Igor Chmyz

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Igor Chmyz
Nascimento 1937
Ocupação arqueólogo

Igor Chmyz (União da Vitória, 3 de novembro de 1937[1]) é um arqueólogo brasileiro, professor aposentado da Universidade Federal do Paraná.

Vida[editar | editar código-fonte]

Igor Chmyz passou a infância em União da Vitória, localidade que reúne vários sítios arqueológicos no Paraná.[2][3][4]

Logo após graduar-se em História e Geografia pela Universidade Federal do Paraná, em 1963, assumiu a disciplina de Arqueologia Pré-Histórica, tornando-se posteriormente docente do Departamento de Antropologia desta instituição.[1]

Realizou diferentes cursos de aperfeiçoamento, tendo sido aluno de Annette Laming-Emperaire, Clifford Evans, Betty J. Meggers e João José Bigarella. Concluiu seu doutorado na área de Antropologia e Arqueologia na Universidade de São Paulo em 1972, sob orientação de João Batista Borges Pereira.[5]

Pioneiro no desenvolvimento da Arqueologia no Paraná, aposentou-se compulsoriamente aos 70 anos de idade, em 2007,[6] mantendo-se como docente colaborador do Programa de Pós-graduação em Antropologia e Arqueologia da instituição.[7]

É membro consultor do Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná (CEPHA) na gestão 2019-2021.[8]

Realizações[editar | editar código-fonte]

Segundo Tania Andrade Lima, Chmyz é um dos pioneiros da arqueologia histórica brasileira,[9] e ao receber a Medalha Mário de Andrade do IPHAN foi louvado como "um dos pioneiros da arqueologia no Paraná", tendo desenvolvido "extensa carreira em arqueologia brasileira, arqueologia paranaense, arqueologia pré-histórica e histórica".[10] Foi chamado de pioneiro nos estudos sobre a cerâmica tupi-guarani pelo arqueólogo Pedro Ignácio Schmitz, em palestra de abertura do XIII Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira.[11] Foi objeto de uma matéria da TV Educativa do Paraná, na série "Memória Viva", sendo apresentado como "referência nas pesquisas de campo e autor de algumas das descobertas mais importantes" do Paraná.[12]

Por anos liderou os trabalhos no Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas (Cepa), criado pela Universidade Federal do Paraná em 1956 por José Loureiro Fernandes, objetivando incentivar as pesquisas arqueológicas no Brasil, especificamente no Paraná, através de escavações de sítios arqueológicos.[13] Através do Cepa, realizou trabalhos em todo o Paraná, notadamente nos vales dos rios Iguaçu, Piquiri, Ivaí, Paraná, Tibagi, Itararé, Paranapanema e Ribeira. Em outros Estados, destacam-se pesquisas desenvolvidas no Amapá, Pará, Minas Gerais, Maranhão, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.[14][15][16][17][18]

Destaca-se pelo trabalho de arqueologia de salvamento. Em 1975, participou do Projeto Arqueológico Itaipu para o salvamento nos espaços brasileiros do Paraná e Mato Grosso que seriam afetados pelo grande empreendimento da Usina Hidrelétrica de Itaipu.[3] Nos anos 1980 também participou de projetos de salvamento de Foz do Areia e Itaipu, além do desenvolvimento do Projeto Arqueológico Rosane – Taqueruçu – Fase I para a Companhia Energética de São Paulo (CESP), localizado no médio Rio Paranapanema e o Projeto Passaúna, no alto Rio Iguaçu.[2]

Na década de 1990 e 2000 participou de projetos de salvamento realizados na capital paranaense[19][20][21][22] e na Região Metropolitana de Curitiba, no Contorno Rodoviário Leste, nos locais onde estão instaladas as montadoras de automóveis da Renault, da Audi-Vokswagen, Clrysler, o loteamento Alphaville Graciosa e o Contorno Rodoviário Norte.[2][14]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

O trabalho pioneiro no campo da Arqueologia foi reconhecido por diferentes instituições, dentre as quais se destaca[5]:

2017 - Medalha Mario de Andrade em reconhecimento a sua notória contribuição à valorização e preservação do nosso rico patrimônio cultural. Iphan 80 anos.[23]

2008 - Placa de Reconhecimento do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, UFPR.

2007 - Placa de Reconhecimento por 45 anos de dedicação a docência e a pesquisa em arqueologia na UFPR, Departamento de Antropologia - UFPR.

2006 - Homenagem por sua importante contribuição aos 50 anos da Antropologia Brasileira, Associação Brasileira de Antropologia.

2003 - Diploma Comemorativo ao Sesquicentenários do Paraná e de sua Capital Curitiba, Capital Americana da Cultura, Círculo de Estudos Bandeirantes/PUCPR.

