Lutrinae
Lutrinae | |||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Classificação científica | |||||||||||||||
| |||||||||||||||
Géneros | |||||||||||||||
Lontra |
A subfamília Lutrinae pertence à família dos Mustelídeos. Existem 13 espécies, dentro de 7 géneros. Todas as espécies são nadadoras, vivendo no litoral, em rios ou em lagos, e possuem os dedos unidos por membranas interdigitais, que facilitam a natação. A espécie mais conhecida é a lontra comum, que dá nome à subfamília. Alimentam-se principalmente de peixes, crustáceos e moluscos.
Descrição[editar | editar código-fonte]
A lontra é um animal mamífero da subfamília Lutrinae, que pertence à ordem carnívora e à família dos mustelídeos. Encontra-se na Europa, Ásia, África, numa parte sul da América do Norte e ao longo de toda a América do Sul, incluindo o Brasil e a Argentina. O seu habitat natural é o rio, onde busca alimentos, como peixes, crustáceos, répteis e, com menos frequência, aves e pequenos mamíferos.
Geralmente, a lontra tem hábitos noturnos, dormindo de dia na margem do rio e acordando de noite para buscar alimento. Os grupos sociais são formados pelas fêmeas e pelos seus filhotes. Os machos não vivem em grupos e só se juntam a uma fêmea na época de acasalamento. O período de gestação da lontra é de cerca de 2 meses, produzindo de um a cinco filhotes.
A lontra adulta mede entre 55 a 120 centímetros de comprimento (incluindo a cauda) e pesa até 35 quilos. Embora a sua carne não seja comercializada em larga escala, a lontra faz parte da lista de animais ameaçados de extinção principalmente pelo alto valor da sua pele e pela depredação dos ecossistemas, aos quais a lontra está adaptada.
Este animal possui uma pelagem com duas camadas, uma externa e impermeável e outra interna usada para o isolamento térmico. O corpo, por sua vez, é hidrodinâmico, preparado para nadar em alta velocidade.
A lontra é capaz de assobiar, chiar e guinchar. Pode ficar submersa durante 6 minutos e ao nadar pode alcançar a velocidade de 12 km/h.
Cladograma da subfamília Lutrinae[editar | editar código-fonte]
Cladograma baseado nos estudos de Koepfli et al. 2008[1] e Bininda-Emonds et al. 1999.[2]
Lutrinae |
| ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Espécies atuais[editar | editar código-fonte]
- Género Lontra
- Lontra longicaudis (Olfers, 1818) - Lontra-neotropical, vive na América do Norte, América Central e América do Sul, do norte do México ao Uruguai
- Lontra canadensis (Schreber, 1777) - Lontra-canadense, vive na América do Norte, no Canadá e nos Estados Unidos
- Lontra felina (Schreber) - Lontra do mar, vive no litoral do Chile e Peru
- Lontra provocax (Thomas, 1908) - vive no Chile
- Género Lutra
- Género Aonyx (Lesson, 1827)
- Género Amblonyx
- Amblonyx cinereus - Lontra-anã-oriental ou lontra-indiana , vive na Índia, China e outros países próximos; às vezes é classificada como Aonyx cireneus
- Género Pteronura
- Pteronura brasiliensis (Gmelin, 1788) - Lontra-gigante ou ariranha, endémica do Brasil
- Género Lutrogale
- Lutrogale perspicillata - Lontra-sul-indiana, sul da Índia
- Género Enhydra
- Enhydra lutris (Fleming, 1822) - Lontra-marinha, vive na América do Norte e no norte da Ásia
Galeria de imagens[editar | editar código-fonte]
Taxonomia da Subfamília Lutrinae[editar | editar código-fonte]
Tribo Lutrini[editar | editar código-fonte]
- Siamogale †
- Siamogale thailandicus
- Cyrnolutra Pereira & Salotti, 2000 †
- Cyrnolutra castiglionis Pereira & Salotti, 2000 - Plistoceno, Córsega
- Paralutra †
- Paralutra jaegeri
- Paralutra garganensis
- Satherium †
- Satherium piscinaria
- Torolutra †
- Torolutra ougandensis
- Sardolutra †
- Sardolutra ichnusae (Malatesta, 1977) - Plistoceno, Sardenha
- Algarolutra Malatesta et Willemsen, 1986 †
- Algarolutra majori (Malatesta, 1978) - Plistoceno, Córsega e Sardenha.
- Lutra Brünnich, 1771
- Lutra simplicidens Thenius, 1965 † - Plistoceno Médio, Europa Central e Ocidental.
- Lutra lutra (Linnaeus, 1758) - Lontra-europeia
- Lutra sumatrana (Gray, 1865) - Lontra-de-sumatra, Indonésia
- Lutra maculicollis Lichtenstein, 1835 - Lontra-de-pescoço-pintado, África
- Lutra trinacriae (Burgio & Fiore, 1988) † - Plistoceno, Sicília. Lontra-siciliana, extinta
- Lutra euxena (Bate, 1935) † - Plistoceno, Malta. Lontra-maltesa, extinta
- Lutra bravardi Pomel, 1843 † (=L. clermontensis) - Rusciniano (MN 16A), França.
