As Veias Abertas da América Latina
Las venas abiertas de America Latina | |
---|---|
As Veias Abertas da América Latina | |
As Veias Abertas da América Latina [BR] | |
Autor(es) | Eduardo Galeano |
Idioma | castelhano |
País | Uruguai |
Assunto | Política, América Latina |
Género | Ensaio |
Editora | Siglo XXI Editores |
Lançamento | 1971 |
Páginas | 384 |
ISBN | 978-9682319006 |
Edição brasileira | |
Tradução | Galeano de Freitas |
Editora | Paz e Terra |
Lançamento | 1979 |
Páginas | 307 |
As Veias Abertas da América Latina (em castelhano: Las venas abiertas de América Latina) é um livro do escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano.
Sinopse
[editar | editar código-fonte]No livro, de 1971, Galeano analisa a história da América Latina desde o período da colonização europeia até a Idade Contemporânea, argumentando contra a exploração econômica e a dominação política do continente, primeiramente pelos europeus e seus descendentes e, mais tarde, pelos Estados Unidos. A exploração do continente foi acompanhada de constante derramamento de sangue indígena. Devido à exposição de eventos de grande impacto para o conhecimento da história do continente, o livro foi banido na Argentina, Brasil, Chile e Uruguai durante as ditaduras militares destes países.[1][2] Anos depois, o autor afirmaria que "pretendia ser um livro de economia política, mas eu não tinha o treinamento e o preparo necessário" ao escrevê-lo, garantindo posteriormente que não lamentava tê-lo escrito e que já era "uma etapa passada".[3][4][5]
Recepção
[editar | editar código-fonte]O livro foi extremamente popular entre movimentos de esquerda na América Latina. A obra foi definida como a "bíblia da esquerda",[6][7] embora o autor do livro diria que ele "não seria capaz de reler esse livro" porque para ele "essa prosa da esquerda tradicional é extremamente árida".[4][8] A popularidade da obra a tornou frequente objeto de estudo universitários em cursos de história, sociologia, antropologia, economia e geografia.[9] Questões de vestibular já exigiram a análise das teses do livro.[10]
O livro foi publicado em português pela primeira vez em 1978 - sete anos depois da publicação original - e trinta anos depois, As Veias Abertas da América Latina alcançou a 48ª edição brasileira. Dados da editora, afirmam que até 2008, a obra vendia 3 mil a 5 mil exemplares por ano.[11] No Brasil, a obra sofreu diferentes apropriações na historiografia, no mercado editorial e nos discursos sobre a América Latina. Inicialmente vinculado a resistências às Ditaduras Militares nas décadas de 1970 e 1980, com a Redemocratização, As Veias Abertas da América Latina passou também a significar a luta contra o Neoliberalismo na década de 1990.[12]
O presidente da Venezuela Hugo Chávez deu uma cópia do livro de presente ao presidente estadunidense Barack Obama durante a 5ª Cúpula das Américas.[13][14][15] As vendas do livro aumentaram drasticamente desde então. Um dia antes do evento, o livro estava na posição de número 54,295 dos livros mais populares do site Amazon.com, mas no dia seguinte já estava na segunda posição.[16][17] O autor do livro diria a esse respeito: “Nem Obama nem Chávez entenderiam o texto ... Ele [Chávez] deu a Obama com a melhor intenção do mundo, mas deu a Obama um livro em uma língua que ele não conhece. Então, foi um gesto generoso, mas um pouco cruel".[4]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «ANÁLISE: 'Veias Abertas' é o clássico que Eduardo Galeano já não leria». Folha de S.Paulo
- ↑ «Eduardo Galeano condenou com indignação a opressão na América Latina». CartaCapital
- ↑ «Eduardo Galeano: "No volvería a leer Las venas abiertas de América Latina" | Perfil». web.archive.org. 3 de janeiro de 2021. Consultado em 3 de janeiro de 2021
- ↑ a b c «"No volvería a leer 'Las venas abiertas de América Latina'" | Cultura | EL PAÍS». web.archive.org. 15 de dezembro de 2020. Consultado em 3 de janeiro de 2021
- ↑ «El día que Eduardo Galeano renegó de "Las Venas Abiertas de América Latina" - Infobae». web.archive.org. 20 de dezembro de 2020. Consultado em 3 de janeiro de 2021
- ↑ «Chavez dá a "bíblia" da esquerda de presente a Obama». Estadão. Consultado em 9 de janeiro de 2020
- ↑ «Eduardo Galeano morre, aos 74 anos, no Uruguai». G1. Consultado em 9 de janeiro de 2020
- ↑ «Eduardo Galeano muda de ideia sobre 'As Veias Abertas da América Latina' - 26/05/2014 - Mercado». Folha de S.Paulo. Consultado em 3 de janeiro de 2021
- ↑ «El arrepentimiento de Eduardo Galeano». El Espectador. Consultado em 9 de janeiro de 2020
- ↑ «Galeano na Fuvest: a doutrinação ideológica não pode parar!». Gazeta do povo. Consultado em 9 de janeiro de 2020
- ↑ «Edição de "Veias Abertas da América Latina" completa 30 anos no Brasil». Clicrbs. Consultado em 9 de janeiro de 2020
- ↑ QUEIROZ, Alexandre Oliveira (30 de abril de 2013). «Quando se rompe o silêncio: o livro As Veias Abertas da América Latina e sua trajetória no Brasil». Temporalidades. 5 (1): 6–28. ISSN 1984-6150
- ↑ «Obama fields press, gifts in first 100 days». Washington Times. 28 de abril de 2009. Consultado em 28 de abril de 2009
- ↑ «Chavez presents Obama with a gift». BBC News. 18 de abril de 2009. Consultado em 18 de abril de 2009
- ↑ «Chavez, Clinton discuss possible normalization of diplomatic relations». Xinhua. 18 de abril de 2009. Consultado em 18 de abril de 2009
- ↑ «Sales Soar of Book Chavez Gave Obama». ABC News. 18 de abril de 2009. Consultado em 18 de abril de 2009
- ↑ «Amazon.com Bestsellers: The most popular items in Book». Amazon.com. 19 de abril de 2009. Consultado em 19 de abril de 2009