Mesqet

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Mesqet
F31sN29t t
N25

Msqt

Mesqet (também Mesket em outras publicações) é, segundo a mitologia e astronomia egípcia, a região do céu logo acima do horizonte e representa, em oposição a Qenqenet, a área de saída do Tuat.

Panorama[editar | editar código-fonte]

Região de Mesqet: nascer do sol logo acima do horizonte

Mesqet é o lugar onde , Hórus e os decanos se detém logo após nascerem, antes de despontarem completamente sobre o horizonte. Portanto, mitologicamente, Mesqet também é “o lugar após o nascimento, antes da magnitude definitiva ser alcançada”. "Mesqet", termo originariamente usado para o couro de touro em que um falecido era posto,[1] aparece no Livro dos Mortos como a câmara em que o morto renasce ou talvez seja aniquilado,[2] passando a significar também um outro mundo em que o falecido precisa passar para alcançar o Sekhet-Aaru.[3]

A localização de Mesqet foi extensamente debatida entre os egiptólogos, pois em vários textos ela também foi documentada como “nos arredores do céu, no Tuat”. Mesqet tem um papel importante particularmente nos textos das pirâmides. Assim, Kurt Sethe,[4] Arielle Kozloff[5] e Ronald Wells[6] imaginaram que se tratasse da Via Láctea. Tal hipótese foi desconsiderada após análises mais aprofundadas de outros textos, já que as novas evidências referem-se claramente a uma “região fronteiriça entre o céu e as estrelas”. Depois de extensa revisão por parte de Harco Willems,[7] Rolf Krauss[8] e Arno Egberts,[9] a localização de Mesqet passou a ser definida como a mesma do nascer do sol. Após a conclusão da pesquisa sobre o papiro pBM 47.218.50 e da questão de Mesqet-Santuário,[10] ficou claro que as novas hipóteses estão de acordo com as referências contidas no Papiro de Brooklyn, que só menciona explicitamente os pontos cardeais leste e oeste. Finalmente, as revisões do Livro de Nut demonstram que a localização precisa de Mesqet é a região do portão de saída do Tuat, que se encontra logo acima do horizonte.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas[editar | editar código-fonte]

Este artigo é uma tradução do artigo correspondente em língua alemã.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Alexandra von Lieven: Grundriss des Laufes der Sterne – Das sogenannte Nutbuch. The Carsten Niebuhr Institute of Ancient Eastern Studies (u. a.), Kopenhagen 2007, ISBN 978-87-635-0406-5, S. 136–137

Referências Bibliográficas[editar | editar código-fonte]

  1. Budge, E. A. Wallis (26 de março de 2019). The Literature of Ancient Egypt: Including Original Sources: The Book of the Dead, Papyrus of Ani, Hymn to the Nile, Great Hymn to Aten and Hymn to Osiris-Sokar (em inglês). [S.l.]: e-artnow. ISBN 978-80-268-9914-3 
  2. Romer, John (28 de agosto de 2008). The Egyptian Book of the Dead (em inglês). [S.l.]: Penguin UK. ISBN 978-0-14-191815-0 
  3. Budge, E. A. Wallis (30 de abril de 2012). Hieroglyphic Vocabulary to the Book of the Dead (em inglês). [S.l.]: Courier Corporation. p. 188. ISBN 978-0-486-14492-4 
  4. Kurt Sethe: Die altägyptischen Pyramidentexte. Nach den Papierabdrücken und Photographien des Berliner Museums. Band 1: Text. – Hälfte 1. Spruch 1 – 468 (Pyr. 1 – 905). 3. Nachdruck der Ausgabe Hinrichs, Leipzig 1908; Olms, Hildesheim 2001, ISBN 3-487-02593-0, S. 315.
  5. Arielle Kozloff u. a.: Egypt’s dazzling sun – Amenhotep III and his world . Cleveland Museum of Art in cooperation with Indiana University Press, Cleveland 1992, ISBN 0-940717-16-6, S. 336–337.
  6. Ronald Wells: The Mythology of Nut and the Birth of Ra. In Studien zur Altägyptischen Kultur, Nr. 19, 1992, S. 305–321.
  7. Harco Willems: The coffin of Heqata (Cairo JdE 36418): A case study of Egyptian funerary culture of the Early Middle Kingdom. Peeters, Leuven 1996, ISBN 90-6831-769-5, S. 262–270.
  8. Rolf Krauss: Astronomische Konzepte und Jenseitsvorstellungen in den Pyramidentexten. Harrassowitz, Wiesbaden 1997, ISBN 3-447-03979-5, S. 254–255.
  9. Arno Egberts: In quest of meaning: A study of the ancient Egyptian rites of consecrating the meret chests and driving the calves. Nederlands Institut voor het Nabije Oosten, Leiden 1995, ISBN 90-6258-208-7, S. 292–293.
  10. Jean-Claude Goyon: Confirmation du pouvoir royal au nouvel an: Brooklyn Museum papyrus 47.218.50 (= Bibliothèque d'étude. Band 52). Institut Francais d'Archéologie Orientale, Kairo 1972, S. 93–94.