Marcelo Marcus Fonseca
Marcelo Marcus Fonseca | |
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Nascimento | 30 de abril de 1971 (53 anos) São Paulo, SP |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação |
Marcelo Marcus Fonseca (São Paulo, 30 de abril de 1971) é um ator, escritor, cenógrafo, professor de teatro, dramaturgo e diretor de teatro brasileiro.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Iniciou sua carreira como ator na década de 1980 e despontou na cena teatral paulista como diretor na década de 1990 com o espetáculo “Baal - O Mito da Carne” (1996 -1997). Entre outras, assinou a direção de "Um Povo Omitido", "Rebelião - O Coro de Todos os Santos" (2018)[1], "O Santo Dialético" (2016), "A Gente Submersa" (2017), "O Pornosamba e a Bossa Nova Metafísica" (2014)[2], "Pano de Boca" (2015), peça de Fauzi Arap, onde também assumiu a cenografia refazendo o cenário idealizado por Flávio Império, "São Paulo Surrealista" (2012), "Joana d'Arc - A Virgem de Orleans" (2010), "Na Selva das Cidades" (2009), de Bertolt Brecht, "La Ronde" (2008), de Arthur Schnitzler, “A Filosofia na Alcova” (1999) de Sade, “O Balcão” (1997), versão da peça de Jean Genet para os anos 90, “Beatriz Cenci” (2000), de Antonin Artaud, “A Boa Alma de Setsuan” (2005), de Bertolt Brecht, “Todos os Homens Notáveis”(2006), tendo atuado na maioria deles.
É autor dos textos "Águas Queimam na Encruzilhada", "Rebelião - O Coro de Todos os Santos“, "A Gente Submersa", "O Santo Dialético", "O Pornosamba e a Bossa Nova Metafísica", "São Paulo Surrealista", "São Paulo Surrealista 2: A Poesia Feita Espuma", Odile” e “Todos os Homens Notáveis”.
É poeta e sambista, atividade que mantém paralelamente com parceiros da periferia de São Paulo, sendo responsável por uma vasta pesquisa de resgate de sambas pouco conhecidos do grande público. É fundador do grupo Teatro do Incêndio, o qual dirige desde 1996 e que tem sua sede própria na rua Treze de Maio, 48, no Bixiga.
Desde 1995, o referido professor tem se destacado no campo do ensino teatral, desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento de oficinas, palestras, cursos, workshops e orientação para atores e grupos teatrais em diversas instituições de prestígio, tanto públicas quanto privadas. Entre os cursos específicos ministrados, destacam-se: "O Teatro de Bertolt Brecht", "O Mito em Jean Genet", "A Filosofia na Alcova" (sobre Sade)[3], "Antonin Artaud e o Teatro da Crueldade", "Curso de Sonoplastia e Trilha Sonora" e a "Oficina de Direção Teatral". [4]
Tem dois livros lançados pela editora Kazuá, 'Da Terra O Paraíso' (2012) , prosa poética a moda dos surrealistas, e 'De Dionísio Para Koré' (2013) [5], poemas temáticos sobre o mito de Baco e Perséfone.
