Linguagem de marcação
Em informática, uma linguagem de marcação (do inglês: markup language) é um conjunto de sinais aplicados nos textos ou em dados para definir sua configuração e aparência em uma página web.[1] O termo "marcação" vem da sinalética e das "marcas de revisão" (em inglês: revision marks) utilizada por redatores em provas de impressão de jornais e manuscritos.[2] As marcações não são exibidas no trabalho final, ou seja, a pessoa que acessa a página web online não consegue ver as marcações.
A marcação de dados, conceito recente, envolve a codificação simples de sequências de dados (no formato texto-puro) existente em um arquivo de computador, ou seja, é a capacidade de uma sequência de dados ser lida tanto por pessoas quanto por máquinas. Para esse fim, a linguagem mais utilizada atualmente é a XML (um subtipo da SGML) e suas variantes.
História
[editar | editar código-fonte]A primeira linguagem de marcação criada foi a SGML (acrônimo de Standard Generalized Markup Language ou Linguagem Padronizada de Marcação Genérica - linguagem padrão ISO 8879) no final da década de 1960 com o objetivo de construir um sistema portável para manipulação de documentos.[1] O desenvolvimento da SGML possibilitou o surgimento do HTML (HyperText Markup Language) no final da década de 1980, criado pelo pesquisador Berners-Lee, revolucionando a maneira de visualização das páginas online na Web. Atualizado em 2014 o HTML está na versão HTML5, que unificou tais melhorias e princípios.[1]
Em 1996, o engenheiro Jon Bosak desenvolveu o XML (eXtensible Markup Language) também com base na linguagem SGML, com o intuito de utilizar as marcações para descrever a estrutura dos conteúdos,[1] usando a potencialidade e flexibilidade da linguagem SGML de forma simplificada (embora sendo a forma restrita de SGML, o XML conserva todo o poder das características do antecessor sem a sua complexidade).[3] Em 2000, foi desenvolvida a XHTML (eXtensible Hypertext Markup Language), combinando as linguagens HTML e XML. Sendo responsável pela melhoria na exibição de páginas online e na acessibilidade do conteúdo.[1]
Aplicação
[editar | editar código-fonte]Linguagens de marcação são usadas também na indústria editorial para marcar a formatação (ou exibição gráfica) de páginas. Se a marcação for padronizado, ou puder ser processado por um programa de computador, garante o intercâmbio de uma publicação complexa entre autores e entre editores.[4] Uma linguagem de marcação amplamente usada para texto é a HTML, que vem perdendo espaço para a sua evolução, o XHTML por conta desta ser mais eficiente para separação entre a estrutura e o conteúdo de uma página de forma mais organizada e eficiente.[4]
Exemplos de marcação de dados, são instruções de definição de tipo tais como aquelas encontradas em troff e LaTeX, e marcadores estruturais tais como etiquetas XML.[4] Algumas linguagens de marcação, tal como HTML, possuem semântica de apresentação, isto é, esta linguagem também especifica como o dado estruturado será mostrado, porém outras linguagens de marcação, tal como XML, não possuem semântica predefinida.[4]
Exemplos
[editar | editar código-fonte]Exemplo da sintaxe SGML:
<QUOTE TYPE="exemplo">
Tipicamente algo como <ITALICS>isto</ITALICS>
</QUOTE>
Exemplo da sintaxe XML:
<?xml version="1.0" encoding="ISO-8859-1"?>
<receita nome="pão" tempo_de_preparo="5 minutos" tempo_de_cozimento="1 hora">
<titulo>Pão simples</titulo>
<ingredientes>
<ingrediente quantidade="3" unidade="xícaras">Farinha de Trigo</ingrediente>
<ingrediente quantidade="7" unidade="gramas">Fermento</ingrediente>
<ingrediente quantidade="1.5" unidade="xícaras" estado="morna">Água</ingrediente>
<ingrediente quantidade="1" unidade="colheres de chá">Sal</ingrediente>
</ingredientes>
<instrucoes>
<passo>Misture todos os ingredientes, e dissolva bem.</passo>
<passo>Cubra com um pano e deixe por uma hora em um local morno.</passo>
<passo>Misture novamente, coloque numa bandeja e asse num forno.</passo>
</instrucoes>
</receita>
Um exemplo de XHTML (usado dentro das tags <html></html>):
<html xmlns="http://www.w3.org/1999/xhtml">
<head>
<meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=UTF-8" />
<title>Dados para Cadastro</title>
</head>
<body>
<form action="">
<fieldset>
<legend>Dados para Cadastro</legend>
<label for="nome">Nome:</label>
<input type="text" name="nome" id="nome" /><br />
<label for="tipo">Tipo:</label>
<input type="text" name="tipo" id="tipo" /><br />
<label for="data">Data:</label>
<input type="text" name="data" id="data" /><br />
<input type="submit" value="enviar" />
</fieldset>
</form>
</body>
</html>
Referências
- ↑ a b c d e Soares, Alícia (18 de fevereiro de 2022). «O que é a linguagem de marcação e os principais exemplos?». Voitto. Consultado em 14 de dezembro de 2022
- ↑ Thiago Mio Salla (27 de junho 2016). «AS MARCAS DE UM AUTOR REVISOR: Graciliano Ramos à Roda dos Jornais e das Edições de seus Próprios Livros, in 5ª edição da Revista Livro» (PDF). Ateliê Editorial. Consultado em 15 de maio de 2021
- ↑ «Tradução das normas XHTML 1.0 do W3C». Maujor. Consultado em 29 de dezembro de 2022
- ↑ a b c d Linguagens de Especificação (PDF). Col: Instituto de Computação UFF. [S.l.]: Universidade Federal Fluminense. Resumo divulgativo
Ver também
[editar | editar código-fonte]- CSS - Cascading Style Sheets
- DTD
- XSLT
- Linguagem de domínio específico