Madurismo

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Nicolás Maduro em 2013.

O madurismo, também chamado chavo-madurismo, é um movimento político surgido em Venezuela durante a década de 2010 baseado no governo do mandatário Nicolás Maduro desde 2013 e que representa actualmente a Revolução Bolivariana. Esteve baseado inicialmente na reivindicação e continuação do chavismo, do qual Hugo Chávez foi arquitecto e principal expoente até sua morte em 2013, e que se baseou a sua vez no bolivarianismo e o marxismo, no entanto, com o passo do tempo tem começado a girar menos em torno da figura de Chávez e mais em torno da figura de Maduro.[1][2][3]

Apesar de que em 2013 Nicolás Maduro negou a existência do «madurismo», e que este adoptou elementos do antigo chavismo em termos de ideologia e alguns dirigentes políticos que os fazem similares, é um termo independente e utilizado por ministros de Chávez e Maduro para referir a seus integrantes, estilo de governo e suas políticas implementadas.[4][3] Ambos governos têm tido políticas diferentes (e inclusive contrárias) com respeito à economia (do socialismo ao capitalismo, segundo Bloomberg), e alguns dos principais representantes políticos do antigo chavismo têm deixado seus cargos durante o governo de Maduro.[2][3] O madurismo é um movimento político heterogéneo, que inclui a uma variedade de grupos ideológicos.

Segundo o diário El Tiempo de Colômbia, o madurismo começou em 2018 quando, no contexto de sua candidatura presidencial desse ano, Maduro refundó o Movimento Somos Venezuela, um movimento e partido político aparte do Partido Socialista Unido de Venezuela, fundado por Chávez.[5][6]

Definição[editar | editar código-fonte]

Rafael Ramírez Carreño, exministro de Chávez e Maduro, descreveu em 2009 o «madurismo» como diferente ao «chavismo».[7] Segundo ele, o madurismo está sustentado por uma «elite militar».[7]

O exministro de Chávez e Maduro, Andrés Izarra, descreveu numa entrevista em 2023ː «O sujeito político do madurismo é sua elite mafiosa e o sujeito político do chavismo são o povo e as bases legais; o projecto político do chavismo expressa-se na Constituição nacional e no Plano da Pátria. Nada que ver com o que preside o madurismo, que é perpetuar no poder e lucrarse de isso».[8]

O exministro Andrés Izarra declarou em 2023ː «O madurismo usa a corrupção para controlar as ambições dos grupos que o conformam. Não o pode castigar, porque o madurismo é a corrupção. É um governo que se estrutura sobre a corrupção».[9]

Ideologia[editar | editar código-fonte]

Maduro obsequia-lhe a Dilma Rousseff um quadro de Chávez.

Madurou negou em 2013 que tivesse ou fosse existir um «madurismo», argumentando que «este projecto é chavista» e os movimentos eram o «chavismo e bolivarianismo», no entanto, Diosdado Cabello disse em 2015 que «Maduro tem tentado criar uma figura do madurismo».[4][10] Maduro aclarou que «somos, temos sido e devemos ser revolucionários, bolivarianos, patriotas e chavistas», e disse que o projecto de seu governo se baseava no plano de Chávez para Venezuela e na Constituição de Venezuela de 1999.[4]

Apesar disto últimos ditos, Maduro teve intenções públicas de mudar a Constituição proposta pelos constituyentistas afines a Chávez em 1999, para o qual decretou eleições em 2017, onde se instalou uma Assembleia Nacional Constituinte.[11]

O exministro Andrés Izarra, escreveu em Twitter em 2022ː «Para refundar ao chavismo, há que derrotar primeiro ao madurismo».[12]

Veja-se também[editar | editar código-fonte]

Notas[editar | editar código-fonte]

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Madurismo».

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «El marxismo según Chávez». BBC News Mundo (em espanhol). 23 de janeiro de 2010 
  2. a b «Venezuela sustituye propaganda chavista por carteles capitalistas». Bloomberg News (em espanhol). 17 de agosto de 2022 
  3. a b c «Madurismo consolidado». El Universal (em espanhol). 25 de fevereiro de 2023 
  4. a b c «Maduro dice que en Venezuela "no existe el 'madurismo' ni va a existir"». Europa Press (em espanhol). 19 de maio de 2013 
  5. «Maduro creó un nuevo partido para desprenderse de los enemigos internos». Ámbito Financiero (em espanhol). 8 de fevereiro de 2018 
  6. «A 5 años de la muerte de Chávez, comienza el madurismo en Venezuela». El Tiempo (em español). 4 de março de 2018 
  7. a b «Rafael Ramírez, ex ministro chavista: "No podemos dejar que el madurismo siga destruyendo Venezuela"». Infobae (em espanhol). 03 de novembro de 2019  Verifique data em: |data= (ajuda)
  8. «Andrés Izarra: El madurismo pretende perpetuarse en el poder». El Nacional (em espanhol). 13 de fevereiro de 2023 
  9. Goyret, Lucas (21 de março de 2023). «Un ex ministro de Chávez reveló que Maduro descubrió un plan de Tareck El Aissami para disputarle el poder: "Va por su cabeza"». Infobae (em espanhol) 
  10. «¿Existe el madurismo en Venezuela?». El Nuevo Siglo. 6 de marzo de 2018  Verifique data em: |data= (ajuda)
  11. «Gaceta Oficial de la República Bolivariana de Venezuela N° 6.295» (PDF) (em espanhol). 1 de maio de 2017 
  12. «Andrés Izarra: «Para refundar al chavismo, hay que derrotar al madurismo»». El Nacional (em espanhol)