- Lontra Gray, 1843
- Lontra longicaudis (Olfers, 1818) - Lontra-neotropical, vive na América do Norte, América Central e América do Sul, do norte do México ao Uruguai
- Lontra canadensis (Schreber, 1777) - Lontra-canadense ou lontra-de-rio-norte-americana, vive na América do Norte, no Canadá e nos Estados Unidos
- Lontra felina (Mollina, 1782) - Lontra-marinha-do-chile, vive no litoral do Chile e Peru
- Lontra provocax (Thomas, 1908) - Lontra-do-chile, vive no Chile
- Pteronura Gray, 1837
- Pteronura brasiliensis (Gmelin, 1788) - Lontra-gigante ou ariranha, endémica do Brasil
- Lutrogale Gray, 1865
- Lutrogale cretensis (Symeonides & Sondaar, 1975) † - Plistoceno, Creta.
- Lutrogale perspicillata (I. Geoffroy Saint-Hilaire, 1826) - Lontra-indiana, sul da Índia
Tribo Aonychini[editar | editar código-fonte]
- Limnonyx †
- Cyrnaonyx Helbing, 1935 †
- Cyrnaonyx antiqua (Blainville, 1841)
- Aonyx Lesson, 1827
- Aonyx capensis (Schinz, 1821) - Lontra-do-cabo ou lontra-de-bochechas-brancas , vive no sul da África
- Aonyx congicus Lönnberg, 1910 - Lontra-do-congo, vive na bacia do rio Congo, na África.
- Amblonyx Rafinesque, 1832
- Amblonyx cinereus (Illiger, 1815) - Lontra-anã, vive na Índia, China e outros países próximos; às vezes é classificada como Aonyx cireneus
- Megalenhydris Willemsen & Malatesta, 1987 †
- Megalenhydris barbaricina Willemsen & Malatesta, 1987 - Plistoceno, Sardenha
- Tyrrhenolutra †
- Tyrrhenolutra helbingi
Tribo Enhydrini[editar | editar código-fonte]
- Enhydritherium †
- Enhydritherium terraenovae
- Enhydra Fleming, 1822
- Enhydra reevei (Newton, 1890) † - Inglaterra.
- Enhydra lutris (Linnaeus, 1758) - Lontra-marinha, vive nas costas americanas e asiáticas do Pacífico Norte.
Tribo Enhydriodontini †[editar | editar código-fonte]
- Vishnuonyx Pilgrim, 1932
- Vishnuonyx chinjiensis Pilgrim, 1932 - MIoceno Médio, Paquistão; Ngorora, Quênia.
- Paludolutra Hürzeler & Engesser, 1976
- Paludolutra lluecai
- Paludolutra campanii
- Paludolutra maremmana
- Enhydriodon Falconer, 1868 †
- Enhydriodon africanus
- Enhydriodon pattersoni
- Enhydriodon sivalensis Falconer, 1868
- Enhydriodon latipes
- Enhydriodon falconeri Pilgrim, 1931
- Sivaonyx Pilgrim, 1931
- Sivaonyx soriae Morales & Pickford, 2005 - Mioceno Superior, Lukeino,Quênia
- Sivaonyx senutae Morales & Pickford, 2005 - Mioceno Superior, Lukeino, Quênia
- Sivaonyx kamuhangirei Morales & Pickford, 2005 - Plioceno, Kazinga e Warwire, Uganda
- Sivaonyx ekecaman (Werdelin, 2003) - Sagatia, Formação Magabet, Quênia
- Sivaonyx bathygnathus (Lydekker, 1884) - Mioceno Superior, Hasnot, Paquistão.
- Sivaonyx gandakasensis Pickford, 2007
- Sivaonyx africanus (Stromer, 1931)
- Sivaonyx hendeyi (Pickford & Soria, 2005) - Africa do Sul
- "Sivaonyx" lehmani - Espanha
Referências[editar | editar código-fonte]
- Naish, Darren. Blog, Tetrapod Zoology. Islands of otters and strange foxes. Post de 20 dezembro 2007.
- Wilson, D. E. & Reeder, D.M. (eds.) - Mammal Species of the World: a taxonomic and geographic reference. Segunda edição. Smithsonian Institution Press, Washington e Londres, 1993.
- www.otternet.com
- ↑ Koepfli KP, Deere KA, Slater GJ,; et al. (2008). «Multigene phylogeny of the Mustelidae: resolving relationships, tempo and biogeographic history of a mammalian adaptive radiation». BMC Biol. 6 (1): 4–5. PMC 2276185
. PMID 18275614. doi:10.1186/1741-7007-6-10
- ↑ Bininda-Emonds OR, Gittleman JL, Purvis A (1999). «Building large trees by combining phylogenetic information: a complete phylogeny of the extant Carnivora (Mammalia)». Biol Rev Camb Philos Soc. 74 (2): 143–75. PMID 10396181. doi:10.1017/S0006323199005307