Jacinto Soares de Albergaria
Jacinto Soares de Albergaria | |
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Nascimento | 26 de janeiro de 1928 Ponta Delgada |
Morte | 12 de setembro de 1981 Ponta Delgada |
Cidadania | Portugal |
Alma mater | |
Ocupação | professor, poeta, ensaísta |
Jacinto Soares de Albergaria (Ponta Delgada, 26 de janeiro de 1928 — Ponta Delgada, 12 de setembro de 1981) foi um poeta e ensaísta que se notabilizou no campo da literatura açoriana.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nasceu em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, filho de João Soares de Albergaria e de Maria Jardelina Raposo Furtado, uma família de ricos proprietários ligados a uma das mais antigas e ricas família da ilha, os Soares de Albergaria.[2] Concluiu o ensino primário e secundário na sua cidade natal, concluindo o curso liceal, na variante de Letras, no Liceu Nacional de Ponta Delgada no ano de 1946.[1] Ainda aluno do ensino secundário participou no Círculo Literário de Antero de Quental, no qual proferiu em 1949 uma conferência sobre o conceito de literatura açoriana que daria origem a polémica na imprensa local.
Ingressou em 1946 na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde se matriculou no curso de Ciências Históricas e Filosóficas, que concluiu em 1952. Enquanto estudante em Coimbra fundou e dirigiu, com Eduíno de Jesus, uma editora que promoveu a publicação da «Colecção Arquipélago», um conjunto de obras literárias de autoria açoriana.[1][3] Nessa mesma publicação, fez a sua estreia, como poeta, com as obras líricas «Os Dias Indefinidos» e «Capricho da Noite».[3]
Terminado o curso, regressou a Ponta Delgada onde se empregou como professor da Escola Industrial e Comercial de Ponta Delgada, onde leccionou até falecer. Já em Ponta Delgada, continuou a actividade editorial, como fundador e director da efémera revista Açória, um periódico de cultura e artes que se publicou em 1958 e 1959.[3]
Ainda estudante em Coimbra iniciou-se como escritor, publicando alguns contos em periódicos de Coimbra, Lisboa e Ponta Delgada. Nos primeiros anos de Coimbra despertou para a poesia, inicialmente próximo do neo-realismo, mas depois entrando num percurso influenciado pelo seu convívio com Afonso Duarte, de pendor intimista, influenciado pela ilha com as suas brumas e fantasmas.[1] Para além da poesia, dedicou-se ao ensaio, produzindo vários opúsculos em prosa (ensaios e conferências).[3]
Faleceu precocemente, vítima de esclerose. Postumamente foram ainda publicadas duas obras poéticas.
Obras publicadas
[editar | editar código-fonte]Entre outras obras, é autor das seguintes publicações:
- Os Dias Indefinidos, Coimbra, col. «Arquipélago», 1951;[3]
- Capricho da Noite, Coimbra, col. «Arquipélago», 1953;[3]
- Ave Inquieta, Coimbra, 1957;[3]
- Cais Deserto, Coimbra, 1958;
- Acaso, Ponta Delgada, 1960;[3]
- La Légende et Toi, Paris, Débresse-Poésie, 1961;
- A Ta Louange, Paris, Débresse-Poésie, 1962;
- L'Amour et Toi, Paris, Débresse-Poésie, 1963;
- Retrato, Ponta Delgada, 1965;[3]
- Poemas Escolhidos (pref. de Rebelo de Bettencourt), Lisboa, Livraria Portugal, 1966;
- Romanceiro da Lagoa, Ponta Delgada, 1967;
- Âncora, Braga, Editora Pax, 1982 (edição póstuma, com prefácio de António Manuel Couto Viana);[3]
- Maceração, Braga, Editora Pax, 1985 (poesias coleccionadas pela ceramista Maria José Lopes, acompanhadas por um In Memoriam).[3]
No campo do ensaio, publicou as seguintes obras:
- Este Aspecto do Moderno Movimento Literário nos Açores, Ponta Delgada, 1949;[3]
- Diálogo no Tempo, Ponta Delgada, 1964;[3]
- A Aventura dos Portugueses no Mundo, Ponta Delgada, 1969;
- A Gesta dos Portugueses no Oriente, Ponta Delgada, 1970;
- Canto da Maya, Ponta Delgada, col. «Arquipélago», 1974;
- A Lição dum Homem (sobre Afonso Duarte, com um preâmbulo de Ruy Galvão de Carvalho), Ponta Delgada, 1975;[3]
- O Poeta e a Solidão (sobre Armando Côrtes-Rodrigues), Ponta Delgada, 1975;
- A Inquietude de Antero, Ponta Delgada, 1976;[3]
- Teófilo Braga e o Positivismo, Ponta Delgada, 1977.[3]
Notas
- ↑ a b c d «Soares de Albergaria, Jacinto» na Enciclopédia Açoriana.
- ↑ «Soares de Albergaria» na Enciclopédia Açoriana.
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p Bigotte de Carvalho, Maria Irene (1997). Nova Enciclopédia Larousse vol. 1. Lisboa: Círculo de Leitores. p. 205. 314 páginas. ISBN 972-42-1477-X. OCLC 959016748