Saltar para o conteúdo

Joaquina Soares

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Joaquina Soares
Nome completo Maria Joaquina Coelho Soares
Nascimento 15 de janeiro de 1953 (71 anos)
Nacionalidade Portugal Portuguesa
Ocupação Arqueóloga


Joaquina Soares e Carlos Tavares da Silva foram os primeiros arqueólogos profissionais em Portugal, Gabinete da Área de Sines, 1972-1988.

A carreira arqueológica de Joaquina Soares abrange mais de quatro décadas, correspondendo a um período de mudança de arqueologia portuguesa (processo de institucionalização), principalmente caracterizada pela autonomia académica da arqueologia, separando-se da História.

Joaquina Soares dirigiu e co-dirigiu mais de cem escavações arqueológicas integradas em projectos de investigação ou em programas de salvamento arqueológico. Prefere o trabalho de campo: "as novas ideias surgem a partir do contacto direto com o registro empírico". Trabalhou no maior projeto arqueológico do Sul de Portugal, no Alqueva, 1997-2002 (Barragem no rio Guadiana), e até mesmo na fase anterior (1984-85) de pesquisa arqueológica para a avaliação do impacto ambiental dessa obra pública sobre o património cultural, com Carlos Tavares da Silva e José Manuel Mascarenhas.

Joaquina Soares implantou, desde 1975, um novo conceito de museu regional orientado para a investigação e para o desenvolvimento regional. Esta experiência teve lugar com a fundação do MAEDS-Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal. MAEDS é um centro avançado de arqueologia social. Joaquina Soares promoveu a primeira rede regional de museus - FIDS- Fórum Intermuseus do Distrito de Setúbal, desde 2003. Conseguiu sempre combinar a pesquisa com a aplicação social, para fins educacionais informativos e económicos. Tem realizado dezenas de conferências, workshops e simpósios, e alguns internacionais como: "Pré-História das Zonas Húmidas. Paisagens de Sal ". Setúbal, 19-21 de Maio/2011; Produção e Comércio de Preparados Piscícolas na Costa Atlântica da Península Ibérica, durante a Proto-História e a Época Romana. Setúbal, 2004. Tem-se ainda dedicado nos últimos quatro anos ao ensino universitário de Pré-História e Proto-história (FCSH - Universidade Nova de Lisboa). Prossegue a sua actividade museológica, como Directora do MAEDS e a sua investigação científica coordenando dois projectos principais: Arqueologia urbana – Preexistência de Setúbal e CIB – Chibanes no contexto da Arqueologia na Península da Arrábida. Este último estratégico para o desenvolvimento económico da região que aposta na candidatura da Arrábida a Património Mundial, junto da UNESCO.


Joaquina Soares teve um papel importante na implementação da arqueologia urbana em Portugal, principalmente nas cidades de Setúbal e Sines. Organizou o primeiro congresso nacional com Carlos Tavares da Silva: I Encontro Nacional de Arqueologia Urbana. Setúbal, MAEDS e IPPC, 1985.

As suas principais contribuições no campo da arqueologia pesquisa são:

I) A identificação, com Carlos Tavares da Silva, das primeiras fortificações calcolíticas do III milénio cal BC, no sul de Portugal.

II) O estudo do processo de neolitização na Costa Sudoeste Portuguesa.

III) O surgimento de complexidade no III milénio cal BC, no sudoeste da Península Ibérica.

IV) A descoberta e estudo dos povoados da Idade do Bronze Médio no SW Ibérico (Cultura do Bronze do Sudoeste).


Referências Institucionais

Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS)

Fórum Intermuseus do Distrito de Setúbal (FIDS)

FCSH / Universidade Nova de Lisboa

UNIARQ / Universidade de Lisboa


As principais referências bibliográficas

TAVARES DA SILVA, C.; SOARES, J. (1981) – Pré-história da Área de Sines. Lisboa: Gabinete da Área de Sines, 231 pp.

TAVARES DA SILVA C.; SOARES, J. (1986) – Arqueologia da Arrábida. Lisboa: Serviço Nacional de Parques, Reservas e Conservação da Natureza, 211 pp.

MASCARENHAS, J. M.; SOARES J.; TAVARES DA SILVA, C. (1986) – O património histórico-cultural e os estudos de impacte ambiental: proposta de metodologia para a avaliação do impacte de barragens. Trabalhos de Arqueologia do Sul, 1. Évora: Serviço Regional de Arqueologia do IPPC, p. 7-16.

TAVARES DA SILVA, C.; SOARES, J. (1993) – Ilha do Pessegueiro. Porto Romano da Costa Alentejana. Lisboa: Instituto de Conservação da Natureza, 245 pp.

SOARES, J. (1996) – Padrões de povoamento e subsistência no Mesolítico da Costa Sudoeste portuguesa. Zephyrus, 49, p.109-124.

SOARES, J. (1997) – A transição para as formações sociais neolíticas na Costa Sudoeste portuguesa. In A. Rodríguez Casal (ed.), O Neolítico Atlântico e as Orixes do Megalitismo (Actas do Colóquio Internacional). Santiago de Compostela: Consello da Cultura Galega, Universidad de Santiago de Compostela e Unión Internacional das Ciências Prehistóricas e Protohistóricas, p. 587-608.

SOARES, J. (1998) – Arqueologia urbana em Setúbal: problemas e contribuições. Actas do Encontro sobre Arqueologia da Arrábida (Trabalhos de Arqueologia, 14). Lisboa: IPA, p. 101-130.

SOARES, J. (1999) – Museus de território na era da globalização. O Arqueólogo Português, 17 (S.IV), p. 429-450.

SOARES, J. (2003) – Os hipogeus pré-históricos da Quinta do Anjo (Palmela) e as economias do simbólico. Setúbal: Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal, 238 pp.

SOARES, J. (2008) – Economias anfíbias na costa sudoeste ibérica. IV-III milénios BC. O caso da Ponta da Passadeira (estuário do Tejo). IV Congreso del Neolítico Peninsular, T. II. Alicante: Museo Arqueológico de Alicante/ Diputación Provincial de Alicante, p. 356-364.

SOARES, J. (Coord.) (2008) – Embarcações tradicionais do Sado. Contexto físico-cultural do estuário do Sado. Setúbal: MAEDS e APSS, 180 pp.

SOARES, J. (2010) – Dólmen da Pedra Branca. Datas radiométricas. Musa. Museus, Arqueologia e Outros Patrimónios, 3, p. 70-82.


Ligações externas

Ícone de esboço Este artigo sobre uma pessoa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.