splendor - New York Times - August 1, 1993». The New York Times. Fire Island (Ny). Consultado em 2 de março de 2014 
  9. Finn, Robin (15 de novembro de 2011). «On Fire Island, Blaze Destroys Hub of the Gay Social Scene». The New York Times. Consultado em 22 de janeiro de 2015 
  10. «The GMHC Morning Party 1983–1998». Fire Island Pines Historical Preservation Society. Consultado em 23 de dezembro de 2017 
  11. Ramirez, Anthony (24 de agosto de 1997). «Fire Island Party's Morning After». The New York Times. Consultado em 23 de dezembro de 2017 
  12. Capehart, Jonathan (29 de setembro de 1998). «Morning-after mourning; one death and three overdoses lead some to ask if GMHC should scrap its place on the circuit». The Advocate. Consultado em 23 de dezembro de 2017 – via The Free Library 
  13. «Sunset for Morning Party on Fire Island». The Advocate. 2 de fevereiro de 1999. Consultado em 23 de dezembro de 2017 – via The Free Library 
  14. «Pines Party». Consultado em 3 de novembro de 2007. Cópia arquivada em 11 de setembro de 2007 
  15. May, Clifford (1 de julho de 1986). «A quicker (and more costly) way to Fire Island». The New York Times. Consultado em 15 de julho de 2016 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]