Gaiaku Luíza de Oyá

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Gaiaku Luíza de Oyá
Nascimento 25 de agosto de 1909
Cachoeira
Morte 20 de junho de 2005 (95 anos)
Cachoeira
Cidadania Brasil
Ocupação sacerdotisa
Religião Candomblé

Gaiaku Luíza de Oyá (nascida Luiza Franquelina da Rocha, em 25 de agosto de 1909, em Cachoeira, Bahia - falecida em 20 de junho de 2005, em Cachoeira, Bahia) foi uma ialorixá brasileira do Candomblé Jeje-Maí.[1][2][3] Nasceu no Terreiro Zogbodo Male Bogun Seja Unde, também conhecido como Roça do Ventura, reconhecido como patrimônio cultural do Brasil em 4 de dezembro de 2014.[4][5] Inspirou samba-enredo da Acadêmicos do Sossego, em 2013,[6] e documentário de 2015.[7][8]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Grávida, abandonada e sem emprego, voltou a Cachoeira e foi acolhida por sua mãe. Por motivo de doença, foi levada ao Terreiro do Portão de Muritiba (terreiro Filho do Gantois), com a segunda filha no colo, e iniciada na nação Ketu.[10]

Passou a trabalhar vendendo quitutes afro-brasileiros e, três anos depois, passou mal, sendo levada ao Bate-Folha, da nação Angola. Ao jogarem os búzios, a Deré foi incorporada por Oiá, que disse que o santo de Luiza era de nação jeje.

Vida religiosa[editar | editar código-fonte]

Em 1944, foi iniciada na nação jeje-Maí[11], e recebeu o cargo de Gaiacú em 1945:

Gaiacú Luíza de Oyá foi fundadora do terreiro baiano Húmkpàmé Ayono Huntoloji,[10][12] tombado como patrimônio cultural pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), em 2006,[13] e inscrito no Livro do Registro Especial dos Espaços Destinados a Práticas Culturais e Coletivas em 2014. Segundo fontes, "a filial se apresenta como um verdadeiro celeiro de resistência cultural e religiosa"[14]; e Gaiaku Luíza de Oyá é "uma das mais prestigiadas mães-de-santo do Recôncavo Baiano",[9] "uma das mais importantes e emblemáticas sacerdotisas da história das religiões de matrizes africanas no Brasil"[14], e "nome fundamental para a resistência do Candomblé Jeje nas últimas décadas".[10]

O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) menciona seu nome quando "presta justa homenagem às personalidades importantes, líderes religiosos dos terreiros, que já se foram", no encerramento da apresentação da publicação "Terreiros de Candomblé de Cachoeira e São Félix".[15]

Terreiro Humpame Ayono Huntoloji[editar | editar código-fonte]

O Terreiro Humpame Ayono Huntoloji foi fundado por Gaiacú Luíza de Oyá em 1952, em Salvador, dentro do Parque São Bartolomeu. Seu regente ou “cumeeira” é a divindade Azansú.

Referências

  1. Alves dos Santos, Nívea (2018). Entre ventos e tempestades: os caminhos de uma Gaiaku de Oiá. Salvador: Edufba. ISBN 9788523217570 
  2. Carvalho, Marcos (2006). Gaiaku Luiza: e a trajetória do Jeje-Mahi na Bahia. Rio de Janeiro: Pallas. ISBN 9788534703888 
  3. Alves dos Santos, Nívea. Entre ventos e tempestades: Os caminhos de uma Gaiaku Oiá. 2013. Dissertação (Mestrado em Estudos Étnicos e Africanos) Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2013. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/13963/1/XDissertacao_Nivea_Santana_08_2013.pdf Acesso em: 26-10-2022.
  4. «Página - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 26 de outubro de 2022 
  5. «Cachoeira – Terreiro Zogbodo Male Bogun Seja Unde | ipatrimônio». Consultado em 26 de outubro de 2022 
  6. «Academia do Samba - O maior portal do Carnaval Brasileiro». academiadosamba.com.br. Consultado em 26 de outubro de 2022 
  7. «Os Encantos Jeje no Ninho da Serpente». Extra Online. Consultado em 26 de outubro de 2022 
  8. Hùndàngbènã - O Ninho da Serpente, consultado em 26 de outubro de 2022 
  9. a b c Velame, Fabio Macedo (29 de julho de 2019). «Arquiteturas da Ventura: os terreiros de candomblé de Cachoeira e São Félix». Consultado em 26 de outubro de 2022 
  10. a b c Olivia dos Anjos, Juliane. As joias de Oxum: as crianças na herança ancestral afro-brasileira. 2016. Dissertação (Mestrado em Cultura, Urganização e Educação) - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-29032017-114837/publico/JULIANE_OLIVIA_DOS_ANJOS_rev.pdf Acesso em: 26-10-2022.
  11. Parés, Luis Nicolau (2006). A formação do Candomblé: História e ritual da nação Jeje na Bahia (PDF). Campinas-SP: Unicamp. ISBN 8526807293 
  12. «Perfil – Gaiakú Luíza». Candomblé. 19 de outubro de 2011. Consultado em 26 de outubro de 2022 
  13. «Cachoeira – Terreiro Humpame Ayono Huntoloji | ipatrimônio». Consultado em 26 de outubro de 2022 
  14. a b «Baixada Fluminense - Cultura - Documentário registra rituais do candomblé trazidos da Bahia para Duque de Caxias. Produção tem previsão de lançamento para este mês.». baixadafacil.com.br. Consultado em 26 de outubro de 2022 
  15. a b IPAC (2015). «Terreiros de Candomblé de Cachoeira e São Félix: CADERNOS DO IPAC, 9» (PDF). iPatrimônio. Consultado em 26 de outubro de 2022 
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