Lúcio Calpúrnio Pisão (cônsul em 57)

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 Nota: Para outros significados, veja Lúcio Calpúrnio Pisão.
Lúcio Calpúrnio Pisão
Cônsul do Império Romano
Consulado 57 d.C.
Morte 70 d.C.

Lúcio Calpúrnio Pisão (em latim: Lucius Calpurnius Piso; m. 70) foi um senador romano da gente Calpúrnia eleito cônsul em 57 com o imperador Nero. Era filho de Lúcio Calpúrnio Pisão, cônsul em 27, que havia sido obrigado a trocar seu prenome de Cneu para Lúcio depois da condenação de seu pai, Cneu Calpúrnio Pisão, na morte de Germânico[1].

Carreira[editar | editar código-fonte]

Sua vida antes de seu consulado é praticamente desconhecida. Tácito relata um incidente no ano anterior no qual um conflito surgiu entre o pretor Vibúlio e o tribuno da plebe Antíscio Sosiano sobre a prisão de alguns espectadores arruaceiros de um espetáculo. O Senado decidiu contra Antíscio e Pisão foi além e propôs que os tribunos não tivessem mais permissão de atuar em casos envolvendo suas próprias casas[2].

Pisão era membro dos irmãos arvais, embora não se saiba quando ele foi co-optado para o colégio; é certo que ele compareceu aos encontros do grupo de 57 a 60 e em 63[3]. Entre 60 e 63, já depois de seu consulado, serviu como superintendente dos aquedutos (curator aquarum)[4]. Em 62, Nero nomeou Pisão, juntamente com Aulo Ducênio Gêmino e Aulo Pompeu Paulino, para uma comissão encarregada de gerenciar as receitas públicas[5]. Em 69, Pisão foi sorteado para ser o procônsul da África.

Durante seu mandato, a guerra civil conhecida como "ano dos quatro imperadores" irrompeu. Tanto a província quando o próprio Pisão se declararam por Vitélio, apesar de o comandante da legião do norte da África (que não estava sob o comando do procônsul), Caio Calpetano Râncio Quirinal Valério Festo, já estar em contato (secreto) com Vespasiano. Depois da morte de Vitélio, Cláudio Sagita, o mestre da cavalaria dele, chegou na África antes do mensageiro de Vespasiano, o general Caio Licínio Muciano. Sagita informou Pisão que uma ordem havia sido emitida para executá-lo, que seu seu genro já havia sido executado e que suas alternativas eram fugir para se juntar aos aliados de Vitélio que ainda restavam na Gália e na Hispânia ou se defender em Cartago. Pisão, contudo, não se abalou. Porém, o mensageiro Muciano havia sido enviado para negociar com Pisão e agitou a população para que se juntasse na praça do mercado e exigisse a presença do governador. Pisão evitou aparecer para a multidão, mas conseguiu que o mensageiro fosse levado até ele; ao questioná-lo, descobriu que a missão de Muciano era matá-lo. O procônsul então ordenou que ele fosse executado e se trancou no palácio, recusando-se a exercer suas funções para evitar uma rebelião[6].

Quando Festo soube dos eventos em Cartago, ele enviou uma unidade de cavalaria para assassinar Pisão. Embora nenhum deles conhecesse o procônsul, Pisão foi identificado por Bébio Massa, descrito por Tácito como "um homem já na época fatal para o bem e destinado a reaparecer frequentemente no decurso dos sofrimentos que ele não demoraria a enfrentar". Com Pisão morto, Festo tomou posse da província e declarou-a abertamente em nome de Vespasiano[7].

Família[editar | editar código-fonte]

Pisão era casado com Licínia Magna[8] com quem teve Calpúrnia, a esposa de Calpúrnio Galeriano, filho de Caio Calpúrnio Pisão[6].

Ver também[editar | editar código-fonte]

Cônsul do Império Romano
Precedido por:
Quinto Volúsio Saturnino

com Públio Cornélio Cipião
com Lúcio Júnio Gálio Aniano (suf.)
com Tito Cúcio Cilto (suf.)
com Lúcio Dúvio Ávito (suf.)
com Públio Clódio Trásea Peto (suf.)

Nero II
57

com Lúcio Calpúrnio Pisão
com Lúcio Césio Marcial (suf.)

Sucedido por:
Nero III

com Marco Valério Messala Corvino
com Caio Fonteio Agripa (suf.)
com Aulo Petrônio Lurcão (suf.)
com Aulo Pacônio Sabino (suf.)


Referências

  1. Ronald Syme, The Augustan Aristocracy (Oxford: Clarendon Press, 1986), p. 374
  2. Tácito, Anais XIII.28
  3. CIL VI, 2039, CIL VI, 2041, CIL VI, 2042, CIL VI, 2043
  4. Frontino, De aquis, 102
  5. Tácito, Anais XV.18
  6. a b Tácito, Histórias IV.49
  7. Tácito, Histórias IV.50
  8. CIL VI, 1448