José Coelho de Noronha
José Coelho de Noronha (Lisboa, 1704 - Vila de São José Del Rei, 1765) foi um artífice atuante no Brasil, na região mineradora do estado de Minas Gerais durante o ciclo do ouro.[1]
Foi mestre de Aleijadinho, colaborando, pois, para a produção artístico-religiosa do Barroco mineiro.[1]
Foi um entalhador de prestígio e fama na época em que viveu.[2][3]
Vida
[editar | editar código-fonte]Português de Lisboa, Coelho de Noronha teve passagem pelo Brasil, especialmente em Minas Gerais, onde faleceu de forma violenta, embora por circunstância desconhecida.[1] Morou na Fazenda da Boa Vista, na Vila de São José del Rei, atual cidade de Tiradentes.[1]
O inventário de 97 páginas de Coelho de Noronha, descoberto pelo mestrando da UFMG Aziz Pedrosa, relaciona trabalhos realizados em Mariana, Caeté, Ouro Preto, Barão de Cocais, Santa Bárbara e São João del-Rei.[4]
Obras
[editar | editar código-fonte]Obras cuja comprovação é assegurada pela existência de recibos pelo pagamento das obras, conforme pesquisa de Aziz Pedrosa:[1]
Barão de Cocais
- Matriz de São João Batista – risco de arquitetura ou planta (1762), alterado por Aleijadinho (em 1763)[1]
Caeté
Mariana
- Catedral da Sé – retábulos de Nossa Senhora da Conceição (1747), de São Miguel e Almas e de Santo Antônio e Nossa Senhora do Rosário (1748) – segundo documentação foi levantada por Ivo Porto de Menezes; e talha do retábulo de Nossa Senhora da Conceição (1751)[1]
- Capela do Palácio do Bispado – talha de pequeno oratório (1749)[1]
Ouro Preto
- Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias – conserto no retábulo de Nossa Senhora do Rosário (1750); e acréscimo executado na capela-mor (documentação em processo de análise)[1]
- Matriz de Nossa Senhora do Pilar – louvação (trabalho como avaliador, em 1753) da obra do retábulo-mor de autoria de Francisco Xavier de Brito (pesquisa documental de Rodrigo Almeida Bastos) e ajustes na capela-mor (1754)[1]
- Para o tenente João de Siqueira – talha do oratório (1754) a partir da documentação levantada por Ivo Porto de Menezes[1]
Santa Bárbara
- Matriz de Santo Antônio – Coelho de Noronha trabalhou em retábulo entre 1747 e 1750. Acredita-se que a peça esteja atualmente na Capela do Santíssimo Sacramento dessa igreja, conforme documentação levantada por Ivo Porto de Menezes.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m Pedrosa, Aziz (16 de janeiro de 2011). O mestre do mestre. Jornal Estado de Minas, Caderno Gerais - Patrimônio, reportagem de Gustavo Werneck
- ↑ Santos Filho, Olinto Rodrigues. Características específicas e escultores identificados. In: COELHO, Beatriz. Devoção e arte: imaginária religiosa em Minas Gerais. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005, p.132
- ↑ Kiyomura, Leila. (agosto de 2005). Minas Gerais entre todos os santos. Jornal da USP, ano XXI, n.735, acesso em 17 de janeiro de 2011
- ↑ Werneck, Gustavo (30 de janeiro de 2011). Fonte inesgotável de investigações. Estado de Minas, Caderno Gerais - Patrimômio