Fucus spiralis
Fucus spiralis | |||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||
Fucus spiralis L.[1] |
A Fucus spiralis L. , comummente conhecida como tremoço-do-mar[2], é uma espécie de alga castanha (Phaeophyceae) da família das Fucáceas, com distribuição natural na zona entremarés das costas atlânticas da Europa e América do Norte. É uma macroalga com talos que podem atingir 30 cm de comprimento, formando frondes robustas.[2]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Fucus spiralis é morfologicamente similar às espécies F. vesiculosus e F. serratus, as outras espécies comuns de Fucus das costas da Europa. A espécie é frequentemente confundida com Fucus vesiculosus, uma espécie estreitamente aparentada e com a qual hibridiza.[3]
As frondes de F. spiralis são de cor castanho-esverdeados, com laivos amarelados, crecendo até 30 cm de comprimento[2]. Os talos ramificam-se dicotomicamente de forma ligeiramente irregular na sua parte distal. As frondes ligam-se ao substrato rochoso por um rizóide de forma discóide.[4]
As frondes são constituídas por talos planos, coriáceas, com uma pseudo-nervura central, claramente retorcidas em espiral, sem bordos serrilhados, característica que distingue F. spiralis das espécie morfologicamente similar F. serratus. Não apresente vesículas de gás (aerocistos) o que a distingue de F. vesiculosus.[4][5]
O ciclo de vida da espécie é simples e baseia-se em órgãos reprodutores instalados na parte distal das frondes. Os órgãos reprodutores têm forma arredondada e instalam-se sobre zonas espessadas nos extremos distais dos talos, usualmente em pares. Nos conceptáculos, depois da meiose, são produzidos oogónios e anterídios que são libertados de imediato. A fertilização é externa e o zigoto desenvolve-se directamente num novo indivíduo, ou seja num esporófito diplóide.
Distribuição
[editar | editar código-fonte]É uma espécie comum das costas ocidentais da Europa, desde Portugal Continental[6] à Escandinávia[7], abarcando ainda o Arquipélago dos Açores[8], as Ilhas Canárias, o Norte de África[9] e a costa Leste da América do Norte[10]. As três espécies do género Fucus atrás mencionadas (F. spiralis, F. vesiculosus e F. serratus), em conjunto com Pelvetia canaliculata e Ascophyllum nodosum, são as formas de macroalgas dominantes nas costas rochosas das Ilhas Britânicas.[11][12]
Culinária
[editar | editar código-fonte]O tremoço-do-mar é uma alga comestível e faz parte da gastronomia tradicional dos Açores, sendo considerada um petisco.[13][14]
Com base num estudo, levado a cabo pela Universidade do Porto em 2008, foi determinado que, por cada 100 gramas de tremoços-do-mar secos há um valor médio de lípidos 1,87 gramas.[15]
Referências
- ↑ «Fucus spiralis Linnaeus 1753 - Algaebase :: Listing the World's Algae». www.algaebase.org. Consultado em 27 de novembro de 2021
- ↑ a b c Infopédia. «tremoço-do-mar | Definição ou significado de tremoço-do-mar no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 27 de novembro de 2021
- ↑ «Marine Life Information Network». Consultado em 22 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 2 de abril de 2012
- ↑ a b Newton, L. 1931. A Handbook of the British Seaweeds. British Museum, Natural History, London
- ↑ Taylor,W.R. 1972. Marine Algae of the Northeastern Coast of North America. Ann Arbor, University of Michigan Press
- ↑ Araújo, Rita; Bárbara, Ignacio; Tibaldo, Marta; Berecibar, Estibaliz; Tapia, Pilar Díaz; Pereira, Rui; Santos, Rui; Pinto, Isabel Sousa (1 de fevereiro de 2009). «Checklist of benthic marine algae and cyanobacteria of northern Portugal». De Gruyter. Botânica Marinha (em inglês) (52): 24–46. ISSN 1437-4323. doi:10.1515/BOT.2009.026. Consultado em 27 de novembro de 2021
- ↑ Athanasiadis, Athanasios (1996). Taxonomisk litteratur och biogeografi av skandinaviska rödalger och brunalger. Göteborg: Algologia. p. 1-280. OCLC 186675011
- ↑ Neto, Ana Isabel. «Checklist of the benthic marine macroalgae of the Azores». Universidade dos Açores. Arquipélago. 12A: 15-34
- ↑ Sabri, H.; Cherifi, O.; Maarouf, A.; Bahammou, N.; Boundir, Y. (26 de outubro de 2021). «THE CHECKLIST AND THE ECOLOGICAL INDEX OF THE BROWN SEAWEEDS FROM ESSAOUIRA COASTLINE (MOROCCO)». Journal of Applied Science and Environmental Studies (em inglês) (2): 4–2) (2021) 406–417. ISSN 2605-7565. doi:10.48393/IMIST.PRSM/jases-v4i2.26536. Consultado em 27 de novembro de 2021
- ↑ Taylor, William Randolph; Rao, Qinzhi (1957). Marine algae of the northeastern coast of North America (em inglês). Ann Arbor: University of Michigan Press. OCLC 312664
- ↑ Lewis, J.R. 1964. The Ecology of Rocky Shores. The English Universities Press.
- ↑ Hardy, G. and Guiry, M.D. 2006. A Check-list and Atlas of the Seaweeds of Britain and Ireland. British Phycological Society
- ↑ «Ficogastronomia é a arte de cozinhar as algas marinhas». Consultado em 27 de novembro de 2021
- ↑ Ferreira Patarra, Ana Rita (2008). Pesquisa de ácidos gordos em macroalgas marinhas do litoral dos Açores (PDF). Porto: Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. p. 30; 57. 75 páginas
- ↑ Ferreira Patarra, Ana Rita (2008). Pesquisa de ácidos gordos em macroalgas marinhas do litoral dos Açores (PDF). Porto: Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. p. 37. 75 páginas
- Michael D. Guiry, G.M Guiry: Fucus spiralis In: Algaebase - World-wide electronic publication, National University of Ireland, Galway, abgerufen 20. März 2012 (Abschnitt Systematik, Vorkommen)
- P. Kornmann, P.H. Sahling: Meeresalgen von Helgoland - Benthische Grün-, Braun- und Rotalgen. Biologische Anstalt Helgoland, Hamburg 1983, ISSN 0017-9957, S. 162–164 (Abschnitt Beschreibung, Fortpflanzung)
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Fucus spiralis» (em inglês). ITIS (www.itis.gov). Consultado em 29 outubro de 2012
- Fucus spiralis, L., 1753. acedido através de: World Register of Marine Species em [http://www.marinespecies.org/aphia.php?p=taxdetails&id=145547.
- «Fucus spiralis» (em inglês). NCBI. Consultado em 29 outubro de 2012