Hidrografia do Azerbaijão

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Rio Girdimançay
Encontro do Rio Kura e Rio Aras.

A Hidrografia do Azerbaijão desempenha um papel vital na vida cotidiana, na economia e no meio ambiente do país. Dos rios que sustentam a agricultura à vastidão do Mar Cáspio, os recursos hídricos do Azerbaijão são uma fonte de vida e sustento para milhões de pessoas. É essencial proteger e gerenciar esses recursos de forma responsável para garantir um futuro próspero para as gerações futuras. O Azerbaijão, uma nação localizada na encruzilhada da Europa Oriental e da Ásia Ocidental, possui uma hidrografia diversificada, influenciada por sua geografia única e pela presença do vasto Mar Cáspio.[1]

Rios Principais[editar | editar código-fonte]

O Azerbaijão é atravessado por vários rios importantes, sendo o mais significativo o Rio Kura, que nasce na Turquia e flui através da Geórgia antes de entrar no Azerbaijão. O Kura é o maior rio do país e desempenha um papel crucial na agricultura, no abastecimento de água e na geração de energia hidrelétrica. Estende-se por 1.515 quilômetros e cobre uma área de 188 mil quilômetros quadrados. Ao longo de seu curso, o Rio Kura passa por importantes cidades azerbaijanas, como Mingachevir e Ganja, antes de desaguar no Mar Cáspio.[2]

Outro rio relevante é o Rio Aras, que forma parte da fronteira entre o Azerbaijão e a Armênia. O Aras desempenha um papel importante no fornecimento de água para a agricultura e no transporte fluvial na região.[3] O rio Araz cobre uma área de 86 mil quilômetros quadrados até sua junção com o rio Kur. Ele tem sua origem nas montanhas Bingol, na Turquia, a uma altitude de 3.300 metros. No geral, o rio Araz forma a fronteira do Azerbaijão com a Turquia e o Irã. Ele passa pelo Azerbaijão em seus últimos 80 quilômetros e se junta ao rio Kur perto de Sabirabad.[4]

Esses dois rios pertencem ao grupo de rios que fluem plenamente sob a influência da neve e das chuvas na primavera e das chuvas no outono.

O clima exerce o maior impacto no fluxo dos rios no Azerbaijão. O aumento intenso da temperatura causa o derretimento da neve em altitudes superiores a 1500. O derretimento da neve se intensifica ainda mais após fortes chuvas de abril e maio. A neve derrete de forma mais intensa nas altitudes mais altas (acima de 2500-3000 metros) de abril até junho. O processo de derretimento influencia o fluxo dos rios mesmo no verão. Assim, a água derretida da neve, absorvida pelo solo, emerge na superfície e eleva o nível da água nos rios. As bacias fluviais baixas (exceto as da região de Talysh) são menos influenciadas pelas precipitações na primavera e no verão. As chuvas de inverno e outono representam a maior parte das precipitações na região de Talysh.[5]

Os rios são menos cheios de água no verão no Azerbaijão. Chuvas intensas que podem ocorrer ocasionalmente em julho e agosto causam inundações, causando danos agrícolas. Inundações graves foram registradas nos rios das encostas sudoeste do Cáucaso Maior, parte de Zengezur. Os rios do Cáucaso Maior e Menor fluem principalmente nas estações quentes, enquanto os rios das regiões de Talysh fluem nas estações mais frias do ano. Os rios que fluem nas estações quentes representam a maior parte de todos os rios (60-80%). Tais fluxos sazonais são difíceis de usar industrialmente.[6]

No geral, os rios da República do Azerbaijão são divididos em dois grupos, de acordo com seu regime de água: 1) rios de regime de fluxo pleno; 2) rios de regime de inundação. Os rios de inundação são os rios Lankaran e os rios episódicos de Gobustan. Outros rios estão incluídos no primeiro grupo de rios. A topografia complexa e outros fatores naturais causam um fluxo não padrão em todo o país. O fluxo aumenta com a altitude e atinge o auge em uma certa altura (2800, na encosta nordeste do Cáucaso Maior, 2000-2200-em sua encosta sul e 2200-2400 no Cáucaso Menor). O fluxo começa a declinar de acima da altura indicada. Devido às especificações orográficas das montanhas Talysh, o fluxo é inconsistente com a altura média. Ele diminui com o aumento da altitude nas montanhas Talysh, enquanto em algumas áreas aumenta com a altitude.[7] Os rios do Azerbaijão carregam uma grande quantidade de sedimentos, resultado da erosão nas bacias dos rios.[8]

