Joaquim José Lobo da Silveira

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Joaquim José Lobo da Silveira
Joaquim José Lobo da Silveira
Nascimento 12 de maio de 1772
Alvito
Morte 27 de abril de 1846 (73 anos)
Reuden
Cidadania Reino de Portugal
Ocupação diplomata
Os enviados ao Congresso de Viena em 1814. Na imagem Oriola é o segundo da esquerda (gravura de Jean Godefroy de uma pintura de Jean-Baptiste Isabey).
Mansão em Reuden (Reino da Prússia) onde se fixou (gravura contemporânea).

Joaquim José Lobo da Silveira (Alvito, 12 de maio de 1771Reuden, Brandenburg, Prússia, 27 de abril de 1846), 7.º conde de Oriola, foi um aristocrata que de destacou como diplomata. Diplomata na Suécia, foi destacado em 1814 como plenipotenciário português ao Congresso de Viena, tendo sido nomeado embaixador na Prússia logo após o termo da Congresso em 1815. Ligado à fação miguelista derrotada na Guerra Civil Portuguesa, acabou por se fixar na Prússia, onde deixou descendência que se ligou à alta aristocracia alemã (como Graf von Oriola).[1][2][3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu em Alvito, filho de D. Fernando José Lobo da Silveira Quaresma, 2.º marquês de Alvito, e de sua esposa Maria Bárbara de Menezes, uma família da alta aristocracia. O pai era gentil-homem da câmara do rei D. José I e tenente-general do Exército Português. A mãe era filha de D. José de Meneses e Távora da Silveira e Castro, gentil-homem da câmara do rei D. José e da rainha D. Maria I, e de sua mulher, Luise Gonzaga von Rappach, a condessa de Rapach (Gräfin von Rappach), natural de Viena de Áustria. A família detinha o título de barão de Alvito desde 1475, o título de conde de Oriola desde 1653 e o título de marquês de Alvito desde 1776.[4]

Ingressou na administração pública, sendo enviado para o Brasil, onde serviu durante algum tempo como governador.[5]

Em 1809, durante as Guerras Napoleónicas foi nomeado enviado de Portugal em Estocolmo. Em 1814 e 1815 Lobo representou os interesses portugueses no Congresso de Viena. Para além de Joaquim Lobo da Silveira, Portugal foi representado em Viena por D. Pedro de Sousa Holstein, conde de Palmela, que chegou a Viena em 27 de setembro de 1814 e saiu em 1815, e por D. António Saldanha da Gama, diplomata acreditado junto do czar Alexandre I da Rússia e também plenipotenciário ao Congresso de Viena entre 1814 e 1815.[1][6][7]

Em Viena, em 22 de janeiro de 1815, foi um dos signatários de um tratado anglo-português que proibia o tráfico de escravos aos portugueses na costa africana ao norte da linha do equador. Durante a sua participação no Congresso também assinou um conjunto de tratados e documentos em nome do príncipe-regente D. João de Portugal, incluindo a Declaração das Potências, sobre a abolição do tráfico de escravos, datada de 8 de fevereiro de 1815. [7]

Terminado o Congresso de Viena, foi nomeado embaixador de Portugal na corte prussiana. Mais tarde, adquiriu terras em Brandenburg, onde se fixou, tornando-se cidadão naturalizado da Prússia. O rei da Prússia concedeu-lhe, por carta datada de 6 de junho de 1822, o título de Graf (o equivalente alemão ao seu título português de conde).[6]

Em 1834, após o convenção de Évora-Monte e a consequente abdicação do rei D. Miguel, deixou o serviço diplomático e fixou-se definitivamente na capital prussiana. Recebeu o título de membro do Real Conselho Privado prussiano e, com a aquisição do solar de Reuden, o título de senhor de Reuden.

Em 1805 fora eleito membro correspondente da Academia de Ciências de Göttingen, classe Filológico-Histórica.[8]

Família[editar | editar código-fonte]

Joaquim Lobo da Silveira casou em 1807 com Sophia Amalie Murray (1787 — 1862), filha do biólogo sueco Johan Andreas Murray, de origem escocesa, que trabalhava na Universidade de Göttingen. Entre os seus filhos contam-se:

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Ministério dos Negócios Estrangeiros: Congresso de Viena.
  2. (em português) Bonifácio, Maria de Fátima (2011), Memórias do Duque de Palmela, ISBN 9789722045056, Leya, p. 114 nota 119 
  3. Hansard, T.C (1 fevereiro – 6 março 1816), The Parliamentary Debates from the Year 1803 to the Present Time …, 32, T.C. Hansard, pp. 200201 .
  4. Genealogisches Taschenbuch der deutschen gräflichen Häuser, Band 8, Gotha 1853, p. 513 f.
  5. Barbara Möller, Marc Reichwein: Die erste Party der modernen Diplomatie, in: Literarische Welt, 20. Dezember 2014, p. 4 f.
  6. a b Bonifácio 2011, p. 114 nota 119.
  7. a b Hansard 1816, pp. 200–201.
  8. Holger Krahnke: Die Mitglieder der Akademie der Wissenschaften zu Göttingen 1751–2001 (= Abhandlungen der Akademie der Wissenschaften zu Göttingen, Philologisch-Historische Klasse. Folge 3, Bd. 246 = Abhandlungen der Akademie der Wissenschaften in Göttingen, Mathematisch-Physikalische Klasse. Folge 3, Bd. 50). Vandenhoeck & Ruprecht, Göttingen 2001, ISBN 3-525-82516-1, S. 154.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]