Guilherme de Baden-Baden

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Guilherme de Baden-Baden
Guilherme de Baden-Baden
Gravura gravada em cobre datada de 1628
Margrave de Baden-Baden
Reinado 1600-1677
Antecessor(a) Eduardo Fortunato
Sucessor(a) Luís Guilherme de Baden-Baden
 
Nascimento 30 de julho de 1593
  Baden-Baden
Morte 22 de maio de 1677 (83 anos)
  Baden-Baden
Nome completo Wilhelm von Baden
esposa (1) Catarina Úrsula de Hohenzollern-Hechingen
(2) Maria Madalena de Oettingen-Baldern
Casa Zähringen
Pai Eduardo Fortunato de Baden-Baden
Mãe Maria van Eicken
Brasão

Guilherme de Baden-Baden (em alemão: Wilhelm von Baden-Baden; Baden-Baden, 30 de julho de 1593 – Baden-Baden, 22 de maio de 1677) foi um nobre alemão, pertencente à Casa de Zähringen, e que foi Marquês de Baden-Baden.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Guilherme, era o filho mais velho do marquês Eduardo Fortunato de Baden-Baden e de Maria van Eicken.

Durante a sua carreira militar, chegou a ser General de campo (em alemão: Generalfeld) do Sacro Império Romano-Germânico e Juiz de Câmara (Kammerrichter) do Principado-Bispado de Espira, donde lhe veio o cognome de "Guilherme o Juíz" (Wilhelm der Kammerrichter). Guilherme foi também cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro.

Em 1594, os primos da linha protestante de Baden-Durlach, tinham ocupado Baden-Baden de onde expulsaram o pai de Guilherme, Eduardo Fortunato. O então Marquês de Baden-Durlach, Ernesto Frederico, ocupara a Marca de Baden-Baden alegando a lei sucessória da Casa de Baden[1], e o episódio ficou conhecido como “a ocupação do Alto-Baden” (Oberbadische Okkupation).

A familia passou a viver exilada e Guilherme foi educado na corte de seu tutor, o arquiduque Alberto da Áustria, primeiro em Bruxelas e depois em Colónia.

Mas, após a vitória das tropas imperiais comandadas pelo general Tilly sobre os protestantes de Baden-Durlach, perto de Wimpfen, Guilherme entrou na posse das suas terras em 1622. Na altura ele prometeu ao Núncio Apostólico Carafa devolver Baden-Baden à fé Católica e, logo no final de 1622, todos os pastores protestantes foram expulsos do país. Como não havia padres católicos suficientes, Guilherme introduziu no país os jesuítas e os capuchinhos, realizando uma contra-reforma rápida e intransigente. Todos os residentes que não quisessem converter-se à fé católica foram ameaçados de expulsão do país. No final do século XVII, a marca de Baden-Baden era, portanto, um dos poucos estados seculares do Sacro Império em que apenas a Igreja Católica era aceite. [2] Durante o reinado de Guilherme, em plena Guerra dos Trinta Anos, a Marca de Baden-Baden sofreu uma terrível caça às bruxas. Entre 1626 e 1631, aproximadamente 244 pessoas, a maioria mulheres, foram acusadas e 231 condenadas e queimadas.[3] [4]

Em 1631, Guilherme perdeu novamente os seus estados, desta vez para o general sueco Gustaf Graf Horn, e só os recuperou através da Paz de Praga em 30 de maio de 1635. Pela Paz de Vestfália, em 24 de outubro de 1648, em Monastério, a posse de Baden-Baden foi-lhe confirmada. Durante a guerra, Guilherme foi feito prisioneiro, mas não foi reconhecido sendo libertado como um soldado comum.

Como o seu filho mais velho, Fernando Maximiliano morreu em 1669, Guilherme educou o neto, Luís Guilherme que lhe viria a suceder.

Guilherme faleceu em Baden-Baden, em 1677.

Casamentos e descendência[editar | editar código-fonte]

Guilherme, Marquês de Baden-Baden.

