Isabelina (cor)

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Isabelina
Coordenadas de cor
Tripleto hexadecimal #F4F0EC
sRGB (r, g, b) (244, 240, 236)
HSV (h, s, v) (03°, 3%, 96%)
Quarto de milha palomino claro, que pode ser descrito como isabelino

Isabelina, também conhecida como isabela, é um cinza amarelado pálido, fulvo pálido, marrom creme pálido ou cor de pergaminho. É encontrada principalmente na coloração de animais de pelagem, particularmente na cor de plumagem em aves e, na Europa, em cavalos. Ela também tem historicamente sido aplicada à moda. O primeiro registro conhecido da palavra foi em 1600 como "cor isabela"; esse uso, mais tarde, tornou-se intercambiável na literatura com "isabelino" após o último ser introduzido na impressão em 1859. A origem da palavra não é clara; a incerteza tem gerado várias tentativas para fornecer uma etimologia e acabou levando a uma lenda proeminente.

Uso e origens[editar | editar código-fonte]

O primeiro registro do uso de isabella como o nome de uma cor em inglês foi no ano de 1600, para descrever um item do guarda-roupa de Isabel I da Inglaterra: "um vestido de cetim cor Isabela ... com lantejoulas prateadas".[1] Isabelina como um termo derivado foi usado pela primeira vez na revista Ibis em 1859, por Henry Baker Tristram, para descrever a cor comum da plumagem superior nas aves do Norte de África.[2]

Algumas teorias foram propostas para a origem do nome da cor. De acordo com uma lenda popular, o nome vem da Infanta Isabel Clara Eugênia da Espanha; durante o Cerco de Oostende, que se iniciou em julho de 1601, alega-se que Isabel prometeu não trocar sua camisola até o cerco terminar, esperando uma vitória rápida para o seu marido Arquiduque Alberto da Áustria. Como o cerco durou mais de três anos, terminando finalmente em setembro de 1604, afirma-se que a descoloração da sua camisola nesse intervalo levou à designação da cor.[3][4] No entanto, esta teoria foi dispensada pelo Oxford English Dictionary pois a palavra já estava em uso antes do cerco começar. Uma variação da lenda refere-se a Isabel I de Castela e o cerco de oito meses de Granada por Fernando II de Aragão, começando em abril de 1491. Este cerco terminou em janeiro de 1492 e, novamente, alega-se que resultou em uma camisola superutilizada pertencente a uma Isabela.[5]

Outras teorias focam em animais perto da cor como a origem da palavra. Em 1904, vários escritores da revista Notes and Queries, instigados por uma questão de etimologia, debateram que a palavra pode ter começado como uma corrupção da palavra zibelino (um acessório de pele de mustela), observando a semelhança de cor e a popularidade do acessório no período em que a palavra entrou em uso pela primeira vez.[6] O etimologista Michael Quinion informou que certas fontes sugeriram que uma suposta palavra árabe para leão, izah, poderia ser a origem, com um significado original parecido com "cor de leão". Porém, desde então concluiu que "não parece existir essa palavra em árabe e devemos desconsiderar a sugestão".[5]

Em animais[editar | editar código-fonte]

Picanço de cor isabelina

O termo é encontrado em referência à coloração da plumagem nos nomes das espécies Amaurornis isabellina, Oenanthe isabellina, e Lanius isabellinus, bem como em descrições de aves. A doença de pigmentação genética isabelinismo vista em aves é derivada da palavra para a cor, e é uma forma de leucismo causado por uma redução uniforme na produção e expressão de melanina, resultando em áreas de plumagem nas costas do pássaro, normalmente pretas, sendo fortemente desbotadas ou isabelino em aparência.[7] Isabelinismo tem sido relatada em várias espécies de pinguim.[8]

Isabelina e isabela são termos aplicados na Europa para cavalos palominos ou cremelo muito pálidos, animais com pelagem que é descrita como creme, ouro pálido ou quase branca; este é o principal uso das versões da palavra em francês (isabelle) e alemão (Isabella).[9] Em cavalos, esta cor é criada pela ação do gene creme, um gene de diluição incompleto dominante que produz um cavalo com um revestimento de ouro e olhos escuros quando heterozigotos, e um cavalo cor de creme claro com olhos azuis quando homozigotos.

Uma subespécie do urso-pardo-do-Himalaia (Ursus arctos isabellinus) foi nomeado subespecificamente para a cor e às vezes também é conhecida como o urso isabelino.[10]

A descrição também tem sido utilizada no Reino Unido para cães dobermann de cor fulva.

Veja também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Nichols, John, ed. (1823). The Progresses and Public Processions of Queen Elizabeth. III. London: John Nichols and Son. p. 505 
  2. Tristram, H.B. (1859). «On the Ornithology of Northern Africa». Ibis. I (4): 430. doi:10.1111/j.1474-919X.1859.tb06223.x 
  3. Maerz, Aloys John; Paul, Morris Rea (1930). A Dictionary of Color. [S.l.]: McGraw-Hill Book Company. pp. 49 Plate 13 Color Sample K7, 197 
  4. D'Israeli, Isaac (1823). «Anecdotes of Fashion». Curiosities of Literature. II 7th ed. London: John Murray. pp. 94–95 
  5. a b Quinion, Michael (1 de novembro de 2003). «Isabelline». World Wide Words. Consultado em 24 de janeiro de 2012 
  6. Hooker, Jos. D. (18 de junho de 1904). «Isabelline as a Colour». Notes and Queries. s10-I (25): 487. doi:10.1093/nq/s10-I.25.487-d 
    «Isabelline as a Colour». Notes and Queries. s10-II (39): 253. 24 de setembro de 1904. doi:10.1093/nq/s10-II.39.253-b 
  7. Everitt, David (2005). «Eccentricities in plumage may be more common than we think». Wingspan. 15: 24–25 
  8. Everitt, David A.; Miskelly, Colin M. (2003). «A review of isabellinism in penguins». Ornithological Society of New Zealand. 50 (1): 43–51 
  9. Academia Francesa (1835). «Isabelle». Dictionnaire de l'Académie française. 2 6 ed. Paris: Didot. p. 59 
  10. Galbreath, Gary J.; Groves, Colin P.; Waits, Lisette P. (2007). «Genetic resolution of composition and phylogenetic placement of the Isabelline Bear» (PDF). Ursus. 18 (1): 129–131. doi:10.2192/1537-6176(2007)18[129:GROCAP]2.0.CO;2