Hamsá
A hamsá ou chamsá (hebraico: חמסה, em árabe: خمسة, chamsa), trata-se de um símbolo da fé judaica[1] e islâmica, é um objeto com a aparência da palma da mão com cinco dedos estendidos, usado popularmente não só como um amuleto contra o mau olhado, mas também para afastar as energias negativas e trazer felicidade, sorte e fortuna.[2]
Descrição[editar | editar código-fonte]
É uma mão simétrica, cujo polegar e o mindinho são idênticos e apontam para os lados e para o horizonte, e o dedo médio é o eixo de simetria. Há também hamsás com forma de pombas semelhantes a uma mão. Ela pode aparecer também como uma mão normal, com um polegar distinto do mindinho.[2][3]
Frequentemente, possui o desenho de olhos, com pombos,[2][3] peixes e estrelas de Davi para fortalecer o seu simbolismo[carece de fontes]. Em certas hamsás existem inscrições em hebraico, como a Shemá Israel, por exemplo.[3]
Uso[editar | editar código-fonte]

A hamsá é usada como amuleto contra o mau-olhado. É muito popular no Oriente Médio, especialmente no Egito.[3][4] A mão pode ser encontrada em diversas formas, desde joias até azulejos e chaveiros.[3]
Embora o Alcorão vete o uso de amuletos, a hamsá é facilmente encontrada entre os muçulmanos. Os muçulmanos a associam aos cinco pilares do Islã, e também a chamam de mão de Fátima, sendo Fátima a filha preferida de Maomé.[2] Notadamente, a hamsá aparece, junto com outros símbolos islâmicos, o emblema da Argélia.
A hamsá também é popular entre os judeus, especialmente os sefarditas. Os judeus inscrevem textos em hebraico, como a Shemá Israel, nas chamsás e também as chamam de mão de Miriam. Miriam, no caso, foi a irmã de Moisés e Aarão. O símbolo também é associado à Torá, que é composta por cinco livros.[2][3]
História[editar | editar código-fonte]
Existem evidências arqueológicas do uso da hamsá como um escudo contra o mau-olhado já antes do judaísmo e do islamismo. Há indícios de que a hamsá seria um símbolo fenício, associado a Tanit, deusa-chefe de Cartago cuja mão ou vulva afastava o mal.[2][3]
Posteriormente, o símbolo foi adotado pela cultura judaica, que o passou para os árabes. A chamsá também aparece no Budismo; é chamada de Abhaya Mudra e possui conotação semelhante à descrita, significando a dissipação do medo.[3] Uma alusão cristã a chamsá é encontrada na tradição mexicana é a imagem de La Mano Poderosa (A Mão Poderosa).
Atualmente, defensores da paz no Oriente Médio têm usado a chamsá. O símbolo lembraria as raízes comuns do judaísmo e do islamismo. Nesse caso, não seria mais um talismã contra o mau-olhado, mas um símbolo de esperança de paz na conturbada região.[2]
Galeria[editar | editar código-fonte]
Uma joia em forma de hamsá
Amuleto berbere
Artesanato em cerâmica no mercado Nahalat Binyamin, em Tel Aviv. Inclui várias mãos de Miriam
Logotipo do jogo Second Life
La Mano Poderosa é alusiva a Sagrada Família, na escultura vemos o menino Jesus, ladeado pela Virgem Maria e por S. José, ao lado dos quais estão Santa Ana e São Joaquim, os pais da Virgem Maria.