Mar Cáspio e Lagos[editar | editar código-fonte]

O Azerbaijão compartilha uma fronteira significativa com o Mar Cáspio, o maior corpo de água fechado do mundo. O Mar Cáspio não só fornece recursos pesqueiros vitais para o Azerbaijão, mas também é um importante centro de transporte marítimo e uma fonte de energia, devido aos seus vastos depósitos de petróleo e gás natural. Além do Mar Cáspio, o Azerbaijão abriga vários lagos de água doce, incluindo o Lago Göygöl, localizado no oeste do país. O Lago Göygöl é conhecido por sua beleza cênica e sua importância ecológica como habitat de várias espécies de aves aquáticas.[9]

Barragens e Usinas Hidrelétricas[editar | editar código-fonte]

O Azerbaijão possui várias barragens e usinas hidrelétricas ao longo de seus rios, que desempenham um papel crucial na geração de energia elétrica e no controle de enchentes. A Barragem de Mingachevir, localizada no Rio Kura, é uma das maiores do país e desempenha um papel importante na produção de energia hidrelétrica e no fornecimento de água para irrigação.[10]

Desafios e Conservação[editar | editar código-fonte]

Apesar da importância dos recursos hídricos para o Azerbaijão, o país enfrenta desafios significativos relacionados à poluição da água, à degradação do habitat e à escassez de água em algumas regiões. A gestão sustentável dos recursos hídricos e a conservação dos ecossistemas aquáticos são fundamentais para garantir um futuro próspero e sustentável para o Azerbaijão.[11]

Referências

  1. «Water Report 15». www.fao.org. Consultado em 24 de fevereiro de 2024 
  2. «Major Rivers Of Azerbaijan». WorldAtlas (em inglês). 25 de abril de 2017. Consultado em 24 de fevereiro de 2024 
  3. «UC Berkeley GeoData Repository». geodata.lib.berkeley.edu. Consultado em 24 de fevereiro de 2024 
  4. Alizadeh, Akif A.; Guliyev, Ibrahim S.; Kadirov, Fakhraddin A.; Eppelbaum, Lev V. (2016). «Geosciences of Azerbaijan». Regional Geology Reviews (em inglês). ISSN 2364-6438. doi:10.1007/978-3-319-27395-2. Consultado em 24 de fevereiro de 2024 
  5. «Rivers - Azerbaijan.az». azerbaijan.az. Consultado em 24 de fevereiro de 2024 
  6. Yazdi, Mohammad; Farajpour, Gohar; Hasanvand, Maedeh; Navi, Pedram (1 de dezembro de 2018). «Hydrogeochemistry of Isti Su hot spring, Western Azerbaijan, Iran». Carbonates and Evaporites (em inglês) (4): 861–867. ISSN 1878-5212. doi:10.1007/s13146-018-0458-6. Consultado em 25 de fevereiro de 2024 
  7. Orren, Richard; Hamilton, Ian (22 de setembro de 1998). «Frontier Geohazard Site Investigations - Experiences From The Caspian Sea». OnePetro (em inglês). Consultado em 25 de fevereiro de 2024 
  8. Saeidi, Pari; Sadeghi, Seyed Hamidreza; Telvari, Abdulrasul (20 de março de 2016). «Simulation of sediment graph using hydrograph». Watershed Engineering and Management (em inglês) (1): 28–41. ISSN 2251-9300. doi:10.22092/ijwmse.2016.105972. Consultado em 25 de fevereiro de 2024 
  9. Ahmadov, Elshan (1 de janeiro de 2020). «Water resources management to achieve sustainable development in Azerbaijan». Sustainable Futures. 100030 páginas. ISSN 2666-1888. doi:10.1016/j.sftr.2020.100030. Consultado em 24 de fevereiro de 2024 
  10. «Azerbaijan's water services: Shifting focus from building infrastructure to building institutions». blogs.worldbank.org (em inglês). 7 de abril de 2022. Consultado em 24 de fevereiro de 2024 
  11. Zh, RAE Aliyev (2018). «Agriculture in Azerbaijan and its Development Prospects». International Journal of Environmental Sciences & Natural Resources (em inglês) (4): 87–97. Consultado em 24 de fevereiro de 2024