Jeca Tatu: diferenças entre revisões
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Jeca Tatu | |
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Personagem de Urupês | |
Informações gerais | |
Criado por | Monteiro Lobato |
Informações pessoais | |
Origem | Zona rural do estado de São Paulo |
Características físicas | |
Espécie | Humana |
Sexo | Masculino |
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/4a/Disambig_grey.svg/20px-Disambig_grey.svg.png)
Jeca Tatu é um personagem criado por Monteiro Lobato em sua obra Urupês, que contém 14 histórias baseadas no trabalhador rural paulista. Simboliza a situação do caboclo brasileiro, abandonado pelos poderes públicos às doenças, seu atraso e à indigência.
"Jeca Tatu não é assim, ele está assim".
A frase de Monteiro Lobato, sobre um dos seus mais populares personagens, refere sua obra para além das histórias infantis e incomoda a elite intelectual da época, acostumada a uma visão romântica do homem do campo. Jeca Tatu, um caipira de barba rala e calcanhares rachados – porque não gostava de usar sapatos, era pobre, ignorante e avesso aos hábitos de higiene urbanos. Morava na região do Vale do Paraíba (SP), distinta por seu atraso.
O personagem Jeca Tatu e a análise dele feita por Monteiro Lobato conto Urupês e no artigo "Velha Praga" de Monteiro Lobato, é assim explicado pelo folclorista Cornélio Pires, quando analisa o caipira caboclo:
“ | Coitado do meu patrício!, (o caipira caboclo), Apesar dos governos os outros caipiras se vão endireitando à custa do próprio esforço, ignorantes de noções de higiene… Só ele, o caboclo, ficou mumbava, sujo e ruim! Ele não tem culpa… Ele nada sabe. Foi um desses indivíduos que Monteiro Lobato estudou, criando o Jeca Tatu, erradamente dado como representante do caipira em geral! | ” |
O trabalho do escritor voltado para várias questões sociais, dentre elas a saúde pública no país, repercute na política e na campanha sanitarista da década de 1920, denunciando a precariedade da saúde das populações rurais, com impacto na redefinição das atribuições do governo no campo da saúde.
Num primeiro momento, em artigos publicados no jornal O Estado de São Paulo, (1914), Lobato pensa o caboclo como uma praga nacional: funesto parasita da terra (…) homem baldio, inadaptável à civilização (…), responsabilizando-o pelos problemas da agricultura.
A história do Jeca Tatu relaciona-se com a de Lobato. Segundo seus biógrafos, em 1911, ele herda do avô a fazenda Buquira, no Vale do Paraíba (SP), tornando-se fazendeiro. Desentende-se com empregados e cria uma figura desqualificada do caipira, tomando o caipira caboclo como protótipo do caipira, considerando-o preguiçoso demais para promover melhorias no seu modus vivendi.
No entanto, no bojo das campanhas sanitaristas, Monteiro Lobato modifica sua análise do problema: Pobre Jeca. Como és bonito no romance e feio na realidade., transformando-o num novo símbolo de brasilidade. Não por acaso, em 1924, foi criado o personagem radiofônico Jeca Tatuzinho, que ensinava noções de higiene e saneamento às crianças.
Referências
- ↑ PIRES, Cornélio, Conversas ao Pé do Fogo, IMESP, 1984
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