Referências
- ↑ «Hamsa - Perguntas & Respostas»
- ↑ a b c d e f g «What is a Hamsa?». Wisegeek (em inglês). conjecture corporation. 2003. Consultado em 6 de fevereiro de 2010
- ↑ a b c d e f g h Alan Silver (2008). Jews, Myth and History: A Critical Exploration of Contemporary Jewish Belief and Its Origins (em inglês). [S.l.]: Troubador Publishing Ltd. 201 páginas. ISBN 9781848760646
- ↑ Cherine Badawi (2004). Footprint Egypt (em inglês) Quarta edição ed. [S.l.]: Footprint Travel Guides. 510 páginas. ISBN 9781903471777
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Badawi, Cherine (2004). Footprint Egypt 4th, illustrated ed. [S.l.]: Footprint Travel Guides. ISBN 978-1-903471-77-7
- Bernasek, Lisa; Peabody Museum of Archaeology and Ethnology; Burger, Hillel S. (2008). Artistry of the everyday: beauty and craftsmanship in Berber art Illustrated ed. [S.l.]: Peabody Museum Press, Harvard University. ISBN 0-87365-405-6, 9780873654050 Verifique
|isbn=
(ajuda) - Drazin, Israel (2009). Maimonides and the Biblical Prophets. [S.l.]: Gefen Publishing House Ltd. ISBN 965-229-430-6, 9789652294302 Verifique
|isbn=
(ajuda) - Evelyn A. Early (1993). Baladi women of Cairo: playing with an egg and a stone Illustrated ed. [S.l.]: Lynne Rienner Publishers. ISBN 1-55587-268-9, 9781555872687 Verifique
|isbn=
(ajuda) - Gomez, Aurelia (1996). Crafts of Many Cultures: 30 Authentic Craft Projects from Around the World. [S.l.]: Scholastic Inc. ISBN 0-590-49182-2, 9780590491822 Verifique
|isbn=
(ajuda) - Ham, Anthony; Bing, Alison (2007). Morocco 8th, illustrated ed. [S.l.]: Lonely Planet. ISBN 978-1-74059-974-0
- M. Th. Houtsma (1993). M. Th. Houtsma, ed. E.J. Brill's first encyclopedia of Islam, 1913–1936 Reprint ed. [S.l.]: BRILL. ISBN 90-04-09790-2, 9789004097902 Verifique
|isbn=
(ajuda) - Lent, J. M.; Bearman, Peri J.; Qureshi, Hakeem-Uddeen (1997). The encyclopaedia of Islam, new edition 2nd ed. [S.l.]: Brill. ISBN 978-90-04-10795-3
- Lynch, Patricia Ann; Roberts, Jeremy (2010). African Mythology A to Z 2nd, revised ed. [S.l.]: Infobase Publishing. ISBN 1-60413-415-1, 9781604134155 Verifique
|isbn=
(ajuda) - McGuinness, Justin (2002). Footprint Tunisia Handbook 3rd, illustrated ed. [S.l.]: Footprint Travel Guides. ISBN 978-1-903471-28-9
- Nocke, Alexandra (2009). The place of the Mediterranean in modern Israeli identity Illustrated ed. [S.l.]: BRILL. ISBN 90-04-17324-2, 9789004173248 Verifique
|isbn=
(ajuda) - Perennial Books (1970). Studies in comparative religion, Volumes 4–5. [S.l.]: University of California
- Rajab, Jehan S. (1989). Palestinian costume Illustrated ed. [S.l.]: Kegan Paul. ISBN 978-0-7103-0283-0
- Schimmel, Annemarie (1994). Deciphering the signs of God: a phenomenological approach to Islam. [S.l.]: SUNY Press. ISBN 0-7914-1982-7, 9780791419823 Verifique
|isbn=
(ajuda) - Shadur, Joseph; Shadur, Yehudit (2002). Traditional Jewish papercuts: an inner world of art and symbol Illustrated ed. [S.l.]: UPNE. ISBN 1-58465-165-2, 9781584651659 Verifique
|isbn=
(ajuda) - Shinar, Pessah (2004). Modern Islam in the Maghrib. [S.l.]: JSAI. ISBN 965-7258-02-2, 9789657258026 Verifique
|isbn=
(ajuda) - Silver, Alan (2008). Jews, Myth and History: A Critical Exploration of Contemporary Jewish Belief and Its Origins. [S.l.]: Troubador Publishing Ltd. ISBN 978-1-84876-064-6
- Sonbol, Amira El Azhary (2005). Beyond the exotic: women's histories in Islamic societies. [S.l.]: Syracuse University Press. ISBN 0-8156-3055-7, 9780815630555 Verifique
|isbn=
(ajuda) - Trumbull, Henry Clay (1896). The threshold covenant: or, The beginning of religious rites 2nd ed. [S.l.]: C. Scribner's
- World Institute for Advanced Phenomenological Research and Learning (Belmont, Estados Unidos) (1991). Anna-Teresa Tymieniecka, ed. Roman Ingarden's aesthetics in a new key and the independent approaches of others: the performing arts, the fine arts, and literature, Volume 3. [S.l.]: Springer. ISBN 0-7923-1014-4, 9780792310143 Verifique
|isbn=
(ajuda) - Steinmetz, Sol (2005). Dictionary of Jewish usage: a guide to the use of Jewish terms. [S.l.]: Rowman & Littlefield. ISBN 0-7425-4387-0, 9780742543874 Verifique
|isbn=
(ajuda) - Zenner, Walter P. (1988). Persistence and flexibility: anthropological perspectives on the American Jewish experience Illustrated ed. [S.l.]: SUNY Press. ISBN 0-88706-748-4, 9780887067488 Verifique
|isbn=
(ajuda)
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- «Hand of Fatima Meaning - Necklace of Hand of Miriam Handcrafted Jewelry» (em inglês)
- «The Hamsa Hand» (em inglês). Artigo no The 'Lucky W' Amulet Archive, com imagens