Instituto de Estudos Políticos de Grenoble

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Sciences Po Grenoble
Instituto de Estudos Políticos de Grenoble
Instituto de Estudos Políticos de Grenoble
Fundação 1948
Localização Saint-Martin-d'Hères, França
Diretor(a) Sabine Saurugger
Orçamento anual 15 milhões de euros
Página oficial http://www.sciencespo-grenoble.fr/

O Instituto Grenoble de Estudos Políticos (IEPG), mais comumente chamado por "Science Po Grenoble”, é uma grande escola francesa localizada no campus de Saint-Martin-d'Hères, na aglomeração de Grenoble .

Selecionando seus alunos por concurso de entrada, o instituto visa formar os altos executivos da França e do mundo, tanto no setor público quanto no privado. Membro da Alliance des grandes écoles Rhône-Alpes[1], em 2016, foi anexado à comunidade Universidade Grenoble-Alpes durante a iniciativa de reorganização do ensino superior na França, em que a universidade obteve o selo Initiative d'Excellence[2] em julho de 2021. Em 2021, o Instituto foi inserido na Conférence des grandes écoles.

É um dos onze institutos de estudos políticos (IEP) da França e, desde 1967, um dos dois chamados "equilíbrio", juntamento com a Sciences Po Bordeax, valendo-lhe assim mais recursos para pessoal, documentação e pesquisa.[3] Além disso, é um dos três institutos de estudos políticos na França, com Bordeaux e Paris, a manter seu próprio exame de admissão,[4] diferente dos demais, que possuem exames unificados.

História[editar | editar código-fonte]

O estabelecimento foi criado graças, em parte, a Jean-Marcel Jeanneney,[5] por decreto em 4 de maio de 1948 [6] sob o nome "Instituto de Estudos Políticos da Universidade de Grenoble". O estabelecimento está localizado na 1 rue Général Marchand, em Grenoble. O ano de 1955 é marcado pela chegada de um fundo de biblioteca para o IEP, da Faculdade de Direito. O ano de 1958 marcou uma mudança com a nomeação do segundo diretor Jean-Louis Quermonne . Este último criou em 1964 o Centro de Pesquisa de Planejamento Regional, antepassado do atual Laboratoire Pacte,[7] mas sobretudo preparou a instituição para a sua passagem no início do ano letivo de 1966 para o domínio universitário de Grenoble[8] enquanto tomou seu nome atual de acordo com o decreto de 18 de janeiro de 1969.[9] É uma instituição pública de natureza administrativa cujo estatuto é determinado pelo decreto 18 de dezembro de 1989.[10]

Em março de 1989, o Instituto de Estudos Políticos e o Ministério da Cultura criaram conjuntamente o Observatório de Políticas Culturais, que trabalha no estudo da evolução da cultura na nossa sociedade e nas políticas públicas relacionadas com o mundo da cultura.[11]

Em 2013, o aumento das matrículas do instituto veiculado pela mídia causou a insatisfação dos alunos, mas o diretor apresentou como a solução para garantir "a sustentabilidade do modelo formativo».[12]

A partir de outubro de 2015, o Conselho de Administração é presidido por Laurent Olléon, Conselheiro de Estado. Em 2017, o IEP foi escolhido pelos conselhos de cidadãos de Grenoble para receber a formação certificadora necessária ao bom funcionamento da sua comunidade local e dar-lhes a possibilidade de atuar com maior entendimento sobre o processo de decisão aplicado às política pública.[13]

Em 2017, as instalações do instituto foram reformadas e ampliadas, aumentando a extensão de seu prédio e dando a oportunidade de instalar em frente à entrada uma estátua de Hypnos, deus do sono.[14]

Em 2018, o Instituto comemorou seu 70º aniversário com uma série de conferências, exposições, eventos esportivos e culturais.[15] Na ocasião, foi publicado o livro L'institut, contendo 18 contos escritos por ex- alunos do estabelecimento que se tornaram escritores.[16] O Instituto também foi finalmente reconhecido pela Conférence des grandes écoles como um Grande Escola, conferindo-lhe legalmente este título. Por fim, a Sciences Po formaliza sua integração definitiva na Universidade de Grenoble-Alpes dentro da Iniciativa de Excelência (IDEX), programa de iniciativa do governo francês para o desenvolvimento do sistema superior do país.

