Fuefukigawa

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Fuefukigawa
笛吹川
Fuefukigawa
O ator Takahiro Tamura e a atriz Hideko Takamine em Fuefukigawa
No Brasil O Rio Fuefuki
Murmúrio do Rio Fuefuki
 Japão
1960 •  preto-e-branco •  117 min 
Gênero drama histórico
Direção Keisuke Kinoshita
Produção Tatsuo Hosoya
Roteiro Keisuke Kinoshita
Shichirō Fukazawa (romance)
Elenco Takahiro Tamura
Hideko Takamine
Música Chūji Kinoshita
Cinematografia Hiroshi Kusuda
Companhia(s) produtora(s) Shochiku
Distribuição Shochiku
Lançamento
  • 19 de outubro de 1960 (1960-10-19) (Japão)[1]
Idioma japonês

Fuefukigawa (笛吹川? lit. "rio Fuefuki") (bra: O Rio Fuefuki[2] ou Murmúrio do Rio Fuefuki[3]) é um filme japonês de drama histórico de 1960, dirigido por Keisuke Kinoshita e estrelado por Hideko Takamine. É baseado em um romance do escritor japonês Shichirō Fukazawa.[1]

Sinopse[editar | editar código-fonte]

O filme se passa no período Sengoku do Japão, abrangendo desde a Batalha de Iidagawara e o nascimento de Takeda Shingen, em 1521, até a Batalha de Tenmokuzan e a queda do clã Takeda, em 1582. Ele conta a trajetória de cinco gerações de uma família de agricultores, que vive numa casa às margens do rio Fuefuki, e cujo destino está indissociavelmente ligado ao poderoso clã Takeda. Os principais protagonistas são o casal de agricultores Sadahei e Okei, cujos dois filhos mais velhos viriam a se tornar guerreiros, e sua única filha, Ume, que acaba por seguir o caminho de serva da corte. Após a batalha final, Sadahei é o único sobrevivente da família. Ao descobrir uma bandeira do clã Takeda destruída e flutuando perto da margem do rio, ele a pega e eventualmente a joga de volta no rio.

Recepção[editar | editar código-fonte]

Fuefukigawa foi a segunda adaptação que Kinoshita fez de um livro do escritor Shichirō Fukazawa, após A Balada de Narayama, lançada 2 anos antes.

As opiniões de críticos e historiadores do cinema sobre Fuefukigawa são divididas. Alexander Jacoby detectou um "simples pacifismo" em seu tema central anti-guerra, carente de investigação das causas, fato que Jacoby já achava evidente em filmes anteriores de Kinoshita.[4] Donald Richie, chamando Fuefukigawa de o último filme importante do diretor, considerou seu antitradicionalismo uma mera aparência, pois "rejeita apenas o pior da vida tradicional", mas aprova o resto, principalmente em relação a instituição da família.[5] Marcus Stiglegger viu-o como uma versão pessimista inédita acerca do mito da grandeza do samurai, em contraste com os filmes épicos de samurai que Akira Kurosawa realizou na mesma época, e um dos filmes mais experimentais e espetaculares de Kinoshita.[6]

Outros críticos também ressaltaram as técnicas que Kinoshita incorporou ao filme, sendo uma delas a adição de cor às imagens monocromáticas, efeito que Jacoby chamou de "um tanto esquemático".[4] Segundo Richie, o uso da cor imita a xilogravura japonesa e enfatiza a teatralidade do filme.[5] Além disso, Kinoshita inseriu fotografias, especialmente durante cenas de batalha, que "param e seguram a ação" (Richie), lembrando os efeitos visuais empregados no teatro kamishibai.[5] Stiglegger comparou o congelamento das imagens com a rigidez de um sistema social que se esgotou em suas tradições.[6]

Referências

  1. a b «笛吹川». Kinema Junpo (em japonês). Consultado em 16 de fevereiro de 2021. Cópia arquivada em 18 de novembro de 2023 
  2. «O Rio Fuefuki (1960)». Cineplayers. 30 de novembro de 2018. Consultado em 17 de novembro de 2023 
  3. «Murmúrio do Rio Fuefuki, diretor Keisuke Kinoshita * Melhores Filmes». www.melhoresfilmes.com.br. Consultado em 17 de novembro de 2023 
  4. a b Jacoby, Alexander (2008). A Critical Handbook of Japanese Film Directors. Berkeley: Stone Bridge Press. pp. 111–114. ISBN 978-1-933330-53-2 
  5. a b c Richie, Donald (2005). A Hundred Years of Japanese Film 2nd ed. Tokyo: Kodansha. pp. 144–145. ISBN 978-4-7700-2995-9 
  6. a b Stiglegger, Marcus. «Der Fluss Fuefuki (The River Fuefuki)». Ikonenmagazin.de (em alemão). Consultado em 16 de fevereiro de 2021. Cópia arquivada em 8 de agosto de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]