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Maria Stela Grossi Porto

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Maria Stela Grossi Porto
Nascimento 26 de fevereiro de 1945
Ponte Nova, Minas Gerais, Brasil
Morte 8 de janeiro de 2023 (77 anos)
Brasília, Brasil
Nacionalidade brasileira
Cônjuge Sérgio Porto
Alma mater
Prêmios Comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico (in memorian 2023)[1]
Orientador(es)(as) Mohamed Sfia
Instituições Universidade de Brasília
Campo(s) Sociologia
Tese Capitalisme et petite prodution familiale au Brésil: permanence et transformation (1987)

Maria Stela Grossi Porto (Ponte Nova, 26 de fevereiro de 1945Brasília, 8 de janeiro de 2023) foi uma socióloga, pesquisadora e professora universitária brasileira.

Primeira mulher presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia, Comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico e professora emérita da Universidade de Brasília[2], Maria Estela foi uma pioneira da Teoria Social, Sociologia Rural e Sociologia da Violência, que a tornou conhecida no Brasil e o no exterior. Sua obra é referência nos estudos sobre representações sociais da violência e das organizações policiais.[3][4]

Maria Estela nasceu na cidade mineira de Ponte Nova, em 1945. Seu pai vinha de uma família de migrantes italianos calabreses e era era funcionário do Estado que atuava na coleta de impostos. Sua mãe vinha de família de origem portuguesa que vivia no interior e era professora primária, com especialização em Biblioteconomia, que tinha gosto por livros e por escrever poesias. Tinha uma irmã gêmea, Maria das Graças Grossi (1945-1994).[5]

Passou boa parte de sua infância e juventude em Belo Horizonte, onde estudou no Colégio Pio XII, escola tradicional católica de freiras salesianas, onde fez do primário até o normal. Aos 17 anos, descobriu e escolheu o caminho da sociologia. Mesmo com a resistência de seu pai, ela e a irmã ingressaram na Faculdade de Ciências Econômicas (FACE) da UFMG em 1963, no curso de Sociologia e Política, onde conheceu o futuro marido, com quem se casaria em 1964, Sérgio Porto. Juntos tiveram três filhos, Sergio, André e Luís Guilherme, todos nascidos em Belo Horizonte e uma filha, Daniela, nascida em Brasília, com Síndrome de Down.[5]

O casamento e a maternidade postergaram sua formatura. Sua graduação só foi concluída na Universidade de Brasília (1976) para onde a família se mudou em meados dos anos 1970. Começou seu mestrado pela mesma universidade, mas seguiu o marido, que começava seu doutorado em Comunicação em Montréal, até o Canadá. Lá, ingressou na Universidade de Montreal onde fez o mestrado (1979) e o doutorado (1987) tendo por orientador o professor Mohamed Sfia.[5]

Concursada da Universidade de Brasília, era professora do departamento de sociologia, onde passou a estudar a questão da violência, da segurança pública e dos direitos humanos. Na sociologia do mundo rural, aprofundou as questões sobre violência no campo por meio de um pós-doutorado no Centre d'Études de la Vie Politique Française (CEVIPOF), em Paris. Por meio dos trabalhos de Michel Wieviorka, passou a desenvolver uma afinidade teórica na compreensão da violência como fenômeno sociológico, procurando interpretar de forma mais sistemática o lugar do sujeito e de sua condição de ator no mundo social.[5][4]

Foi coordenadora do Núcleo de Estudos da Violência e Segurança (NEVIS/UnB), foi membro da Associação Nacional de Pós-graduação em Ciências Sociais (ANPOCS), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); e na Internacional Sociological Association (ISA) onde foi vice-presidente do RC 29-Research Committee on Deviance and Social Control (2006-2010). Teve uma atuação importante junto a agências de Ciência e Tecnologia como o CNPq e a CAPES, atuando em Comitês de Área de Sociologia em ambas instituições.[5][4]

Maria Estela morreu em 8 de janeiro de 2023, em Brasília, aos 77 anos, devido a um câncer.[6][7][8]

Publicações

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  • PORTO, Maria Stela Grossi (Org.) Sociedade e Estado. 02. ed. Brasília: Editora UnB, 1995. v. X. 260p
  • PORTO, Maria Stela Grossi (Org.) Politizando a Tecnologia no Campo Brasileiro – Dimensões e Olhares. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1997.
  • PORTO, Maria Stela Grossi. Sociologia da Violência do Conceito às Representações Sociais. 1a.. ed. Brasília: Ed. Francis/Verbena, 2010. v. 1. 336p
  • PORTO, Maria Stela Grossi. Violência, Democracia e Segurança Cidadã: o caso das polícias no Distrito Federal. 1. ed. Brasília: Verbena, 2017. v. 1. 224p
  • PORTO, Maria Stela Grossi. Repensando Travessias – o Fazer Sociológico. Curitiba: Appris Editora, 2018.

Referências

  1. «Pesquisadores da Embrapa recebem medalhas do Mérito Científico no Palácio do Planalto». Embrapa. 14 de julho de 2023. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  2. «UnB lamenta a morte de Maria Stela Grossi Porto». Portal UNB. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  3. «Nota de pesar pelo falecimento da Professora Maria Stela Grossi Porto». Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  4. a b c Alcântara, Daniele de Sousa (2021). «Entrevista com Maria Stela Grossi Porto». Revista SUSP. 1 (1): 287-295. doi:10.56081/2763-9940/revsusp.v1n1.a17. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  5. a b c d e Ana Luisa Fayet Sallas (ed.). «Maria Stela Grossi Porto». Sociedade Brasileira de Sociologia. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  6. Isabela Berrogain, ed. (9 de janeiro de 2023). «Morre Stela Grossi, professora emérita da Universidade de Brasília». Correio Braziliense. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  7. «Nota de pesar pelo falecimento da Profª Maria Stela Grossi Porto». Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  8. «SBPC lamenta o falecimento de Maria Stela Grossi Porto». Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Consultado em 14 de fevereiro de 2024