Condições de admissão[editar | editar código-fonte]

A avenida central do campus universitário nos arredores da Sciences Po Grenoble (2016).

O Grenoble IEP oferece uma formação seletiva destinada a treinar os alunos para os setores público ou privado. O ingresso no Instituto é feito por concurso para os níveis de graduação e mestrado . O exame de admissão para o primeiro ano permanece específico para a Sciences Po Grenoble, uma vez que não está associado à rede de outros sete institutos da Rede Sciences Po.[17]


Em 2014, o instituto assinou um acordo de longo prazo com o Instituto de Estudos Políticos de Paris e o Instituto de Estudos Políticos de Bordeaux, com o objetivo de melhorar a mobilidade estudantil e aprofundar a cooperação entre esses três estabelecimentos. Esta parceria permite que os alunos da Sciences Po Grenoble acessem os programas de mestrado da Sciences Po Paris "direito econômico","Carreira Judicial e Jurídica", "Organizações e gestão de recursos humanos", "Estratégias territoriais e urbanas" e "Governando a Grande Metrópole".[18]

Em 2022, o exame de admissão à escola é reformado, com a implementação de uma prova de sustentação oral. Em 2022, a taxa de aceite da Sciences Po Grenoble foi de 10%.[19]

Currículo[editar | editar código-fonte]

Em 2004 a escolaridade foi alargada de quatro para cinco anos, por conta da implementação do sistema europeu "LMD" (Licenciatura, Metrado e Doutorado).

Um ano internacional, no segundo ano de graduação, é oferecido aos alunos do Instituto, graças a inúmeros convênios com universidades estrangeiras.

Graduação[editar | editar código-fonte]

Na tradição dos institutos de estudos políticos, o primeiro ciclo, equivalente ao nível de graduação no Brasil, da Sciences Po Grenoble privilegia uma formação geral baseada no estudo do direito, economia, ciência política ou relações internacionais e envolve o aluno na exploração metódica dos fundamentos dessas disciplinas que por si só lhe garantem o domínio posterior das especialidades profissionais que delas derivaram. Alguns cursos opcionais, no entanto, permitem ao aluno orientar seu curso no primeiro ano e depois, no terceiro ano, especializar-se em uma das quatro seções a seguir: Instituições e mudanças na ação pública, Política, Assuntos económicos e financeiros e Sociedades, regulamentações e inovações.

O segundo ano é um ano passado no exterior em uma universidade parceira em qualquer parte do mundo.[20] Os estudantes que vão para a Europa recebem uma bolsa Erasmus ou uma bolsa da região Rhône-Alpes. Para o resto do mundo, os alunos têm direito a uma bolsa concedida pela região, no valor referente ao destino escolhido. Os alunos continuam o curso na universidade escolhida e espera-se que voltem com maiores capacidades linguísticas e interculturais.

O terceiro ano inclui, além de uma primeira especialização por meio de conferências e palestras de metodologia, a produção de uma tese ou um trabalho de pesquisa. Este trabalho é objeto de defesa. Seu assunto é determinado pela escolha de um seminário. O terceiro ano termina com a prova "grande oral".

Ao final desses três primeiros anos, os alunos recebem o grau de bacharel .

Mestrado[editar | editar código-fonte]

A Sciences Po Grenoble oferece cerca de vinte programas de mestrado, classificadas em 4 temas:

  • Estudos internacionais e europeus: Governança europeia; Integração e mudanças no Mediterrâneo e Oriente Médio; Políticas e práticas de organizações internacionais;
  • Administração e ação pública: Gestão de projetos culturais; Gestão de comunidades locais; Ciências governamentais comparadas; Estratégias internacionais de atores locais;
  • Gestão, opinião e comunicação: Administração e gestão de empresas; Progis: estudos de opinião, marketing e mídia; Comunicação política e institucional; Transmídia, estratégia digital nas novas mídias;
  • Solidariedade, inovações econômicas e desenvolvimento territorial: Desenvolvimento e expertise da economia social; Políticas públicas de saúde; Cidades, territórios, solidariedade; e Transições ecológicas.