Além disso, o professor proferiu palestras sobre os temas "100 Anos de Brecht" e "Pier Paolo Pasolini", bem como disciplinas abrangentes como Interpretação, História das Artes Cênicas e Dramaturgia para o Ator, entre outras atividades correlatas. Desde 2008, integra o corpo docente da Escola de Atores Wolf Maya, contribuindo significativamente para a formação e aperfeiçoamento de novos talentos no campo das artes cênicas.[6]
Durante a pandemia, Fonseca publicou um vídeo no qual critica a proliferação de lives e vídeos de atores interpretando textos clássicos durante o período de quarentena estabelecido como medida de contenção do novo coronavírus (COVID-19). No vídeo, que é, ironicamente, o resultado de uma live, Fonseca faz um apelo à classe artística por atitudes menos "egocêntricas". Ele destaca e enumera diversas ações realizadas por companhias e associações teatrais destinadas a arrecadar fundos e distribuir cestas básicas para profissionais da arte, demonstrando um enfoque em iniciativas solidárias e de apoio mútuo durante a crise sanitária.[7]
Teatro do Incêndio
[editar | editar código-fonte]O Teatro do Incêndio, localizado no bairro do Bixiga, em São Paulo, tem sua sede em uma casa histórica de características européias, datada de 1905. Esta construção centenária carrega consigo não apenas a arquitetura característica da época, mas também uma rica história que se entrelaça com o desenvolvimento cultural e social de um dos bairros mais icônicos da cidade. Sob a liderança de Marcelo Marcus Fonseca, o Teatro do Incêndio tornou-se um importante centro de produção cultural em São Paulo. O grupo é conhecido por suas montagens que dialogam com temas sociais relevantes, explorando a identidade e a cultura brasileiras de maneira visceral e poética.[8]
O Bixiga, oficialmente chamado de Bela Vista, é um bairro fundado no final do século XIX e início do século XX, conhecido por sua forte presença cultural, especialmente ligada à imigração italiana. O bairro tornou-se um centro de efervescência cultural, com suas tradicionais cantinas, festas populares como a Festa de Nossa Senhora Achiropita, e sua contribuição significativa ao teatro paulistano.[8]
A casa que hoje abriga o Teatro foi construída em 1905, refletindo a típica arquitetura residencial da época, com influências europeias trazidas pelos imigrantes que se estabeleceram na região. Suas paredes, tetos altos e detalhes arquitetônicos mostram o passado do bairro. Originalmente, a casa servia como residência para famílias que faziam parte da crescente classe trabalhadora do bairro. Ao longo das décadas, a casa passou por diversas transformações e usos, refletindo as mudanças socioeconômicas e culturais do Bixiga.[9][8][10]
Foi no ano de 2018 que a casa passou a abrigar a sede própria do Teatro do Incêndio, localizada na Rua 13 de Maio, 48. A escolha do Bixiga como sede do teatro não foi por acaso; o bairro, com sua rica história cultural e espírito comunitário, oferecia o ambiente perfeito para o desenvolvimento das atividades do grupo.[8]
A casa, então, foi adaptada para atender às necessidades de um espaço cultural, mantendo, no entanto, a maior parte de sua estrutura original. Essa harmonização entre o passado e o presente é visível na preservação dos detalhes arquitetônicos da casa, que convivem com as instalações modernas necessárias para a realização de espetáculos teatrais. O edifício de 1905 continua a ser um símbolo de resistência cultural e de valorização da memória histórica do bairro. Ao ocupar essa casa centenária, não apenas preserva um pedaço importante da história arquitetônica de São Paulo, mas também reinventa seu uso, transformando-o em um espaço vibrante de criação artística e diálogo social.[8][11][12]
Obras
[editar | editar código-fonte]Teatro
