John Magufuli

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John Magufuli
John Magufuli
5Presidente da Tanzânia
Período 5 de novembro de 2015
a 17 de março de 2021
Vice-presidente Samia Suluhu
Antecessor(a) Jakaya Kikwete
Sucessor(a) Samia Suluhu
Dados pessoais
Nome completo John Pombe Joseph Magufuli
Nascimento 27 de outubro de 1959
Chato, Geita, Tanganica
Morte 17 de março de 2021 (61 anos)
Dar es Salaam, Tanzânia
Alma mater Universidade de Dar es Salaam
Partido CCM - Chama Cha Mapinduzi
Religião Católica
Profissão Professor

John Pombe Joseph Magufuli (Chato, 29 de outubro de 1959Dar es Salaam, 17 de março de 2021) foi um político da Tanzânia, o qual serviu como presidente do seu país de 2015 até sua morte em 2021.[1][2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

John Joseph Magufuli realizou seus estudos primários na Chato Primary School, de 1967 a 1974. Realizou os estudos secundários no Katoke Seminary em Biharamulo, de 1975 a 1977, encerrando os estudos em Lake Secondary School, em 1978.[3]

Entrou para a Mkwawa High School, devido a suas boas notas, em 1979, e encerrou em 1981.[4] Entrou no mesmo ano na Mkwawa College of Education onde obteve um Diploma em Química, Matemática e Educação.[5]

Magufuli obteve seu bacharelado em ciência da educação em química e história lecionando disciplinas na Universidade de Dar es Salaam, em 1988. Também obteve mestrado e doutorado em química na mesma universidade, respectivamente em 1994 e 2009.[6]

Presidência 2015[editar | editar código-fonte]

Austeridade e acusações de Censura[editar | editar código-fonte]

Após assumir o mandato presidencial, Magufuli implementou medidas e cortes de despesas do governo, o que incluiu suspensão de viagens internacionais desnecessárias de oficiais do governo, uso de veículos mais baratos, redução da delegação para a Commonwealth de 50 para apenas 4 pessoas e estímulo a menos eventos e festas de instituições públicas, como cortar o orçamento de inauguração do novo parlamento.[5]

O novo presidente cortou o próprio salário de cerca de 15 mil para 4 mil dólares mensais. Suspendeu a verba destinada à exposição do Dia Mundial da AIDS e em troca comprou mais medicamentos para o tratamento de aidéticos. Numa de suas ações mais notáveis, suspendeu todas as festividades do Dia da Independência, em 2015, em favor de promover uma campanha nacional de limpeza, com o objetivo de reduzir a disseminação da cólera, quando declarou: "é vergonhoso gastarmos tanto dinheiro para celebrar 54 anos de independência quando nosso povo está morrendo por Cólera". O dinheiro poupado foi usado para melhorar condições hospitalares e sanitárias pelo país. [7] [8]

Em 10 de dezembro 2015, Magufuli nomeou seu gabinete, reduzindo de trinta para apenas dezenove o número de ministros, também com fins de reduzir custos.

Magufuli deu origem a um trend topic com a hastag #WhatWouldMagufuliDo (o que Magufuli faria), onde cidadãos, fazendo referência às medidas de economia e combate à corrupção do novo presidente, mostravam suas próprias medidas domésticas de austeridade, por vezes irônicas. O governo de Magufuli é acusado de perseguição a opositores e de censura na TV, na rádio e, sobretudo, na internet, criando taxas muito caras que impossibilitariam a maioria dos "blogueiros" de manter suas atividades de críticas ao presidente.[9] Em 2018, o internacionalmente conhecido rapper Diamond Platnumz foi preso após lançar uma música considerada "indecente" pelas autoridades. [8]

Medidas económicas[editar | editar código-fonte]