A 13 de outubro de 1624 Guilherme casou em primeiras núpcias com Catarina Úrsula de Hohenzollern-Hechingen (morta a 2 de junho de 1640), filha do Príncipe João Jorge de Hohenzollern-Hechingen. Deste casamento nasceram os seguintes filhos:

  • Fernando Maximiliano (Ferdinand Maximilian) (1625–1669), Príncipe herdeiro e pai do marquês Luís Guilherme de Baden-Baden;
  • Leopoldo Guilherme (Leopold Wilhelm) (1626–1671), marechal de campo do império;
  • Filipe Segismundo (Philipp Siegmund) (1627–1647), Cavaleiro Hospitalário;
  • Guilherme Cristóvão (Wilhelm Christoph) (1628–1652), Cónego em Colónia;
  • Hermano (Hermann) (1628–1691);
  • Bernardo (Bernhard) (1629–1648);
  • Isabel Eugénia Clara (Isabella Eugenie Klara) (1630–1632);
  • Catarina Francisca Henriqueta (Katharina Franziska Henriette) (1631–1691), freira;
  • Cláudia (Claudia) (1633–1633);
  • Henriqueta (Henriette) (1634–1634);
  • Ana (Anna) (1634–1708);
  • Maria (Maria) (1636–1636);
  • Francisco (Franz) (1637–1637);
  • Maria Júlia (Maria Julia) (1638–1638).

Em 1650, Guilherme casou em segundas núpcias com Maria Madalena de Oettingen-Baldern (1619–1688), filha do Conde Ernesto de Oettingen-Baldern. Deste segundo casamento nasceram:

  • Filipe Francisco Guilherme (Philipp Franz Wilhelm) (1652–1655)
  • Maria Ana Guilhermina (Maria Anna Wilhelmine) (1655–1701), que casou com Fernando Augusto, Príncipe de Lobkowicz, com descendência real da atualidade;
  • Carlos Bernardo (Karl Bernhard) (1657–1678), morto em combate em Rheinfelden
  • Eva (Eva);
  • Maria (Maria).

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. o casamento dos pais de Guilherme fora considerado morganático
  2. Lederle, Pág. 33–43
  3. Martin Burkart, Hexen und Hexenprozesse in Baden. Durmersheim 2009.
  4. Schneider
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em alemão cujo título é «Wilhelm (Baden-Baden)».


Guilherme de Baden-Baden
Nascimento: 30 de julho 1593 Morte: 22 de maio 1677
Precedido por
Eduardo Fortunato

Marquês de Baden-Baden

1600-1677
(sob ocupação de Baden-Durlach até 1622)
Sucedido por
Luís Guilherme

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • (em alemão) Hans-Joachim Köhler, Obrigkeitliche Konfessionsänderung in Kondominaten. Eine Fallstudie über ihre Bedingungen und Methoden am Beispiel der baden-badischen Religionspolitik unter der Regierung Markgraf Wilhelms (1622–1677). Aschendorff, Münster 1975, ISBN 3-402-03717-3.
  • (em alemão) Johann Christian Sachs: Einleitung in die Geschichte der Marggravschaft und des marggrävlichen altfürstlichen Hauses Baden, Editora Lotter, Karlsruhe, 1769, Parte 3, Pág. 315–412, Livros Google.
  • (em alemão) Wolfgang Reiß: Die Hexenprozesse in der Stadt Baden-Baden. In: Freiburger Diözesan-Archiv, 1971, Pág. 202–266 Documento online da Univerdidade de Friburgo.
  • (em alemão) Ernst Hermann, Die Hexen von Baden-Baden: nach den Original-Akten des allgemeinen großherzogl. Landes-Archivs in Karlsruhe. Karlsruhe, 1890 Documento online da Biblioteca do Estado da Baviera.
  • (em alemão) Karl Friedrich Lederle, Zur Geschichte der Reformation und Gegenreformation in der Markgrafschaft Baden-Baden. In: Freiburger Diözesan-Archiv, Vol. 47, 1919, Pág. 1–45, Documento online da Universidade de Friburgo.