[editar | editar código-fonte]Ano | Título | Autoria | Direção |
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1987 | “Anjos de Guarda" | Zeno Wilde | Zeno Wilde |
1989 | “Quem Te Fez Saber Que Estavas Nu?” | Julien Luchaire, trad. de Miroel Silveira | Antonio do Valle |
1990 | “Os Mocorongos?” | Leo Lama | Leo Lama |
1990 | “Sabe Quem Dançou?” | Zeno Wilde | Bárbara Bruno |
1992 | “Os Poetas Voadores" | Leo Lama | |
1993 | “Exagerei no Rímel” | Zeno Wilde | Zeno Wilde |
1994 | “Os Olhos Cor de Mel de James Dean" | Zeno Wilde | Zeno Wilde |
1996 | “Baal - O Mito da Carne” | Bertolt Brecht | Direção geral |
1997 | Evento “O Balcão”. Primeira Versão. | Direção geral | |
1997 | “O Balcão” | Jean Genet | TBC |
1998 | Evento “Chá com Sade”, evento reunindo José Celso Martinez Correa, Jorge Mautner, Iacov Hillel para discussões e leituras sobre a obra do Marquês de Sade. Leitura Pública da obra “Filosofia na Alcova” | Direção geral | |
1999 | “Salve o Prazer – Assis Valente”, evento promovido pela Secretaria de Estado da Cultura, com Pascoal da Conceição, Cida Moreira, Renato Borghi, Luís Damasceno, Marat Descartes, Bocato e outros. Direção Geral. | Direção geral | |
1999 | “Exercício Aeróbico para Padre e Banda – Opus 1999” | Sade | Direção geral |
1999 | “A Filosofia na Alcova" | Sade | Direção geral |
2000 | “Beatriz Cenci” | Antonin Artaud | Direção Geral |
2001 | "Anjos de Guarda" | Zeno Wilde | Direção Geral |
2002 | "Dores de Amores II e III" | Leo Lama | Leo Lama |
2003 | "Odile" | Texto | Direção geral |
2003 | "Eduardo II" | Eduardo Ruiz | Direção geral |
2005 | “A Boa Alma de Setsuan” | Bertolt Brecht | Direção geral |
2006 | “Todos os Homens Notáveis” | Texto | Direção geral |
2006 | “Timão de Atenas” | Shakespeare | Elcio Nogueira Seixas |
2008 | “La Ronde” | Arthur Schnitzler | Direção geral |
2009 | “Na Selva das Cidades” | Bertolt Brech | Direção geral |
2009 | “A Capital Federal” | Arthur Azevedo | Direção geral |
2010 | “Lição de Botânica” | Machado de Assis | Direção geral |
2011 | “Joana d’Arc – A Virgem de Orleans” | Schiller | Direção geral |
2012 | “A Serpente” | Roteiro | Direção geral |
2012 | “São Paulo Surrealista” | Roteiro | Direção geral |
2012 | “São Paulo Surrealista 2: A poesia Feita Espuma” | Roteiro | Direção geral |
2013 | “A Baby Sitter” | Rene de Obaldia | Direção geral |
2013 | “Baal – o Mito da Carne” | Bertolt Brecht | Direção geral |
2013 | “Fim de Curso” | Rene de Obaldia | Direção geral |
2013-14 | “São Paulo Surrealista” | Roteiro | Direção geral |
2013-14 | “O PornoSamba e a Bossa Nova Metafísica” | Texto | Direção geral |
2015 | "Pano de Boca" | Fauzi Arap | Direção geral |
2015 | "De Dioníso Para Koré" | Texto | Direção geral |
2016 | "O Santo Dialético" | Texto | Direção geral |
2017 | "A Gente Submersa" | Texto | Direção geral |
2018 | "Rebelião - O Coro de Todos os Santos" | Texto/atuação | Direção geral |
2018 | "Um Povo Omitido" | Texto/atuação | Direção geral |
2020-2021 | Recolhimento de Pandemia | Texto/atuação | Direção geral |
2022 | "Águas Queimam na Encruzilhada" | Texto/atuação | Direção geral |
2023 | "Pano de Boca - Um Conserto de Theatro" | Fauzi Arap | Direção geral |
2024 | "Águas Queimam na Encruzilhada" | Texto/atuação | Direção geral |
2024 | "Pano de Boca - A Última Leitura" | Fauzi Arap | Direção geral |
Televisão e Cinema
[editar | editar código-fonte]Ano | Título | Autoria | Direção |
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2004 | “Bom dia, eternidade” de Rogério Moura para Cinema. Com: Zezé Motta, Antônio Pitanga, João Acaiabe, José Vasconcelos e outros. | Ator, sambista e consultor musical | |
2007 | “Quando as máquinas param” - TV Cultura | Plínio Marcos | Marco Antonio Braz |
Cenários
[editar | editar código-fonte]Ano | Título | Autoria | Direção |