O país alterou as leis que regem a adjudicação de contratos mineiros, concedendo-se o direito de renegociar ou rescindir esses contratos em caso de fraude comprovada. A nova legislação também elimina o direito das empresas de mineração de recorrer à arbitragem internacional. A disputa fiscal com a Acacia Mining, acusada de ter subestimado significativamente a sua produção de ouro durante anos, resultou finalmente num acordo: a Tanzânia obtém 16% das acções nas minas detidas pela multinacional. Por outro lado, esta política anticorrupção também "assustou os investidores, que agora temem ter de lidar com a justiça tanzaniana e enfraqueceu o crescimento", segundo Zitto Kabwe, um dos líderes do partido de oposição Chadema.[10]

Com uma das taxas de crescimento económico mais elevadas do continente (5,8% em 2018 e cerca de 6% em 2019, segundo o FMI), o Governo tanzaniano esteve a iniciar um importante programa de desenvolvimento de infraestruturas, em especial no sector ferroviário. O pequeno porto de pesca de Bagamoyo, ao qual foram atribuídos dez bilhões de dólares de investimento, deverá tornar-se o maior porto de África até 2030. A Tanzânia tende a aproximar-se da China, que promete apoiar projectos económicos. Em resposta a esta nova orientação diplomática e à falta de democracia, os Estados Unidos suspenderam a participação tanzaniana no Millennium Challenge Account,[11] um fundo de desenvolvimento bilateral.[10]

Morte[editar | editar código-fonte]

Magufuli morreu em 17 de março de 2021, aos 61 anos de idade, em um hospital de Dar es Salaam.[2] A vice-presidenta do país, Samia Suluhu, em uma mensagem televisionada, informou que a causa do falecimento foi uma doença cardíaca.[12] Antes disso, o chefe de Estado havia desaparecido da vida pública por cerca de 18 dias, reforçando os rumores da oposição que afirmava que o presidente havia procurado ajuda médica no exterior, pois havia contraído a COVID-19.[13]

Referências

  1. Morgan, WINSOR (5 de novembro de 2015). «Who Is John Magufuli? Tanzania's New President Sworn In At Inauguration Ceremony». International Business Times. Consultado em 17 de novembro de 2016 
  2. a b Dahir, Abdi (17 de março de 2021). «President John Magufuli of Tanzania Dies at 61». The New York Times (em inglês). Consultado em 17 de março de 2021 
  3. «Hon. Dr. John P. Magufuli (MP) — Ministry of Works». web.archive.org. 3 de novembro de 2015. Consultado em 18 de março de 2021 
  4. «AND THIS IS DR. JOHN POMBE MAGUFULI CV | Magazeti ya leo| Tanzania News |Tanzania Today». web.archive.org. 4 de dezembro de 2015. Consultado em 18 de março de 2021 
  5. a b «John Magufuli: Tanzania's 'bulldozer' president». BBC News (em inglês). 17 de março de 2021. Consultado em 18 de março de 2021 
  6. «Ciampea The Home Designings». Ciampea The Home Designings (em inglês). Consultado em 18 de março de 2021 
  7. «Tanzania scraps independence day revelry». BBC News (em inglês). 24 de novembro de 2015 
  8. a b Voices, Ndesanjo Macha for Global; Network, part of the Guardian Africa (1 de dezembro de 2015). «What would Tanzania's cost-cutting president do? Twitter responds». the Guardian (em inglês). Consultado em 1 de maio de 2018 
  9. Schudel, Matt. «John Magufuli, Tanzanian president elected as an agent of reform, dies at 61». Washington Post (em inglês). ISSN 0190-8286. Consultado em 18 de março de 2021 
  10. a b Jean-Christophe Servant. «Tanzania's port out of Africa». Fevereiro de 2019 
  11. «FOREIGN AID: Millennium Challenge Account». Council on Foreign Relations (em inglês). Consultado em 18 de março de 2021 
  12. Naranjo, José (17 de março de 2021). «Morre John Magufuli, presidente da Tanzânia e negacionista da pandemia». EL PAÍS. Consultado em 18 de março de 2021 
  13. Welle (www.dw.com), Deutsche. «Negacionista, presidente da Tanzânia morre em meio a boatos de covid-19 | DW | 18.03.2021». DW.COM. Consultado em 18 de março de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Precedido por
Jakaya Kikwete

5º Presidente da Tanzânia

2015 - 2021
Sucedido por
Samia Suluhu