1993 - Voto de Louvor pelo trabalho de reconstrução do passado do Paraná (Req. Nº 2761/93), Câmara Municipal de Curitiba.

1986 - Moção de apreço pelos trabalhos de salvamento arqueológico nas áreas brasileiras da UHE Itaipu entre 1975 e 1982 ( Req. Nº 4.331/84 de 30/10/1984), Câmara Municipal de Curitiba.

1986 - I Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia. Área: Ciências Sociais e Humanas, Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia - Secretaria do Planejamento do Estado do Paraná.[24]

1986 - Ato de Reconhecimento ao trabalho pioneiro de salvamento arqueológico do rio Passaúna, Câmara Municipal de Curitiba.

1970 - Certifica y expresa sus agradecimientos - I Jornadas Históricas del Guairá, Centenário de la Fundación de Villarrica del Espíritu Santo, Villa Rica del Espiritu Santo - Instituto de Numismática Y Antiguidades.

Referências

  1. a b «Depoimentos de Arqueólogos pioneiros: Igor Chmyz, do Paraná - História - Disciplina - História». www.historia.seed.pr.gov.br. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  2. a b c Superintendência de Comunicação Social (25 nov 2007). «Professor Igor Chmyz: um exemplo de dedicação à Arqueologia e à UFPR». Universidade Federal do Paraná. Consultado em 21 nov 2021 
  3. a b jcfernandes@gazetadopovo.com.br. «Indiana, Sherlock e Igor Chmyz, ele mesmo». Gazeta do Povo. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  4. Especial Igor Chmyz, consultado em 21 de novembro de 2021 
  5. a b Chmyz, Igor (29 de junho de 2020). «CV Lattes». buscatextual.cnpq.br. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  6. Fernandes, José Carlos. «Chmyz, um arqueólogo em novo endereço». Gazeta do Povo. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  7. «Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Antropologia». www.humanas.ufpr.br. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  8. Paraná, Agência Estadual de Notícias do Estado do. «Novo Conselho Estadual do Patrimônio toma posse». Agência Estadual de Notícias. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  9. Lima, Tania Andrade. "Arqueologia Histórica no Brasil: balanço bibliográfico (1960-1991)". In: Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, 1993; 1 (1)
  10. "Medalha Mário de Andrade destaca o trabalho em prol do patrimônio do Paraná". IPHAN, 08/12/2017
  11. Schmitz, Pedro Ignácio. "Arqueologia do Estado do Mato Grosso do Sul". In: XIII Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira (Palestra de abertura). Unisinos, 2005
  12. Vieira, Heloisa. "É-Cultura - Memória Viva - Igor Chmyz". Paraná Educativa, 15/10/2017
  13. Campos, Osny Tavares, com foto de Jonathan. «Dois arqueólogos em campo de batalha». Gazeta do Povo. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  14. a b «Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas». www.humanas.ufpr.br. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  15. Souza, Jonas Gregorio de; Merencio, Fabiana Terhaag (30 de setembro de 2013). «A DIVERSIDADE DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS JÊ DO SUL NO ESTADO DO PARANÁ». Cadernos do LEPAARQ (UFPEL) (20): 93–130. ISSN 2316-8412. doi:10.15210/lepaarq.v10i20.2495. Consultado em 23 de novembro de 2021 
  16. «Folha de S.Paulo - Paraná guarda últimos trechos da estrada indígena que cortava a América do Sul - 20/02/2000». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 23 de novembro de 2021 
  17. Lima, Tania Andrade (1 de janeiro de 1993). «Arqueologia Histórica no Brasil: balanço bibliográfico (1960-1991)». Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material (1): 225–262. ISSN 1982-0267. doi:10.1590/S0101-47141993000100015. Consultado em 23 de novembro de 2021 
  18. «Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos - Impressão». portal.iphan.gov.br. Consultado em 23 de novembro de 2021 
  19. Paraná, Jornal Bem. «Caminho reencontrado debaixo da Praça Tiradentes - Bem Paraná». www.bemparana.com.br. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  20. «Praça Tiradentes vira sítio arqueológico | Notícias, Paraná». Tribuna do Paraná. 3 de fevereiro de 2008. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  21. Londrina, Folha de. «Na região de Curitiba viviam índios ceramistas». Folha de Londrina. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  22. Fernandes, José Carlos. «As escavadeiras contra a história de Curitiba». Gazeta do Povo. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  23. «Notícia: Medalha Mário de Andrade destaca o trabalho em prol do patrimônio do Paraná - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 23 de novembro de 2021 
  24. «Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia». Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Consultado em 26 de novembro de 2021