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1994 | “Os Olhos Cor de Mel de James Dean" | Cenário: Leonardo Medeiros (parceria) | Zeno Wilde |
1997 | “O Balcão” | Plínio Marcos | Jean Genet |
1999 | “Exercício Aeróbico para Padre e Banda – Opus 1999” | Em parceria com Cibele Forjaz. Sade | Direção geral |
1999 | “A Filosofia na Alcova" | Em parceria com Cibele Forjaz. Sade | Direção geral |
2003 | "Odile" | Texto | Direção geral |
2006 | “Todos os Homens Notáveis” | Texto | Direção geral |
2008 | “La Ronde” | Arthur Schnitzler | Direção geral |
2009 | “Na Selva das Cidades” | Bertolt Brech | Direção geral |
2015 | "Pano de Boca" | Fauzi Arap (sobre desenho de Flávio Império) | Direção geral |
Livros
[editar | editar código-fonte]Ano | Livro | Editora | Notas |
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2012 | Da Terra O Paraíso | Editora Kazuá | ISBN: 978-85-66179-22-4 |
2013 | De Dionísio Para Koré | Editora Kazuá | ISBN: 8566179382 |
2018 | Teatro Do Incêndio: Da Terra Ao Território | Editora Córrego | ISBN: 8567240980 |
Referências
- ↑ «ENTREVISTA: TEATRO DO INCÊNDIO CONVOCA TODOS A COMBATEREM AS MENTIRAS DA COLONIZAÇÃO EM NOVO ESPETÁCULO». 21 de fevereiro de 2018
- ↑ «Marcelo Marcus Fonseca, do Teatro do Incêndio: "antes de tudo, o que precisa andar é a peça, não o espectador"». 22 jan 2015
- ↑ «"A Filosofia na Alcova" volta imoral». 30 de Julho de 1999
- ↑ «Marcelo Marcus Fonseca Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural». 14 de julho de 2020 line feed character character in
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at position 23 (ajuda) - ↑ «Lançamento de livro 'De Dionísio Para Koré' (de Marcelo Marcus Fonseca)». 18 de novembro de 2013
- ↑ «MARCELO MARCUS FONSECA E SUA MAJESTOSA TRAJETÓRIA NO TEATRO». 14 de julho de 2020
- ↑ «Fundador do Teatro de Incêndio, Marcelo Marcus Fonseca critica onda de lives e vídeos durante pandemia: "deixa o teatro dormir"». 12 de maio de 2020
- ↑ a b c d e «o grupo». 14 de julho de 2020
- ↑ «Teatro do Incêndio visa conscientizar a população sobre a histórica do Bixiga». 16 de dezembro de 2020 18:58 Verifique data em:
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(ajuda) - ↑ «A cidade como obra de arte: Teatro do Incêndio inicia projeto 'Cidade Extensão da Gente'». 16 de dezembro de 2020 18:58 Verifique data em:
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(ajuda) - ↑ «TEATRO DO INCÊNDIO - Cidade Extensão da Gente». 16 de dezembro de 2020 18:58 Verifique data em:
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(ajuda) - ↑ «A cidade como obra de arte: Teatro do Incêndio inicia projeto 'Cidade Extensão da Gente'». 16 de dezembro de 2020 18:58 Verifique data em:
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(ajuda)
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- https://vejasp.abril.com.br/atracao/o-pornosamba-e-a-bossa-nova-metafisica/
- «Opalco.com.br Bibliografia»
- «Folha-Ilustrada - Todos os Homens Notáveis»
- http://www.letrasemcena.art.br/entrevistas_marcus.asp Em falta ou vazio
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(ajuda) - http://guia.folha.com.br/teatro/ult10053u430432.shtml Em falta ou vazio
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(ajuda) - http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080807/not_imp219140,0.php Em falta ou vazio
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(ajuda) - http://colunistas.ig.com.br/aplausobrasil/2009/10/16/na-selva-das-cidades-re-estreia-no-teatro-alianca-francesa/ Em falta ou vazio
|título=
(ajuda) - «Peça Joana D´Arc"»
https://bomdia.eu/marcelo-marcus-fonseca-o-teatro-das-perdas-e-dos-medos-de-nosso-tempo/
https://vejasp.abril.com.br/coluna/na-plateia/aguas-queimam-na-encruzilhada-teatro-do-incendio/