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Metrópole de Corinto

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Metrópole de Corinto, Sicião, Zemeno, Tarsos e Polifengo
(Ιερά Μητρόπολις Κορίνθου, Σικυώνος, Ζεμενού, Ταρσού και Πολυφέγγους)
Archieparchia
Localização
País Império Bizantino
Império Otomano
 Grécia
Arquieparquia Metropolita Corinto
Estatísticas
Informação
Denominação Igreja da Grécia
Rito Bizantino
Criação da Eparquia Séc. I
Elevação a Arquieparquia ?
Catedral Catedral de São Paulo
Governo da Arquidiocese
Arquieparca Dionísio Mantalo
Jurisdição Arquidiocese
Contatos
Página Oficial https://www.imkorinthou.org/

Metrópole de Corinto, Sicião, Zemeno, Tarsos e Polifengo (em grego: Ιερά Μητρόπολις Κορίνθου, Σικυώνος, Ζεμενού, Ταρσού και Πολυφέγγους) é uma sé metropolitana da Igreja da Grécia na Coríntia, Grécia. Desde a Idade Média, também existiu como uma sé titular católico-romana. A atual metropolita (desde 2006) é Dionísio Mantalo.

A fundação da sé de Corinto é atribuída ao apóstolo Paulo, que teria pregado na cidade e endereçado duas epístolas para a Igreja Coríntia. Seu sucessor e primeiro bispo foi Apolo de Éfeso.[1] Papa Clemente I (92–99) também escreveu uma epístola para a comunidade no século I.[2] Corinto foi amplamente destruída nos terremotos de 365 e 375, e em seguida pela invasão de Alarico de 396. Foi reconstruída em escala menor mais tarde, mas com grandiosos edifícios. Corinto declinou do século VI em diante, e o principal assentamento foi transferido da cidade baixa para Acrocorinto. Apesar de tornar-se capital dos temas da Hélade e Peloponeso, não foi até o século IX que a cidade começou a recuperar-se, alcançando seu apogeu nos séculos XI-XII, quando foi o local de uma florescente indústria de seda. Esta prosperidade terminou com o saque normando de 1147.[3] Em 1203/1204, a cidade caiu para os ambiciosos senhores da Argólida, Leão Esguro, que assegurou o controle de Corinto ao convidar seu metropolita, Nicolau, para Acronáuplia para um jantar, e então lançou-o de sua posição.[4] As ambições de Esguro de criar um Estado próprio no sul da Grécia foram restringidas pelos ataques dos cruzados vitoriosos, que capturaram Corinto em 1210.[5][6]

Nos períodos romano e bizantino precoce, Corinto foi a capital e sé metropolitana da província da Acaia (sul da Grécia).[1] Além de Apolo, Le Quien (II, 155) menciona 43 bispos da era romano-bizantina: entre eles Sóstenes (?), o discípulo de Paulo e Dionísio; Paulo, irmão de Pedro, bispo de Argos no século X; Atanásio, no mesmo século; Jorge, um comentador de hinos litúrgicos. Até o século IX, Corinto permaneceu a metrópole da Grécia do sul, e particularmente do Peloponeso. De fato, o bispo de Corinto foi o único bispo do Peloponeso a participar do Primeiro Concílio do Éfeso de 431, e o único da Grécia a participar do Terceiro Concílio de Constantinopla de 680.[3] Do começo do século IX, contudo, a primazia de Corinto sobre o Peloponeso foi ameaçada pela sé de Patras, e do século X em diante, Corinto foi restrita ao Peloponeso Oriental e certas ilhas jônicas. Baseado em vários Notitiae Episcopatuum dos séculos X-XII, Corinto contou com sete sés sufragâneas: Cefalônia, Zacinto, Damala, Esparta/Monemvasia, Argos, Helos e Zemena.[7]

Após a captura da cidade, os cruzados estabeleceram um arcebispado latino para substituir a sé grega.[8][9] Le Quien (III, 883) menciona 22 prelados de 1210 a 1700, mas Eubel (I, 218; II, 152) menciona 22 arcebispos para o período de 1212-1476. Embora Corinto era a mais velha e prestigiosa sé do sul da Grécia, durante o período do governo latino, eclipsou perante o Arcebispado latino de Patras.[10] A cidade foi recuperada pelo Despotado de Moreia em 1395 e, após um curto período (1397-1404) de governo pelos Cavaleiros Hospitalários, retornou para o controle bizantino, onde permaneceu até cair para o Império Otomano em 8 de agosto de 1458.[3] Após a reconquista bizantina da cidade, a sé católica tornou-se uma sé titular. Hoje, a metrópole de Corinto pertence à Igreja da Grécia, sob o arcebispo de Atenas.

Referências

  1. a b «Corinth» (em inglês). Consultado em 1 de dezembro de 2014 
  2. «Letter to the Corinthians (Clement)» (em inglês). Consultado em 1 de dezembro de 2014 
  3. a b c Kazhdan 1991, p. 531–533.
  4. Setton 1975, p. 21–24, esp. nota 28.
  5. Bon 1969, p. 56–59.
  6. Setton 1975, p. 22–25, 36.
  7. Setton 1975, p. 36–37, nota 45.
  8. Setton 1975, p. 36–37 nota 45.
  9. Bon 1969, p. 93–94.
  10. Bon 1969, p. 92.
  • Bon, Antoine (1969). La Morée franque. Recherches historiques, topographiques et archéologiques sur la principauté d’Achaïe. Paris: De Boccard 
  • Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8 
  • Setton, Kenneth Meyer (1976). The Papacy and the Levant, 1204–1571: Volume I. The Thirteenth and Fourteenth Centuries. Filadélfia: The American Philosophical Society. ISBN 0-87169-114-0