A Sciences Po Grenoble também oferece um percurso em inglês para alunos não francófonos, permitindo que esses realizem a graduação em inglês e enquanto desenvolvem suas competências em francês para o nível de mestrado. Além disso, em 2010, o instituto criou um diploma conjunto com a Grenoble School of Management em jornalismo econômico.[21][22]

Em 2021, a Sciences Po Grenoble anuncia a criação de dois programas de dupla diplomação junto à Grenoble School of Management . Os alunos do IEPG podem, assim, ingressar no Programa Grande Ecole da Business School.

O centro de preparação para a ENA[editar | editar código-fonte]

O estabelecimento dispõe de um centro de preparação para os concursos da Escola Nacional de Administração (Prep/ENA), que também prepara outros concursos para a alta função pública, como o EHESP (Diretor de Hospital e Estabelecimentos Médicos Sociais), o concurso Quai d'Orsay, o Escola Nacional da Magistratura, EN3S. . . ).

O estabelecimento dispõe ainda de um Centro de Preparação para a Administração Geral (CPAG) que prepara estudantes, mas também funcionários públicos, para concursos de categoria A ( Instituto Regional de Administração, responsável territorial, inspector de finanças públicas, inspector alfandegário, director hospitalar, etc.).

Parcerias internacionais[editar | editar código-fonte]

Sciences Po Grenoble possui uma rede global de mais de 170 universidades parceiras nos cinco continentes e estabeleceu parcerias com universidades de classe mundial. Como a Univerdade de British Columbia,Universidade de Montreal, Trinity College, Universidade de Amsterdã, Universidade Complutense e Universidade de Estudos Internacionais de Xangai (SISU).

Existem também diplomas duplos de especialização concedidos pela Universidade de Constança, pela Universidade de Salamanca e, desde 2020, pela UQAM em Montreal .

Pesquisa[editar | editar código-fonte]

O IEP de Grenoble possui dois centros de pesquisa.

O laboratório Pacte é o centro de pesquisa em ciências sociais mais importante da França. Reune cientistas políticos, sociólogos, economistas, advogados, historiadores, geógrafos e urbanistas. É uma unidade de investigação conjunta com o Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS) [23] e a Universidade de Grenoble-Alpes .

O outro centro de investigação é a ESEAC (Equipe de Socioeconomia Associativa e Cooperativa) especializada no estudo das organizações associativas, mutualistas e cooperativas.[24]

Personalidades ligadas à Sciences Po Grenoble[editar | editar código-fonte]

Professores[editar | editar código-fonte]

O IEP de Grenoble conta com mais de setenta professores permanentes. Inclui docentes e pesquisadores associados temporários (ATER), professores associados a tempo parcial (PAST), professores associados do ensino secundário (PRAG), professores do ensino secundário certificados (PRCE) ou ainda oradores externos do mundo profissional (cerca de 350 por ano)..Certos setores estão abertos a programas de trabalho-estudo ("alternance") aprovados pela Format sup e oferecem contratos de profissionalização.

Alunos[editar | editar código-fonte]

Mulheres e homens ilustram a diversidade das origens dos ex-alunos :

Figuras políticas[editar | editar código-fonte]

Portrait photo de Virginie Duby-Muller
Olivier Dussopt, ministre du Travail, du Plein emploi et de l'Insertion, député
  • Olivier Dussopt, Ministro do Trabalho, Pleno Emprego e Integração da França, deputado nacional.
  • Mohammed Bedjaoui, ex-Ministro da Justiça e dos Negócios Estrangeiros da Argélia.
  • Louis Besson, ex-ministro do Equipamento, da Habitação, dos Transportes e do Mar da França.
  • Sophia Chikirou, conselheira de comunicação e política.
  • Michel Destot, ex-prefeito de Grenoble, deputado.
  • Virginie Duby-Muller, deputada pela Alta Sabóia, vice-presidente do grupo parlamentar na Assembleia Nacional da França.
  • Estelle Grelier, Secretária de Estado das Autarquias Locais da França de 2016 a 2017.
  • Bernadette Laclais, ex-vice-prefeita de Chambéry.
  • Thierry Repentin antigo ministro da França responsável pelos assuntos europeus, senador.
  • André Vallini, ex-secretário de Estado do Desenvolvimento e La Francophonie da França, senador.

