Lophiosilurus alexandri

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 Nota: Para para outros bagres com nome comum similar, veja Bagre-sapo. Para outros significados, veja Peixe-sapo.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaLophiosilurus alexandri


Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Actinopterygii
Ordem: Siluriformes
Família: Pseudopimelodidae
Género: Lophiosilurus
Espécie: L. alexandri
Nome binomial
Lophiosilurus alexandri
Steindachner, 1876

Lophiosilurus alexandri é um peixe (bagre, ordem Siluriformes) da família Pseudopimelodidae, e a única espécie do gênero monotípico Lophiosilurus. É uma espécie nativa da bacia do rio São Francisco.[2] chamado comumente de pacumã,[3] ou variantes como pocomã e pacamão (nas regiões do baixo, submédio e médio São Francisco), em referência ao jogo Pac-Man, conhecido por engolir objetos inteiros.[4][3] Já no médio e baixo São Francisco é chamado de niquim, menção ao venenoso peixe marinho com esse nome e, ainda, de forma mais comercial, linguado do São Francisco.[4]

Habitats e hábitos[editar | editar código-fonte]

O L. alexandri é oriundo dos rios que integram o sistema do rio São Francisco, mas tem-se que foi introduzido na bacia do rio Doce, onde não havia até 2007 estudos sobre o impacto sobre as demais espécies ali,[3] sendo considerada invasora e cuja introdução pode ter sido facilitada pela proximidade entre as duas bacias.[4] Tem hábitos sedentários, e prefere ambientes lênticos.[3]

Vive camuflado no fundo dos rios e lagos, onde se enterra na areia à espreita das presas ficando somente com os olhos para fora,[4] hábito alimentar que certamente provocou a convergência evolutiva com o chaca.[5] Carnívoro (piscívoro), caça especialmente no período noturno.[4]

Características[editar | editar código-fonte]

Tem a cabeça achatada, com a boca voltada para cima, área de onde saem três pares de barbilhões sensoriais. Tem a mandíbula ressaltada, com dentes à mostra e extrapolando o maxilar superior. O corpo é comprimido como a cabeça, revestido de couro e com cor marrom e pintas escuras. Pode superar 70 cm de comprimento e peso de 8 kg.[4]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

Não ocorre migração no período reprodutivo, que ocorre durante todo o ano, com diminuição nos meses frios quando, se houver baixa acentuada na temperatura da água, deixa de acontecer. Os machos se encarregam dos cuidados com a prole.[4]

Estudo realizado na bacia do rio Doce descreveu os aparelhos reprodutores nos machos e fêmeas: "os testículos são órgãos pares, franjados e apresentam regiões cranial espermatogênica e caudal espermatogênica e secretora", ao passo que "os ovários são órgãos pares, saculiformes e, histologicamente, apresentam lamelas ovígeras que contém as células da linhagem ovogênica". Tem-se, ainda, que "os ovócitos foram classificados em quatro fases de desenvolvimento, com base em suas características histológicas e das camadas que os circundam" e os ovos são adesivos,[3] cabendo ao pai cuidar da massa de ovos e dos alevinos na fase larval.[4]

Pesca e criação[editar | editar código-fonte]

É considerado o peixe mais saboroso dentre os nativos da bacia são-franciscana, com alto rendimento de filé e ausência de espinhos intramusculares, bastante apreciado na pesca tradicional.[4] Possui grande potencial na aquicultura.[3]

Embora os estudos para piscicultura do L. alexandri sejam incipientes, seus hábitos rústicos, resistência aos baixos níveis de oxigênio a teores altos de amônia, aceitação de alimentos inertes, dentre outros fatores, favorecem a criação em cativeiro da espécie.[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. ICMBio: Portaria MMA nº 445, de 17 de dezembro de 2014. Lista de Espécies Ameaçadas. acessado em 1/12/2018.
  2. Ed. Froese, Rainer; Pauly, Daniel. «"Lophiosilurus alexandri. www.fishbase.org (em inglês). FishBase 
  3. a b c d e f Marcelo D. M. Barros; Rodrigo J. Guimarães Cruz; Vanderlei C. Veloso-Júnior; José E. dos Santos (2007). «Reproductive apparatus and gametogenesis of Lophiosilurus alexandri Steindachner (Pisces, Teleostei, Siluriformes)» (PDF). Revista Brasileira de Zoologia (em inglês). 24 (1): 213–221. doi:10.1590/S0101-81752007000100028. Cópia arquivada (PDF) em 15 de junho de 2007 
  4. a b c d e f g h i j Elizângela Maria de Souza; Daniel Ferreira Amaral (Org.); Rozzanno Antônio Cavalcanti Reis de Figueiredo; Anderson Miranda de Souza (2022). «20: Siluriformes - PACAMû. Peixes do rio São Francisco: nativos, endêmicos e exóticos (e-book). Petrolina: IFSertãoPE. p. 106-111. 133 páginas. ISBN 978-65-89380-08-5. Consultado em 5 de março de 2024. Cópia arquivada (PDF) em 7 de março de 2024 
  5. «PlanetCatfish: Cat-eLog : Pseudopimelodidae: Lophiosilurus alexandri». PlanetCatfish.com. 7 de outubro de 2006. Consultado em 3 de junho de 2007 
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