João Rufo

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João Rufo, João de Bet-Rufina[1] ou João de Maiuma[2] foi um presbítero anticalcedoniano de Antioquia, monge, discípulo de Pedro o Ibérico e histórico eclesiástico que provavelmente serviu como bispo de Maiuma. Escreveu as Pleroforias, a Vida de Pedro o Ibérico e as Comemorações da Morte de Teodósio.[3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Quase tudo que se sabe sobre João Rufo vem de sua própria obra, com alguns detalhes adicionais da Vida de Severo, de Zacarias Escolástico. [4] João era monge no Mosteiro de Bet-Rufina, donde seu nome.[2]

João nasceu na Arábia Petreia por volta de 450, e estudou jurisprudência na exclusiva Escola de Direito de Berito (atual Beirute),[4] onde seu colega Teodoro de Ascalão o pôs em contato com seu futuro mentor espiritual, Pedro o Ibérico.[4] Evágrio, irmão mais novo de João, também estudou na mesma instituição, além de mostrar interesse no monasticismo.[5] João tornou-se monge e rumou a Antioquia, onde foi ordenado presbítero pelo patriarca anticalcedoniano local, Pedro Fulão,[1][4] durante o reinado de Basilisco (entre janeiro de 475 e agosto de 476)[6]

Após o retorno ao poder de Zenão e a expulsão de Pedro Fulão em 477, João se mudou para a Palestina em 479, enfim se tornando discípulo de Pedro o Ibérico,[3][5] morando em sua comunidade monástica entre Gaza e Maiuma.[1][7] João se tornou um dos alunos mais íntimos de Pedro, recebendo portanto perspectivas exclusivas dos últimos doze anos da vida do mesmo.[8] Como nativo da Arábia, uma região que conhecia em detalhes, como demonstrado em sua Vida de Pedro o Ibérico, é possível que tenha acompanhado seu mestre em suas viagens pela região.[6] Após a morte de Pedro em 491, a liderança do mosteiro ficou na mão de quatro de seus discípulos, mais proeminentemente Teodoro de Escalão, enquanto João se tornou presbítero da igreja do mosteiro.[9] Não é claro se João se tornou de fato bispo de Maiuma, como mencionado no título das Pleroforias, visto que a informação não foi registrada em quaisquer outras fontes contemporâneas, mas possivelmente foi consagrado como tal pelos anticalcedonianos após a morte de Pedro,[9] tornando-se, pois, líder espiritual da comunidade anticalcedoniana palestina.[1]

Referências

  1. a b c d Moss 2016, p. 51.
  2. a b Orlandi 1991.
  3. a b Steppa 2004, pp. 91-2.
  4. a b c d Steppa 2004, p. 91.
  5. a b Bitton-Ashkelony & Kofsky 2006, p. 27.
  6. a b Rufus 2008, lxii.
  7. Bitton-Ashkelony & Kofsky 2006, p. 61.
  8. Bitton-Ashkelony & Kofsky 2006, pp. 28-9.
  9. a b Steppa 2004, p. 92.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]