Notas e referências[editar | editar código-fonte]

  1. Agera
  2. «L'IDEX est fondamental pour réaliser de nouveaux projets - Ptarick Lévy Université Grenoble-Alpes». orientation.blog.lemonde.fr. 21 de fevereiro de 2017 .
  3. Marie-Laure Léotard et Romain Rosso (10 de junho de 1993). «Les petits frères de Sciences po». www.lexpress.fr. Consultado em 7 de março de 2021 
  4. «Un nouveau centre du concours commun des Sciences Po ouvre à Tahiti». immoweek.fr. 16 de novembro de 2016. Consultado em 26 de junho de 2017 
  5. Jean-Marcel Jeanneney et Olivier Ihl. «L'histoire de Sciences Po Grenoble - 1948-1970 : Les années de fondation». olivierihl.fr. Consultado em 12 de outubro de 2010 
  6. Décret n° 48–778 du 4 mai 1948 portant création de l'Institut d'études politiques de l'université de Grenoble, publié au Journal officiel de la République française du 5 mai 1948, p. 4362
  7. «Jean-Louis Quermonne, professeur de sciences politiques, est mort». www.lemonde.fr. 20 de janeiro de 2021. Consultado em 11 de fevereiro de 2021 
  8. lecourrierdelarchitecte.com, Extension, restructuration et réhabilitation de l'IEP de Grenoble.
  9. Décret n° 69-56 du 18 janvier 1969 relatif aux instituts d'études politiques d'Aix, de Bordeaux, de Grenoble, de Lyon, de Strasbourg et de Toulouse (abrogé)
  10. ??? Predefinição:Légifrance/erro sur www.legifrance.gouv.fr et ??? Predefinição:Légifrance/erro sur www.legifrance.gouv.fr
  11. «Entretien avec René Rizzardo». journals.openedition.org. Dezembro de 2009. Consultado em 1 de abril de 2018 
  12. «Sciences Po Grenoble: "la hausse relève d'un problème général de financement des IEP en France"». france3-regions.francetvinfo.fr. 13 de dezembro de 2013. Consultado em 26 de junho de 2017 
  13. «Conseils citoyens indépendants: La ville de Grenoble propose une formation certifiante.». placegrenet.fr. 14 de março de 2017. Consultado em 26 de junho de 2017 
  14. «Béton brut contextuel à l'IEP de Grenoble selon Chapuis Royer». chroniques-architecture.com. 3 de janeiro de 2021. Consultado em 21 de fevereiro de 2021 
  15. Site de Science-po Grenoble
  16. «Pour les 70 ans de Sciences Po Grenoble, dix-huit écrivains présentent leur recueil de nouvelles « L'Institut »». www.placegrenet.fr. 5 de novembro de 2018. Consultado em 5 de novembro de 2018 
  17. letudiant.fr du 14 février 2017, Sciences po : les épreuves de l’IEP de Grenoble.
  18. mcetv.fr du 19 janvier 2016, Sciences Po et Sciences Po Grenoble approfondissent leur coopération dans le domaine de la formation.
  19. Paul-Henri Wallet (29 de dezembro de 2022). «Sciences Po: quels sont les IEP les plus sélectifs?». Le Figaro (em francês) 
  20. «Les universités partenaires | Sciences Po Grenoble». www.sciencespo-grenoble.fr. Consultado em 1 de junho de 2016 
  21. PDFlink sem parâmetros PDF«double-diplôme Sciences Po Grenoble / ESC Grenoble» (PDF). Consultado em 10 de novembro de 2018 
  22. «Exclusif. Sciences po Grenoble et l'ESC Grenoble lancent un double diplôme en journalisme économique». letudiant.fr. 1 de setembro de 2010. Consultado em 10 de novembro de 2018 
  23. «Pacte | Laboratoire de recherche en sciences sociales». www.pacte-grenoble.fr. Consultado em 1 de junho de 2016 
  24. «Équipe de Socio-Économie Associative et Coopérative (ESEAC) | Sciences Po Grenoble». www.sciencespo-grenoble.fr. Consultado em 1 de junho de 2016 

Apêndices[editar | editar código-fonte]

Textos legais[editar | editar código-fonte]

Artigos relacionados[editar | editar código-fonte]