Luís Cincinato da Costa

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Luís Cincinato da Costa
Nome completo Luís Cincinato Cabral da Costa
Nascimento 11 de Abril de 1900
Lisboa
Morte 1966 (66 anos)
Nacionalidade Portugal
Ocupação Engenheiro agrónomo, professor e deputado
Prémios Ordem do Mérito Agrícola Português
Ordem do Mérito Agrícola francês

Luís Cincinato Cabral da Costa ComMA (Lisboa, 11 de Abril de 1900 - 1966) foi um professor, deputado e engenheiro agrónomo português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Instituto Superior de Agronomia.

Nasceu na cidade de Lisboa, em 11 de Abril de 1900,[1] filho de Bernardino Camilo Cincinato da Costa. Frequentou o liceu entre 1910 e 1918, com o curso complementar de ciências.[2]

Matriculou-se no ano lectivo de 1918-1919 no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa,[2] onde se licenciou em agronomia e silvicultura pelo Instituto Superior de Agronomia de Lisboa[1] A sua tese final foi apresentada em Julho de 1924, intitulada de A Cultura do Milho na Região do Entre Minho e Douro – Subsídios para o estudo de Alguns Milhos Portugueses, tendo recebido uma classificação de 18 valores.[2]

Começou a sua carreira no Instituto Superior de Agronomia em 4 de Novembro de 1924[2], primeiro como chefe de Laboratório de Tecnologia Agrícola[1], tendo ascendido depois a assistente, professor auxiliar e finalmente a professor catedrático de Tecnologia Agrícola, cargo para o qual foi nomeado em 30 de Dezembro de 1934 após um concurso público.[2] Entretanto, em 1931 fez os seus estágios de estudo e especialização em pólos vinícolas na Itália e em França, nomeadamente os de Asti e de Montpellier, como bolseiro da Junta Nacional da Educação.[2] Entre 1934 e 1935 regeu a cadeira de Tecnologia Agrícola.[2]

Em 1945 passou a exercer como presidente da Comissão Técnica de Métodos Químico-Analíticos.[1] Também foi vogal do Conselho Técnico Corporativo, do Conselho de Cadastro e da Comissão Permanente de Viticultura e Enologia, e fez parte do Conselho Superior de Viticultura.[1] Foi vogal do Conselho do cadastro, representando a Associação Central da Agricultura.[2]

Participou em vários congressos internacionais, onde representou Portugal.[3] Em 1932, foi presidente da delegação portuguesa ao III Congresso Internacional da Vinha e do Vinho, posição que repetiu durante o X Congresso, em 1962.[1] Também foi o representante português nos Congressos Internacionais do Azeite de Lisboa em 1933, e de Sevilha e Madrid em 1950.[2] Em 1938 fez parte da Comissão Comercial ao Brasil, e em 1941 foi presidente da Comissão Técnica Luso-Brasileira, que foi responsável pelo estudo dos problemas económicos entre os dois países, na sequência do Protocolo adicional ao tratado de Comércio e Navegação entre Portugal e Brasil, assinado em 21 de Junho desse ano.[1][2] Em 1944, liderou uma Missão aos Estados Unidos da América, para estudar as condições em que devia ser feita a importação de aguardentes portuguesas.[2] Em Julho de 1948, foi um dos membros da delegação de Portugal no 7º Congresso Internacional das Indústrias Agrícolas, em Paris.[2] Em 1949 liderou uma missão que tinha sido encarregada de analisar em Espanha a indústria de exportação de azeite e dos seus derivados, de forma a reunir dados para reorganizar aquela indústria em Portugal.[1] Também foi delegado do estado no Grémio dos Armazenistas de Vinho entre 22 de Fevereiro de 1935 e 17 de Julho de 1954[2], instituição da qual foi representante em vários congressos internacionais.[1] Representou o governo português na Conferência Internacional do Vinho de 1932, em Paris, e nos Congressos Internacionais do Vinho de 1928, em Bordéus, de 1932 em Roma, de 1935 em Lausanne, 1938 em Lisboa, 1939 em Bad Kreuznach, de 1950 em Atenas, e de 1953 em Roma.[2] Fez parte da delegação permanente de Portugal no Office Internacional du Vin, tendo começado a fazer parte das sessões anuais daquela instituição em 1946, em Paris, Atenas, Freiburg im Breisgau, Madrid, Lisboa, Porto, Roma, Siena, Colmar, Estrasburgo e Berna.[2]

Foi deputado durante as Segunda, Terceira e Quarta Legislativas, de 1938 a 1948, tendo sido eleito nesta última pelo círculo de Évora, na comissão de Economia.[1] Durante o seu mandato, fez várias intervenções sobre temas relacionados com a agricultura, principalmente sobre distribuição de leite e de cereais às populações.[1] Foi um adepto do Corporativismo.[1]

Em 29 de Julho de 1937, foi um dos representantes do Instituto Superior de Agronomia na cerimónia de inauguração do Armazém de Acondicionamento de Frutas, na Tapada da Ajuda.[4]

Foi presidente da Sociedade de Ciências Agronómicas de Portugal, e sócio correspondente da Academia Italiana della Vite e del Vino.[2]

Prémios e homenagens[editar | editar código-fonte]

Luís Cincinato da Costa foi honrado com o grau de Comendador na Ordem do Mérito Agrícola em 29 de Outubro de 1932.[5] Em 1936, foi premiado pelo governo francês com o grau de oficial na Ordem do Mérito Agrícola.[3] Também recebeu uma comenda na Ordem do Mérito Agrícola espanhol.[2]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l «Luís Cincinato Cabral da Costa» (PDF). Assembleia da República Portuguesa. Consultado em 5 de Março de 2018 
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p q «Professor Luís Cincinato Cabral da Costa (1900 – 1966)» (PDF). Universidade de Lisboa - Instituto Superior de Agronomia. Consultado em 5 de Março de 2018 
  3. a b «Dr. Cincinnato da Costa» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 48 (1162). 16 de Maio de 1936. p. 275. Consultado em 5 de Março de 2018 
  4. «A I Exposição de Frutas e produtos hortículas nacionais» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 49 (1191). 1 de Agosto de 1937. p. 372. Consultado em 5 de Março de 2018 
  5. «Cidadãos Nacionais agraciados com Ordens Portuguesas». Presidência da República Portuguesa. Consultado em 5 de Março de 2018 


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